Fanfic: DESTINADOS/ Adaptada/ VONDY | Tema: VONDY

Depois dessa primeira queda houve muitas mais, para desespero de Rene. Encharcado de suor, ele via a milher do Falcão voar pelos ares sem dar o braço a torcer. Isso o estava desesperando.

Naquela tarde, Rene aprendeu que, se o cavalo era teimoso, a mulher do Falcão era ainda mais.

-Nossa, que sede! -disse Dulce, descabelada, enchendo um copo de água.

-Agora ele está procurando você -sussurrou Anahi ao ver Stoirm se mover buscando a voz de sua irmã enquanto ela bebia água.

Cansada de tanta queda, Dulce se largou ao lado da irmã.

-Estou começando a me sentir culpada. -Eu prometi a Christopher que não me aproximaria desse cavalo.

-Por que promete o que não vai cumprir? -censurou Anahi. -Não me parece bem que prometa coisas que depois não cumpre.

-È que não pude fazer mais nada. -Ele me ordenou.

E quando Dulce disse isso, ambas gargalharam. Dulce olhou para Rene, que estava sentado em um fardo de palha, branco como a parede, e disse:

-Rene, por favor, este segredo de ficar entre nós. Se meu marido souber, eu direi que você não sabia de nada.

-Eu lhe agradeço -disse ele, tomando o copo de água que Anahi lhe entregara.

Mas ao vê-la de novo se aproximando do cavalo gritou:

-Que está fazendo milady?

-Ssssshhh.... não grite -disse Dulce.

Tirando os sapatos, Dulce repetiu os mesmos movimentos de antes, mas, desta vez, não parou de sussurrar palavras gentis em gaélico no momento de montá-lo.

-Abras as cocheiras de Stoirm e de Lord Draco -ordenou ela, cravando o olhar em Rene.

Mas foi Anahi quem as abriu. Os dois cavalos saíram tranquilamente para o pátio. Depois de dar várias voltas, Stoirm começou a ficar nervoso, mas Dulce o tranquilizou, curvando-se em seu pescoço para lhhe falar com suavudade. A seu lado Lord Draco os observava.

-Muito bem Impaciente -disse Anahi vendo a cara de felicidade de sua irmã, vejo que não perdeu a mão para domesticar cavalos.

-Mandona! -gritou Dulce sorrindo -Segure Lord Draco. -Vou dar uma volta com Stirm, e creio que ele não poderá nos acompanhar.

-Isto está me cheirando a corrida -sorriu Anahi.

-Por São Fergus -sussurrou Rene incrédulo diante do que estava vendo -Segure-se bem milady. -Essa fera a jogará quando menos esperar.

-Stoirm é um bom cavalo -disse Dulce bem perto de suas orelhas, para que o animal escutasse sua voz. -Ele não vai me jogar porque sabe que pode confiar em mim.

E olhando para Anahi e Rene, disse:

-Abra aporta do pátio.

-Não, não, impossível -negou o moço com a cabeça.

Mas Anahi foi mais rápida. Segurando Lord Draco, com um movimento abriu a porta do pátio. A passos lentos. Dulce cruzou montando Stoirm, diante dos resmungos de Rene e dos sorrisos de sua irmã.

-Voltarei logo -E por favor, Rene, não se preocupe -insistiu Dulce.

Cravando com suavidade seus pés descalços, ele começou a trotar devagar.

-Muito bem Stoirm, bom cavalo -sussurrou ela, dando palamadinhas afetuosas.

A seguir, dirigindo-se para uma das árvores. comentou:

-Agora que ninguém está olhando, vou lhe mostrar que tipo de sangue corre por suas veias.

E com essas palavras, ela cravou os calcanhares no cavalo, que começou a galopar de tal maneira que Dulce pensou que estava voando. Ele desviava das árvores e saltava pequenos obstáculos. Pela primeira vez em muitos dias, ela se sentia livre, e desfrutava do ar fresco contra o rosto. O cavalo respondia a  todos os movimentos que ela exigia, e isso lhe dava confiança para voar sobre o manto verde que se abria deiante deles. Depois de cruzar a pradaria como um raio, eles subiram uma colina do alto da qual ela pode admirar a fortaleza e a aldeia. Como tudo parecia pequeno visto dali! Respirando com o cavalo, que também arfava pela corrida, disse:

-Obrigado Stoirm. -Você fez com que eu me divertisse demais. É um bom cavalo, e não perece pasar dia após dia na cocheira. -Portanto eu o aconsellharia anão morder Rene, que é uma pessoa boa; e especialmente que suavize sua personalidade.

