Fanfic: Broken Hearts - AyA | Tema: Rebelde (RBD), Anahí e Alfonso, AyA

Anahí e Alfonso corriam a passos velozes pelo pasto com um longo e genuíno sorriso. A única luz que os guiavam naquela caminhada, era a lua, a qual naquela noite em particular parecia maior e mais iluminada. Os longos cabelos loiros de Anahí, chicoteavam em suas costas, devido ao vento demasiado e também aos passos apressados o qual dava.

Ao erguer a sua cabeça, ela deparou-se com um céu negro diante dela, o qual tinha uma bela lua bem centralizada e com inúmeras estrelas ao seu redor. Aquela noite estava perfeita. O céu parecia estar ainda mais bonito.

— Aonde estamos indo, Alfonso? - Questionou curiosa. Alfonso, em resposta somente continuou andando a passos apressados, segurando em sua mão, a levando consigo.

Ao avistar a sua árvore em uma montanha, a mesma sorriu largamente. Estavam indo em direção ao lugar onde ia para ter a sua paz e a sua tranquilidade, e agora também ambos compartilhavam o mesmo lugar favorito.

Finalmente, quando chegaram no topo da montanha, Anahí vislumbrou os campos verdes, algumas montanhas distantes menores que aquela, e por ultimo notou as luzes das cidade no fundo as quais cintilavam, trazendo luminosidade aquela maravilhosa paisagem.

— Para fechar o nosso encontro com chave de outro, nada melhor do que estar no nosso lugar favorito. - Falou Alfonso ofegante admirando a vista a sua frente.

— No meu lugar favorito. Pois, você copiou o de mim. - Acusou fingindo estar com a voz enfurecida, caminhando em direção árvore e sentando debaixo da mesma.

— Eu não copiei não. - Rebateu sentando-se ao lado dela sob o pasto verde. — Eu não tenho culpa se até no lugar favorito temos a mesma opinião. - Disse dando de ombros. — Como você conheceu aqui? - Indagou a observando atenciosamente.

— Um dia eu estava cavalgando sem rumo, pois tenho muito essa mania. - Iniciou a sua explicação sem olha-lo. — E por acaso vi essa montanha e decidi subir nela. Na hora que cheguei ao topo, vi a vista, vi que aqui ninguém me encontraria e que finalmente teria paz, desde então, aqui se tornou meu esconderijo. - Revelou o olhando com um sorriso sincero. Seus olhos azuis brilhavam. — E você como descobriu esse lugar? - Perguntou erguendo as sobrancelhas.

— Meu pai me trouxe aqui pela primeira vez quando tinha uns 12 anos. Eu, meus irmãos e meu pai sempre fazíamos piquenique aqui nesse lugar. - Esclareceu maravilhado, observando a paisagem ao redor como se eles estivessem ainda naquele tempo, ele e seu irmão crianças brincando e a sua irmã cacula correndo ainda muito pequena para todo lado. — E agora venho aqui quando quero sossego ou quando quero ficar sozinho. Virou literalmente meu refúgio. - Completou com um sorriso de canto.

— Sinceramente, do tanto que você fala do seu pai e dos irmãos, eu já fiquei ansiosa para conhecê-los. - Comunicou em tom entusiasmado.

— Ah, já quer conhecer a família? - Indagou com aquele ar divertido. — Que eu sabia conhecer a família significa que a pessoa tem interesse amoroso no outro ou que estão entrando em um relacionamento. - Apontou fingindo a voz séria. — Mas pelo que eu me lembre, você não disse que não estamos em encontro. Então, você mesma está se contradizendo, senhorita. - Finalizou apertando os olhos esmeraldas, com o semblante severo.

— Ah, quer saber você é um idiota. - Expôs com a voz levemente irritada se levantando abruptamente. — Não sei que ideia foi essa minha de sair com você. - Se repreendeu bufando nervosa, fazendo menção de sair dali.

