Fanfic: Cores do Mundo | Tema: LuWoo, NCT, NCT U, YuKhei, JungWoo
Gota por gota, a chuva caia, os orbes escuros do menino seguiam o rastro de água na janela escura do hospital. Tal ato se repetia tantas vezes que até havia virado um passatempo para ele. Estar naquele lugar, sentir aquele cheiro que o hospital tinha, aproveitar a comida sem gosto daquele lugar, já eram normalidades na vida do garoto. A agulha que era colocada em sua veia já nem doía mais, era como se aquilo fosse mais um acessório.
E no utensílio de vidro escuro, se via um reflexo conhecido, porém não era o mesmo de sempre. O semblante cansado, tediante e desanimado para tudo. Kim não era assim. Aquele não era o mesmo Kim JungWoo que todos conheciam, aquele não era Kim JungWoo que o próprio conhecia. Não conseguia achar-se no meio da imensidão do branco, preto e cinza que enxergava.
Kim não via mais cores, Kim não era mais feliz como antes.
— Esse não sou eu.
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Cor - qualquer substância corante para pintar ou tingir.
As cores colorem todo tipo de substância, a não ser aquelas que são incolores, como substâncias microscópicas, que não podemos enxergar a olho nú. Colorem cada canto diferente do mundo em que vivemos, como casas, roupas, pessoas, jardins, flores. Estão no nosso estilo de viver, no dia-a-dia das pessoas além de que representam nossos sentimentos e emoções.
Vermelho representa o amor; azul representa a tranquilidade e harmonia; o amarelo a alegria e calor. Assim como existem diversos tons que representam muito mais a fundo.
Ainda temos as cores neutras.
Neutro - impreciso, indefinido, vago.
Branco, preto, cinza e variações de cinza. Era tudo o que JungWoo poderia enxergar no mundo. Não via rosa, roxo e muito menos azul. Sua vida não era colorida como a de diversas crianças, adolescentes e adultos. Enxergava tudo neutro, assim como vivia completamente neutro.
Parecia sempre triste, e realmente estava. Não sorria por um simples motivo: não havia nada para lhe fazer sorrir. Não ria, não havia nada do que rir. Nunca havia um amigo por perto, não tinha ninguém por perto além de seus parentes. Sentia falta de alguém o consolando, sentia falta de ver as cores do mundo.
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Era a terceira vez no dia que recebia visita de seus pais ou primos, todos muito preocupados com a situação do pobre garoto. Tão novo e já internado em um hospital com agulhas enfiadas em suas veias, fazendo diversos exames para ver se sua saúde estava instável dentro dos níveis adequados para a sua situação.
JungWoo não aguentava mais ouvir a voz de seu primo Kun perguntando se estava comendo direito, se repousava devidamente como devia. Muito menos a de seus pais, com os olhos transbordando de tristeza e almas carregadas de sofrimento interno. Kim sabia muito bem que seus pais estavam sofrendo muito com sua situação no hospital. Preferia não dizer nada, apenas acenar com a cabeça, concordar com tudo o que falavam, assim talvez a dor deles passasse mais, ele pensava. Contudo, não era bem assim.
Senhor e Senhora Kim estavam tão deprimidos quanto JungWoo. Não imaginariam que seu filho fosse chegar a ser internado por causa da maldita doença que se gerou no interior do mesmo. Assim como o Kim mais novo, Kim HyeJin não via graça na vida, cores ou até mesmo sorria. Kim JaeWon era quem melhor estava na família, entretanto não saia espalhando felicidade por onde fosse, muito pelo contrário, seu semblante era sério o tempo todo, não consegui pensar em nada que não fosse seu querido no hospital. E quando saia do trabalho, direto ao local, verificar como JungWoo estava, dar-lhe um beijo de boa noite e voltar para casa cansadíssimo. Era a rotina da família.
Kun, o primo mais velho, também se preocupava. Ia de três em três dias dar um “Oi.” a JungWoo, quem sabe aquilo poderia distraí-lo um pouco com conversas sobre video-games. E sempre que Kun ia, levava alguma surpresa para animar o hospitalizado. Algum novo mangá que saiu na banca de jornais, um vídeo-game para jogarem, porém nada o animava, apenas virava de costas e voltava a dormir.
