Fanfic: Broken Hearts - AyA | Tema: Rebelde (RBD), Anahí e Alfonso, AyA

Ao se olhar no imenso espelho a sua frente, Anahí espalhou por seus lábios uma generosa camada de seu batom cor de rosa, terminando assim a sua maquiagem impecável. Após isso, a mesma minuciosamente analisou o seu reflexo, iniciando-se pelos seus olhos azuis os quais pareciam mais escuros naquela noite devido a uma combinação de sombra escura e delineador. Em seguida, vislumbrou as suas bochechas levemente coradas pelo blush e um batom rosado por fim dava cor aos seus lábios.

Seguindo com seu olhar detalhista ela observou agora o seu vestido na cor rosa o qual começava justo nos seus seios havendo assim uma fenda poderosa que deixava a mostra seus peitos volumosos. Logo após, o vestido continuava justo moldando o seu corpo curvilíneo e possuía na altura da sua cintura um fino cinto perolado rosado demarcando as suas curvas. E finalmente, após o cinto a saia abria levemente.

Nas laterais das costas havia uma aplicação de delicados pedaços de rendas sobre um tule transparente e restante das suas costas alvas ficavam descobertas. Contudo, uma cascata de cabelos castanhos cacheados perfeitamente alinhados caiam escondendo a sua pele descoberta.

O seu vestido de rendas francesas combinava perfeitamente com seus sapatos scarpins nude e com seus longos brincos dourados. Era uma harmonia perfeita de maquiagem, vestido, sapatos e joias.

No entanto, ali se vislumbrando no espelho, Annie não viu no reflexo a mulher poderosa que havia se tornado, pelo contrário, viu aquela ingênua e doce Anahí ainda adolescente. Uma Anahí, que estava com nervos a mil, nervosa pelo o seu primeiro encontro há exatos doze anos atrás. E ali perdida em sua miragem e perdida entre aquelas duas Anahí`s, a morena voltou no tempo facilmente.

Depois de ter experimentando todas as roupas possíveis que estavam em seu closet, Anahí colocou o seu vestido floral favorito o qual possuía um discreto decote e terminava na altura do joelho, penteou tranquilamente seus longos cabelos loiros até que ficassem brilhosos e sedosos, passou somente um batom rosado nos lábios e colocou por ultimo a sua melhor sapatilha preta.  Logo depois, foi  ao encontro de Alfonso. 

Ao atravessar as ruas de pedras, ela avistou o elegante e convidativo restaurante a sua frente. Aquele sem dúvida era o seu lugar favorito, contudo, preferiria ter o seu encontro em uma simples lanchonete, pois, aquele era o restaurante mais caro da região e não tinha certeza se Alfonso conseguiria pagar uma jantar ali. Apesar que, o mesmo havia insistido veemente em encontrá-la naquele lugar.

Ao aproximar-se da entrada do restaurante notou pelas paredes de vidro, Alfonso sentando em uma mesa mais afastada observando o céu lá fora. E naquele instante, Annie sentiu-se ainda mais aflita e inquieta. A loira havia aguardado por aquele encontro desde da noite anterior a qual Poncho tinha feito o convite no parque de diversão. E agora, finalmente tinha chegado o momento.

A loira respirou profundamente na tentativa inútil de se controlar, porém havia sido em vão, já que, a ansiedade a definia. Então, tomou coragem e adentrou no ambiente. No instante o qual entrou, Alfonso a viu e posteriormente ergueu-se da sua cadeira com um longo sorriso, deixando a mostra uma fileira de dentes brancos perfeitos.

Anahí, portanto, sentiu o seu coração palpitar loucamente em seu peito. Ele estava mais bonito ainda, se era possível isso. Alfonso, tinha seus cabelos negros perfeitamente penteados para trás com ajuda de um pouco de gel. E trajava uma bela camisa azul marinho com uma calça jeans preta. Bem diferente das suas roupas simples o qual usava no parque de diversão na noite anterior. E para finalizar, tinha em seu rosto o sorriso mais cintilante do mundo, capaz de cegar todos que estivesse à sua volta.

— Oi. Pensei que não fosse vir mais. - Falou no momento no qual ela ficou ao lado da mesa que ele havia reservado para ambos. A sua voz soava em tom aliviado.

— Eu cumpro o que prometo. Portanto, aqui estou eu. - Respondeu neutramente.

— Você está linda. - Elogiou analisando-a minuciosamente. — São para você. - Falou entregando um belo buquê de peônias.