— Ei, espera. - Pediu segurando o seu braço, interrompendo a sua fuga. — Não vá, fique. - Implorou simplesmente. Na sua voz tinha um quê de sinceridade. — Eu sinto como se nos conhecemos há muito tempo, como se nos conhecermos de outras vidas. Apesar de que foi ontem que te vi pela primeira vez sentada naquela roda gigante sozinha. - Alegou com olhos esmeraldas brilhosos. — Eu nunca quis ter nada com ninguém, mas desde o momento que te vi percebi que queria viver o resto da minha vida com você, Annie. - Declarou com a voz rouca embriagado de emoções.

Anahí, diante aquelas palavras, somente fechou os olhos e ergueu em seus lábios em direção a ele. Alfonso, percebeu a deixa e então selou os seus lábios. O beijo era dócil e tranquilo. Suas línguas se exploraram serenamente, provando o gosto desconhecido de suas bocas.

Alfonso, a puxou para seus braços e naquele momento, Anahí sentiu-se como se tivesse se encontrado nele. Como se a sua outra parte tivesse perdida por anos  e agora ela se sentia completa.

Ao cessarem o beijo por falta de ar, eles ficaram se encarando por longos segundos. Azul no verde, verde no azul. Ambos cintilavam intensamente. Um verdadeiro encontro de almas.

Todas as aquelas lembranças esvaíram-se da mente de Alfonso com o barulho irritante do despertador, o fazendo acordar bruscamente e sentar-se na cama rapidamente.

Seu rosto estava inundado de suor, seus cabelos negros estavam alvoroçados, seu peito subia e descia arfando e seus olhos esmeraldas observavam o quarto tentando compreender onde estava, pois ele tinha a sensação que não estava no presente e sim no passado, com aquela bela paisagem de plano de fundo e com Anahí em seus braços onde compartilhavam aquele beijo terno.

E naquele momento, quando Alfonso observou a cortina bege flutuar deixando a mostra os primeiros raios de sol penetrando a janela blindex, ele percebeu que estava no presente, mais especificamente em Nova York, hospedado na mansão dos Portilla`s. Ele não estava no passado, tendo o melhor encontro da vida, beijando Anahí sobre as estrelas. Ele estava finalmente realizando seus desejos e colocando em prática seu plano de vingança.

Contudo, ao tocar seus lábios, Poncho ainda teve a sensação de sentir o gosto dos lábios macios de Annie indo ao encontro dos seus. Ainda teve a sensação de sentir o seu cheiro delicioso irradiar. De sentir o toque aveludado de suas mãos. Porém, ele sabia que todas aquelas sensações era em razão de tê-la beijado no dia anterior. 

E ao se lembrar daquele fato, Alfonso, não pode de deixar de sorrir largamente. Aquele beijo sob o pôr do sol tinha sido inexplicável, sentir novamente depois de doze anos, a boca doce dela e aqueles lábios macios, era como se ele tivesse ido ao paraíso, ao céu. Aquela sempre era a sensação que Poncho sentia ao beijar-la. Um beijo totalmente avassalador e impetuoso, o qual deixava qualquer sem nenhum fôlego, ou ar. 

E por mísero segundos, Poncho desejou experimentar novamente o gosto dos lábios dela.

Contudo, ele não podia deixar de lembrar a reação de Anahí após o beijo. Ela simplesmente fugiu dele. O deixando literalmente sozinho, o fazendo ir embora para casa de táxi, pois ela tinha indo embora na limusine da família.

Mas, ainda havia uma coisa boa nisso tudo, pois como ela fugiu dele, portanto, significava que ela tinha sentindo algo com beijo, senão caso contrário não fugiria e nem teria se aprisionado o tempo todo em seu quarto.

No entanto, a realidade o chamava, então, Alfonso balançou a cabeça expulsando aqueles sentimentos e lembranças. Em seguida, ergueu-se da sua cama, espreguiçou-se e foi em direção ao banheiro para fazer a sua higiene matinal.

💔

Ao descer as escadas depois de algumas horas, Alfonso usava o seu terno elegante de grife e estava com seus cabelos perfeitamente penteados. Ele estava distraído com seu aparelho telefônico, contudo, ao ouvir duas vozes conhecidas, o mesmo guardou o seu iphone no bolso da sua calça social e terminou de descer as escada a passos vagarosos. Chegando nos últimos degraus, o som das vozes ficou mais audível, então, ele inclinou o seu corpo sobre o corrimão metálico e viu em um canto embaixo da escada, Anahí e Henrique conversando, ou melhor, discutindo.