JungWoo passava o dia inteiro dormindo, sem nada para fazer, somente ver as gotas do soro descerem para o tubo ligado em sua veia, entrando nela. O quarto branco com a televisão preta e branca, na vista de Jung, era a única coisa no quarto que fazia barulho, que o garoto sonolento escutava. Por dias e dias, sua vida tem sido assim, sozinha, sonolenta e repleta de pretos, brancos e cinzas.
Havia dias em que caminhava pelo hospital com alguma enfermeira, passeava por entre os gramados que imaginava que eram verdes, porém os enxergava cinzas, sem vida, sem movimento, apenas estavam ali por estar, assim como flores, animais e lagos perto do hospital. Tudo era tão triste e sem vida. Não ligava para nada ao seu redor, nem para ninguém.
Em um certo dia, encontrou Kun pelos corredores. O mais velho deu um belo sorriso o ver o primo andar com alguém do seu lado que não fossem parentes ou o próprio. JungWoo mantinha sua expressão de quem não via nada que o alegrasse, de quem tinha sua vida e alma perdidas na imensidão do Mundo a fora. E depois de alguns minutos, voltaram para o quarto frio e claro.
— Você não se sente sozinho, JungWoo? — Lhe perguntavam. Ele apenas balançava a cabeça dizendo que não.
— Já me acostumei a ficar sozinho — respondia com seus olhos negros e cansados desviados para um canto fixo no quarto, normalmente na janela.
Seus dias favoritos eram os de chuva, na qual faziam frio e podia ver as gotas escorrerem na janela, tão suaves como penas flutuando no ar. O frio era mais uma desculpa para poder ficar trancado naquele quarto dormindo e vendo doramas que passavam na televisão. Era seu divertimento por todos e todos os dias que passava lá.
— Não quer fazer nada, não, JungWoo? — Kun perguntou-lhe enquanto estava deitado na cama do primo vendo uma animação qualquer.
— Não estou com vontade de sair. Além do mais, está frio para isso — respondeu calmamente.
— Frio? Está Sol e você está falando que está frio? E outra, você nunca está com vontade de andar por aí, se esforçar um pouco mais — insistiu.
— Aish, eu só não quero, hyung. Vá dar uma volta sozinho, chame Hoseok para ir ao cinema, faça qualquer coisa que não me envolva. Quero ficar sozinho. E, antes de tudo, eu tenho que repousar mesmo, não posso ficar andando por aí, correndo e pulando como pessoas normais fazem — debateu com uma voz desanimada.
— O que quer dizer com “pessoas normais”, Woo? Você é uma pessoa normal, apenas está passando por um momento difícil. Tudo vai melhorar, primo, confie em mim.
— Um momento difícil? Eu vou morrer, Kun. Não tem cura, apenas tratamento, não vou sobreviver tanto assim como uma pessoa normal vive, uma pessoa como você. — Elevou o tom de voz. Ele odiava quando tocava no assunto de sua doença.
— JungWoo, pirralho, não pense assim. Eu sei que essa doença é muito forte e que vai chegar em um momento que não vai mais resistir, imagino o quando deve sofrer. Porém, esse é mais um dos motivos para aproveitar a vida como ela é, ser feliz, descobrir e explorar coisas novas, criar lembranças felizes, amar. Se você não tem isso em sua vida, claro que não vai ser feliz. E o primeiro passo para isso é esquecer que temos problemas e abrir sua porta para novas coisas virem, dar a oportunidade de novas coisas acontecerem. Caso não saia mais desse quarto, não vai curar sua depressão, meu amor. Não vai ser mais feliz, não vai conseguir nada do que eu falei. Conheça novas pessoas, faça amizades e deixa o tempo levar. Aproveite seus dias de vida como jamais alguém aproveitará. — E por fim, acabou com um selar na cabeça do primo.
Kun sabia e se esforçava para entender o que o primo passava, o que ele pensava e porque que agia de tal forma. Entendia bastante sobre medicina psicológica, pois estava cursando tal faculdade, justamente para ver se podia ajudar o primo com um dos problemas que ele tinha em si.
— Hyung, acha mesmo que eu devo sair daqui? Eu quero tirar a depressão de mim, mas não sinto vontade para fazer nada. — Kim quase chorava no colo do Min, uma eterna vontade.
— Claro, anjinho. Quem sabe não conhece alguém que te faça mais feliz.
— Certo, vou sair um pouquinho.
