Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Dulce estava afundada em papéis quando Christian entrou na sala.

- Hoje eu fico aqui até mais tarde, não me traga mais coisa pra ler.
- Vim dizer que Poncho está voltando.

Dulce levantou a cabeça.

- Que ótimo. Quando?
- Ele conseguiu se transferir e chega semana que vem. Vai dar aulas na Federal. Vamos sair, quer ir conosco? Vamos ao antigo bar onde eles tocavam.
- Eu adoraria, mas que dia vai ser? Devo viajar essa semana para Curitiba. Deve ser pra semana isso.
- Te aviso então, se você tiver aí a gente sai.

Como previu a viagem caiu no mesmo dia que Poncho chegaria e Dulce não pode ir, para a sorte de Christian que a convidou ao mesmo tempo em que Poncho convidou Anahí; o encontro seria desastroso.

- Nossa Poncho, quase dou uma mancada, já fui logo convidando Dulce. Não sabia que ia chamar Anahí. – falou com o rapaz no telefone.
- É; foi uma coincidência ruim.

Poncho contou mais ou menos o encontro das duas e o que tinha feito para Dulce entrar em contato com Anahí.

- Se ela souber nunca mais olha na sua cara. Anahí tem verdadeiro ódio de Dulce.
- Eu ainda torço para as duas.
- Você tem muita esperança. Ali não tem mais jeito.

Anahí chegou ao Rio trazendo Maitê e Sarah com ela e se instalaram no hotel, depois foi para a reunião e deixou a secretária passeando pela praia com a filha; teriam algumas horas livres. Quando voltou encontrou as duas no quarto, bateu na porta e foi Sarah quem abriu.

- Ei mocinha, cadê sua mãe?
- Ta no banho. Vamos mudar pra cá! – falou como se tivesse contando que comprou uma roupa nova.
- Como é?
- É, falei com ela que se for melhor pra ela, nós mudaremos.
- Não ficará chateada de perder os amigos em São Paulo?
- Eu sou gente boa, faço amigos em qualquer lugar.

Anahí não pode deixar de rir. Sarah era diferente fisicamente de Maitê, mas em personalidade era uma cópia fiel. Decidida, extrovertida e totalmente desapegada.

- E aí Anahí, deu tudo certo? – Maitê perguntou saindo do banho.
- Graças a Deus, foi uma reunião tranquila. Já estava tudo acertado e pelo visto aqui também. Sarah me falou da mudança.
- Pois é, ela quer vir. Ta mais empolgada que eu. – Maitê sentou na cama, estava enxugando os cabelos com a toalha. – Olha, não tenho parentes em São Paulo mesmo, minha mãe mora com minha irmã em Goiânia e é longe do mesmo jeito. Morando aqui acho que terei mais oportunidades.

Anahí se animou ao ouvi-la falar.

- Quando mudamos? – perguntou sorrindo.
- Agora é só ver com Ucker. Preciso procurar um apartamento aqui, mas podemos vir antes e ficar num hotel.
- Você disse que me ajudaria com um aluguel, pensei direito depois. Por que não moramos juntas? Se não for incomodá-la. Assim economiza aluguel que aqui também não é barato e eu financio um imóvel, negociamos o pagamento das prestações. Se tiver que pagar um aluguel, pago as prestações então, ou parte delas.
- Sua idéia é melhor que a minha.
- Sempre. – Maitê gargalhou.
- Eu devia me casar com você mesmo, não quer mudar de lado?
- Ai com tantas decepções no mundo masculino eu estou pensando seriamente.
- Bom, vou pro meu quarto, tomo um banho e depois vamos sair. Combinei de ligar para um amigo que se mudou pra cá de novo, o Poncho, já lhe falei dele.
- Já sim.
- Vamos sair. Nada chique hein, barzinho só.
- Eu preciso ir? – Sarah perguntou.
- Não ta afim?
- Ah mãe, papo de músico, de negócios. Vai passar um monte de seriado que eu gosto e um filme; quero ficar.
- Você quem sabe ué.

