Fanfic: DESTINADOS/ Adaptada/ VONDY | Tema: VONDY

-Ora! - sorriu Marian para seu irmão, dizendo em francês -Vejo que a cigana suja gosta muito de beber e de mandar que as pessoas se calem. -Que mulher vulgar!

Ao escutá-la, Dulce quase jogou o copo na cabeça de Marian, mas se conteve ao escutar o padre Gowan dizer:

-Christian, vamos deixar as notícias para mais tarde.

-Está bem, eu me calarei -disse Christian, tirando o copo da mão de Dulce.

-O que há com você cunhada?

-Creio que vou matar alguém esta noite -respondeu Dulce, olhando-o nos olhos e fazendo-o sorrir.

-Marlon -disse Marian, fazendo Christian e Dulce olhar para ela -Que notícia tão importante é essa que tem que comunicar?

-Santo Deus -sussurrou Dulce, fechando os olhos ao ver a cara do velho.

-Morgana não  vive mais aaqui. -murmurou Marlon

Padre Gowan tocou o ombro do amigo com carinho, fazendo com que Christopher e Christian se olhassem com estranheza.

A partir daquelel momento, Marlon se encarregou de relatar o que havia acontecido com Morgana. Christopher escutava com atenção as explicações de seu avô. Dulce, calada ao seu lado, observava quase sem respirar. Quando terminou, um silêncio sepucral tomou conta do salão, até que Christopher e Christian, levantando-se,  furiosos e feridos, começaram a praguejar e gritar coisas horríveis sobre essa mulher.

Após um tempo angustiante, por fim as palavras de ânimo e carinho dos presentes conseguiram acalmá-los. Dulce se espantou ao ver Marian abraçar Christopher diante de todos, sem nenhum pudor, enquanto falava em seu ouvido, acariciava-lhe o cabelo e o afastava do grupo para consolá-lo.

-Christopher! - disse Marlon, chamando seu neto ao vê-lo abraçado à francesa enquanto sua mulher os observava. -Dulce soube desmascarar essa víbora em pele de cordeiro. Eu nunca viverei o suficiente para lhe agradecer por isso.

Christopher a olhou, mas ela virou o rosto.

-Ela é um anjo caído do céu -acrescentou padre Gowan olhando com  desconfiança para a francesa.

-Oh, Dulce! -sorriu Anahi.

Mas Dulce não queria escutar ninguém. A dor de ver Christopher abraçando aquela estúpida insuportável a estava matando.

-Está sua mulher -disse Robert de Bruce -Além de bela também sabe usar a cabeça.

Christopher a certa distância dela,  olhava-a sem se mexer.

-Cunhada -murmurou Christian, abraçando-a com adoração - Terei uma dívida eterna com você.

-Agora não me ocorre nada -sorriu Dulce com carinho- Mas não se esqueça de que me deve um favor.

-Não esquecerei -prometeu ele, caminhando para seu avô.

-Dulce - disse Christopher, dando-se conta de seu erro pelas palavras de seu avô -Eu lhe serei eternamente grato.

Afastando-se de Marian, aproximou-se de Dulce  e, pegando-lhe o queixo para que olhasse para ele, sussurrou, sentindo a frieza e a tristeza em seu olhar:

-Serei eternamente grato a você.

"Diga-me que me ama", pensou ela, mas foi incapaz de dizer.

-Meu senhor, digo o mesmo que a seu irmão -respondeu ela, afastando-se -Não se esqueça.

-Não me esquecerei -respondeu Christopher observando-a com o olhar.

Neste momento, Marlon chamou a  atenção de seu neto.

-Christopher, gostaria de falar com você um instante.

O velho não estava disposto a permitir aquele comportamento. Amava Dulce, e estava presenciando a dor que seu neto  lhe infligia. Ele nunca acreditara nas palavras que Morgana cuspira diante de Dulce antes de morrer: que, se Lady Marian aparecesse de novo na vida de Christopher, ela o roubaria de Dulce. mas, agora, estava começando a duvidar. Chrsitopher era tão idiota a ponto de perder Dulce?