Com receio de que algo de ruim acontecesse consigo, JungWoo botou os pés para fora da cama, sentiu o atrito dos dedos com o chão gélido do local preto e branco. Impulsionou-se para frente e finalmente levantou da cama quentinha e confortável. Respirou fundo antes de qualquer coisa, fechou os olhos para encorajar a si mesmo para ganhar forças e finalmente sair daquele quarto.
Não sabia descrever muito bem o que sentia naquele momento. Quando lhe perguntavam sobre o que fazia o garoto não levantar da cama, apenas respondia que era como se o objeto o puxasse de volta, como se JungWoo fosse um objeto de metal que era sugado pelo ímã. Tal objeto seria a cama. Era inexplicável como isso funcionava, apenas se sentia muito mal fazendo aquilo, todo o esforço, portanto, não fazia.
Se encontrava parado na porta do cômodo que havia se retirado, olhando para os dois lados, perdido com tantas pessoas indo e vindo em direções opostas, apressadas e outras com a mesma máquina de soro ao lado, assim como o garoto. Viu desde crianças pequenas correndo por aquele corredor, brincando juntas, até idosos sorrindo e rindo de coisas que falavam uns para os outros. Pareciam tão alegres. JungWoo gostaria de ter isso para ele.
E então, depois de ficar tanto tempo parado para observar a movimentação, seus pés começaram a se mover de uma forma delicada e devagar, como alguém que não queria nada com a vida. Olhos curiosos e rosto fechado, assim vagava o pequeno Kim, sem rumo nem hora para voltar para seu lugar predileto em todo o hospital. Achava que isso era uma coisa que nunca iria mudar, o lugar que sempre preferiu e sempre irá preferir era o quarto onde ficava quieto e descansava, o cômodo que poderia receber visitas e presentes nos quais achava sem graça e sem cor, assim como sua vida era.
Kim caminhou por um bom tem, até começar a sentir o tédio pairar com certa rapidez. Cansou de olhar para todos e vê-los se divertindo com uma companhia, enquanto estava sozinho e sem ninguém para o acompanhar e fazê-lo sorrir. Por uma vez ou outra, encontrava enfermeiras que cuidavam de si quando algo mais grave acontecia. Enquanto todas sorriam para o garoto, o mesmo apenas acenava com a cabeça ou com a mão que não guiava o soro ao seu lado.
Se perguntassem para JungWoo qual era a cor do uniforme dos médicos, ele até poderia acertar em dizer branco no jaleco, mas diria cinza para o restante da vestimenta. Todos viam um azul claro, verde, ou até mesmo um verde-água, e tudo o que o castanho conseguia ver era o cinza, a expressão cansada de tanto trabalhar de todos, misturado com preto, branco e variados tons de cinza.
Em simples e difíceis minutos fora do quarto, se sentia angustiado por não estar deitado em sua bela cama no edredom quentinho. Pensou em fazer um exercício de relaxamento que o indicaram, mas era falho, parecia nao funcionar e só deixava-o mais nervoso ainda. Por esse motivo, assim que se viu em um corredor um pouco mais afastado e sem ninguém, resolveu parar em uma janela e respirar o ar fresco do dia incolor e quente.
Se perguntarem para o menino que dia que ele passou a ver tudo somente com cores neutras, ele não saberia muito falar, apenas responderia que foi no dia em que a doença começou a se desenvolver em seu organismo. Apesar de tudo, conseguia lembrar muito bem do dia que acabou desmaiando no meio do quarto, depois de um dia longo e cansativo na escola, novamente sozinho. Acordou atordoado na cama do hospital que estava, com diversos aparelhos ligados ao seu corpo, recebendo soro em todos os momentos.
Sua vida, antes desse acontecimento, não era assim. Kim vivia uma vida tão feliz quanto de outra criança. Quando a doença se espalhou mais pelo seu corpo, os sintomas começaram a aparecer, é que a depressão foi o consumindo por completo, até o levar até o fundo do poço. Quanto mais ficava sozinho naquele quarto, mais a depressão lhe consumia. Todos os dias passando pela a mesma rotina.
Ao observar direitinho através da janela, viu crianças brincando junto com uma garota, parecia ser da mesma idade deles. Pareciam tão felizes. A felicidade que JungWoo não tinha dentro de si, a felicidade que queria mais que tudo. Quanto mais olhava para eles, mais desejava dar risadas, voltar a ver todas as cores lindas que proporcionavam.
As crianças brincavam em uma roda com a garota, todos corriam e riam tão felizes. JungWoo começou a chorar baixinho vendo aquilo.