O cavalo suspirou, mexendo-se, inquieto, fazendo Dulce sorrir.

-Ei, é só um conselho! -Você fará o que quiser.

-Creio que ele faria bem se seguisse suas instruções -disse uma voz atrás dela.

Dulce se voltou rapidamente, e encontrou um homem de cabelo acobreado que a observava com seus claríssimos olhos azuis. Atrás dele, vários guerreiros a observavam com curiosidade.

-Desculpe, mas eu não estava falando com o senhor -respondeu ella, olhando-o.

Quem era aquele sujeito para olhar para ela daquela maneira? E especialmente, onde havia visto aqueles olhos claros antes?

O homem pôs seu cavalo junto ao dela e a examinou como um lobo prestes a atacar sua presa.

-Falava com Stoirm -disse o desconhecido -Eu só queria lhe dizer que eu também desfrutei de sua corrida. Foi impressionante vê-los voar como o vento. Ambos formam uma linda dupla linda e inquietante.

E dizendo isso, tocou Stoirm, que cabeceou como se conhecesse aquele homem.

-É uma amazona espetacular, e tenho que recohecer sua habilidade e coragem para conduzir esse garanhão me deixaram impressionados. -Mas agora que está diante de mim, não sei se o que mais me impressiona é sua beleza ou sua destreza -sussurrou o homem, estendendo -lhe a mão para tocar a face de Dulce.

Ela rapidamente se esquivou, fazendo-o sorrir.

-obrigado por seus elogios -disse Dulce observando com curiosidade o homem de olhos azuis -Desculpe,mas preciso voltar. -Estão me esperando.

-Vive na fortaleza? -Eu a acompanharei -respondeu ele, fazendo-a sorrir.

Aquilo a fez recordar quando Christopher havia insistido em acompanhá-la.

-O que eu disse de tão engraçado? -perguntou ele, olhando-a com um brilho nos olhos que a deixou inquieta.

-Oh nada. -Desculpe -respondeu Dulce, sem se dar conta da imagem atraente que oferecia montada naquele cavalo impressionante.

-Onde estão seus sapatos? -perguntou ele, apontando os pés nun dela. -E onde caiu, para estar com o cabelo cheio de palha? -riu ele, tirando alguns fios de palha daquele cabelo escuro espetacular.

-E eu digo, ao senhor, o que lhe interessa? - respondeu Dulce, jogando a cabeça para trás e puxandoa saia para baixo ao notar que ele olhava suas pernas.

-Por que está montando o cavalo de meu falecido amigo Gabin? -Pelo que sei, desde sua morte, ninguém o monta.

Dulce praguejou ao saber que ele conhecia o cavalo.

-Eu só estava  dando um passeio tranquilo com  ele - respondeu ela, dando-se conta de que aquele segredo absurdo por fim seria descoberto.

-Chama de tranquilo o passeio que acaba de fazer? -Corria como se fugisse do inferno -brincou ele ao responder, enquanto a olhava com desejo.

De onde havia saído aquela mulher?

-Está bem -sorriu ela por fim, revirando os olhos -Tem razão em tudo o que diz, mas fiquei com pena de ver este lindo cavalo privado de correr um pouco. Depois de conquistar sua confiança e de pegá-lo sem que ninguém notasse -mentiu ela, encobrindo Rene -Decidi galopar um pouco. -Mas, por favor, tenho que voltar. -Se minha irmã perceber queme demoro vai se  assustar.

O guerreiro, cada vez mais enfeitiçado por ela, não estava disposto a deixá-la ir:

-Podemos ir juntos - repetiu ele, de olho em cada movimento dela. 

Isso não agradou a Dulce nem um pouco.

-Estamos no caminho. Meus homens e eu vamos para a fortaleza.

Nesse momento aproximou-se um cavaleiro, sério. Era Kieran. Depois de olhar para Dulce, observou com atenção seu acompanhante. Nesse momento, ela notou, quem estava a sua frente era o James Ohara, o malvado.

-Que faz aqui? -perguntou Kieran, sério, indicando a Dulce que se calasse. -Sabe que Pherson não fica satisfeito com sua companhia.

-Eu estava perto, e precisava de algumas provisões -respondeu o outro sem emoção na voz.

-E você, o que faz aqui, irmão?

-Que coicidência, James! -Aparece quando Pherson não está - sibilou incrédulo Kieran, interpondo-se entre Dulce e ele.

