Fanfic: Nuestro Amor - Portiñon | Tema: Rebelde, Portinon

Entrei em casa e antes mesmo que eu fechasse a porta, Maite começou a me encher de perguntas.

— Calma, mulher. — Eu disse enquanto jogava minha bolsa em cima do sofá e me sentava ao lado da loira — A Mel é uma fofa, nos demos muito bem. E eu fui contratada!

— Meu Deus! Isso é sério? — Ela levantou do sofá e começou a pular, me puxando para pular junto, porém eu não via o porquê de tanta comemoração, nenhuma de nós estávamos milionárias agora e muito menos conhecemos Nick Jonas — Dulce, isso é maravilhoso!

— Por que? Eu só irei trabalhar. Eu não me importo com o fato de Anahí Portilla ser famosa e milionária, ela continua sendo uma pessoa normal. E outra, não acho nada legal ter que morar na casa dela. — O sorriso no rosto de Maite sumiu.

— Como é? — Ela gritou.

— Isso mesmo que a senhorita ouviu. Eu irei morar na casa da Portilla.

— Mas você não pode me deixar sozinha!

— Ué, cadê a sua empolgação e felicidade?

— Não esperava que eu continuasse animada após saber que minha melhor amiga irá se mudar, não é?

— Eu não posso perder esse emprego, eu irei ganhar dez mil por isso.

— Como é? — O queixo de Maite foi no chão e ela se jogou no sofá me olhando incrédula.

— Isso mesmo. Dez mil por mês e quando eu cuidar da pequena aos finais de semana, Anahí incluirá dois mil.

— E quando você começa?

— Amanhã — Fiz careta. Eu havia amado a Melzinha, mas ter que morar numa casa onde todos são desconhecidos não me agradava nem um pouco.

— Vamos arrumar sua mala agora mesmo! — Ela se levantou e me puxou pela mão até o quarto.

O táxi parou em frente à casa de Anahí e eu senti meu estomago embrulhar, sai do carro e esperei o taxista tirar minhas malas do carro, já que eu era fraca demais para aguenta-las. Após o taxista entrar no carro e sair, virei-me para os seguranças, mas antes mesmo que eu dissesse algo ouvi Melanie gritando meu nome, enquanto saía pela porta da frente. A pequena correu em minha direção e pulou em meu colo, me abraçando forte.

— Achei que não viria mais, estava demorando! — Ela beijou minha bochecha e voltou a me encarar.

— E por que eu deixaria de vir? — Perguntei confusa.

— Talvez porque não gostou de mim.

— Não repita isso não, mocinha. Você é a pessoa mais adorável do mundo, impossível não gostar de você.

— Queria que mamãe pensasse como você... — Ela sussurrou, mas eu pude ouvir.

— Por que... — Eu ia perguntar o porquê de ela ter dito isso, porém logo Maria apareceu e nos chamou para entrar, um dos seguranças pegou minhas malas e foi nos seguindo até entrarmos na casa, depois o mesmo falou com Maria e ele subiu com minhas malas — provavelmente para o meu quarto.

— Vamos brincar? — A menina pediu com os olhos brilhando.

— Claro, linda.

— Você não quer almoçar antes, Dulce? — Maria disse sorrindo.

— Não, Maria. Obrigada. — Sorri — Eu já almocei antes de sair de casa.

— Se é assim, tudo bem. Divirtam-se! — Ela disse e logo se retirou.

— Vamos brincar do que? — Voltei meu olhar para a pequena que estava em meu colo.

— Vamos brincar de cabelereiro! — Ela disse animada — E eu irei mexer em seu cabelo.

— Tudo bem — Eu disse rindo da empolgação da menina. Coloquei-a no chão e em seguida me sentei, no chão mesmo. Ela se posicionou atrás de mim e soltou meus cabelos que estavam presos.

— Uau! Seu cabelo é tão lindo. — Logo senti suas mãozinhas passando por meus cabelos, me fazendo sorrir. Suas mãozinhas eram leves, tão delicadas quanto ela.

— Obrigada, princesa. — Sorri.

— Será que meu cabelo vai ficar igual o seu quando eu crescer?

— Por que quer que seu cabelo fique igual o meu? Seu cabelo é tão lindo.

— É que eu achei o seu cabelo lindo demais, Dul. — Sorri ao ouvir a menina me chamando pelo apelido.

— Mas o seu cabelo é bem mais lindo do que eu meu, pequena.

— Eu não acho isso. Mamãe nunca elogiou meu cabelo, nem sei se ela gosta de mim.

— Como não? — Olhei-a confusa. No dia anterior, Anahí parecia tão preocupada com quem cuidaria da pequena, eu achei que ela fosse carinhosa com a menina. Melanie nada respondeu, apenas voltou a mexer em meu cabelo, ela parecia ter ficado triste ao falar aquilo. Então, achei melhor não tocar no assunto novamente — Me faça um penteado bem lindo, ok?