— Obrigada. - Agradeceu envergonhada. Ela levou as rosas próxima ao seu nariz e inalou o seu cheiro delicioso.

Após sentarem-se nas cadeiras o garçom veio atendê-los. Anahí pediu a comida de sempre e Alfonso a acompanhou no pedido.

— Já que estamos em um encontro quero saber tudo sobre a sua vida. - Pediu entusiasmado.

— Não estamos em um encontro oficial, apenas concordei em sair com você devido a sua loucura na roda gigante. - Falou tranquilamente apesar que o seu coração batia freneticamente em seu peito. — Quando estamos em um encontro, significa que uma das pessoas tem um certo interesse na outra, o que este não é o meu caso. 

— Você é muito má. - Replicou sorrindo. —  Mas saiba que eu tenho muito interesse em você senhorita Portilla, portanto estamos sim em um encontro. - Rebateu seguro de suas palavras. — Agora me conte tudo sobre a sua vida. Tenho todo tempo do mundo. - Esclareceu a mirando atenciosamente.

— Bom, eu sou filha única. - Começou a falar vendo que não conseguiria conter a curiosidade de Alfonso. — Minha mãe morreu no meu parto e desde então fui criada pelo meu pai. Que sempre fez maravilhosamente papel de ambos. - Contou em tom admirado. — Amo ler, andar a cavalo, passear pela natureza. Ir nos bailes a noite para dançar. - Enumerou todos os seus hobbies com um longo sorriso. — Ao contrário de muitas pessoas eu amo morar no Texas. Apesar de ser uma cidade pequena e bem pacata, eu não quero me mudar aqui. Me acostumei com a tranquilidade daqui, e não conseguiria viver em uma cidade grande. - Esclareceu serenamente. Alfonso analisou-a e teve um certo fascínio ao notar o brilho nos olhos azuis.

— Também quero morar aqui para sempre. Me casar, ter filhos e ficar aqui até ficar velhinho. - Informou com sorriso sonhador. — E quais são seus sonhos? - Indagou bebendo um gole de água sem interromper a troca de olhares.

— Isso já virou um interrogatório. - Poncho sorriu com aquele ar divertido. — Ok. Eu falo. - Disse vencida pelo sorriso maravilhoso do homem à sua frente. — Meu sonho é cursar direito. E ser uma advogada de renome. Mas para isso, preciso ir para outra cidade e isso está me deixando realmente dividia. - Expôs com a voz lamentosa

— Eu te entendo porque também tenho sonho de cursar uma faculdade. Realmente é triste ter que sair daqui . - Manifestou com a voz desgostosa.

Antes que eles continuassem a conversa o garçom trouxe os pratos com as comidas interrompendo a conversa amigável.

— Isso está maravilhoso. - Disse enquanto colocava uma garfada na boca, revirando os olhos diante tanta êxtase. — Agora que eu contei da minha vida, me conte da sua.

— Eu sou o primogênito da família. Tenho dois irmãos. O Christian, que nasceu depois de mim e a caçula da família, a Beatriz, mais conhecida por Bia. A minha mãe faleceu de câncer quando tinha 10 anos. - Disse com a voz amargurada. — Depois disso sobramos só eu, meu pai e meus irmãos, e então ficamos muito mais unidos. Eu trabalho na fábrica de seu pai desde meus quinze anos, pois meu pai não estava conseguindo mais manter a casa só com trabalho dele. - Explicou ao passo que degustava a comida. — Eu amo passear pela natureza, andar a cavalo e principalmente nadar na cachoeira. - Citou radiante. — E Sabe o que é mais engraçado? nós moramos aqui a vida inteira e não nos conhecermos. Realmente o destino conspirou para nós encontrarmos. - Falou dando uma piscada para ela.

— Você conspirou para nos conhecermos, foi você que se sentou ao meu lado. - Argumentou disparada. — E fez aquela toda aquela loucura para que eu saísse com você. E ainda por cima copiou os meus hobbies. - Acusou ultrajada.

— Não estou copiando os seus hobbies, eu realmente amo fazer isso tudo. - Alegou tranquilamente encostando-se na cadeira atrás de si. — É só uma imensa consciência tudo - Houve um pausa. — Eu diria que é destino. - Completou com um leve sorriso no cantos dos lábios erguendo a taça de vinho em direção a Anahí.

Rapidamente, Anahí balançou a sua cabeça interrompendo aquela lembrança, piscando  algumas vezes para retornar a sua maravilhosa realidade.

