Fanfic: 💖Melodia💖💖Portiñon💖💖Adaptada💖💖FINALIZADA | Tema: Portiñon

Dulce acabou aceitando e dado na boca é que ela não ia recusar mesmo. Passaram a tarde conversando e sem perceber contaram suas vidas nos anos que passaram.

- Então você conheceu Morten Harket? Eu sou apaixonada por ele! – Dulce falou.
- Sim. Quando estive na Noruega. Isso tem quase um ano. Ele é lindão! - sorriu. – Tenho fotos com ele e o restante da banda.

Anahí mostrou as fotos e também outras com artistas do Brasil e exterior. Dulce se sentiu orgulhosa dela, sabia que Anahí tinha a vida que sonhara.

- Eu dizia que você ia viajar o mundo todo e estava certa, olha aí.

Anahí sorriu sem graça e Dulce mudou de assunto.

- Eu pouco viajei, mais a trabalho. Fiz apenas uma viagem a Nova York num congresso sobre união homo afetiva.
- Agora está aprovado.
- Sim, foi um avanço, apesar de achar que não é isso que muda a situação do homossexual no Brasil. Como diz minha mãe: o buraco é mais embaixo. Para que sejamos aceitos é preciso ter educação e isso ainda não é unanimidade nesse país.
- Quando esteve lá?
- Meados do ano passado.
- Olha! Eu estava lá em julho. Na verdade fui à Flórida levar Luísa à Disney e depois passei uma semana em Nova York. Comprei equipamentos para o estúdio em São Paulo.
- Então levou Luísa à Disney? – Dulce deu um sorriso meio de lado. - Quem se divertiu mais? – brincou.
- Ah, confesso que adorei o lugar. – a loirinha falou timidamente. – Luísa se divertiu muito também ta. – justificou.
- Claro, ela que teve a ideia de ir.
- E foi mesmo! Ela viu na TV e perguntou onde era.

Dulce sorria divertida com as justificações de Anahí.

- Para de me zoar. – deu um tapinha na perna da morena.

Conversaram durante tanto tempo que nem viram a noite chegar.

- Acho que tomei muito seu tempo, você passou a tarde aqui. – Anahí olhou no relógio.
- O tempo passa rápido demais quando estou com você. E na verdade eu queria ficar mesmo. – olhou em seus olhos. – Pra saber se está melhorando e porque gosto de ficar ao seu lado. – baixou a cabeça.

Anahí não sabia o que dizer. O que queria era correr para os braços dela, mas seu orgulho não deixava. Não queria quebrar aquele momento, sentia que estava perdendo a guerra entre amor e ódio.

- Quer conhecer o estúdio aqui de casa?
- Vamos lá.

Anahí a puxou pela mão e a levou até o pequeno estúdio que tinha montado.

- É menor, só pra que eu possa tocar sem incomodar os vizinhos e também gravar alguma coisa quando preciso.

O lugar era todo branco e cinza, num estilo moderno. Havia alguns quadros na parede com fotos de Anahí e vários músicos conhecidos, além de Ucker e amigos de São Paulo. Tinha um piano de cauda, um violão, guitarra e alguns instrumentos de percussão, além de um teclado que parecia ser de última geração. Na pequena cabine havia uma mesa de som digital e microfones espalhados.

- Muito bonito e você toca todos esses instrumentos? Violão já vi que sim, lá no outro estúdio.
- Também toco sax, percussão às vezes, arrisco na flauta, mas me identifico mesmo é com o piano. Esse eu comprei por intermédio de um amigo, músico também, fez sucesso com uma música na novela.
- Que música? – a pergunta foi proposital.

Anahí abriu o piano e começou a tocar.

- Chama-se talking to the moon.

“I know you're somewhere out there
Somewhere far away
I want you back
I want you back
My neighbors think
I'm crazy
But they don't understand
You're all I have
You're all I have

Tocava com os olhos fechados sentindo ser transportada para outro mundo.

At night when the stars
Light up my room
I sit by myself
Talking to the moon
Try to get to you
In hopes you're on
The other side
Talking to me too
Or am I a fool
Who sits alone
Talking to the moon
I'm feeling like I'm famous
The talk of the town
They say
I've gone mad
Yeah, I've gone mad
But they don't know
What I know

Dulce estava fascinada, debruçou no piano e nem piscou os olhos como se não quisesse perder um segundo daquele momento. Sentiu-se voltando no tempo; seu coração se encheu de esperança e amor novamente.

Cause when the
Sun goes down
Someone's talking back
Yeah, they're talking back
At night when the stars
Light up my room
I sit by myself
Talking to the moon
Try to get to you
In hopes you're on
The other side
Talking to me too
Or am I a fool
Who sits alone
Talking to the moon
Do you ever hear me calling?
Cause every night
I'm talking to the moon
Still trying to get to you
In hopes you're on
The other side
Talking to me too
Or am I a fool
Who sits alone
Talking to the moon
I know you're somewhere out there
Somewhere far away”

Quando Anahí terminou seus olhos se encontraram.