— Ok! — A menina disse mais animada. Ela continuou mexendo em meu cabelo, as vezes o prendia, mas depois soltava. Até que ela cansou de mexer em meu cabelo e o deixou solto. Depois, pegou duas bonecas que estavam em cima do sofá e se sentou em minha frente, me entregando uma.
— Essa é sua filha e essa é a minha. O nome da minha filha é Adele e a sua?

— América. — Sorri.

Então começamos a brincar de várias coisas com a boneca, fingíamos que íamos sair, levávamos elas para a escola e vários outros lugares. Brincadeiras típicas de crianças que fazia tempo que eu não brincava, já que nas outras casas que eu trabalhei só tinha meninos. Quer dizer, na última casa tinha uma menina, porém ela já tinha 16 anos, então eu não cuidava dela. Mas, ainda sim éramos bem amigas e mantínhamos contato até hoje.

— Agora, nós vamos... — A menina parou de falar assim que ouviu a porta abrir, Anahí entrou jogando sua bolsa em cima de um sofá. Ela estava séria como de costume, o que me deixava um pouco irritada. Mel correu até ela — Mamãe, mamãe! Vem brincar com a gente!

— Cale a boca e me deixa em paz, Melanie. — Ela disse sem olhar para a cara da menina e subiu as escadas.

Melanie abaixou a cabeça por algum tempo, eu fiquei a observando. Não sabia se deveria falar com ela agora. Levantei-me e fui até ela e tentei abraça-la, porém, a pequena saiu correndo para o andar de cima. E foi então que eu percebi que eu estava completamente enganada sobre Anahí Portilla.

Estava deitada em minha cama enquanto falava com Maite, havia acabado de voltar do quarto de Mel, a pequena estava dormindo. Eu já havia tomado banho e conversado um pouco com Maria. Havia descoberto que Anahí sempre foi assim com Melanie, o que fez meu coração doer.

Maite: Você está bem?

Dulce: Eu estou, porém Melanie não. Eu estava enganada sobre Anahí. Aliás, nós estávamos.

Maite: Como assim?

Dulce: Anahí é fria, não é nada parecida com aquela garota que você disse que ela é nas entrevistas.

Maite: Ela fez algo contra você?

Dulce: Não. E se fizesse eu não ligaria. Ela fez algo contra a filha dela, foi completamente seca com a menina e pelo o que eu entendi, ela não é nada carinhosa com a pequena.

Maite: Impossível. Ela parece tão amorosa e dedicada nas entrevistas.

Dulce: Até parece que não conhece os famosos, Maite.

Maite: Mas será que ela é assim sempre? Vai ver ela só estava em um dia ruim.

Dulce: Isso não justifica o modo como ela tratou Melanie. Sem contar que Maria me contou que Anahí é muito seca com a menina e isso não é de agora.

Maite: E o que você vai fazer?

Ouvi batidas em minha porta e gritei um "entra". Logo a porta foi aberta por Maria, que me chamou para jantar. Disse que era costume que todos jantassem juntos à mesa. Maria também pediu para que eu chamasse Melanie, porém achei melhor deixa-la dormindo.

Dulce: Irei continuar aqui, pela Melanie. Bem, tenho que ir. Se cuida, eu amo você, xx.

Deixei meu celular em cima da cama e fui até o quarto de Melanie, abri a porta devagar e vi que a pequena continuava dormindo. Sorri com a cena, Mel era adorável até dormindo. Depois, desci para a cozinha.

Anahí já estava sentada à mesa, havia uma morena ali também. Ela ao me ver sorriu para mim, eu sorri também, em seguida me sentei também. Anahí estava olhando seu celular, continuava séria e parecia muito atenta no que estava lendo.

Maria sentou-se ao meu lado e ficou encarando Anahí, assim como a morena que estava a minha frente e eu. Após mais alguns minutos Anahí deixou o celular sobre a mesa e olhou em volta.

— Onde está Melanie? — Ela perguntou. Sua expressão continuava séria.

— Está dormindo. Eu achei melhor não a acordar.

— Maria não lhe disse que eu estava a chamando também?

— Disse. Porém, eu não quis acorda-la.

— Mas se eu disse que era para ela estar aqui, você não tem que querer ou achar nada. Eu quero todos reunidos a mesa. — Ela disse autoritária. Engoli em seco e contei até dez.

— Tudo bem, eu irei chama-la, senhorita Portilla. — Me levantei antes mesmo de terminar de falar e sai dali correndo para o andar de cima.

Anahí era uma mulher fria, queria tudo do seu jeito, essas eram as palavras de Maria, que mesmo a amando não escondia a verdade de ninguém. Como ela mesma disse "Uma hora ou outra, você irá descobrir que Anahí não é o que aparenta ser, então por que eu irei mentir?"

Eu estava aqui a apenas um dia e já odiava Anahí Portilla como nunca havia odiado alguém antes.