Todavia, apesar de retornar ao presente, a palavra destino ainda reluzia na sua mente por um tempo. E consequentemente fez surgir certas dúvidas perturbadoras: será que o destino era o verdadeiro dono da sua vida? Será que havia sido ele que colocou Alfonso em sua vida transformando-a por completo? E será que tinha sido ele o culpado por ter sido usada como moeda de troca de Alfonso? 

Pois, se realmente era ele quem conduzia o curso da sua vida durante esse tempo todo, então o único culpado por ter trazido Alfonso para a sua vida era o destino. Já que, tinha feito a sua vida perfeita ficar destruída. 

 Todavia, tinha uma coisa que não poderia negar: o único presente que tinha ganhado durante esses destroços, tinha sido o seu filho Miguel. Somente ele. Miguel era a luz no fim do túnel para Anahí diante tanta ruína.  

Eram tantas perguntas sem nenhuma resposta.

Então, um riso abafado de deboche saiu por seus lábios. Não. Claro que não. O destino não comandava a sua vida, pois ela nem sequer acreditava nisso. Ela que conduzia e além disso, Anahí jamais deixaria que o mesmo mandasse em algo tão importante como a sua vida. 

Agora, a resposta era obvia: O único culpado por todo o seu sofrimento era Alfonso Herrera. Somente ele.

Annie respirou profundamente, dissipou aqueles pensamentos e se olhou pela última vez no espelho constatando que estava perfeita. Pegou seu sobretudo preto em cima da cama e saiu seu quarto para encontrar Alfonso.

💔

Alfonso, estava na sala de estar aguardando há quase meia hora por Anahí. Estava impaciente e levemente irritado pela demora. Todavia, ao ouvir o barulho do sapato contra o chão, ele virou-se e deparou-se com uma bela Anahí vindo em sua direção.

Seu vestido justo valorizava o seu corpo curvilíneo, seus cabelos soltos estavam perfeitamente alinhados e o seu delicado rosto estava iluminado e destacado com uma maquiagem. Ela descia as escadas vagarosamente com um longo e convidativo sorriso nos lábios cor de rosa. Sua expressão era altiva, seu queixo estava levemente erguido e a sua postura era perfeitamente ereta.

A sua roupa, o modo de caminhar e sua expressão demonstrava que ela era uma mulher distinta a todos. Uma verdadeira rainha.

A garganta de Alfonso naquele momento secou-se e ele sentiu o seu coração, que antes batia tranquilamente, aumentar a sua frequência cardíaca. Droga, não conseguia interromper o contato visual com aquela mulher a sua frente. Estava literalmente perdido.

— Estou pronta. Podemos ir. - Falou Anahí com a voz neutra ficando a frente do moreno.

— Finalmente você desceu. Estava até desistindo já. - Falou com a voz dura tentando controlar os seus sentimentos desconhecidos. — Podemos? - Questionou impaciente apontando para a imensa porta de saída.

Anahí soltou um pequeno suspiro, revirou os olhos discretamente e acompanhou Alfonso até a saída.

💔

O caminho até o restaurante foi silencioso. Ambos ficaram imersos em seus pensamentos durante todo trajeto. Alfonso se censurava internamente para que não demonstrasse nenhum sentimento o qual havia sentido ao ver Annie descendo aquelas intermináveis escadas e Anahí possuía ainda muito nítidas lembranças do seu primeiro encontro com Herrera. Ela tentava evitá-las, porém, parecia ser algo quase impossível.

O lugar o qual tinha escolhido para jantar estava superlotado de pessoas. Como tinham reservado com antecedência, eles haviam conseguido o melhor lugar para aquele encontro: o terraço. Sentados em uma mesa próxima a parede de vidro, eles podiam vislumbrar a bela Nova York. Tudo parecia menor estando no quinquagésimo andar do restaurante. Os prédios, as casas, o Central Park. Pareciam tão minúsculo perante eles. Contudo, as luzes de longe pareciam ainda mais cintilantes.

Uma música clássica percorria o ambiente. O baixo barulho de vozes estavam no plano de fundo e um cheiro de diversas comidas invadiam o olfato de todos ali presentes. Sentados frente a frente o silêncio na mesa permanecia. Alfonso bebericava o seu vinho e Anahí observa pela janela a cidade abaixo deles.