Anahí ligou para Poncho e os dois combinaram de se encontrar no bar onde tocavam antigamente. Ao entrar sentiu saudade e seu coração se apertou. Olhou para o palco, ainda ficava no mesmo lugar, havia um conjunto com três músicos. Seus olhos se encheram de lágrimas. Sentiu dois braços a envolverem e falar baixinho.

- Sabia que eu já toquei aqui com a loirinha mais linda do mundo? – Poncho sorriu.
- Poncho! – Anahí se virou. – Que saudade de você meu amigo!
- Achei que nunca mais a veria. Só pela internet ou revistas. Agora que é uma empresária chique, não encontra mais com os amigos.
- A culpa é da minha secretária que não coloca diversão na minha agenda, só trabalho. – mostrou a amiga. – Poncho, essa é Maitê minha secretária, amiga, conselheira, às vezes mãe, às vezes madrasta e também meus dois braços. – riu.
- Muito prazer, você também é famosa. – a cumprimentou com dois beijinhos no rosto. – Quando falo com Anahí você é mencionada em todas as conversas.
- Ela não vive sem mim.
- Gente vamos sentar, a nossa mesa está vazia. – apontou a mesa que sempre se sentavam. – Vem mais alguém?
- Christian somente.
- Somente né? – Anahí olhou desconfiada.
- Sim, Dulce não está na cidade, viajou.
- Pra onde? – Anahí perguntou sem pensar. – Digo, não quero saber. Eu encontrei com ela em Salvador. – fechou o cenho.
- É? – Poncho fingiu espanto. – Como foi isso gente?

Maitê olhou pra ele e sabia que estava mentindo.

- Foi num parque, estava com a mãe, coincidência aquilo. Não entendi sabe, senti dedo seu na história, mas prefiro acreditar que não fez isso comigo.
- Há muito não falo com ela, recebo e-mails, mas só spams e raras notícias. – na realidade Poncho se comunicava com Dulce tanto quanto com Anahí, mas achou melhor omitir isso.

Christian chegou e ficou surpreso ao ver a loirinha.

- Como está diferente!
- Espero que seja um elogio. – Anahí brincou.
- Claro que é! Está linda! Nem parece que o tempo passou pra você.
- Ah passou, pode acreditar.
- Deve arrasar corações.
- Ela arrasa, principalmente quando não dá bola pra eles. – Maitê falou tirando risadas de todos.
- Christian, Maitê, Maitê, Christian. – fez a devida apresentação.
- Gente amanhã vou passear com Maitê. Penso em ir ao Jardim Botânico, vamos?
- Eu vou. Aquele lugar recarrega minhas energias. – Poncho falou animado.

Um garçom se aproximou e reconheceu os dois músicos.

- Meu Deus! Vou chamar seu Antonio, ele vai gostar de vê-los. – chamou o dono do bar que veio animado.
- Poncho! Anahí! Que alegria vê-los aqui. – abraçou os dois. – Como vão? Nunca mais vi vocês dois nem o restante da banda.
- Ah seu Antonio, cada um foi pra um lado.

Poncho contou resumidamente a vida de cada músico e ao final o dono pediu que eles dessem uma palhinha.

- Uma música só Anahí? – Poncho perguntou.
- Vamos lá, preciso exercitar meu piano.
Dulce saiu do fórum muito cedo, olhou no relógio e resolveu correr no hotel e fechar a conta, se o trânsito ajudasse conseguiria um vôo para o Rio e chegaria lá a tempo de sair com Christian e Poncho. Pegou o carro no estacionamento e foi direto para o barzinho, se sentia animada e nem sabia o motivo. Quando entrou viu Anahí tocando com Poncho. Ficou paralisada na porta, chorou silenciosamente, tinha vontade de correr até ela e pegá-la no colo. Amava aquela mulher, vê-la e não poder tocá-la era doloroso demais. Ia saindo quando bateu de frente com Maitê.