Abri a porta do quarto de Melanie devagar e ela continuava na mesma posição que estava na última vez que eu a vi. Caminhei até sua cama devagar e me sentei na beirada, passei as mãos por seus cabelos castanhos e chamei seu nome baixinho. Não queria ter que acordar ela, minha pequena não precisava ter que passar pelo que havia passado mais cedo. Eu havia me apegado a ela em pouquíssimo tempo, estranhamente eu senti que tinha que proteger ela o quanto eu conseguisse. Enquanto eu aguentasse, eu faria isso.

Seus olhinhos se abriram devagar, a pequena sorriu ao me ver e se sentou me abraçando forte, beijei o topo de sua cabeça enquanto passava meus dedos por seus cabelos.

— Temos que ir jantar, Mel.

— Não quero, Dul. — Ela me olhou fazendo careta — Mamãe vai me tratar mal mais uma vez e eu não queria isso.

— Você precisa ir, meu anjo. Sua mamãe quer você lá e eu estarei lá com você. — Ela fez biquinho e eu sorri — Vem, vamos — Me levantei e a peguei no colo, descemos até a cozinha onde Anahí nos esperava com uma cara nada boa. A menina sorriu ao ver que a morena estava ali.

— Tia Mani! — Ela gritou anunciando sua entrada.

— Oi, meu amor! — Ela sorriu e se levantou, vindo até nós.

— Melanie, você já não aprendeu a andar? Por que está no colo? — Anahí abriu a boca e mais uma vez me provou que dali só sai merda.

— Eu peguei ela no colo porque eu quis e fim. — Eu disse fazendo com que a morena e Maria me olhassem assustadas, até mesmo Anahí tinha um olhar assustado com a minha resposta. Por Deus, será que ninguém nunca tentou colocar essa mulher em seu devido lugar? Entreguei a pequena a tal de Mani, que estava querendo pega-la também. Em seguida, sentei-me em meu lugar novamente que era ao lado de Anahí, a mesma não parava de me olhar

— Conversaremos depois, Dulce. — Ela disse e eu a olhei dando de ombros, eu não tinha medo da Portilla.

A morena e a Mel sentaram em seus lugares e o jantar foi tenso, Anahí me olhava a cada cinco minutos com um olhar nada agradável, e mesmo que eu tentasse ignorar, eu não conseguia porque era desconfortável demais.

Deitei em minha cama sentindo minha cabeça doer, eu estava cansada e só queria saber de dormir, aliás, se possível, dormir por mil anos. Liguei o ar condicionado fazendo-o deixar o quarto friozinho para que eu me cobrisse como sempre gosto de fazer. Peguei meu livro que estava ao lado de minha cama e o abri, começando a ler.
Ouvi a porta sendo aberta e olhei rapidamente para ela, assustada por não terem batido na porta. Anahí entrou vestindo uma mini camisola vermelha, ela fechou a porta devagar e caminhou até a minha cama, eu fiquei olhando-a sem entender nada. A mulher de olhos azuis sentou em minha frente — eu estava sentada tipo índio — bem perto de mim e me encarou.

— Quem você pensa que é para me responder daquele jeito, Dulce Saviñón?

— Eu? Bem, eu penso que sou alguém como você, no mesmo nível. Então, isso me dá liberdade para responder do jeito que eu quiser. — Disse no mesmo tom autoritário que ela, fazendo-a rir debochada.

— Dulce, Dulce... eu sou sua patroa, você deve me respeitar. Não aprendeu isso nas outras casas em que você trabalhou? — Ela arqueou uma sobrancelha.

— Eu só respeito quem me respeita e você Anahí, não respeita ninguém.

— Para você é senhora Anahí, ou até mesmo senhorita. — Ela parecia estar ficando nervosa o que me fez rir.

— Certo, Anahí. — Pronunciei seu nome devagar.

— Escute aqui, era para eu estar fodendo aquela morena que estava na mesa, você sabia? Mas agora eu estou aqui, tendo que conversar com uma pirralha que acha que pode fazer o que quiser aqui.

— Eu não estou te impedindo de foder ninguém, Portilla. Até onde eu saiba, você está aqui por livre e espontânea vontade.

— Você tem noção do poder que eu tenho? Tem noção de que eu posso transformar sua vida em um inferno em um estalar de dedos?

— Vocês só sabem ameaçar — Revirei os olhos. Em seguida, senti ela puxar meus cabelos fazendo minha cabeça ir para trás com tamanha força.

Ela se aproximou de meu ouvido e sussurrou.

— Não me desafie, Saviñón. Eu posso ser pior do que você imagina, se eu quiser posso foder com sua vida. — Meu coração acelerou e eu fechei os olhos esperando um tapa, mas Anahí apenas se levantou, olhei-a e a mesma tinha um sorriso vitorioso nos lábios e eu sabia que meus olhos haviam denunciado o medo que eu tinha sentido naquele momento. Ela apenas sussurrou um "boa noite, Dulce" e saiu dali calmamente, como se nada tivesse acontecido.

E eu tinha cada vez mais certeza de uma coisa: Eu odiava Anahí Portilla.