Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Blanca revirou os olhos, mas não quis discutir. Se Dulce não achasse Anahí, ao menos fariam uma viagem para espairecer. Dulce conseguiu as passagens para o mesmo dia pagando uma taxa extra. Levou seu notebook e durante a viagem foi pesquisando hotéis e eventos ou qualquer coisa relacionado à música. Digitou o nome de Anahí, o nome de seu estúdio e foi mapeando mais ou menos os passos da loirinha. Assim que chegaram se hospedaram em um hotel que ela já conhecia. Estava se arrumando para sair quando seu celular tocou.

- Alô?
- Dulce você é a mulher mais sortuda desse mundo. – Poncho falava ao telefone.
- Por quê?
- Anote aí o celular de Anahí.
- Esta brincando?!
- Sério. Rocco me mandou um e-mail pra saber como estão as coisas e contou que ficou na casa dela esta semana que passou. Eu respondi na mesma hora perguntando se ele sabia o telefone dela, disse que era urgente. Ela está em Salvador numa reunião...
- Eu sei, estou aqui também.
- O que?
- Fale o telefone.
- Como você...? Meu Deus, você é louca.
- Eu sou... sou louca por ela. – sorriu animada com a novidade.

Desligou e pensou no que diria ao telefone; precisava pensar em algo que ela não desconfiasse. Foi na rua e comprou um chip da região, respirou fundo e ligou.

Anahí estava entrando em reunião quando sentiu seu celular vibrar no bolso. Olhou e não reconheceu o número. Não atendeu, pois tinha pressa. Entrou na sala e desligou o celular.

- Que porcaria! – Dulce resmungou. - Atende esse celular Anahí.

Esperou a tarde toda, saiu com a mãe para se distrair, fez compras e foi na praia. Perto das seis horas da tarde tentou novamente. Olhou para a mãe ficando em dúvida.

- Liga minha filha, veio aqui pra isso.

Discou o número, chamou algumas vezes e de repente ouviu aquela voz suave que tanto amava. Colocou um pano para abafar mais o som e mudou a voz.

- Alô?

O coração de Dulce disparou, respirou fundo e demorou alguns segundos para falar.

- Alô?! – Anahí falou de novo.
- Oi, senhora Anahí?
- Quem fala?
- Meu nome é... Fabiana. Eu... gostaria de ter uma palavrinha com a senhorita.
- Olha se for telemarketing, agora não posso falar.
- Não senhorita, falo da revista Salvador é Cultura, gostaria de fazer uma reportagem sobre a influência da música nos jovens de hoje. Poderíamos nos encontrar?
- É... olha... como se chama mesmo?
- Fabiana.
- Então Fabiana, minha agenda anda meio tumultuada aqui em Salvador, estou em reuniões o dia todo e acredito não ser possível. Poderemos marcar numa próxima oportunidade.
- Não iria tomar muito seu tempo. Por favor, é jogo rápido.

Anahí riu do outro lado.

- Vou te passar pra minha secretária ela vai verificar um horário melhor então.

Dulce sorria animada do outro lado até ouvir Anahí falar baixinho.

- Maite, alguém querendo uma entrevista. Não posso, se livra dela, por favor.
- Alô. – Maite falou logo em seguida.
- Oi, eu somente queria uma entrevista, por favor. – Dulce quase suplicava. – Acho que Anahí não está muito afim, mas prometo ser rápida. Por favor, me ajude.

Maite ficou tocada com a forma com que Dulce pedia.

- Olha moça, façamos o seguinte. Anahí veio a trabalho, mas trouxe a família com ela e quer ter momentos livres para levá-los para um passeio. Se você for muito, muito rápida, eu lhe digo onde ela estará amanhã à tarde e você faz a entrevista. Só não pode demorar mais que uma hora, no máximo. Anote meu telefone, para que me ligue assim que chegar lá.
- Prometo, menos que isso até, eu farei somente algumas perguntas.
- Tudo bem.

Maite passou o lugar e combinaram de se encontrar às duas da tarde. Dulce mal dormiu aquela noite. Acordou cedo, tirou todas as roupas da mala provando uma a uma.

