Fanfic: DESTINADOS/ Adaptada/ VONDY | Tema: VONDY

-Dulce! -gritou o menino bravo -Não quero tomar banho.

-Milady -disse Fiorna, sem dar ouvidos ao menino -Pode dar uma olhada na cabeça destes diabinhos?

Arregancando as mangas de pele, Dulce fez o que a mulher lhe pediu.

-Oh, meu Deus! -sussurrou Dulce ao olhar a cabeça das crianças -Estão cheias de lêndeas. Fiorna, é melhor cortar o cabelo deles e lavar-lhes a cabeça com água com amieiro-preto.

-Eu não vou cortar o cabelo! -protestou Lucca de novo.

E tentou escapar enquanto Dulce o segurava pela orelha.

-Mais uma pergunta, milady. Meu filho mais  velho caiu ontem de uma árvore, e está com um  hematoma imenso na perna. O que posso lhe dar para diminuir o inchaço?

-Hamamélis -indicou Dulce. E deu um pescoção em Lucca, pois acabara de lhe dar um pontapé. -Passe depois na cozinha e lhe darei a erva, Tem que aplicá-la na parte afetada. Vai  ver como ajudará a diminuir o inchaço e a dor, e vai eliminar o tom azulado.

-Obrigada, milady -disse Fiorna.

Foi embora com seu filho e deixou  Dulce a sós com Lucca.

-Quer parar de me chutar? -grunhiu Dulce

-Não quero tomar banho, nem cortar o cabelo -resmungou o emnino, bravo.

-Pois lamento dizer, mocinho, mas não tem outra opção.

E então, Lucca saiu correndo por cima da horta enlameada.

Dulce divertida, correu atrás dele. Adorava brincar com seu irmão. O menino, ao sentir a mão dela em seu ombro, voltou-se e lhe deu outro pontapé, que a fez  soltar pela boca palavras nada adequadas para uma senhora. Quando conseguiu pegá-lo de novo, Dulce gritou:

-Lucca, vamos para a banheira!

O menino esperneava.

-Nem em sonhos! -gritou ele, fazendo-a cair no solo enlameado da horta.

-Maldição Lucca! -rugiu elaao se ver toda suja de barro.

Seu irmão tentou escapar. Ela o pegou firme pelo pé, e o menino caiude bruços. Com os dois se debatendo, o barro começou a voar para todos os lados. Dulce, já toda suja, não se importou mais. Arrastando-se em cima do menino dando-lhe uma bronca:

-Viu como ficamos, por sua culpa? -Agora nós dois teremos que tomar banho.

-Odeio quando me trata como uma criança! -gritou Lucca.

E pegando o barro, esfregou-o na cabeça de sua irmã.

-Muito bem, Lucca! -disse ela ao sentir o barro molhado escorrer por seu pescoço.

Com um sorriso maléfico, ela esfregou barro no rosto de seu irmão, deixando-o aturdido enquanto morria de rir e dizia:

-Isto é o que merece por ser comportar como uma criança!

-Sinceramente -disse uma voz atrás deles - Não sei qual dos dois é mais criança?

Lucca e Dulce se voltaram rapidamente e deram um grito de alegria ao ver Anahi, sorridente, atrás deles.

-Nem pensem em me tocar! -gritou Anahi andando para trás ao vê-los se levantar, sujos de barro, e se encaminhar para ela.

Lucca e Dulce se entreolharam, divertidos. Como Anahi se tornara delicada!

-Como está gorda! -gritou Lucca ao ver sua irmã, já com uma boa barriga e alguns quilos a mais.

O comentário fez Anahi franzir a testa.

-Nossa Anahi! -Você se tornou uma senhora! - Dulce riu, apreciando o aspecto saudável de su irmã com aquela barriga e uma capa de pele maravilhosa.

E pegando Lucca, sussurrou:

-Creio que, se quisermos nos aproximar dela, é melhor que tomemos banho.

-E que tire as lêndeas de minha cabeça -asssentiu o menino para espantar Anahi.

Ela, ao escutá-lo,  deu um passo atrás com rapidez.

-Anahi por todos os santos! -gargalhou Dulce ao ver a frescura de su irmã -Não nos olhe com essa cara. -Estávamos brincando.

-E as lêndeas? -gritou Anahi com cara de  horror.

-Anahi -debochou Dulce dirigindo-se ao castelo levando Lucca pela mão -Preciso recordá-la de que várias ocasiões eu tive que lavar seu cabelo com água de ramno?

-Oh, cale-se! -murmurou Anahi estremecendo -Nem me lembre disso!

Dulce olhou para sua irmã com carinho. Estava linda, e parecia feliz.

-Está maravilhosa! -sorriu Dulce -Por que não me avisou que viria? -Eu teria preparado uma bela recepção e um almoço excelente.

-Esta viagem foi uma surpresa para mim. Ontem, quando Alfonso e Christopher chegaram, quase morri de alegria.

-Christopher? -perguntou  Dulce perplexa -Christopher está aqui?

Anahi, levantando a bainha de seu lindo vestido vermelho, assentiu.

-Claro, viemos juntos, com...

