Fanfic: DESTINADOS/ Adaptada/ VONDY | Tema: VONDY

O verão estava chegando ao fim,  e nuvens negras constantes avisavam a comtiva de que a tempestade logo viria. A paisagem naquela área das Highlandes era espetacular. Os vales cor de violeta e os bosques ocres, vermelhos indicavam a iminente chegada do outono.

Após divisar a Ben Nevis, a montanha mais alta da Escócia, Alfonso sorriu. Isso significava qua estavam cada vez mais perto de seu lar. Em várias ocasiões, o guerreiro foi até a carroça para ver sua mulher, que o recebia sempre com um sorriso caloroso. Ele até a convidou  a calvagar com ele por um trecho do caminho. Anthony, inquieto devido ao estado de sua esposa, ía até a carroça constantemente, como Alfonso, para se certificar de que tudo estava bem. Porém, Christopher, que pela expressão do rosto  parecia um ogro, nãoa bandonou afrente da comitiva.

Ao chegarem ao lago Lochy pararam para esticar as pernas e comer alguma coisa. As mulheres foram até a água acompanhadas por Alfonso e  Anthony, solíccitos, ao passo que Christopher, com seu olhar confuso, seguiu em direção contrária. Dulce disfarçou a decepção sorriu como se nada houvesse acontecido.

Um pouco depois, Dulce convenceu os  dois casais a deixá-la sozinha. Na paisagem, ela encontrou uma rocha plana, escondida entre vários carvalhos. Subiu nela e se deitou, com a intenção de aquecer o corpo ao sol. Mas as  nuvens negras não tardaram a escurecer tudo ao seu redor.

Sentada na rocha, Dulce observou seu  braço, que parecia estar se recuperando rapidamente. Pelo menos já não o sentia latejar. Olhou ao redor, até que viu, não muito longe dali, Christopher conversando e sorrindo com Christian.

Abobada, observava seu marido. Era um homem muito atraente e rapidamente surgiram em sua memória os momentos vividos com ele. Seus beijos, suas carícias, o tom de sua voz quando faziam amor. Todas essas recordações a pertubavam e  a faziam desejar que aqueles braços fortes a abraçassem e a embalassem.

Estava tão fascinada em seus  sonhos que deu um pulo quando ouviu uma voz ao seu lado.

-Se eu fosse um lobo, milady, já estaria embaixo d'água -disse Miles, apoiando-se na rocha, mas sem subir.

-Duvido -sorriu ela, começando a desmanchar sua trança. -Meu avô sempre me disse que para que um lobo nos pegue e nos leve consigo ao fundo do lago, primeiro temos que tocá-lo -disse lembrando do espírito aquático do folclore celta.

-Milady, me avô -continuou Miles, subindo na rocha -QUando era jovem, numa tarde ensolarada, viu surgir das águas um lobo transformado em um linod cavalo negro, metade cavalo, metade peixe, e levar um  aldeão que estava dormindo à beira do lago.

Franzindo a testa de um jeito engraçado, Dulce perguntou:

-É verdade? 

Miles divertido pela expressão, sorriu.

-Milady não acredite em tudo o que conto. - Meu avô era muito exagerado, especialmente quando bebia cerveja.

Ambos sorriram. A Escócia era uma terra de lendas.

-Meu avô e Max adoravam se sentar à noite conosco e nos contar histórias -sorriu Dulce ao recordar -Eles falavam sobre o pássaro que vive nos lagos, Boobrie, ou sobre o solitário elfo Ghillie Dhu, que habita os bosques de bétulas, vestido só com folhas e musgos fresco.

-Eu não acredito muiot nessas coisas, são histórias de velhos. -disse ele. E surpreendedo-a acrescentou-lhe o olhar: -Assim, milady, como não creio que deva dar ouvidos ao que sua irmã lhe disse no bosque. -Meu Lord toma suas próprias decisões, e nunca permitirá que ninguém a afaste  dele.

-Oh, meu Deus, que vergonha! -exclamou ela, cobrindo comicamente o rosto ao recordar seus insultos. -Não me diga que escutou tudo? -Christopher vai querer me matar por tudo o que saiu da minha boca! 

Miles para acalmar sua senhora, afirmou:

-Não pense que foi de propósito. -Eu estava me banhando no lago quando ouvi seus gritos e de sua irmã.

Ao ver que ela olhava para ele, Miles disse, com honestidade:

-Nunca contarei o que gritou. -Mas permita que lhe diga que em nosso clã, à exceção do Lord, ninguém ordena a ninguém o que deve fazer.

Isso fez Dulce sorrir e sentir que Miles a apoiava. Envergonhada por tudo o que havia dito sobre Christopher, sussurrou:

-Miles, eu me sinto péssima, -Por minha culpa e meu destempero, alguns guerreiros zombaram de meu esposo.

De súbito, umas gotas de chuva imensas  anunciaram a tempestade.

-E seu esposo -respondeu Miles, ajudando-a a se levantar -Já cuidou disso. -E se de algo tenho certeza é de que meu Lord jamais a bandonará. -Nós crescemos juntos, eu o conheço muito bem e sei que, quando olha para você, algo acontece aqui nele -disse tocando o coração -Eu vejo isso nos olhos dele para você.

Isso a surpreendeu. Nunca teria imaginado que ouviria Miles, aquele Highlander grandalhão de cabelo claro, falar de amor.

-Miles! - exclamou Dulce -Sua mulher  deve ficar encantada com seu romantismo.

Os dois sorriram com cumplicidade.

-Estou com  saudade de minha linda Maura -admitiu ele, sentindo-se pertubado ao pronunciar esse nome. E voltando para olhar para Dulce, disse:

-Milady, ele está atormentado pelo que aconteceu no outro dia. Basta observá-lo para ver em seu rosto a angústia por causa de sua distância.

Desceram da rocha e correram até chegar aos outros, que , acostumados às mudanças do tempo, comiam como se nada estivesse acontecendo. Dulce se despediu de Miles e se sentou com as mulheres debaixo ed uma cobertura feita com  paus e capas.

Christopher, distante, mas atento aos movimentos de sua esposa, sorriu ao ver John, o cozinheiro, sem ninguém lhe dizer nada, aproximar-se dela para lhe oferecer um bom prato de comida, que ela aceitou com um sorriso grato.

-O que você pensa que vovô dirá quando a conhecer? -perguntou Christian.

-Ele se apaixonará assim que ela abrir a boca -respondeu Chrsitopher a seu irmão, que descansava ao seu  lado apoiado na árvore.

Seu avô sempre havia mimado e adorado Joana, sua falecida irmã, que, assim como Dulce, havia crescido cercada de homens e fazendo o que tinha vontade.