Sentiu um balançar o arremessar um pouco mais para o lado, em um golpe ríspido, que o fez cair no chão com uma certa brutalidade. Levantou seus olhos até o lugar que parecia vir o empurrão, encontrando um garoto de gorro cinza claro — segundo a visão de JungWoo — o olhando confuso e um pouco preocupado.
— Você está bem? — O garoto abaixou na direção de Kim, chegando mais perto. Esticou a mão para ajudar JungWoo levantar. — Me desculpe, eu não queria te empurrar com tanta força.
— Estou bem, obrigado. — Aceitou as desculpas sem ressentimentos, sendo levantado pelo garoto desconhecido.
Ambos viraram para a janela ao mesmo tempo. E assim que perceberam que fizeram o mesmo movimento ao mesmo tempo, o garoto rio, JungWoo apenas sorriu.
— Ela é linda, não? — o garoto perguntou. O castanho percebeu que ele estava falando da garota que brincava com as crianças.
— Uh, acho que sim. Você parece gostar dela — disse indiferente.
— Ah, eu gosto. Ela é tão… maravilhosa. — Suspirou encantado com a beleza da moça.
O garoto acordou do transe em pequenos segundos ali parado com cara de babão, percebeu então que não havia se apresentado ao castanho.
— Oh, nem me apresentei, não é? Prazer, meu nome é Wong YuKhei, mas pode me chamar só de YuKhei, se quiser, ou de Lucas — apresentou-se com um belo sorriso no rosto, logo em seguida, se curvou.
JungWoo percebeu bem como aquele sorriso transmitia diversas sensações boas e confortáveis. A principal delas era bondade, uma bondade fofa e segura.
— Kim JungWoo, prazer. — Curvou-se.
— Então, Kim JungWoo, o que faz aqui? Bem no meu esconderijo secreto para observar Kim ChungHwa. Como descobriu a existência desse corredor? Pretende vir aqui também ‘pra ficar espiando ela nas espreitas? Você é daquele tipo de pessoa que fica espionando as meninas, assim como eu? — perguntou tudo de uma vez.
Kim se perdeu no meio de tantas perguntas feitas pelo baixinho em sua frente. Não sabia qual responder primeiro, não sabia qual responderia por último, totalmente perdido entre tantas interrogações ao redor dele.
— Calma, calma. Uma de cada vez, YuKhei-ssi. — soltou uma pequena risada nasal, sem nem perceber que estava rindo pela primeira vez em séculos.
— Certo, primeiro, como descobriu meu esconderijo secreto? — perguntou com um olhar curioso.
— Ah, eu também não sei. Apenas fui andando sem rumo e, quando me dei conta, eu me encontrava aqui, nesse corredor escondido. — Olhou ao redor deles.
JungWoo pensou que o corredor era restrito, mas ao ver o garoto ali, esqueceu logo essa ideia. Ele parecia ser uma pessoa normal, não um paciente com algum problema assim como Kim e outros mil. Parecia estar ali por causa de alguém, não internado. Estava incerto. Talvez ele fosse algum tipo de ajudante dos idosos, talvez usasse aquele tempo somente para ficar espionando a garota que via do lado de fora que tanto elogiava. Era difícil de acertar.
— Você é um tipo de detetive? Esse lugar é bem difícil de se chegar sozinho sem saber o caminho. Tem que virar à esquerda, depois à direita, depois esquerda, direita, direita; entra em um tunelzinho bem pequeno, atravessa umas duas portas e você chega aqui. Como conseguiu fazer isso? — ditou tudo às pressas.
— Sério? Me desculpe se te incomodei, estava muito distraído mesmo, não prestei atenção por onde entrei. Se você quiser eu posso apenas fingir que nunca vi esse lugar e ir embora — sugeriu com um semblante indiferente no rosto, sem nenhuma expressão. Lucas tentava decifrar consigo o que aquele garoto realmente sentia.
— Não, por favor. Falei apenas brincando com você. Na verdade, eu sempre quis compartilhar esse lugar com alguém que eu gostasse, tipo aquela garota. — Voltou o olhar apaixonado à garota que agora se sentava no chão com as crianças. JungWoo riu levemente sem perceber. — Porém isso parece um pouco impossível, sabe? Ela nunca nem me viu aqui, então quero muito a sua companhia. Às vezes me sinto tão sozinho aqui, é chato. E você, não se sente sozinho de vez em quando também?.
