Fanfic: DESTINADOS/ Adaptada/ VONDY | Tema: VONDY

Naquela tarde , depois de saber que Dulce estava descansando em seu quarto e que a hemorragia havia sido estancada, Christopher se martirizava, incapaz de enfrentar a mulher que havia machucado tanto física quanto emocionalmente. Após uma longa conversa com Kieran, Christopher havia se conscientizado de duas coisas: a primeira era que gostava da vitalidade que sua mulher exalava, mais do que queria admitir; e a segunda, que Kieran não era um imbecil como o irmão, James.

Dulce, por sua vez, mergulhada em uma verdadeira tristeza, via com desespero o tempo passar e Christopher não aparecer. Por isso, assumiu o firm propósito de mudar sua personalidade forte e aceitar de uma vez por todas  que seu marido apesar de suas palavras doces nunca amaria.

Depois de bater à porta, Kieran apareceu.

-Como está seu braço?

-Melhor, obrigada - respondeu Dulce com familiaridade.

Mas, ao ver seu  lábio cortado e o olho roxo perguntou:

-Oh, meu Deus! -O que aconteceu com você?

-Nada importante -e ele sorriu ao ver a cara de desconfiada dela -Diferenças de opiniões com um amigo. -Mas não se preocupe, já estão resolvidas.

-Não mediga. -e fechando os olhos, Dulce perguntou: -Foi Christopher, não foi?

-Isso agora não interessa -sorriu Kieran, e olhando para ela com seus inquietantes olhos azuis, disse: -Vim me despedir de você. -Tenho que chegar a Aberdeen antes de meu irmão. -levantando os braços, acrescentou: -James é a ovelha negra da família e, quando chegar, só vai criar problemas para minha pobre mãe.

-Sinto muito -sussurrou Dulce.

Kieran se aproximou.

-Christopher não  tardará muito a perceber a sorte que teve por encontrá-la em seu caminho.

-Não creio que meus olhos cheguem a ver isso! -murmurou ela, revirando os olhos e fazendo-o sorrir.

-Verão, acredite em mim -disse ele apertando-lhe a mão. -Dê-lhe um tempo, ele não poderá viver sem você. -E se isso acontecer, é porque Christopher é mais burro do que acredito.

Ambos sorriram, e Dulce respondeu:

-Se você está dizendo!

-Escute. -Christopher disse que você sabe ler -sussurrou ele, olhando-a nos olhos.

Ela assentiu. Kieran lhe entregou um papel, onde havia desenhado um pequeno mapa com vários nomes. Antes de fazê-lo , ele havia pensado bastante. Mas, apesar de Christopher ter repetido até a saciedade que Marian não significava nada mais para ele, decidira dar a Dulce aquele papel. Ela poderia precisar de um amigo.

-Se um dia precisar de ajuda, para o que for, procure-me e eu a ajudarei. Neste mapa encontrará como me localizar.

-Mas porque está me dando isto? -perguntou Dulce, sem entender as intenções dele.

-Porque é sempre bom ter amigos. -apontou ele, esperando estar enganado a respeito de Christopher. -Se precisar me localizar, vá até o vale de Glenn. A oeste, encontrará uma pequena aldeia de casas de pedra vermelha pr´xima ao lago. Quando chegar ali, procure o ferreiro; ele se chama Cal, é  um bom homem e amigo melhor ainda.

E apertando-lhe as mãos, sussurrou:

-Ele a fará chegar até a mim. -E repito, não quero nada em troca. -Só desejo que saiba que Kieran Ohara é seu amigo para a vida toda. -Está bem?

-Está bem - sorriu Dulce, pegando o papel.

Depois de trocarem um olhar significativo, ela disse:

-Cuide-se, promete?

-Tentarei -sorriu ele, afastando-se -Adeus Dulce, cuide-se também.