— Fico feliz de ter vencido aposta, o restaurante é muito bonito. - Falou tranquilamente com um sorriso sucinto. — Quais serão os planos de amanhã para o passeio? - Indagou erguendo as sobrancelhas curioso. Alfonso, finalmente teve atenção da morena a sua frente.

— Ouso dizer que é o restaurante mais elegante de Nova York. - Expôs pegando a taça de vinho em cima da mesa e bebendo um gole do liquido. — E os planos de passeio de manhã serão uma surpresa. Não os falarei. Você ficará na curiosidade. - Disse com se divertisse com aquele suspense.

Antes que Poncho pudesse reivindicar, um garçom trouxe os pratos de comida. Após ser colocados na mesa ambos começaram a degustá-los. Mas um discreto riso tirou atenção de Annie de seu pato com laranja, a fazendo observar o homem à sua frente.

— Por que você está rindo? - Indagou Annie levantando uma das suas sobrancelhas com a expressão confusa.

— Porque comendo isso acabei me lembrando que no nosso primeiro comemos a mesma comida. — Esclareceu com um longo sorriso reluzente.

— Uau, você tem uma memória boa mesmo. - Elogiou admirada. Entretanto, não era só Alfonso que se recordava disso, ela também.

— Tem certas coisas que jamais esqueço, Anahí. - Rebateu Poncho dando uma piscada discreta, causando-lhe uma leve ruborização.

E aquela conversa tinha sido o gatilho para que as lembranças voltassem novamente.

— Essa comida está maravilhosa. - Elogiou Alfonso com o semblante maravilhado.

— Não é atoa que esse restaurante é o melhor daqui. - Argumentou sorridente.

— Aceita fazer um jogo de perguntas e resposta para que possamos nos conhecer melhor? - Perguntou entusiasmado. Antes que Annie pudesse responder ele continuou a falar. — Eu começo. Qual é o seu lugar favorito? - Questionou inclinando-se levemente sob mesa.

— Fácil. Em uma montanha altíssima perto da minha fazenda. A vista é maravilhosa. Dá para ver toda a cidade de lá. É de tirar o fogêlo. - Explicou com os olhos azuis brilhando. Alfonso, então, arregalou os olhos esmeraldas perplexo diante da resposta. — Porque voce está assim? O que disse de errado? - Perguntou tentando compreender a reação do rapaz a sua frente. 

— Você acreditaria se te disse que é o mesmo lugar favorito que o meu? - Indagou transformando o seu olhar admirado para apreensivo. — Conheço essa montanha e lá é maravilhoso mesmo.

— Ei, não vale copiar as minhas ideias novamente e depois falar que é destino termos os mesmo gostos. - Censurou com a voz furiosa.

—  Mas essa não é uma simples coincidência, Anahí . - Rebateu seguro com um sorriso. 

— E você pode me dizer quais coisas que você jamais esqueceu? - Perguntou o desafiando sem desviar o olhar. Anahí amava um jogo de cão e gato.

— Fácil. - Disse com um suspiro. — Não me esqueci do nosso primeiro encontro. Me lembro o quanto nervoso estava. A noite foi maravilhosa. - Comunicou com os olhos esmeraldas cintilantes. — Não me esqueço do nosso primeiro beijo sobre as estrelas. Aquele foi o melhor beijo da minha vida. — Esclareceu com a voz baixa a olhando nitidamente. O coração de Annie começou a bater mais rápido diante daquela revelação. — E não me esqueço principalmente da nossa primeira noite de amor. - Completou com os esmeraldas agora escuros, tinha um quê de desejo e volúpia neles. — E você do que se recorda? - Questionou com a voz extremamente baixa, inclinando-se sobre a mesa.

— Me lembro também das mesmas coisas. Na verdade me recordo de todas as nossas brigas, beijos e juras de amor. Tudo está muito nítido ainda. - Informou com a voz embriagada de sentimentos revelando tudo disparada.

— O que vivemos foi único e inesquecível. Se tivesse jeito amaria viver tudo com você de novo.  - Declarou com um suspiro. Annie naquele instante ficou sem fôlego diante aqueça confissão. Aquele era o efeito que Alfonso causava nela.

— Vou te provar que é destino. - Avisou entusiasmado. — Qual é o seu filme favorito? - Perguntou com a voz curiosa.

— E o que tem haver meu filme favorito com destino? - Retrucou perdida tentando compreender aquilo.

— Somente me responde. - Pediu cordialmente.

— Ok. É diário de uma paixão. - Respondeu como se fosse algo óbvio.

