Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Dulce olhou para Anahí que olhava para Paola com uma cara de surpresa.

- Oi meu anjo, que surpresa. – Dulce sorriu e fez sinal para que Anahí entrasse. – Paola, esta é minha noiva Anahí. – apresentou à juíza.

Paola olhou de cima a baixo para Anahí, mas não a cumprimentou.

- Depois conversamos, não esperava ser interrompida. Eu te ligo e nos encontramos de novo. – Paola saiu sem olhar para trás.

Dulce fechou a cara não gostando da falta de educação, mas assim que ela fechou a porta, sorriu e voltou a atenção para Anahí.

- Que mulher grossa. – Anahí reclamou.
- Ela é muito intolerante, agradeço imensamente por ter vindo, pois me tirou do papo chato dela.
- Que ela queria com você?
- Ah... – pigarreou. – Nada demais, Paola é juíza e sempre que nos esbarramos nos tribunais ela me liga para comentar alguma coisa.
- Não gosto dela. – Anahí emburrou.
- Ela não merece nem o seu desprezo. Vem cá, você chegou aqui me parecendo animada, o que aconteceu?

Anahí logo abriu o sorriso novamente.

- Amor, estou na orquestra. Me convidaram! Tenho ensaio semana que vem! – falou dando pulinhos no chão.
- Jura?! Que ótimo linda! – Dulce abraçou-a parabenizando.
- Provavelmente será por um prazo determinado, mas ainda assim isso valorizará meu currículo, sem contar o salário e o cachê por apresentação.
- Estou muito orgulhosa de você.
- Agora terei de estudar dobrado. Passei aqui só para lhe dar a notícia, queria que fosse a primeira a saber e daqui vou para casa. Aí ligo pra minha mãe e depois pra Angelique.
- Chego cedo hoje.
- Que bom, vou esperar sem dormir dessa vez. – sorriu.

Despediram-se e assim que Anahí chegou ao apartamento ligou para a mãe e contou a novidade. Tisha ficou muito animada, disse que ia contar para a cidade toda. Depois Anahí ligou para Angelique que agitou uma comemoração.

No final de semana Anahí e Dulce foram para Mauá e lá contaram a novidade a Blanca, que fez um jantar para comemorar. No domingo de manhã Blanca resolveu ir para o Rio junto com as garotas.

- Ótimo mãe! – Dulce se animou. – Passe um tempo com a gente lá.
- Vou pra te vigiar. – falou enquanto Anahí não estava perto.
- Que isso! Eu não preciso de vigia, sei me cuidar.
- De você eu sei que sabe, não sei se tem é cuidado dela. – apontou para Anahí descendo as escadas.
- Amor, mamãe vai conosco.
- Oba! Teremos waffles todo dia de manhã!
- Interesseira você, não? – Blanca brincou.

Arrumaram tudo e saíram à tarde de Mauá chegando ao Rio quase a noite. Depois que Blanca se acomodou e Anahí entrou para o banho, Dulce foi conversar com a mãe.

- Mãe, gosto muito quando a senhora vem passar uns tempos comigo, mas não preciso que me vigie.
- Dulce eu a conheço, quando você agrada demais é porque tem coisa errada. Você deu um carro de presente para Anahí, viajou com ela. Você gosta de impressionar e isso já conseguiu. Agora eu quero saber se você já se livrou daquele problema. Já?
- Está controlado. – Dulce tentou despistar.
- Como assim?
- Ela me procura, mas eu não dou conversa.
- Certeza? Não minta para mim. Ficaria muito chateada com isso.
- Aconteceu de novo, mas faz tempo que não nos vemos e eu tenho a evitado o quanto posso, pra não acontecer outra vez. Eu juro que corro dela.
- Você não sabe controlar seus instintos? Parece uma adolescente Dulce.
- Não sei o que acontece comigo mamãe. Paola é intransigente, ousada, tem personalidade forte e...
- E isso a atrai. Anahí é um doce, mas é menininha demais e tem hora que te cansa.

Dulce abaixou a cabeça, sua mãe tinha razão.

- Eu a amo, mas às vezes é mais forte, por isso corro de Paola como o diabo foge da cruz. Quando estou com Anahí meu mundo se transforma, eu gosto de viver com ela, de estar ao seu lado, mas com Paola eu me sinto mais mulher. Isso é horrível. Como pode uma coisa dessas? – chorava como criança.
- Você está indecisa. Gosta da companhia de Anahí, a ama, mas com a outra você tem paixão, fogo. Posso até dizer que isso é normal, o problema é que você coloca em risco seu relacionamento. E pior, vai acabar machucando uma pessoa que não merece. Decida o que quer. Eu não vou me meter, pois isso é uma questão sua. Só tenha cuidado para não escolher o que é passageiro e depois perder o que seria pra sempre.
As palavras de Blanca eram simples, mas atingiram Dulce em cheio. Foi ao banheiro lavar o rosto para que Anahí não percebesse. A mãe estando no Rio as coisas seriam mais tranquilas e de certa forma se sentia mais protegida.