-Agora não, vovô -respondeu Christopher, observando o olhar escuro e frio de sua mulher.

-Christopher! - insistiu o velho.

Ele queria contar a seu neto as desafortunadas palavras de Morgana.

-Preciso falar com você.

-Deveria falar com seu avô. -disse padre Gowan, intuindo o que ele queria dizer.

-Mais tarde - sussurrou Christopher sem olhar para ele.

Estava tentando adivinhar os pensamentos de suamulher, que neste momento observava Marian de cara feia.

-Não entendo como o Highlander pode se casar com uma selavagem dessas -sussurrava Marian em francês para seu irmão.

De novo ele a mandou se calar, angustiado diante  de suas palavras.

-Ela é vulgar, sem classe. -De onde a tirou?

após um curto mas significativo silêncio, Marlon tossiu, contrariado diante da irritação de Dulce. De certo modo, ele a entendia. Nesta noite, via alojadas nos olhos dela a raiva, a decepção e a dor. Só de observar Anahi e ver como ficava nervosa diante  dos comentários de sua irmã, podia prever que esta noite não seria fácil para ninguém, em especial para aquela moça que ele adorava.

-Notei que mudou algumas coisas no castelo -disse Christopher, sentando-se de novo à mesa, por fim entendendo os duros olhares de seu avô e seu irmão.

-Sim, meu  esposo -assentiu Dulce de má vontade, querendo estrangular alguém -Espero que não lhe desagrade. -E, se assim for, mandarei que deixem tudo como estava  antes.

-Evidentemente que não. -E, por favor, Dulce, recorde meu nome -respondeu Christopher, olhando sisudo para Christian e Alfonso em busca  de um pouco e ajuda.

Mas eles baixaram a cabeça e continuaram comendo.

Dulce que havia notado a súplica no olhar de seu marido, sentiu-se encorajada. Sabia que Christopher estava começando a se sentir culpado por sua indiferença, mas agora era a vez dela. Ia fazê-lo pagar pela dor em seu  coração. Anahi que mal havia comido, sabia, por experiência própria, que Dulce não era paciente -por isso seu apelido

E não entendia como havia aguentado ao lado de seu marido durane todo o jantar sem se exaltar. Mas quando vira jogar a faca na parede, soubera que a paciência de sua irmã havia chegado ao fim e que a partir desse momento, começaria sua vingança. E não tardou a chegar.

-Deseja um pouco mais de cerveja? -perguntou Dulce com gentileza, começando a gostar do constrangimento geral -Ou talvez, meu senhor, deseja que eu lhe sirva vinho?

Christopher lavantou o olhar para ela e viu muita raiva em seus olhos; por isso, sabendo o que podia acontecer se não se controlasse, respondeu simplesmente:

-Prefiro cerveja.

-Perfeito!

Dulce pegou uma jarra que uma das criadas portava neste momento e, sem cuidado algum soltou-a em cima da mesa com tal fúria que quase derramou inteira.

-Ora! -Que desajeitada! -Desculpe meu senhor!

-Não foi nada! -sibilou Christopher limpando a cerveja derramada com tal brio que parecia querer polir a toalha de mesa.

-O que está acontecendo com sua irmã? -sussurrou Alfonso a Anahi, que começava a se levantar ao encontrar o olhar  suplicante de Christian.

-Oh, por Deus -murmurou Marian em francês. -Além de tola e sem classe, é desajeitada!

-O que disse Lady marian? -gritou Dulce com vontade de pegá-la pelo pescoço e sufocá-la diante de todos.

-Ela disse - respondeu Jack ao ver que Marian ficava calada - Que deseja provar  o ensopado que fazem aqui.

Christopher cada vez mais confuso, notou a palidez de sua mulher e os círculos escuros debaixo dos olhos. Olhou para seu avô e seu irmão em busca de ajuda, mas eles nem se mexeram.

-Edwina! - chamou Dulce alegremente - Poderia fazer a gentileza de trazer o ensopado? -Nossa convidada deseja prová-lo.