— Pai, o Miguel conta com a presença hoje na feira de profissão, por favor, não o decepcione. - Implorou com a voz apreensiva.

— A tarde terei uma reunião com um acionista, vamos ver se vai dar tempo. - Rebateu tranquilamente — Agora, eu tenho que ir trabalhar, tenha um bom dia. - Despediu com a expressão impassível.

— Pai, por favor, não falte. - Pediu novamente segurando o braço de seu pai impedindo a sua saída. — Isso é muito importante para Miguel. Não o decepcione. - Completou com os olhos azuis marejados.

— Ta bom, eu vou. - Respondeu de imediato bufando.

Alfonso, soltou um suspiro inconformado. Henrique, fazia pouco caso de seu próprio neto. O tratava indiferente. Todavia, Poncho não poderia deixar que Miguel fosse decepcionado assim. Não deixaria aquilo que era tão importante para seu filho nas mãos de Henrique. Pois, dependesse dele, Miguel teria um verdadeiro pai na feira de profissões.

💔

O colégio naquela tarde estava agitado. Os estudantes corriam apressadas pelos corredores ajeitando os últimos detalhes para o evento em conjunto com os professores que os auxiliavam nos preparativos finais.

Quase todos os alunos já tinham os seus pais nas barracas improvisadas no pátio aberto do colégio e todos já se preparavam o início da feira. O entusiasmo e a euforia estavam presente no ambiente. Todavia, havia somente um garoto que não estava contente, o Miguel. Ele estava sentado em um banco de madeira debaixo de imensa árvore. Seu olhos verdes sempre brilhosos estavam opacos, cinzentos e ele estava com um semblante desolado.

Ele observava a grama pensando se seu avô viria mesmo naquele evento da escola. Se ele não viesse, seria o resto do semestre ridicularizado por seus colegas por não ter um pai, e ter uma mãe e um avô ausente. O rótulo de garoto sem família caberia muito bem nele.

— E ai Miguel, cadê o seu avô? - Indagou um garoto de cabelos pretos aproximando-se dele juntamente com vários garotos.

— Ele está vindo. - Respondeu levantando-se do banco com a expressão severa.

— Acho que não está vindo não. - Rebateu um menino ruivo agora. — Ninguém da sua família se importa com você, ninguém vai vir. - Esclareceu com um longo sorriso no rosto. Seu olhar era duro, impetuoso. — Você não vai poder participar da feira, pelo motivo mais obvio: porque não tem um pai. - Alegou de forma cruel. 

Miguel se encolheu humilhado diante os colegas. Todavia, havia um homem observando aquela cena com um olhar pesaroso e ao mesmo tempo enfurecido. Ele não deixaria aquela cena prolongar-se. Colocaria um ponto final definitivo naquilo. Ninguém humilharia o seu filho e sairia ileso assim.  

— Posso saber porque estão implicando com o Miguel? - Indagou uma voz robusta atrás dos alunos. A reação dos garotos foi virar-se com a expressão sobressaltada e Miguel somente sorriu largamente aliviado. 

— Quem é você? - Questionou um dos meninos erguendo a sobrancelha em tom desafiador. — Aposto que o seu avô mandou o segurança dele para a feira. - Apontou em tom debochado e tendo em resposta um som de várias gargalhadas. 

— Não. Eu serei o futuro padrasto do Miguel. - Replicou com olhar altivo. Os risos naquele momento se cessaram. — E como casarei com a mãe dele, eu me tornarei um segundo pai para ele. - Explicou calmamente aproximando-se de Miguel que possuía a expressão presunçosa. — Portanto, não há mais motivos para dizer que ele não tem pai. Então, sugiro que parem com isso porque se continuar eu vou processar vocês e os seus pais. - Comunicou com os olhos verdes severos colocando a sua mão nos ombros de seu filho, dando-lhe segurança e proteção. Miguel os olhou com desdém.

Rapidamente, o grupo de meninos dispersou. Miguel, em seguida, abraçou Poncho inesperadamente e ele retribuiu o abraço fortemente.