— Viu? Eu disse que é destino. - Insistiu com a voz exaltada. Anahí o olhou intrigada. — É porque o filme conta a história de uma casal que se conheceram quando novos. E eles não possuíam a mesma classe social. Pois, ela era rica e ele era pobre. Como nós. - Alegou com entusiasmo fazendo gesto com as mãos. — E eles viveram um amor intenso, complicado. E o destino os uniu de forma inesperada assim como nós. - Concluiu com um longo sorriso. Anahí revirou os olhos.

— Certo. Se você diz ser mesmo o destino, então me responda, qual é o sabor de sorvete favorito?

— Essa é fácil. De chocolate. - Respondeu sem pestanejar.

A expressão divertida de Anahí transformou-se em perplexa, Alfonso a olhou erguendo a sobrancelha.

— Esse também o meu sorvete favorito. - Elucidou sobressaltada. Poncho deu ombros como se aquilo fosse algo óbvio.

Anahí ficou petrificada. Seu coração batia descontroladamente. Sua garganta estava seca. Ela só conseguia raciocinar as palavras ditas há poucos segundos atrás por Alfonso. Ele não havia esquecido nada sobre o passado. E ainda desejava reviver tudo novamente.

Entretanto, ela não podia. Deveria controlar os seus batimentos cardíacos, o descontrole que só Alfonso conseguia causar nela. Deveria lembrar-se de tudo que ele tinha feito com ela. Deveria sentir ódio dele e não esses sentimentos perturbadores.

Annie respirou profundamente a procura de algum ar, todavia ele encontrava-se totalmente escasso. Então, inesperadamente pegou a sua taça de vinho  pela metade e ingeriu o líquido de uma vez só, sentido-o apenas queimar na sua garganta.

— Está tudo bem, Anahí? - Perguntou Poncho apreensivo ao ver o ato dela.

— Podemos não falar mais sobre o passado, sobre nós? - Pediu com a voz frágil. — Vamos virar essa página de uma vez por todas. Esquecer o que tivemos no passado. - Implorou observando a vista lá fora tentando fugir daqueles olhos verdes.

— Como sempre você vive fugindo de tudo. Mas, uma hora teremos que resolver isso. - Argumentou com um suspiro. — Por ora esqueceremos desse assunto. - Finalizou encostando-se na cadeira com posição descontraída.

Depois de um delicioso jantar, em seguida, pediram a sobremesa a qual comiam em silêncio degustando-a.

— Droga, o Miguel não me liga. Já estou preocupada. - Disse com a voz irritada mirando pela décima vez seu celular em cima do forro de linho branco.

— Ele deve estar se divertindo e não teve tempo ainda de ligar. - Falou na tentativa inútil de tranquilizá-la. — É a Flórida, com certeza ele deve estar muito ocupado nesse momento e nem se lembrou de ligar para você. - Disse degustando um pouco do sorvete.

— E esse é o meu maior medo. - Expôs aumentando o seu tom de voz alterada. — A Dulce e o Christopher são meio desatentos e ele está na Flórida, numa cidade imensa, cheia de parques de diversão. E se algo acontecer com ele? - Questionou disparada. — Se alguém fizer algum mal para ele? Se alguém, sei lá, sequestrar ele? Se alguém...

— Ei, se acalme-se. - Ordenou pacífico a interrompendo. — Nada vai acontecer com ele. A Dulce e o Christopher vão cuidar dele. E também ele já é grandinho, sabe se virar. - Alegou com a voz neutra, colocando a sua mão sobre a dela, a qual estava em cima da mesa.

— Somente espero que você esteja certo. - Respondeu retirando a sua mão de perto dele. Um simples contanto tinha causado um formigamento diferente.

— Não é uma imensa coincidência gostarmos do mesmo sabor de sorvete? - Brincou com sorriso nos lábios mudando de assunto. Anahí, somente sorriu largamente, colocando uma colher que transbordava sorvete na boca.

💔

O caminho para a mansão, dessa vez, não tinha sido percorrida em silêncio. Anahí e Alfonso pela primeira vez conversavam entusiasmadamente sem ter fantasmas do passado ao redor. Ambos sentiam-se leves pela primeira vez depois de muito tempo.

— Eu voltaria naquele restaurante só para comer aquele brownie com sorvete de chocolate novamente. - Anunciou Poncho com certo deleite na voz, caminhando ao lado de Anahí.

— Eu também voltaria.