-Creio que isto não vai acabar bem -sussurrou Anahi.

E ficou toda arrepiada ao ver outra criada surgir com uma bandeja cheia de ensopado.

-Aqui está! -sorriu Dulce com alegria.

Anahi ficou gelada quando viu Dulce, sem aviso prévio, pegar a bandeja e a pôr em cima da mesa com o mesmo entusiasmo que a cerveja. O ensopado se derramou em cima de Lady Marian, que soltou um grito, horrorrizada, ao se ver coberta de pedaços de carne e molho.

Marlon, padra Gowan e inclusive Christian fizeram grandes esforços para não rir.

-Oh, que desastrada! -murmurou Dulce fingindo inocência, cobrindo a boca para que ninguém a visse sorrir.

E batendo em um dos copos da mesa, fez com que vários outros caíssem, encharcando de cerveja, vinho e água Christopher e robert de Bruce.

-Desculpe-me Lady Marian!

-Chienne! -murmurou Marian, raivosa.

Dulce rapidamente entendeu que ela a havia chamado de "cadela em francês". Cravando-lhe os olhos com raiva, Marian saiu rapidamente do salão dizendo:

-Vou trocar meu vestido.

-Eu a acompanho - ofereceu Jack, intuindo a vergonha e a raiva de sua  irmã naquele momento.

-Por todos os santos! -rugiu Christopher

Todos a observavam, atônitos, segurando o riso, enquanto Anahi enchia a jarra de cerveja. A indignação de Dulce parecia não ter fim. Trocando um olhar breve mas significativo com robert de Bruce, que assim como ela havia ouvido e entendido o insulto, viu que ele sorria discretamente enquanto bebia sua cerveja. Com fingida preocupação, começou a limpar as manchas na camisa de seu marido.

-Oh, que desastrada! -repetiu -Torno a lhe pedir desculpas, meu senhor -e olhando-o com olhos suplicantes, disse: -Agora mesmo direi aos criados que lavem com carinho o vestido de lady Marian, meu senhor.

-Dulce! -disse Christopher -Poderia fazer a gentileza de parar de me chamar de senhor e utilizar meu nome?

-Claro -assentiu Dulce com um falso sorriso.

Ao ver que uma das criadas entrava com outra bandeja de comida, diante de Anahi que quase engasgava, e Christopher, que se levantava rapidamente da mesa, disse:

-Quer um pouco de carne, Christopher?

-Não! -bradou ele, enfurecido.

E ouvindo o riso dos outros, perguntou:

-O que é tão engraçado?

-Nada filho -respondeu Marlon, parando de rir.

Robert de Bruce e o resto bebiam cerveja para disfarçar:

-Sente-se e acabe de jantar.

Mas Christopher estava muito contrariado e irritado. Muito irritado.

-Vou trocar de roupa.

-Não quer mesmo um pouco mais de cervo? -perguntou Dulce ao ver que seu marido se afastava runo à escada -Susan o fez com muito carinho para o senhor. Não lhe apetece um puquinho?

-Sssshhh.... -Cale-se Dulce! -grunhiu Anahi, jogando-lhe um guardanapo.

A paciência de Christopher chegou ao limite. Ele se voltou para Dulce, que o olhava com todo o descaramento do mundo. Pegou-lhe a mão com força, puxou-a sem nenhuma delicadeza e, diante do olhar perplexo de todos, levou-a pela porta do salão.

-Por todos os santos! -sussurrou Marlon ao vê-los sair, enxugando o suor da testa.

-Essa moça não tem medo do perigo -comentou padre Gowan, servindo-se outra taça de vinho para acalmar os nervos.

Alfonso e Christian, divertidos, enquanto bebiam cerveja.

-Com exceção do triste episódio que ouvimos, este foi o jantar mais divertido que já tive na  vida -gargalhava Robert de Bruce, incrédulo por ver como aquela moça conseguia alterar seu amigo Christopher -Além do mais, pela recepção de Dulce, aposto que pensa que pensa de Lady Marian o mesmo que minha mulher Elizabete.