Com os ensaios da orquestra a rotina de Anahí mudou um pouco. Vera deixou de exigir tanto e passou a ajudá-la com as músicas passadas pelo maestro. Como suas notas estavam boas, ela não teve que se preocupar com os próximos trabalhos. O que ela recebia por estar na orquestra era bem mais do que o que recebia com a banda, mas ainda assim continuou fazendo show com eles aproveitando para guardar dinheiro e enviar um pouco para a família, que mesmo protestando ela insistia. Angelique saiu do grupo que tocava em casamentos e entrou em outro que tocava chorinho e sempre tocavam em coquetéis e alguns bares específicos. Com Anahí ficando direto no apartamento de Dulce, Rocco praticamente foi morar com Angelique.

- Vocês dois aqui, vê se colocam o juízo em primeiro lugar viu. – Anahí recomendou.
- Relaxa Anahí, não fazemos nada que você também não faça. – Angelique riu com sarcasmo.

Anahí ficou vermelha como uma pimenta.

- Só que eu não preciso me preocupar com gravidez.
- Que isso, a gente se previne. – Rocco falou. – Se bem que uma menininha de olhos cor de mel e cabelos cacheados ficaria uma graça.
- Ave Maria com vocês dois. – Anahí revirou os olhos. – Preciso ir, ainda me encontro com Poncho, ele te passou as músicas novas? – perguntou a Rocco.
- Passou, eu vou escutar hoje.
- Eu nem sei quais são e tem show amanhã.
- Esquenta não que são todas tranquilas, já falei com ele que o nosso repertório está muito grande, temos que tirar algumas músicas. Já enjoei de muitas, mas ele é teimoso.
- Aí vou ter que concordar. Tem coisa ali que eu toco de olhos fechados e de costas. – brincou. – Beijos e juízo os dois hein! – recomendou mais uma vez.
- Êta mulher chata! – Angelique fez uma careta.

Com a presença de Blanca, a rotina de Anahí e Dulce havia mudado um pouco. Ela fazia questão de que as duas almoçassem em casa e isso exigia que tanto uma quanto a outra se deslocasse até o apartamento todo dia. Quebrou um pouco os horários, mas deu certo. O tempo passava voando e as duas mal puderam comemorar os próprios aniversários e menos ainda o aniversário de namoro, mas sempre se davam atenção. Por conta da orquestra, Anahí só tinha aulas de manhã e a tarde usava o tempo livre para estudar em casa. Blanca adorava, pois tinha música ao vivo.

- Eu sou mesmo uma pessoa privilegiada. – comentou. – Tenho música de qualidade e ao vivo todas as tardes. – sorriu.
- É mãe, a senhora vê Anahí tocando mais que eu. – Dulce fez um bico e olhou para a loirinha.
- Não é verdade, você me vê tocando sempre nos shows.
- Isso não é a mesma coisa, no show tem os meninos e você toca pra mais gente.
- Ela quer que você toque só para ela Anahí. – Blanca falou sorrindo.
- Hum... ta bom, vou preparar um recital só pra você. – Anahí piscou para Dulce.

Depois do almoço Dulce voltou ao escritório e Anahí continuou nos estudos. E foi assim por todos os dias que Blanca estava com elas. Dulce, quando podia, saía mais cedo do escritório e se juntava às duas. Gostou da rotina e achou ruim quando a mãe manifestou a vontade de ir embora. Blanca disse que tinha as coisas dela em Mauá e num domingo à tarde pegou o ônibus de volta. Despediu-se das meninas desejando a visita delas e recomendando a Dulce muita calma e serenidade.

- Mãe, eu amo muito a senhora. – Dulce a abraçou antes dela entrar no ônibus.
- Também te amo filha, tenha calma e cuide-se, isso tudo vai passar.

Dulce se emocionou e deixou Anahí emocionada também.

- Saudade da minha mãe também. – a loirinha falou com os olhos marejados.
- Na falta da tua mãe eu estarei aqui viu lindinha, quando quiser um colo de mãe, pode contar com o meu. – abraçou Anahí.

Assim que as duas retornaram ao apartamento Anahí perguntou a Dulce:
- Tem alguma coisa para fazer agora?
- Não.
- Então senta aí. – mostrou a mesa próxima ao piano.

Pegou uma garrafa de vinho e uma taça na pequena adega na sala e colocou em cima da mesa, serviu Dulce e depois se sentou ao piano e colocou as partituras em ordem começando a tocá-las. Dulce sorriu e relaxou na cadeira apenas ouvindo a melodia. Anahí tocou músicas eruditas e populares, misturando mais lentas com algumas agitadas. Uma hora depois parou de tocar e olhou para a morena que lhe sorria encantada.

- Adorei! – falou batendo palmas. - Será que a pianista me dá o telefone dela?
- Não posso, já tenho noiva. – falou virando-se para Dulce e sorrindo, entrando na brincadeira.
- Ah que pena, cheguei atrasada.
- Pelo que vejo você também é compromissada. – apontou a aliança de Dulce.
- Ela não tem ciúme ou pelo menos demonstra pouco. – sorriu.
- Aposto que tem. Ainda mais sendo bonita como é.
- Me achou bonita? – Dulce se aproximou encarando-a.
- Achei. – Anahí fingiu timidez.
- Então me dá uma chance. – cheirou o pescoço da loirinha. – Eu gostei tanto de você, acho que estou apaixonada. – beijou os lábios dela.
- Você é muito safada, diz isso pra me impressionar. – enlaçou o pescoço da morena.
- Juro que só digo a você. – Dulce olhou nos olhos dela. – Vou lhe mostrar que é única em minha vida. – Pegou Anahí no colo e a levou para o quarto.