Fanfic: Comporte-se Mal - Vondy (adaptada-finalizada) | Tema: Vondy, HOT

Dulce

Deixei a porta de tela bater atrás de mim, antes que eu pensasse sobre isso, então me virei para trancá-la. Apenas para o caso de Hank decidir tomar a lei em suas próprias mãos. Não que eu achasse que ele fosse tão estúpido. Ele sabia que era melhor não mexer com a minha mãe.

— É você, Dulce? — Mamãe chamou da cozinha.

Eu poderia muito bem dizer a ela o que eu tinha feito. Se os policiais aparecessem, ela precisava ter seu rosto no jogo. — Sim, sou eu, e podemos ter alguns problemas, — eu respondi, caminhando através da pequena sala de estar e em direção à cozinha. A casa de cinco quartos em que tinha crescido era de concreto e nada de especial, mas o aluguel era acessível. Não havia nenhum homem para nos ajudar a pagar as contas. Mamãe sempre tinha cuidado das coisas.

— Que diabos você fez agora? — Mamãe perguntou, quando eu pisei na cozinha. Ela estava em pé na cafeteira com um cigarro entre os lábios vermelhos. Seu robe favorito, de cetim rosa choque, era tudo o que ela usava. Ela devia estar se preparando para o trabalho e decidiu parar e fazer um pouco de café.

Eu retirei uma das nossas cadeiras da cozinha coberta de vinil e me sentei. —Eu bati a merda fora da caminhonete de Hank.

Mamãe tirou o cigarro de seus lábios. — Você fez o quê? — Ela perguntou.

— Ele estava no Live Bay com aquela prostituta que ele está brincando. Ele mentiu para mim novamente. Eu me zanguei com ele, e eu queria vingança.

Mamãe se livrou de suas cinzas na pia e, sacudindo a cabeça, pegou uma xícara de café. Seus longos cabelos ruivos ainda eram bonitos, mas o rosto que tinha sido belíssimo, agora mostrava as linhas duras da vida. Eu tinha certeza que fumar não ajudava as coisas também.

— Merda, garota. Eu preciso ir para o trabalho em uma hora. E se a polícia aparecer?

Eu não tinha pensado nisso. Sem álibi. Dei de ombros.

— Se eles estiverem vindo, talvez eles venham antes que saia.

Mamãe tomou seu café preto e caminhou até sentar-se à minha frente. — Você, pelo menos, fez isso direito? Se nós temos que lidar com o problema, então é melhor você ter feito isso valer a pena. Eu não estou com disposição para essas merdas entediantes esta noite.

Eu sorri, pensando no quanto foi bom ver as lindas janelas da sua caminhonete quebrando. — Sim, eu acho que fiz direito.

Mamãe concordou e jogou o cigarro fora, em seguida, tomou um gole de seu café. —Ele é um idiota, um bundão filho da puta que você precisa ficar longe. Você tem uma vida pela frente, e eu serei amaldiçoada se você acabar como eu. Hank já engravidou uma garota que ele não vai se casar. Eu, com certeza, não quero que você seja a próxima vítima. Esta vida não é fácil, e você sabe disso. Você tem a aparência para comprar-lhe uma vida fora daqui. Tenho a intenção que você possa fazê-lo, — Mamãe disse, inclinando-se para trás na cadeira e cruzando as pernas longas.

Esta era uma conversa que tínhamos tido desde que eu tinha idade o suficiente para entender as coisas. O que era desde que eu tinha cerca de nove anos. Quando a sua mãe é uma stripper na cidade, você aprende as coisas muito mais cedo do que outras crianças. Não há tempo para a inocência.

— Eu acabei com Hank para o bem desta vez. Eu prometo, — eu assegurei a ela.

Mamãe não parecia acreditar em mim. Eu não poderia culpá-la. Essa coisa com Hank vinha acontecendo há anos. Eu realmente precisava deixá-lo. Ele era um bilhete só de ida para a vida que eu tinha visto a minha mãe viver. Por mais que eu a respeitasse por não se agarrar em um homem para cuidar de nós, eu não queria essa vida. Eu sabia o quanto ela odiava.

— O meu carro de fuga foi um Porsche, — eu disse para ela, com um sorriso. Eu ainda não conseguia superar aquele carro... e o cara nele. Que estava fora do meu alcance. Muito, muito fora do meu alcance. Ele era tão rico que ele cheirava a dinheiro. Ele também olhou para mim como se eu fosse um pássaro estranho, com o qual não sabia o que fazer. Eu provavelmente tinha assustado o cara até a morte. Ele não era daqui. Ele estava apenas visitando e teria voltado para a mansão de onde ele veio.