- É essa... – Anahí falou sem deixar de olhar para ela. – Deve conhecer...
- Sim, já a escutei muito... – Dulce foi se aproximando dela. – É linda.
- Eu adoro essa música...
- Não é só a música. – Dulce se aproximou mais se sentando ao lado de Anahí; não conseguia mais segurar a vontade que tinha de beijá-la, mas se conteve e ficou esperando bem próxima ao rosto dela.
- Me dá um beijo? – a loirinha pediu quase num sussurro.
Dulce sorriu como se escutasse a voz de um anjo. Anahí colocou as duas mãos em seu rosto e viu as lágrimas saírem de seus olhos; as enxugou com o polegar, depois beijou as bochechas e aqueles olhos castanhos que nunca esquecera. Dulce sorriu diante do momento esperado, suas bocas se aproximaram lentamente até que os lábios encontraram um ao outro, reconhecendo o toque que há muito sentiam falta. Foi um beijo delicado, carinhoso, cheio de ternura. Dulce passou a mão atrás da nuca de Anahí e a aproximou mais. Suas línguas se acariciaram saciando e matando a saudade. A loirinha se entregou por completo, abandonou seu corpo como sempre fazia. Somente a falta de ar separou suas bocas. O medo que Dulce sentiu achando que Anahí iria repudiá-la depois era tanto que não teve coragem de dizer nada. Quando abriu os olhos e viu os de Anahí se fixou neles esperando uma reação dela. Então Anahí encostou sua testa na dela e sorriu.

- Ontem eu me perguntei por que tinha conseguido tudo que queria na vida, mas o que dava mais valor estava longe de alcançar.
- E o que era? – Dulce tirou alguns fios de cabelo que caíam no rosto de Anahí.
- Felicidade, ela sempre me escapa. Por mais que eu tente senti-la através de outras coisas, acho que ela só está em um lugar.
- Aonde? – Dulce falou num sussurro.
- No amor...

Dulce sorriu com ela.

- Eu a amo, nunca deixei de amar. Rezei todos os dias para que me perdoasse e voltasse a me amar.
- Nunca deixei de amá-la.
- Me perdoa por todo mal que lhe causei e lhe fiz passar. Não era para ter ficado sozinha, não era para você sofrer. Eu lhe prometo que de hoje em diante farei da sua vida a mais feliz; prometo me dedicar a você sempre e serei completamente sua. – beijou-lhe os lábios, mas agora com paixão, com ímpeto, quis mostrar que falava a verdade.

Os beijos se tornaram mais ardentes, mas Dulce não queria agir no impulso, queria muito Anahí, mas tinha que ser no momento certo, não gostaria de ouvir a palavra arrependimento depois. Pararam por instantes para se recomporem, Anahí já estava quase no colo de Dulce. Por um momento sorriu lembrando-se de algo.

- Você me disse que o próximo beijo que me daria, seria porque eu iria pedir...
- Esperar por esse pedido foi um martírio. – sorriu.
- Quer dormir aqui comigo?

Dulce quase não acreditou no que ouviu.

- Tem certeza, se eu dormir aqui vamos...
- Eu quero que durma comigo.
- Não trouxe roupa de novo. – sorriu.
- Bom, tem as de Maitê, a de ontem não ficou ruim, ainda está lá no meu quarto.

Dulce se levantou da cadeira e sem que Anahí esperasse a pegou no colo, como fazia antigamente.

- Que é isso?
- Eu sei que você gosta.

Anahí sorriu. Dali foram para o quarto.

- Preciso tomar banho. – falaram ao mesmo tempo.
- Pode ir, depois eu vou.

Dulce achou melhor não ir junto. Quando Anahí saiu do banho ela entrou e tomou o seu. Vestidas e deitadas na cama a loirinha reclamou de fome.

- Temos o restante do almoço. – Dulce falou.
- Eu queria uma coisa mais calórica. – Anahí riu que nem criança.
- Tipo o que?
- Uma pizza ou um hambúrguer.
- Não acha que pra quem estava com enjoo e vomitando isso seria muito pesado há essa hora?
- É tem razão. – falou murchando.
- Conheço um restaurante que entrega comida em casa e eles fazem sanduíche também.
- Então liga, que até chegar eu morrerei de fome.
- Nossa senhora, esta varada desse jeito? – Dulce brincou e recebeu uma almofadada nas costas.

Pediu dois sanduíches e voltou pra cama. Estava se sentindo meio perdida, não sabia se avançava o sinal ou se ficava na sua esperando por Anahí. No fundo se sentia ridícula em estar assim em cima do muro; nunca agira desse jeito.

- Que foi? – Anahí a olhou.
- Nada, estou pensando aqui.
- Em quê?