Fanfic: A vida como ela é - Vondy | Tema: Rebelde

“As montanhas da vida não existem apenas para que você chegue no topo, mas para que você aprenda o valor da escalada.”

Narração de Dul

Alguns anos atrás...

Alexandra: VOCÊ FALA TANTO SOBRE DIREITOS DA VIDA E JÁ QUE SUA PROFISSÃO EXIGE QUE VOCÊ TENHA CONHECIMENTOS O SUFICIENTE SOBRE ISSO, MAS SEQUER TEM UM PARA FALAR DE MIM, CARLOS! – Gritou, achando-se na razão já que estava com as mãos na cintura – VOCÊ NUNCA SEQUER SE IMPORTOU COM O NOSSO CASAMENTO, COMIGO ALIÁS. ENTÃO, ME DIGA PORQUE EU DEVERIA FAZER? – Deixou a pergunta no ar.

Eu e Chica nos olhamos fechando a porta atrás de nós sem compreender o motivo de tal alvoroço que se passava ali na sala de estar.

Meu pai virou-se de costas preparando um drink, Whisk o seu favorito e disse ainda na posição que estava:

Carlos: Segunda feira o Devon estará aqui com os documentos de nossa separação – Disse, tomando um tempo para desfrutar da bebida – Eu mesmo trataria disso, mas como sabemos por ser tratar de algo de meu total interesse não posso – Explicou e virou-se respirando fundo – Depois de tantos anos nessa vida, eu não poderia esperar jamais algo assim vindo de você, Alexandra. Mas eu já deveria de saber! Não sei o que posso julgar pior a sua traição ou a de Hernandez que ponderei ser meu amigo de longa data, mas mais uma vez errei. Mas como você mesmo disse uma vez é mais fácil eu julgar melhor um desconhecido do que um conhecido – Finalizou bebendo o restante de sua bebida e virando-se.

Olhou para a nossa direção deparando-se conosco abaixando o olhar, mostrando um gesto derrotista o que nos assustou, pois nunca havíamos visto nosso pai assim. Nem quando em raros momentos perdeu uma audiência ou pela morte de nosso avô paterno que era como um Guia para ele.

Vimos subi as escadas, então viramos para nossa mãe. A curiosidade era tamanha que possivelmente eu faria a pergunta, mas encolhi-me ao pensar nisso deixando assim, a coragem para minha irmã que prontamente fez.

Chica: O que houve, mãe? – Indagou – E que traição foi essa que papai disse sobre você e o pai de Ucker – Aproximou-se dela e eu permanecendo onde estava, mas prestando atenção na resposta que viria á seguir.

Alexandra: Eu juro que queria manter isso entre nós ou mais escondido possível. Imagine o que os tablóides poderão dizer de mim, minha imagem irá ser completamente comprometida – Divagou. Alexandra Espinosa Savinón era muito famosa no México, se não no mundo pela sua carreira de modelo. Bela, educada, estilosa e dentre outros adjetivos sempre foram adquiridos quando a mídia falava dela. Sua carreira alavancou mesmo foi quando nosso pai pronunciou que haveria o casamento de ambos, que naquela época eram os queridinhos na mídia pelo também sucesso do trabalho nos tribunais e o sobrenome que Carlos Juan Savinón carregava por gerações – Mas vejo que não terá mais volta então por conta disso falarei. Isso que vocês acabaram de presenciar é o seu pai descobrindo o caso extraconjugal que eu tinha com o Hernandez – Respondeu por fim.

As famílias Savinón e Uckermann sempre foram amigas. Papai conheceu o pai de Ucker quando foi contratado para resolver um problema conjugal na justiça e por si só ultrapassaram o lado profissional tornando-se grandes amigos e isso por anos.

Os dois tinham uma confiança invejavél e sempre recorriam um ao outro para ‘extravasar’ Sábado no bar do Moe.

Então por conta disso imagino como a amizade vai se abalada por conta desse segredo que parecia ser de anos, nada vai ser o mesmo.

E Dona Carmem Uckermann como estará passando por esse conflito ao casamento cujo sempre fora motivo de alegria e orgulho para á mesma. Mas agora vendo que nem sempre foi assim, pelo menos da parte do marido.

Chica: Como pode fazer isso, mamãe com o papai? Pior ainda conosco, sua família? – Questionou com lágrimas nos olhos, assim como eu estava, mas sou mais contida. Afinal aprendi a ser assim, desde sempre – E ainda fala assim como se não fosse nada. Por acaso não tem vergonha não por tal ação? Ou Alexandra Espinosa Savinón nunca está errada na vida? – Despejou sem pensar sendo motivada pela raiva, tristeza e frustração pela mãe não demonstra nada, nem mesmo arrependimento. Era como uma estátua, boneco de cera que nada penetrava ali naquela nuvem de futilidade, julgamento aos outros, aparência, calculismo.

