Fanfic: Nuestro Amor - Portiñon | Tema: Rebelde, Portinon

Sentei-me à mesa ao lado de Melanie que tomava seu leite e comia seu bolo animada. Hoje ela tinha natação — Pelo que eu havia visto em sua tabela de horários.

Anahí estava com uma cara nada boa, comia seu bolo e parecia estar sozinha, porque não olhava na cara de ninguém.

Melanie conversava animada comigo, contava sobre os amiguinhos que tinha na natação e sobre algumas coisas que ela gostava de fazer.

— Você deveria ir comigo na natação, Dul. Eu tenho certeza que meus amigos iriam amar te conhecer — Ela disse sorrindo e depois olhou para Anahí — Mamãe, a Dul pode ir comigo?

Anahí levantou seu olhar que antes estava focado em seu celular para nós, olhou me por alguns segundos e depois olhou para a pequena.

— Não, Melanie. — Se levantou — Vamos logo, não quero chegar atrasada na empresa.
A menina fez bico e me olhou.

— Tudo bem, Melzinha. Outro dia eu vou. — Beijei-a na testa e logo ela saiu correndo dali sendo seguida por Anahí.

Maria gritou um “Vai com Deus” para Anahí que nada respondeu, nem sei se havia escutado.

— Maria — Chamei-a e ela me olhou — Anahí é sempre mal-humorada assim?

— Quase sempre sim. Quando o dr. Herrera era vivo, ela era uma pessoa maravilhosa, era difícil vê-la irritada ou de mal humor.

— Ele morreu em um acidente, não foi?

— Sim. E após a morte dele, ela descobriu de várias traições. Ele até tinha outra família. — Meu queixo caiu assim que a escutei.

— E por que ela é assim com a Melanie?

— Acho que é pelo fato dela parecer um pouco com ele. Eu costumo dizer que ela tem cinquenta por cento dos dois.

— E os pais de Anahí?

— Ela nunca comentou comigo, mas pelo que eu sei Anahí e Alfonso eram meio irmãos, não com laço de sangue ou algo do tipo, não era incesto, mas os pais consideravam, então acho que você já deve imaginar, né?

— A família não aceitou.

— Exatamente.

— Nunca pensei que as coisas fossem assim.

— Pois é. — Ela pensou por alguns segundos e depois voltou a falar — Eu já tive muita pena de Anahí e tentava ao máximo entender o lado dela, mas a partir de um tempo eu notei que ela escolheu ser assim, ela teve uma grande oportunidade de vencer esses fantasmas que a assombram, mas ela não quis. Eu até pensei na época que ela estava certa, porque estava com um certo trauma, mas ela me provou o contrário. Hoje eu desisti de entender ela, e apenas cuido. Ela é como uma filha para mim, Dulce. — Ela parou de lavar a louça e se sentou ao meu lado — Mas ela me decepcionou muito por causa da pessoa que ela se tornou, sabe? Ela sabe manipular quando quer. Anahí se tornou uma pessoa irreconhecível para mim. Ela me trata muito mal também, e odeia quando alguém a contraria. Ela precisa de alguém que bata de frente com ela.

— Isso eu notei — Disse me lembrando da noite anterior — Mas espero que a senhora saiba, que eu não serei nada domável. Se Anahí pensa que eu irei fazer tudo o que ela quer e que irá me tratar mal, está completamente enganada.

— Eu já gostei de você! — Ela sorriu — Boa sorte, menina. Se precisar da minha ajuda, estou aqui.

— Obrigada, Maria. — Sorri.

Ouvi meu celular tocar e já sabia que era Maite. Ela com certeza estava querendo saber se aconteceu mais alguma coisa, e eu obviamente não contaria sobre a noite anterior. Ela mataria Anahí se soubesse!

— Alô, amor da minha vida! — Eu disse.

— Princesa! Eu já estou morrendo de saudades, como pode? Eu preciso que a minha pequena cuide de mim todos os dias, mas você está do outro lado da cidade. Como eu vou cuidar de você quando ter temporal? — Me arrepiei ao lembrar desse detalhe. Eu morria de medo de temporais, por isso quando chovia, eu corria para o quarto de Maite, que sempre foi muito compreensiva comigo. E agora, como seria aqui?

— Oh, meu amor. Eu irei cuidar de você de qualquer jeito. E sobre o temporal, isso é algo que eu não havia pensado antes — Ri nervosa.