— Não se encontra muitos Porsches por aqui, — Mamãe respondeu, com um olhar cético no rosto.

— Ele não era um local. Eu imagino que ele está em férias na ilha. Parecia um daqueles.

Mamãe assentiu. Ela sabia tudo sobre esse tipo. Eu tinha sido advertida de dois tipos de meninos toda a minha vida: os que, como Hank, que eram 'nada além de uns merdas', e os caras da ilha, que Mamãe disse que eram 'aqueles que vinham atrás de você para o sexo e, em seguida, eles iam embora'.

— Não se preocupe com ele, apesar de tudo. Tenho certeza que ele acha que eu sou uma pessoa louca, — eu assegurei a ela.

Mamãe ergueu as sobrancelhas e inclinou-se sobre a mesa para olhar para mim. — Você realmente acha isso? Eu não a criei para ser tão ingênua. Ele é um homem, baby. Isso é tudo o que importa. Um olhar para você, e ele vai estar de volta. Você só tem que ter cuidado.

Eu já havia tentado desembarcar em mais de um rico local de Sea Breeze, mas isso nunca tinha acontecido. Marcus Hardy tinha estado na minha mira desde a época que eu era uma garotinha. Ele era amigo de meu primo Alfonso, mas ele era diferente de nós. Ele morava em uma casa grande e bonita na praia. Mas Marcus nunca me viu como nada além de um tempo divertido. Quando ele pôs os olhos em Willow, ninguém mais teve uma chance. Agora ele era casado tinha uma criança e estava completamente fora dos limites.

— Eu deveria ter empurrado você para a faculdade. Você poderia ter encontrado alguém lá e saído deste lugar. — Ela dizia que Sea Breeze era um lugar ruim. Eu não via isso da mesma forma que ela. Eu amava a cidade costeira que tinha crescido.

— Eu não queria ir embora, — eu a lembrei. Eu tinha escolhido ir para a faculdade da comunidade local, em seu lugar. Eu não queria deixar esta cidade ou minha mãe. Nós tínhamos sido uma equipe toda a minha vida.

Mamãe suspirou, empurrou a cadeira para trás e se levantou.

— Eu sei querida. Eu a deixei ficar, porque eu gosto de ter você aqui. Ainda que não seja certo. Encontrar um homem para tira-la dessa vida vai ser duro, e eu serei amaldiçoada se você cair na vida que eu vivi.

Eu estava começando a discutir, quando alguém bateu na porta. Mamãe olhou para a porta da frente, afofou seu cabelo, e puxou o decote de seu roupão de seda para baixo o suficiente para mostrar o seu muito impressionante colo. —Vá em frente e entre no chuveiro. Eu fico com isso, menina. Não se preocupe com nada, — disse ela, deslizando em um par de saltos vermelhos que só fazia as suas longas pernas mais longas. Sorrindo, corri para o banheiro e liguei o chuveiro, mas mantive o ouvido na porta.

— Bem, olá, policial Ben. Você sabe que eu não sou o tipo de garota que recebe chamadas em casa, — disse ela, em voz baixa e sensual. Eu a tinha ouvido falar assim um milhão de vezes.

— Boa noite, Starla. Detesto incomodá-la antes de você, uh...

Ele limpou a garganta e eu revirei os olhos. Eu já sabia que o bom e velho policial Ben era um cliente regular do Jugs, o clube de strip nos arredores de Sea Breeze... — ir ao trabalho. Mas eu recebi um telefonema sobre Dulce, e eu preciso verificar isso. Ela está aqui?

— Não tenho certeza de quem ligou para você, Ben, — Mamãe disse, deixando seu nome rolar para fora da língua, como se estivesse prestes a fazer um strip só para ele, — mas a minha menina esteve aqui comigo a noite toda. Ela está no banho agora, depois de me ajudar a limpar a casa hoje. Você pode até mesmo verificar sua caminhonete, estará com o capô frio. Não saiu o dia todo. — Mamãe fez uma pausa, e ouvi o clicar dos saltos no chão de madeira quando ela andou em direção a ele. —E por mais que eu goste da ideia de você andar em meu chuveiro, eu não sinto o mesmo sobre você interromper o banho da minha filha, — disse ela em um tom sugestivo.

Minha mãe era boa nisso.