Triste pela partida de um bom amigo como Kieran,  ela se levantou da cama e, se dar importância ao papel que ele lhe havia entregado, guardou-o no saco onde levava seus poucos pertences pessoais; as calças de couro, as botas de cano alto e a capa surrada de seu avô Angus.

Com melancolia, Dulce olhou para aquelas roupas que em um passado não muito distante a haviam feito tão feliz.

Ao ouvir o som de cavalos, segurando o braço, que doía bastante, aprosximou-se da janela. Viu vários guerreiros montados em seus cavalos, enquanto Kieran falava com Lucca e ambos sorriam.

Nesse momento ouviu novas batidas na porta. Era Christian.

-Olá, cunhada -disse ele,  entrando com um sorriso maravilhoso -Está melhor?

-Sim. Viu? -Kieran está partindo.

Christian foi a janela e assentiu.

-Ele tem assuntos familiares a resolver -E para dazê-la sorrir, disse: -Sabe o que aquele presunçoso me disse quando se despediu de mim? -QUe vai passar por DUnstaffnage  para conhecer Maite. Pode acreditar?

-Não tem nada a temer -sorriu Dulce, mas sem brilho nos olhos. -Vreio que Kieran é um amigo melhor do que você pensa. -ELe é uma boa pessoa.

-Eu sei - assentiu Christian, olhando os guerreiros que se despedia com cordialidade de Pherson. -O que acha que Maite pensaria se o conhecesse?

Ao escutar essa pergunta, Dulce olhou para aquele highlander bonito e jovem que sempre a  apoiava, apesar de suas constantes trapalhadas e de sua teimosia.

-Quer sinceridade?

-Desde quando minha cunhada não é sincera em algo? -perguntou Christian com estranheza, olhando-a nos olhos.

-Muito bem -sorriu Dulce afastando com carinho o cabelo do rosto dele. -Quando Maite vir esses impressionantes olhos azuis, esse cabelo tão louro e esse sorriso maravilhoso pensará:- "Este Ohara é um  homem muito bonito".

-Acha isso? -perguntou Christian incomodado ao pensar em Maite olhando para o outro que não fosse ele.

Sua expressão contrariada fez Dulce sorrir.

-Oh, sim, tenho certeza. -Mas, assim que Kieran começar a incomodá-la pensará: "Este Ohara é muito incoveniente", e o porá em seu lugar.

Isso fez Christian rir. Enatão, ela aproveitou para lhe perguntar:

-Por que não para de evitar o  inevitável?

-Porque não sei se sou bom suficientemente para ela - respondeu ele, contemplando os guerreiros, que iniciavam sua marcha.

-E não saberá enquanto não tentar, Christian -sussurrou Dulce com tristeza na voz e no olhar -Mas também devo dizer que, às vezes, uma pessoa crê que é boa para a outra,  até que, um dia, percebe que está equivocada e...

-Você é perfeita para Christopher -disse ele entendendo as dolorosas palavras de Dulce. -Não duvide disso, Dulce! -Eu nunca o vi sorrir da maneira que sorri quando está com você.

-Deixe disso Christian -sussurrou ela sem forças, olhando pela janela -Nosso casamento foi um erro imenso. -Quando eu vivia com o vovô e Max, podia ser eu mesma o tempo todo, e sabe porque? -Porque ninguém esperava nada de mim além daquilo que já conhecia.

Surpreso diante das palavras de Dulce Christian perguntou:

-Porque diz isso?

-Porque não estou à altura do que seu irmão e  seu clã esperam de mim -disse ela soluçando.

Christian nunca a havia visto chorar, e não sabia como lidar com  isso.

-Sou tudo o que a mulher de um Lord não deve ser, e eu o adverti que não se casasse comigo; mas ele insistiu. -Eu estava tão desesperada que aceitei, e... e....

-Não, não, não chore -repetia ele, sem saber o que fazer diante da tristeza e das lágrimas que pesavam naquele rosto lindo. -Não faça isso comigo, Dulce! -Por  favor! -disse ele.

Ela se jogou em seus braços e chorou, desconsolada.