— Muito obrigada, Poncho. Me me salvou deles. - Agradeceu com a voz aliviada sorridente. — Mas, que história é essa de você virar meu padrasto? - Questionou erguendo a sobrancelha, interrompendo o abraço. — Eu gosto muito de você, porém, quem vai casar com a minha mãe é o Charlie. - Argumentou a expressão confusa.

— É uma mentira. Só disse isso para pensarem que eu sou da familia e sou alguém importante na sua vida. - Esclareceu dando de ombros.

— Mas, para mim você é importante. E mesmo sendo só amigo da minha mãe, eu te considero como se fosse da família. - Informou com sorriso sincero. — Se eu tivesse um pai queria que ele fosse como você, porque te admiro muito. - Esclareceu com os olhos verdes cintilando.

Poncho naquele instante, diante aquelas palavras, entrou em êxtase. Pelo menos, um dos seus planos estava dando certo, o de conquistar o seu filho. Ele e Miguel estavam cada vez mais próximos e como eles possuíam muito em comum, isso fazia com que Miguel sentisse um afeto por ele, ganhando assim um lugar no coração de seu filho.

Ele queria tanto poder dizer toda a verdade, contudo, aquele não era o momento. Precisaria conquistar ainda mais a confiança e o afeto de Miguel, além de ter outros fatores que ainda o atrapalhavam para aquilo. Teria que guardar suas palavras e seus sentimentos por ora.

— Fico extremamente feliz por isso. - Revelou com longo sorriso. — Acho melhor irmos, pois já vai começar a feira. - Alertou entusiasmado passando a mãos pelos cabelos loiros de Miguel, os bagunçando.

💔

A barraca de Miguel, tinha sido um sucesso. Todos os jovens ficaram interessados em saber sobre a profissão de um empresário, ainda mais quando esse empresário, era Alfonso Herrera.

A todo instante, alunos aproximavam-se e ouviam atentamente a explicação de Alfonso sobre a sua profissão. Miguel, diante aquela repercussão reluzia a sorrisos. Finalmente, estava provando a todos que não era um garoto, o qual a família não se importava, uma família que não comparecia em eventos do colégio.

— Todos adoraram a sua profissão. Você fez muito sucesso, Poncho. - Exclamou Miguel eufórico. — Obrigada por tudo. - Agradeceu novamente com sorriso genuíno. Miguel transparência felicidade.

— Senhor, Herrera? - Chamou uma voz educada atrás de si. Poncho virou-se e deparou-se com uma mulher de cabelos castanhos. — Eu sou a professor de Língua Portuguesa. Me chamo Letícia. - Apresentou-se com um sorriso cordial. — E é uma honra conhecê-lo. Os meus alunos gostaram muito da sua profissão e de você é claro. - Esclareceu entusiasmada.

— Prazer em conhecê-la, Letícia. - Cumprimentou estendendo a mão e a professora a apertou de bom grado. — Eu que gostei muito de vir aqui e falar sobre a minha profissão a todos. - Revelou com um sorriso simpático.

— Eu queria te convidar, se puder, é claro. Dar uma palestra qualquer dia. - O convidou. Miguel sorriu largamente. — Estou convidando todos os pais que os alunos mais gostaram.

— Eu adoraria vir. Me diga o que dia, que eu venho. - Respondeu prontamente.

— Verei o dia e te digo. Muito obrigado por ter vindo. - Agradeceu educadamente. — Tenham uma boa tarde. - Despediu-se e os deixando a sos.

— Eu disse que você fez sucesso. Até a minha professora mais carrasca admitiu isso. - Apontou eufórico. Poncho sorriu sem resposta.

— Então, para comemorarmos o meu sucesso. - Vangloriou-se fingindo a expressão presunçosa. — Que tal irmos em uma lanchonete e comermos o sanduíche maior do cardapio? - Indagou com os olhos esmeraldas cintilantes.

— Vamos logo então. 

Ali naquele momento, Miguel, finalmente sentia-se extremamente feliz, pois ele tinha uma pessoa, uma quase figura paterna, a qual verdadeiramente se importava com ele. Miguel sempre sonhara com isso e agora finalmente estava acontecendo.