— Uh, hum, sim, eu posso, uh, entender isso. Desculpe ter incomodado, Starla. Só tinha de dar uma olhada. Só havia uma pessoa que a viu, e eu vou ter a certeza de verificar a sua caminhonete antes de sair, para que eles saibam que seu álibi é hermético. — Ele gaguejou, e eu cobri minha boca para não rir. Ele provavelmente teve uma boa vista dos seios de Mamãe no momento. Ela os usava para conseguir o que queria com o sexo oposto, e sempre funcionou.

Ele precisava me ver, para que pudesse confirmar que eu estava em casa. Eu puxei minha camisa, peguei uma toalha e enrolei-a em torno de mim, antes de abrir a porta do banheiro, só um pouco. Os olhos de Ben se moveram de seu olhar lascivo sobre minha mãe para mim, quando eu enfiei a cabeça para fora.

— Está tudo bem aí fora, mamãe? Ouvi vozes, — eu chamei, soando tão inocente quanto poderia.

— Sim, menina. Tudo bem. Apenas uma visita do policial Ben, — ela respondeu, dando-me um sorriso, quando ela se virou para olhar para mim.

Fechei a porta do banheiro, assim que o policial Ben pediu desculpas por incomodar mamãe novamente.

— Está tudo bem, agente. Você está apenas fazendo o seu trabalho e mantendo nossa pequena cidade segura. Faz-me dormir melhor à noite, saber que temos bravos e dedicados homens como você cuidando de nós. Martha, com certeza, é uma mulher de sorte, por ter um homem tão trabalhador como você voltando para casa com ela todas as noites.

Eu tive que revirar os olhos. O fato de que os homens acreditassem nessa baboseira nunca deixou de me surpreender. Ben tinha uma barriga de cerveja e uma cabeça careca. Nada sobre ele era valente, e desde que eu sabia o quanto do seu dinheiro suado ele gastava no Jugs, várias noites por semana, vendo minha mãe e as outras mulheres lá dançando com nada, senão pequenas tangas, eu não acreditava que Martha tivesse sorte em tudo. Nem a minha mãe.

— Sim, bem... — Ele fez uma pausa, engolindo tão forte que eu podia ouvi-lo a partir daqui. —Estou feliz que ajude você a ficar tranquila. Eu faço o que posso. Você, uh, vai estar em ação hoje à noite?

— Estou me arrumando agora. Você vem me ver? Espero que o faça. Eu poderia ter uma dança especial de colo só para você, — respondeu mamãe.

Isso me fez querer vomitar. A ideia de que ela poderia fazer isso sem vomitar na cara deles, explodia a minha mente. Ela disse que tinha aprendido há muito tempo desligar esse interruptor em sua cabeça e lembrar-se de fazer a melhor apresentação, assim ganhava mais dinheiro.

— Eu estarei lá, — disse o policial Ben. — Senti sua falta na semana passada, devido a um incidente na delegacia. Estive pensando sobre isso durante toda a semana.

— Fico feliz em saber que eu estava em sua cabeça, — disse ela docemente.

— Sempre está, — Ben respondeu, e limpou a garganta quando ele percebeu que ele estava flertando abertamente com a minha quase nua Mamãe na soleira da porta da frente. — Eu preciso ir agora, para que eles saibam que Dulce não estava envolvida.

— Você faz isso, e eu te vejo mais tarde, — Mamãe disse, e seus saltos clicaram, enquanto ela afastava-se da porta.

— Até mais tarde, — Ben falou, e a porta se fechou. Eu ouvi a trava clicar no lugar, e eu desliguei o chuveiro e abriu a porta. Todas as portas nesta casa abriam para a sala de estar.

— Obrigada, — eu disse simplesmente.

Mamãe deu de ombros e acenou com a mão. — Basta fazer Ben feliz. Ele é fácil de trabalhar. Se tivesse sido David ou Rooster, eu teria que mostrar a eles muito mais do que um pouco do colo e perna para consegui-los fora de seu rastro.

Eu balancei a cabeça, e a culpa de forçar minha mãe a flertar com um policial casado para me tirar do problema, revirou o meu estômago.

— Eu sinto muito, — eu disse a ela.

Mamãe parou antes de caminhar para o seu quarto.

— Não sinta. Alguém precisava bater nessa merda de caminhonete. Estou feliz que você o fez. — Então ela fechou a porta do quarto.

Fiquei ali, e um sorriso em meus lábios. Eu nunca tive muitas amigas em minha vida, porque ninguém me entendia ou queria ficar perto de mim. Mas a minha mãe, ela realmente era minha melhor amiga.