- Qual está boa mãe?
- Dulce, ainda faltam mais de cinco horas para você encontrá-la.
- Estou ansiosa. Vou fumar!
- Vai nada! Você me prometeu parar. – zangou. - Parece uma adolescente indo para o primeiro encontro. – Blanca riu. – Vista-se da maneira que se veste sempre, não mude por isso. Quando estavam juntas ela gostava da forma como você era e se vestia.
- Ela não gosta mais daquela Dulce. – a morena falou amargurada.
- Gosta, só se decepcionou. E o tempo passou pra curar a ferida que você causou. Tente tratá-la bem agora.
- Sempre tratei bem Anahí.
- Eu disse tratar bem da ferida. Ela ainda existe, só está cicatrizada. Se tudo der certo cuide para que ela nunca mais pense no que aconteceu.

Depois do almoço foram para o local que Maite havia falado. Era um parque aquático e assim que Dulce entrou pensou logo em Luisa, provavelmente estaria ali por causa dela. Ligou para Maite e ela atendeu imediatamente. Maite indicou o lugar e Dulce foi até lá morrendo de medo, mas com toda a esperança que tinha no coração.

- Oi. – chamou Maite que estava de costas.

Maite se virou e deu de cara com uma morena alta, cabelos longos, olhos azuis da cor do céu. Não precisou de muito tempo para saber quem era.

- Ah não! Eu não acredito que caí nessa. Se Anahí souber que trouxe você pra cá eu perco meu emprego.
- Oi? – Dulce não entendeu.
Maite a pegou pela mão e saiu andando com ela pra um canto mais escondido.

- Você é Dulce, não é?
- É... eu...
- Ah, não me enrola! Eu sei quem você é. Por que fez isso? Anahí não quer vê-la, deixe-a em paz. Está feliz com a mãe e a sobrinha aqui, não estrague o seu passeio.
- Eu só queria vê-la. Não consigo viver sem Anahí.
- E como conseguiu até agora? Nasceu sem ela, não precisa dela pra viver. Ainda mais depois de tudo.
- Quem é você pra vir falar em depois de tudo? Por acaso sabe o que aconteceu?
- Nos mínimos detalhes, inclusive os mais sórdidos. Eu trabalho para Anahí, mas conheço a vida dela de cabo a rabo. Sei de tudo que ela passou, sei o quanto sofreu e ainda sofre. Ela é uma das melhores pessoas que já conheci, não mereceu o que passou.
- Se sabe de tudo, então também tem de saber que também sofri muito e que reconheço meu erro. Quero consertá-lo, queria uma chance, todos têm direito a uma. Se vivi até agora foi porque tive a ajuda de minha mãe. Anahí foi e ainda é parte de mim e se pudesse voltaria no tempo pra corrigir tudo aquilo. – seus olhos marejaram. – Nunca mais soube o que era felicidade, nem o que é um sorriso sincero. Sonho com ela todos os dias, lembro dela a todo minuto e chamo por seu nome sempre.

Maite olhava para Dulce com certa pena, sentiu sinceridade em suas palavras, mas não sabia o que podia fazer para ajudá-la.

- Escuta, não force as coisas. Dê tempo ao tempo.
- Mais? Faz cinco anos que não sei o que é viver.
- É... o tempo já correu mesmo.

O jeito de Maite falar era engraçado e fazia Dulce se sentir mais confiante com a situação; viu que ela poderia ser sua aliada.

- Você veio aqui só para vê-la? – Maite perguntou.
- Sim. – Dulce baixou a cabeça.
- Como descobriu?
- Ligando, perguntando.
- Quem lhe deu o telefone dela? Nossa se ela descobrir quem fez isso vai mandar matar.
- Foi Poncho.
- Ele não tem o telefone dela.
- Rocco passou pra ele, que depois me passou.
- Rocco é o marido da amiga dela, ou melhor, ex-amiga. Ela esteve com a gente semana passada. Angelique o nome dela. Procurou Anahí quando precisou, mas no passado a deixou na mão. Muito cara de pau; não fui com a cara deles.

Dulce achou graça da revolta da moça.

- Ri não, viu? Angelique largou Anahí logo que vocês se separaram por conta da gravidez e ela teve de morar sozinha, depois de favor, até que conseguiu um emprego mais ou menos. Passou um aperto só.
- Não sabia disso.
- Pois é. Olha eu tenho que sair, daqui a pouco ela dá pela minha falta. Não a importune. se quiser vê-la, está no brinquedo com a sobrinha e a mãe dela está no restaurante. A deixei lá e vim me encontrar com você. Fique longe, não force. Vá com calma e use a imaginação.
- Vou tentar. – falou desanimada.
- Quer ouvir uma coisa boa? Eu acho que ela ainda a ama. Sonha com você, chama por seu nome também. Eu já dormi com aquela figura. Ela só não sabe que sei, mas ainda está magoada. Cuide para que essa mágoa passe.
- Já dormiu com ela?!
- Não é isso que está pensando, eu gosto do outro lado da coisa. – riu.