- Desculpa eu não queria... Ei, eu te conheço.
- Claro, sou a santa que lhe deu o privilégio de ver sua ex. Maitê ao seu dispor. – brincou.
- Muito bem-humorada você.
- Aonde vai? Ou melhor, aonde ia?
- Eu vim ver Poncho, mas não vou arriscar chegar perto dela.
- De fato agora não é a melhor hora, mas olha, amanhã eles estão combinando de ir lá no Jardim Botânico.
- Anahí adora aquele lugar.
- Então vá também, nesse horário. Te mando uma mensagem.

Dulce achou estranho a moça ajudá-la.

- Não que eu esteja achando ruim, mas por que está fazendo isso?
- Digamos que eu tenha me simpatizado com você e que seu santo é forte. Porque em qualquer outra situação eu teria te mandando praquele lugar morro abaixo pra ir mais rápido. Traição não é algo perdoável, mas eu vi sinceridade em você. Todo mundo erra e tem que ter ao menos uma chance de consertar o erro. Você merece uma.
- E vou agarrá-la com todas as forças que tiver. Obrigada. – Dulce segurou as duas mãos de Maitê e agradeceu.
- Amanhã hein?
- Ah, o meu telefone não é aquele, já até joguei o chip fora. Anote o meu número do Rio.
- Ainda bem, senão mandaria mensagem lá pra Salvador. – Maitê riu.

Depois de passar o número, Dulce ainda ficou do lado de fora observando Anahí e morrendo de vontade de estar ao seu lado.

- É, se estou passando por isso, é por culpa minha mesmo. – disse baixinho.

Quando Maitê voltou, Anahí estava descendo do palco.

- Você ingrata, nem nos viu tocar direito.
- Fui ao banheiro, cerveja é isso aí, você bebe um copo e faz cinco litros de xixi.

Todo mundo na mesa riu.

Depois de certa hora sentaram em uma mesa do lado duas três mulheres e um rapaz. Uma delas olhava insistentemente para Anahí.

- Ei Anahí, está de olho em você. – Poncho falou.
- Sem chance.
- Por que não? Você ta solteira ué.
- Ela aguarda pela princesa encantada. – Maitê brincou.
- Não quero qualquer mulher na minha vida. Nunca fui disso.
- Escolhe, escolhe e ainda erra. – Christian riu, mas viu que a piada foi fora de hora. – Mas nada impede de querer acertar de novo.
- Quando for o momento terei alguém.

A moça da mesa ao lado quis puxar papo, mas Anahí logo foi embora com Maitê.

A manhã seguinte foi animada pela ida ao Jardim Botânico. Maitê achou o lugar maravilhoso, tirou muitas fotos de Sarah, que ficava fazendo pose o tempo todo.

- Essa idade é fogo viu? Ah lá, ta se achando a modelo. – Maitê arreliou a filha.
- Deixa ela, mulher.
- Depois pega as fotos e coloca no Instagram, Facebook, Twitter e por aí afora.
- Nossa, são tantas redes sociais que eu me perco, não tenho nada disso. To desatualizada virtualmente. – Anahí brincou.
- Eu também não, tinha um facebook, mas acabei encerrando a conta. – Poncho falou.

Maitê aproveitou a distração de Anahí e mandou uma mensagem para Dulce, que retornou em segundos dizendo que aguardava do lado de fora. Dali pra frente era Deus e o destino.

Dulce entrou de carro e o estacionou num lugar mais reservado, mesmo tendo trocado de veículo ficou com medo de Anahí perceber. Começou a caminhar com os olhos atentos, ela não poderia vê-la primeiro. Avistou o pessoal perto do orquidário. Ficou escondida atrás dele e pensando em qual seria sua abordagem.

“Se eu for educada, ela sairá correndo. Se for mais estúpida, ela também sairá correndo.”

Dulce resolveu da forma que achou melhor. Quando viu que Anahí saiu aproveitou que ela falava ao telefone e estava distraída ficando mais atrás do pessoal e a puxou para um canto.

- Peguei você! – Dulce falou.

Anahí deu um grito que foi logo abafado pela mão de Dulce.

- Não grita e fica calma que eu não vou fazer mal a você. Quero só conversar e te falar umas coisinhas. Isso será possível?
- Ahan. – Anahí falou ainda com a boca tampada.