Fanfic: Roses | Tema: Romance

Ao término do primeiro período, fui ao banheiro feminino do térreo, onde não ia quase ninguém para ver se a tal rosa não tinha mesmo um dono, e não tinha mesmo. Então eu tinha um admirador secreto.

 Saí do banheiro após colocar a flor na bolsa novamente e fui para a aula, a próxima aula era química e eu teria que lidar com a cara de tacho do Eliot. 

 Entrei na sala e ele sorriu para mim, não retribuí, coloquei minha bolsa na mesa e ele ficou me encarando com expressão de quem queria dizer uma coisa importante, mas tinha que guardar segredo porque jurou de dedo mindinho. 

 Abri minha mochila e peguei meu material, ainda com Eliot analisando cada movimento que eu fazia, tive que tirar a rosa da bolsa para procurar meu lápis e ele a pegou, olhou para mim e sorriu, colocou a flor na mesa de novo e começou a tirar seus materiais. 

 A aula não teve nenhum experimento, foi totalmente teórica com o professor revisando tudo sobre átomos, o que me fez ficar distraída a aula toda, olhando o movimento pela janela. 

 - Senhorita Jones, creio que não estou dando aula lá fora. - O professor me repreendeu.

 - Desculpe, não vai acontecer de novo. - Claro que vai. 

 Fiquei rabiscando o caderno fingindo fazer anotações importantes e de vez em quando lançava uns olhares na direção do professor para que ele não desconfiasse de nada. 

 - Aconteceu alguma coisa? - Eliot sussurrou. 

  - Sim - Falei. - Você nasceu.

 Com isso ele ficou quieto o resto da aula, mal sabia ele que eu sou bipolar. 

 O segundo período acabou, o que indicava que agora era Educação Física, a matéria escolar que eu mais odeio depois de física. 

 Fui para o vestuário feminino e coloquei a roupa de ginástica, ela deixava bem evidente as curvas do meu corpo e valorizava meus seios, o que me deixava desconfortável.

 Quando cheguei à quadra o professor indicou que as meninas jogassem vôlei - como sempre - e os meninos basquete. Injustiça! Eu amava basquete e era ótima nele. 

 Dividimos os times e eu fiquei no pior dele, eu era a única que sabia jogar então tinha que cobrir todas as meninas porque elas desviavam da bola quando ela vinha em sua direção. 

 No intervalo dos tempos me peguei olhando para Eliot, que jogava sem camisa. Seu abdômen era definido e seus músculos também, que eu saiba ele faz academia para manter esse corpinho lindo. Abby, o que você está fazendo?! 

 Por fim o terceiro período acabou, má eu estava suada demais para ir para a aula. Passei na sala do diretor e pedi a chave do banheiro do terceiro andar, onde ficavam os chuveiros, ele me deu após ver o crítico estado no qual eu estava e eu subi para uma ducha caprichada. 

  Quando estava terminando o banho, ouvi a porta abrindo, droga, esqueci de trancar! Vi o idiota do Eliot entrar e ver se alguém estava ali, a essa altura eu já tinha desligado o chuveiro. Ele entrou com uma morena de olhos verdes e foi para o lado oposto ao que eu estava e isso me causou certo alívio. 

 Me enrolei na toalha e peguei minhas roupas em cima do banco, mas eu adoraria acabar com a farra dos dois. Eu sou muito estraga prazeres, literalmente!

 Cheguei numa hora nada boa, os dois estavam no exato momento do tchan, pigarreei e os dois me olharam com uma cara de espanto, e Eliot depois com malícia por eu estar praticamente nua.

 - Acho que vocês deveriam ter verificado o banheiro todo. - Eu disse cinicamente. - Não é legal ficar ouvindo gemidos durante o banho. - Essa foi minha deixa, vesti minhas roupas entre os barulhos nada agradáveis que os dois faziam e saí. 

 Acabei perdendo o quarto período, que era gramática, e cheguei no penúltimo, química de novo. 

 Eliot chegou cerca de cinco minutos atrasado e o professor não se importou, se sentou ao meu lado e ficou de risadinhas, para minha felicidade o professor chamou sua atenção:

 - Estou fazendo algo engraçado, Eliot?

 - Não, apenas lembrei de uma coisa.

 - E ficou rindo durante quinze minutos? 

 - Não tenho culpa se uma pessoa aparece bem na hora que eu estou lanhando uma gostosa.

 Foi minha vez de gargalhar e bem alto por sinal.

 - Os dois para a sala do diretor, agora! - Ele gritou. Peguei minhas coisas e saí sem pestanejar, eu já estava acostumada a ser expulsa das aulas.

 Chegamos na sala do diretor e o mesmo pergunta:

 - De novo aqui, Jones? 

 - Não é surpresa para o senhor. - Eu disse.

 - Não vou fazer nada mais, está dispensada. - Ele disse e me entregou um papel que eu deveria entregar na secretaria. 

 Saí da sala depois de cinco minutos e Eliot me repreendeu:

 - Já saiu? 

 - Costumo frequentar a sala dele sempre, não é novidade eu estar ali com expulsão de professor. Tchauzinho!

 Me dirigi até a secretaria e a moça, que já me conhecia, nem se deu ao trabalho de perguntar porque estou saindo, apenas anexou a Folha na minha pasta e me dispensou.

 Peguei meu carro e saí cantando pneus com ele, não podia chegar em casa cedo de novo então parei em uma lanchonete e pedi alguma coisa para comer, o garçom trouxe uma bebida e eu estranhei.

 - Não pedi isso. - Eu disse.

 - É por conta da casa. - Ele sorriu e saiu. 

 Por conta da casa? Acho que tem um garçom afim de mim em.

 Comi o que pedi junto com a bebida e peguei pela milésima vez no dia de hoje a rosa, coloquei-a sobre a mesa e fiquei observando-a. Rosas são tão lindas, pena que apodrecem com o tempo.

 - Acho que você anda triste, não gostou da Rosa?