— Bebê, se necessário você pode me ligar, viu? Não importa o horário que for, se pelo menos eu estar contigo do outro lado da linha ajudar, não hesite em fazer isso, certo?

— Obrigada, Maite. Eu te amo muito. — Sorri. Estávamos tão melosas que até assustava.

— Eu te amo bem mais.

Maite sempre foi como uma irmã/mãe para mim, ela sempre esteve ao meu lado e me cuidava incrivelmente bem. Mesmo que no começo ela tivesse segundas intenções, nossa amizade foi ficando cada vez mais forte. Hoje parecemos duas irmãs, nós só temos uma a outra.

Maite vem de uma família onde seus pais eram traficantes. Basicamente, sua família toda era. Dinheiro nunca foi algo que eles precisaram, eles eram muito bem de vida, mas mesmo assim o vício falou mais alto. Ela era a única que odiava isso e decidiu fugir.

Já eu, sou filha de meio irmãos, como Anahí e Alfonso. Eles fugiram de casa quando minha mãe descobriu que estava grávida, sendo que eles já haviam sido proibidos de ficarem juntos, ou seja, de qualquer forma eles seriam expulsos de casa. Mamãe sempre me contou que sua família sempre fora educada com os padrões da sociedade e, bem, além de estar com seu meio irmão, ela era bi, coisa que minha avó nunca soube — e se soubesse certamente eu não existiria hoje, e minha mãe estaria morta. Quando eu tinha 15 anos, meus pais morreram em um acidente, e então eu conheci Maite — que na época tinha 19 e logo faria 20 — que resolveu cuidar de mim após uma longa madrugada de conversa por estarmos bêbadas. É, eu conheci Maite quando nós estávamos bêbadas.

— E então, o que me conta de novidade sobre a Portilla? — Ela perguntou indo direto ao ponto. Eu ri, sabia que ela estava ansiosa para saber.

— Ah, ela pensa fica com cara fechada todas as vezes que está perto de mim. Mal sabe ela que eu não estou nem aí.

— Mas ela não conversou com você?

— Não — Menti, tendo flashes da noite anterior em minha mente. Engoli seco — E acho que nem vai, Anahí tem cara de quem late, mas não morde.

— Se é assim menos mal, mas escute bem, se ela ousar te ameaçar ou fazer qualquer coisa contra você não ouse esconder de mim, que eu vou botar essa Anahí no lugar dela.

— Tudo bem — Ri. Maite era sempre protetora, e eu amava isso nela.

— Eu preciso ir. Mas não esqueça de tudo o que eu te disse e do quanto eu te amo.

— Pode deixar — Sorri — Eu te amo muito mais, meu amor. Se cuida.

— Você também. Beijos.

Encerrei a ligação e joguei o celular em cima da cama, sai do meu quarto e desci para sala. Antes que eu terminasse de descer os últimos degraus, a porta se abriu e Melanie entrou correndo. Ela sorriu ao me ver e correu até onde eu estava, erguendo os bracinhos para que eu a pegasse, e assim eu fiz.

— Tia, Dul. Que saudades! — Ela me abraçava tão forte, que com mais um pouquinho de força me enforcava.

— Eu também estava com muitas saudades, minha princesa.

— Você brinca comigo, né?

— Claro, pequena.

— Melanie, vai tomar um banho, rápido. — Anahí se manifestou e só então eu a notei ali. Ela nos olhava com aquela mesma cara de sempre. Revirei os olhos instintivamente. A menina assentiu e eu coloquei-a no chão, e a olhei subir as escadas. Voltei meu olhar para Anahí que me olhava com os braços cruzados.

— Não achei nada legal você ter revirado os olhos, Saviñón.

— Ah, é? Poxa, que pena. Porém eu não me importo, Portilla. — Cruzei meus braços exatamente igual ela.

— Você deveria me respeitar, eu sou sua patroa. — Ela repetiu a mesmice da noite anterior.

— Será que eu devo repetir mais quinhentas vezes que eu só respeito quem me respeita?

— E eu tenho que repetir mais quantas vezes que eu posso foder com a tua vida? — Ela se aproximava cada vez mais.

— Foda-se — Dei de ombros — Vá em frente, eu não me importo. Enfia esse poder que você acha que tem aonde bem entender, Portilla. — Olhei em seus olhos por uns segundos e ela parecia assustada por eu não ter ficado calada outra vez — Sai da sala e fui para cozinha, rindo por dentro. Espero que agora ela entenda que eu não sou como as outras. Portilla não me tem nas mãos.

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