-Por acaso agora você é o  Lord destas terras? -riu James com desdém.

E olhando com avidez para Dulce, coisa que fez Kieran pressentir problemas, prosseguiu:

-É o guardião desta mulher?

As duras palavras de Kieran e olhar de James não agradaram a Dulce.

-O que eu faço aqui não lhe interessa -respondeu Kierqan, surpreendendo Dulce com aquele tom de voz. -E em relação à mulher, digamos que sim. -Sou seu guardião.

-É muita mulher para você, nãoa acha? -debochou James de seu irmão.

Kieran não se mexeu. Vermelho de raiva, aproximou-se mais e disse, entre os dentes, no rosto do irmão:

-Escute, se precisa de provisões, não serei eu a impedi-lo de adquiri-las. -Mas assim que se abastecer, quero que desapareça.

E olhando para  Dulce, que havia permanecido muda todo aquele tempo, disse:

-Vamos voltar para a fortaleza! -Creio que tardarei um pouco mais para partir-respondeu James secamente -Alguns cavalos precisam da visita do ferreiro.

-Não quero problemas, James -respondeu Kieran, cravando-lhe o olhar.

E quando ele e Dulce se preparavam para partir, James os deteve.

-Um momento -sussurrou james com raiva. 

Aproximou-se de novo de Dulce, e estendendo a mão, pegou um de seus cachos negros. Até que ela, com um movimento rápido de cabeça, livrou-se da mão dele.

O homem cravou nele seus olhos azuis frios e torceu a boca para sorrir.

-Você me permite saber o seu nome?

-Diga, para que possamos voltar -urgiu Kieran, inquieto por causa dos problemas que seu irmão poderia ocasionar.

-Dulce -respondeu ela, arrependendo-se instantaneamente.

E inclinado a  cabeça como uma despedida, ela se agarrou de novo na crina de Stoirm e começou a descer a colina ao lado de  Kieran, calado.

-Posso saber o que estava fazendo sozinha cavalgando com Stoirm? -perguntou ele sem olhar para trás.

Ele sabia que Jamess e seus homens estavam olhando para eles.

-Está louca?

-Não pensei que houvesse nenhum perigro -respondeu Dulce inquieta ao ver a pressa de Kieran.

Kieran olhou de soslaio para a colina e, com uma expressão feroz, gritou:

-Dê graças aos céus por eu a ter visto!

-Mas o que está acontecendo? -perguntou ela sem entender qual era o problema e o motivo de tanta urgência.

-Esse que se diz meu irmão -explicouKieran sem deixar de provocar seu cavalo -É a pessoa mais encrenqueira que já conheci na vida. -Portanto, vamos voltar o quanto antes à fortaleza.

Então, Dulce afundou os calcanhares nos flancos do animal e ele começou de novo a voar, desta vez como se o prórprio diabo estivesse atrás deles.

Jamaes Ohara, que os observava do alto da colina, soltou uma sonora gargalhada quando viu a moça retornar sua louca corrida sobre aquele animal impressionante. Após perdê-los de vista entre as árvores, levantou a mão e, com seus homens, continuou a caminho da fortaleza sem parar de perguntar quem seria aquela  morena de olhos negros chamada Dulce.

Quando Dulce e Kieran chegaram às estrebarias, Rene, suspirou aliviado. Anahi por sua vez, saudou-a com a mão e franziu a testa ao ver que o segredo já não era tão secreto assim. Dulce guiou Stoirm. Com um salto, desmontou do cavalo, sussurrou umas palavras carinhosas em seus ouvido e deu-lhe duas palmadas no lombo. Logo se abaixou para pegar seus sapatos.

-Entrem rapidamente na fortaleza -indicou Kieran antes de ir falar com seus homens.

Tinha que reforçar a guarda. Seu irmão James estava ali, e ele não confiava em um fio de cabelo dele.

-Como se comportou esta belezura? -perguntou Anahi aproxiamndo-se da irmã.

-Impressionante! -respondeu ela enquanto punha os sapatos e olhava de soslaio para as árvores.

-Milady, se houvesse acontecido algo com você, seu marido teria me matado -disse Rene ao fechar o portão da cocheira.

-Mas não me aconteceu nada não vê? -sorriu Dulce com Stoirm -Agora temos que ir Rene. -Se alguém perguntar por mim, você não me conhece! -E não sabe de nada do que aconteceu esta tarde com Stoirm - e olhando para sua irmã disse: -Vamos Anahi!