-Maldição! -grunhiu Dulce.

Tantos dias pensando em ficar bonita para quando ele voltasse, e Christopher aparecia justo neste momento para encontrá-la suja daquela maneira.

-Oh, Deus! -Tenho um vestido azul lindo preparado para deslumbrá-lo quando chegasse. -Não, não quero que ele me  veja assim.

-Pois ele já viu! -gritou Lucca, soltando-se de sua mão e correndo para Evan,  que a olhava surpreso.

Assim como Christopher, Marlon, Alfonso, Christian, vários homens e uma mulher. Horrorizada, Dulce não queria nem olhar.

-Não tenho escapatória, não é? -sussurrou para su irmã, afastando o cabelo enlameado do rosto.

-Receio que não -suspirou anahi, entendendo a situação de Dulce -Siga adiante, e seja o que Deus quiser.

Christopher, que  conversava com seu avô, ficou sem fala ao ver sua mulher chegar com aquele aspecto. Diferentemente de Anahi, que ao seu lado parecia uma grande senhora com aquelas peles, Dulce estava horrível, coberta de barro dos pés a cabeça.

A alegria que Christopher sentiu ao vê-la acelerou seu coração. Mas seu olhar feroz  não expressava o mesmo. Ele sentira saudade dela até quase enlouquecer, mas agora ali estava ela à sua frente, e ele não podia abraçá-la e beijá-la como tantas vezes havia planejado. A única coisa que foi capaz de fazer foi cravar-lhe seu olhar duro enquanto Dulce se aproximava.

-Por São Ninian! -riu Christian, sem poder se  conter -Onde estava, cunhada?

Ciente do olhar do marido, Dulce, envergonhada por sua aparência, só pode responder:

-Cavando sua cova, engraçadinho! -disse surpreendendo a todos e fazendo sorrir mais de um.

-Não tem graça nenhuma -Bradou Christopher enfurecido.

Mas se desmanchava por dentro ao olhar para sua mulher, que apesar de sua aprência, estava adorável.

-Onde estava para ter ficado desse jeito, mulher?

-Na horta que  tenho atrás da casa - respondeu ela, olhando-o com um sorriso carinhoso e buscando em seus olhos aquela chama de amor que havia neles quando partira.

-Está é sua mulher? -perguntou o homem alto e moreno.

Christopher, olhando para ela por alguns instantes assentiu.

-Sim, Robert -e sem nem sequer sorrir, disse secamente, sem se aproximar dela: -Dulce, este é nosso bom amigo e rei da Escócia, Robert de Bruce.

-Oh, meu Deus!

Ela tremeu de  emoção o saber quem era aquele homem.

-É um prazer conhecê-lo senhor.

Sorriu pesarosa, ao sentir o olhar duro de seu marido para seu  rosto e seu vestido. Mas abriu seu melhor sorriso e disse:

-Desculpe pela situação em que me encontrou. -Não acredite que minha aprência diária seja esta -disse Dulce com encanto, notando que a mulher a olhava com estranheza.

-Assim espero -respondeu ele com agrado -Para ser sincero é a primeira vez  que vejo uma dama em uma situação dessas.

Christopher constrangido, prosseguiu com as apresentações:

-Estes são Arthur Miller, Jack Lemond e sua irmã, Marian Lemond. -Ficarão alguns dias aqui e depois seguirão seu caminho.

-Ora, que surpresa! -respondeu Dulce quase sem ar ao escutar o nome daquela mulher.

Admirou sua beleza: seus cabelos louros e bem penteados, suas feições delicadas e sua pele clara como seda.

-Deculpem minha irmã! -riu  Anahi, atraindo o olhar de Dulce -Como podem ver, ela se excede em seus afazeres diários, esqucendo às vezes quem é.

-Como? -protestou Dulce

E sem pensar em quem estava ao redor deles, disse, apontando-lhe o dedo:

-Anahi, para dizer tamanha besteira, é melhor que se cale.

-Marian aceita um pouco de cerveja? -perguntou Christian à mulher francesa, que estudava Dulce com atenção.

-Adoraria -assentiu ela, empacotada naquele vestido de tom  pastel que realçava sua beleza.

Olhando para Dulce com certa indiferença, Marian disse a seu irmão em um perfeito francês:

-Graças a Deus não a vi pelo caminho. -Eu a teria confundido com uma cigana suja.

-Marian! -censurou jack

Olhando para Dulce, disse com um sorriso artificial:

-Minha irmã disse que tem um lindo lar, milady.

-Agradeça suas palavras encantadoras -sorriu Dulce com frieza, pois havia entendido perfeitamente o que ela dissera.

Graças a Babá que tivera na infância, que era francesa, ela havia aprendido a falar perfeitamente esse idioma. Anahi não recordava, porque nunca se  empenhara em aprender.

-Oh, desculpe -sorriu a francesa com fingida inocência, piscando os olhos com timidez para Christopher

Ele sorriu ao  olhar para ela.

-Ás vezes esqueço que aqui não se fala meu idioma.

-Não se preocupe -respondeu Dulce, dando-lhe corda ao ver que seu  marido sorria para Marian, mas mal olhava para ela.