— No início eu sentia, mas aprendi a viver com a solidão constantemente. Para falar a realidade, faz muito tempo que eu não recebo visitas de amigos, só de meus familiares e meu primo que sempre fica comigo, contudo eu não gosto mais de receber visitas. Elas só me incomodam mais ainda.
— Nossa, que… triste. Nunca sentiu falta de brincar lá fora como crianças, rir com os outros, sair com os amigos?
— Não muito. Sendo sincero, não tenho amigos mais. Parece que, desde que eu fui internado, eles evaporaram, literalmente. Portanto, faz tempo que não vejo gente nova. Faz tempo que eu não vejo o amarelado do Sol, o esverdeado das gramíneas que nascem do jardim e as cores de diversas flores que pessoas normais vêem. — Seu semblante indiferente ainda permanecia em seu rosto. Virou-se para a janela, agora com o olhar sonhador. — Eu ainda acredito que um dia poderei ver as cores do Mundo como são verdadeiramente, não somente os diversos tons de cinza, branco e preto que vejo.
Lucas parecia prestar atenção em cada palavra que saía da boca do outro, como se fosse a coisa mais triste que já ouvira em seus anos de vida até ali. Para ele, JungWoo não parecia ter menos ou mais do que sua idade. Sabia que sofrer daquele jeito com apenas 18 anos de idade não era algo tão apropriado, muito menos legal. Portanto, apenas abriu os braços e puxou Kim para um longo e confortável abraço, este que esquentou as bochechas dos dois. Um ato repentino.
Em pequenos segundos, JungWoo voltou a seus sentidos reais, não sabia se continuava dentro daquele reconfortante abraço ou se afastava-o cuidadosamente. Fez o que seu coração mandou, apenas deixou aquele abraço tão gostoso se desenvolver aos poucos, perdendo a timidez. Retribuiu de uma forma tão calorosa, com uma vontade de chorar ali mesmo, no peitoral, um tanto quanto musculoso, de um completo desconhecido para ele. Pensou em talvez aquele fosse um novo amigo, se é que poderia chamar assim.
Deixou lágrimas caírem devagar sobre sua alva pele amarelada, tão devagar e presunçosas quanto as gotas de água da chuva na janela de seu quarto. Conforme desciam, molhavam o rosto e tecido de algodão da camisa cinza claro de Lucas, aquele que nem se importou com tal fato. Assim como não se importou de estar abraçando um completo estranho; porém era um estranho com aparência tão amigável que sentia vontade de dar mil abraços no mesmo.
Separaram-se do abraço, ainda um pouco envergonhados.
— Desculpe, eu apenas quis ajudar em algo. Sua história me pareceu tão… vazia. Eu gostaria muito de preenchê-la, JungWoo — ditou calmamente, com um olhar de pena, ao mesmo tempo que o olhar de JungWoo se cristalizava assim como o vidro de sua janela refletia nos dias de Sol, mesmo ele sem sua coloração devida. — JungWoo, você deixa eu tentar colorir sua vida novamente?
— Por que eu deixaria um estranho fazer isso? Não te conheço direito, Yukhei-ssi. Mesmo meu coração me falando para fazer isso, não consigo deixar minha vida em mãos alheias. E além do mais, do que adianta fazer tanto esforço se no final, vou acabar morrendo com 25 anos de vida? Não quero, obrigado mesmo assim. — Woo negou.
— Mesmo eu sendo um completo desconhecido, deixe eu te ajudar, por favor. Woo, confie em mim. — Estendeu sua mão em direção ao garoto. Com um olhar de compaixão, passava uma imagem de confiança e serenidade diante do menino.
Aquele simples gesto caridosos da parte de Wong fez o coração de Woo falhar uma pequena batida, seus olhos se encharcarem de lágrimas como mares em dias agitados. Queria muito confiar em Lucas, porém estava com receio de que acabasse caindo em uma ilusão amigável que depois poderia causar-lhe consequências muito piores, piores do que já estava tendo. Pensou, ficou uns segundos pensando tanto que achou que seu cérebro explodiria, até chegar em sua conclusão final.
Esticou seu braço e pegou na mão de Lucas, ainda com muito receio, mas aquele simples gesto significava muito para ambos, significava um novo começo de vida para Woo e uma nova experiência para Yukhei.
Autor(a): wbystar
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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