— Eu me diverti muito na nossa primeira saída. Espero que o passeio amanhã seja ainda melhor. - Disse ficando frente a frente com ela. Seus olhos verdes brilhavam intensamente.

— Se prepare porque o itinerário de amanhã será especial. - Avisou com um sorriso dócil. — Boa noite, Alfonso. - Despediu-se com a voz dominada pelo sono. 

— Boa noite, Anahí. - Despediu-se em um sussurro.

Alfonso, antes que deixasse ela ir, inclinou o seu corpo em direção a morena e sua reação foi permanecer intacta. A cada instante o qual, Poncho se aproximava ainda mais, o seu coração batia mais forte, mais rápido e mais intenso. Novamente aquelas sensações perturbadoras haviam voltado deixando-a desassossegada e conturbada.

Ao sentir o hálito quente dele a milímetros do seu rosto, a mesma prendeu a sua respiração, sentindo-se sufocada diante a presença de Alfonso Herrera. Droga, o que ele pretendia com aquilo? A beijá-la? Abraça-la? Beijar o seu rosto? Eram tantos questionamentos sem respostas concretas. E isso estava a deixando definitivamente sem ar.

— O que você está fazendo? - Indagou mumurrando enquanto seu peito subia e descia descompensado.

— Apenas te dando um abraço. - Respondeu com a voz rouca. Abraçando-a em seguida afetuosamente.

Uma corrente elétrica percorreu ambos os corpos naquele instante, os interligando, os conectando. Estar nos braços de Alfonso a fez sentir como se tivesse voltado ao passado. Como se tivesse de volta ao seu lar.

Para Alfonso, tê-la ali tão indefesa em seus braços, sentindo o cheiro de seus cachos perfumados, foi se tudo tivesse voltado ao seu devido lugar, o qual nunca deveria ter saído. Foi como se tivesse voltado no tempo. E finalmente tivesse encontrado ali, naquele simples abraço o seu verdadeiro lar. Sua verdadeira morada.

Ali naquele abraço duas almas estavam se reencontrando novamente.

Entretanto, a imagem de Charlie veio na cabeça de Anahí e consequentemente isso trouxe a culpa e o remorso. Annie, não poderia fazer isso com ele, pois Charlie foi o único homem que a salvou depois que o tufão chamado Herrera tinha passado por sua vida. Ele a amava incondicionalmente, apesar dela ainda não sentir o mesmo por ele. Ele tinha iluminado a vida obscura, além de trazer a sua tão sonhada paz. Não podia simplesmente ser levada por seus sentimentos e seus desejos. Não poderia trair Charlie. Aquilo era muito errado.

Anahí sendo dominada pela a sua consciência, separou-se rapidamente de Alfonso interrompendo o abraço. E antes que Poncho pudesse dizer algo, ela disparou a subir as escadas deixando-o para trás atônito, tentando compreender o que havia acontecido.

Amadinhas, era para eu ter postado no sábado (como o prometido), porém como sou muito muito detalhista (reescrevo o mesmo paragrafo e o mesmo texto, milhões de vezes. Diria que sou louca, talvez rsrs), eu fiquei quase o fim de semana inteiro e a segunda, escrevendo esse capítulo. Espero de coração que tenha ficado bom e que vocês tenham agradado desse capítulo, pois foi escrito com muito amor. 

Quem gostou dos flashbacks do primeiro encontro AYA?? Prometo que terão muitos outros ainda!!!

Bom, SE vocês comentarem muitooo, eu vou na sexta ou no sábado (ainda tenho que ver o dia porque vai depender do meu tempo para escrever) postar 3 CAPÍTULOS! Com muita cena ponny de babar mesmo (cenas fortes, eu diria rsrs), DOIS Flashbacks e com uma cena do Miguelito com papai dele *-----* 

Então, se você quer descobrir como vai ser o segundo encontro de AyA, qual sera a outra cena desse casal maravilhoso e quais serão os dois flashbacks, portanto, comentem muito. Porque se vocês fizerem isso, pelas minhas contas, essa semana posto mais três capítulos e na próxima semana, meus queridos, a primeira cena já vai ser a do BAILE (faltam então só 3 capítulos pro baile começar). E sei que estão ansiosos para isso. 

Se não fizerem isso, posto dois capítulos (porque geralmente por semana só posto dois). Mas ainda não sei o dia que vou posta-los. Então, aguardo os comentários de vocês. Milhões de beijos, Bella.  :)