Fanfic: Roses | Tema: Romance

PRÓLOGO

   Acordei com a serenidade de sempre, só que não, meu mau humor estava mais visível do que nunca. Ter que ir para o laboratório de química e dar de cara com Eliot Cosworth faria meu dia piorar. 

   O toque do alarme ainda despertava e aquilo já estava me irritando demais, acordar ao som de Big Jet Plane era bom, mas hoje nada poderia me agradar. 

   Levantei com a animação de um idoso indo para a academia e parti para o banho, nada melhor do que sentir a água bater nas suas costas enquanto você pensa na merda que sua vida se tornou. 

   O banho durou cerca de trinta minutos e eu queria ter ficado mais, mas se o fizesse iria me atrasar para o colégio e não estava nem um pouco afim de levar mais uma advertência para a coleção que tenho. 

   Saí do banheiro enrolada em uma toalha e meu meio-irmão corou ao me ver assim, acho ele tem uma queda por mim. 

   Sim, meio-irmão. 

   Minha vida tem sido um inferno desde que minha mãe se casou com Noel Suther, o maior empresário do estado de Nova Iorque. Muitos pensam que minha mãe se casou por dinheiro, eu diria o mesmo, mas não quero difamar a coitada ainda. 

   Meu padrasto sempre tentou uma aproximação de mim, mas eu sempre procuro manter distância. Apesar disso, qualquer coisa que eu peço ele me dá sem pestanejar, mês passado ele me deu uma ferrari como presente adiantado de aniversário - que por acaso só é daqui a quatro meses. 

   Semana passada eu pedi um celular novo na maior brincadeira e ele realmente comprou um, se deu ao trabalho de comprar um IPhone 7 PLUS para mim e um IPhone 8 para o filho. 

   Eu não podia dizer que ele não era um bom padrasto, me dá o que quero, o que preciso e também atenção quando eu quero. Mas não acho que ele se importe tanto comigo e com o filho.

   Justin Suther, meu meio-irmão, passa muito tempo fora fora casa e quase não o vejo, somos bem próximos por mais que eu me irrite com a companhia dele. Sei que ele faz parte de uma gangue de mafiosos e mente para o pai dizendo que vai à casa do amigo quando na verdade sai para roubar bancos e vender drogas. 

   Entrei no quarto e suspirei, eu tinha saído do lixo e ido direto para o luxo. Antes, meu quarto só tinha uma cômoda, cama e escrivaninha, agora eu tenho tudo isso e muito mais, até closet tenho. 

   Caminhei em direção ao mesmo e procurei por uma roupa bonita que não mostrasse muito de mim, mas que não me desvalorizasse. Optei por um short jeans, um cropped preto bordado com as iniciais "A.J", de Abigail Jones, um tênis da vans e uma jaqueta jeans por cima.

   Fiz uma maquiagem baseada em base, corretivo, rímel e mascada para cílios e passei meu perfume favorito: Glamour Miriad. Então eu já estava pronta, mas nem um pouco animada para sair. 

 Peguei minhas coisas e desci, cumprimentei a todos, peguei uma torrada e fui para meu carro. Não era nada discreto chegar com uma ferrari no colégio, mas eu não ia pedir um carro novo para Noel. 

   Saí cantando pneus e cheguei ao Eastwood College em quinze minutos. Ao estacionar e sair do carro fui alvo de todos os olhares como sempre, apenas revirei os olhos e parti para a sala de aula. 

   Meu primeiro período era biologia e, graça à qualquer entidade existente, minha parceira era minha melhor amiga. 

   Somos um trio na verdade, eu, Haydn e Louis. Era um abalo andar comigo por aqueles corredores, eu sou muito respeitada entre essas paredes. 

    Passei por Kylie Murray e ela fez questão de me parar no caminho. 

   Kylie era uma mimada filha de papai que acha que o mundo gira ao redor dela, somos inimigas desde que me entendo por gente e ela não dá trégua. 

   - Acho que deixou a carinha bonita em casa hoje. - Ela disse. - Sua cara não está nada boa. 

   - E a sua não vai ficar quando eu meter minha mão nela. - Ameacei e ela recuou. Amedrontar Kylie era minha especialidade. 

   - Você precisa se tratar, sua maluca! 

   Eu ri e continuei marchando para meu destino, a sala 226 de biologia, e a maior graça foi quando todos olharam para mim e eu fiquei sem entender. 

   Quando cheguei em minha mesa, vi uma rosa em cima dela, mas não tinha nenhum vestígio de quem havia deixado-a ali. Em um primeiro momento sorri com o ato, má depois coloquei a flor dentro da bolsa e deixei que a aula seguisse seu devido curso.