Infelizmente são adjetivos que a mulher que carregou-me ao ventre sempre teve, mas relevo por respeito á isso.

Alexandra: Com quem acha que está falando, afinal? Não sou nenhuma das suas colegas ou aspirante a modelo! – Deu um tapa na cara de Chica, ficando vermelho e de repente colocou a mão na boca revelando que não pensará em fazer isso. Chica colocou a mão onde o tapa havia sido feito com a boca aberta e olhos azuis arregalados tamanha surpresa.

Chica: Espero que concerte isso! – Disse apenas subindo as escadas depressa.

Minha mãe virou-se para mim esperando qualquer reação minha, apenas balancei a cabeça e fui atrás de minha irmã.

Bati na porta não esperando qualquer tipo de resposta e entrei.

Chica estava deitada na cama de mal jeito chorando sob o travesseiro sem compreender de fato o que se passava ao seu redor.

Suspirei sentando-me ao seu lado passando as mãos em suas costas tentando trazer qualquer tipo de conforto naquela hora sem saber o que dizer.

Chica sempre esteve acostumada e sob a atmosfera de que nossa família era perfeita assim como o restante do mundo acreditava.

Era lógico que estava abismada e triste por aquela cena que presenciamos e pela essa revelação da traição de pessoas tão queridas pelo meu pai contra ele.

Diferente de minha mãe ele revelava o que pensava e era mais carinhoso conosco. O total oposto da esposa.

Mas eu nunca pensará que as diferenças eram tão gritantes para ambos serem incompatíveis em questão de sentimentos, integridade.

Mal eu sabia que a morena de cabelos pretos e olhos azuis estava chorando não era somente por esses motivos.

Havia muito mais por trás disso.

E nada me havia me preparado para o que seria contado ali naquele instante.

Chica: E agora, Dul? – Indagou sentando-se limpando os vestígios das lágrimas – Como será nossas vidas daqui pra frente? Tudo irá mudar. Não que não fosse antes, mas mais que nunca – Divagou, afirmando.

Dul: O que quer dizer com isso, irmã? – Questionei não entendendo á que ponto queria chegar.

Chica(respirou fundo): Eu estou grávida, Dul! – Contou, torcendo as mãos em sinal de nervosismo e sorriu – É um fruto do nosso amor, meu e de Ucker! – Revelou.

Parei por um segundo digerindo a notícia e sentindo algo em meu peito que não sabia distinguir o que era. Mas balancei a cabeça sorrindo.

Dul: Isso é ótimo, Chica! Parabéns á vocês! – Indaguei, com o sentimento de alegria, mas ao mesmo tempo era estranho o outro sentimento – Ele já sabe? – Perguntei.

Chica: Ainda não – Acenou com cabeça em sina negativo – Iria contar á ele hoje, mas com tudo isso acontecendo.

Dul: É complicado – Concordei – Eu sei, mas minha irmã não deixe essa bomba que caiu sobre nossas cabeças se sobressaí a essa notícia tão especial para ambos, ok? Confie em mim! Conte o mais rápido que puder e achar que está preparada – Aconselhei – Afinal uma criança sempre é uma benção não importa a fase da vida que estivermos passando – Em sinal de sua resposta seus olhos encheu-se de lágrimas novamente e abraçou-me ao qual correspondi.

Momento atual...

Depois de estacionar o carro de qualquer jeito e ver que havia desligado tudo, andei apressada para a fachada do hospital Saint Maria o melhor hospital do México.

Assim que a recepcionista deu-me a informação que precisava seguir suas instruções de como chegar ao tal quarto.

Atrás do vidro do quarto pude ver a imagem refletida de minha irmã que parecia estar dormindo. Num sono profundo que nenhum de nós saberíamos o quanto duraria, nem mesmo os melhores médicos da residência.

Com lágrimas descendo pelo meu rosto não pude deixar de sentir como se tivessem retirando algo de mim, a ligação que eu tinha com a minha irmãe era tanta desde sempre apesar de termos ideias e opiniões diferentes uma da outra nada mudaria.

Respirei fundo e disse ainda admirando-a:

Dul: Fique tranquila, minha irmã. Cuidarei de Ruby por você! – Encarreguei de dizer, mesmo sabendo que ela não estaria escutando – Só... apenas não demore tanto para acordar, por favor. Por nós! – Pedi sentindo-me mais pedida do que tudo ali naquele corredor enorme do hospital, sozinha.