Dulce achou graça, depois deu um sorriso confiante por conta das palavras de Maite. Despediram-se e foram em direção opostas para não dar na pinta. Quando Dulce se aproximou do restaurante para falar com a mãe levou um susto, ela conversava com Tisha.

- Então Dulce veio passear, espairecer. Anda trabalhando demais. – Blanca falou.
- Já Anahí está a trabalho, mas aproveita as horas vagas para passear. Ela adora paparicar a sobrinha.

Tisha sabia da história toda, mas nem tocou no assunto. Imaginou em sua ingenuidade que tudo estava esquecido. Conversava com Blanca como se fossem comadres. Dulce ainda estava distante quando viu que Anahí se aproximou com Luisa. Estava linda, usava um short jeans e uma blusa branca aberta e amarrada na cintura, escondendo a parte de cima do biquíni, sua barriga ficou meio a mostra, imaginou que Anahí devia se exercitar. Viu que ela se espantou com a presença de Blanca e fechou o cenho.

- Mãe! É... Blanca?! – não entendeu direito. – Eu... é... Como nos... o que faz aqui? – perguntou surpresa e a cumprimentando.
- Vim passear um pouco. A Bahia é meu lugar predileto, tem as praias mais lindas do Brasil.
- De fato.
- Está bonita menina, como consegue ficar mais linda com o tempo? – Blanca sorriu e deixou Anahí encabulada. – Gostei de revê-la. Sua mãe me contou que veio a trabalho, te vi numa revista e fiquei muito feliz de saber que está progredindo no trabalho.
- Obrigada. Você veio sozinha?
- Não, ela veio comigo.

Anahí ouviu uma voz rouca atrás de si. Sentiu seu corpo estremecer e o coração acelerar. Virou-se e estreitou os olhos quando viu Dulce.

- Oi Anahí. – os olhos se encontraram.
Maite que chegava com um suco nas mãos e viu a cena a metros de distância.

- Putz! Danou-se!
- Mãe, vamos embora! – Anahí chamou.
- Não precisa sair, já estou de saída. – Dulce falou seriamente. – Vamos mamãe.

Blanca pediu licença, mas antes de sair falou a Anahí.

- Fiquei mesmo feliz em revê-las. – abraçou a loirinha.

As duas saíram e mais uma vez Dulce olhou para Anahí de uma forma tão intensa que ela baixou o olhar.
Anahí passou o resto da tarde totalmente descontrolada. Chegou a derrubar um copo de água de coco em cima da mesa.

- Ai meu Deus! Cuidado Luísa, senão vai molhar sua roupa.
- Tia eu já estou molhada da piscina. – a menina falou olhando cismada para a tia.
- Ah é.

Maite riu da cena.

- Anahí, há quanto tempo não vê aquela moça?
- Que moça mãe?
- Sabe que estou falando de Dulce.
- Desde a minha formatura.
- Deveria então evitar encontrar com ela. Se fica assim toda vez que acontece...
- Como toda vez mãe? Disse que não a vejo faz muito tempo e não tem nada de errado comigo. Não tem como eu evitar encontrar com Dulce nos lugares públicos.
- Muita coincidência encontrá-la aqui na Bahia. – Tisha falou desconfiada.
- É assim mesmo. – Maite entrou no assunto. – Olha, eu fiquei admirada com a altura dela. Como é alta minha gente. Nunca vi um rosto tão... marcante. – jogou pra ver o que Anahí iria falar.
- Pra quem viu de longe você reparou bem. – Tisha logo cortou. – Se não gosta de vê-la Anahí, deveria evitar então.
Apesar de aceitar a opção da filha Tisha não queria que ela se envolvesse com alguém, preferia que ficasse só. Saiu com Luísa para buscar um sorvete e essa foi a oportunidade de Maite jogar a sementinha da esperança, como ela mesma dizia.
- Ela é mais bonita do que eu imaginava.