Fanfic: Untitled | Tema: bts, yaoi, romance, fluffy, shounen-ai, yoonmin, vhope
quinta-feira
Yoongi ligou o rádio e procurou por alguma estação boa, assim que encontrou, deixou ali e sentou-se sobre o sofá, e, olhando para a parede branca na frente de si, pôs-se a pensar. Ele fazia muito disso, pensava e pensava sobre sua vida; sobre as coisas ao seu redor ou, sobre qualquer coisa. Tudo era motivo para pensar e, quando chegava à conclusões sensatas e que tiravam um pouco de sua preocupação, ele sentia-se feliz. No momento Yoongi não estava pensando muito, apenas pensava no que faria mais tarde e, cogitava a possibilidade de fazer café ou não. Ele faria, independente da resposta.
Estava na faculdade de música, tinha um piano em casa e, passava bom tempo ensaiando ou compondo músicas próprias. Era frustrante quando não conseguia pensar muito bem na hora de tocar algo bom, entretanto, por outro lado, era compensador quando de repente surgia uma misteriosa inspiração e, assim, ficava horas e horas fazendo música. Trabalhava nestas durante algumas madrugadas, estudava de manhã e, de tarde, trabalhava em uma cafeteria local como garçom. Isto até oito horas da noite, começando então uma hora da tarde. Ganhava suficientemente bem, conseguia pagar o aluguel de seu pequeno apartamento. Já quem pagava sua faculdade eram seus pais — com a condição de que morasse sozinho — que desde sempre foram bem resolvidos com dinheiro.
Era um rapaz de poucos amigos, que não gostava de sair como os demais jovens e, tinha uma vida tranquila. Na faculdade falava mais com três pessoas: Lee Kyu Won (uma garota que gostava de cantar), Yun Do Woon ( tocava bateria e era cheio de piadinhas) e, por último, Kim Taehyung (fazia faculdade de artes), que, pintava as unhas de diferentes cores. Lá ninguém dava muita bola para isso, mas, sair com ele na rua realmente chamava a atenção. Taehyung não se importava com a opinião dos outros; Yoongi muito menos.
No rádio, tocava Kim Gun Mo, cantor que sua mãe gostava muito de ouvir. Yoongi também gostava dele. O rapaz foi preparar café e começou a chover, assim, teve de correr para tirar a roupa que estava estendida no varal da sacada. Depois, ele pôde terminar de fazer seu café. Era realmente uma correria; agora entendia como sua mãe tinha grandes responsabilidades em cuidar da casa.
Yoongi olhou as horas em seu celular: nove e quatorze da noite. Às vezes ele dormia esse horário e acordava duas horas da manhã para trabalhar em música. Às vezes ele simplesmente ia dormir meia noite e acordava seis horas para se arrumar e ir a faculdade. Ele não tinha muitas regras, porém, não gostava de ficar muitos dias sem dormir; logo, sábado e domingo era uma glória para si, podia dormir o dia inteiro sem nenhuma preocupação.
A campainha tocou, Yoongi deu um longo suspiro, aquele era um dia em que ele preferia ficar sozinho. Provavelmente era Taehyung, porque não havia ninguém além dele que visitava Yoongi.
— Taehyung — disse ao abrir a porta, na mão esquerda segurava a caneca de café. Ele deu espaço para o loiro entrar.
— Oi, desculpa te incomodar mas, meus pais brigaram muito e também queriam brigar comigo, então eu fugi para cá. Posso? — perguntou, sabendo que a resposta seria positiva. Aliás, ele já estava ali, então não tinha nada que Yoongi pudesse ou, mais precisamente, quisesse fazer. A companhia de Taehyung, na verdade, era legal na maioria das vezes.
Sentaram-se no sofá, Yoongi ofereceu café e Tae aceitou, assim pegando com as próprias mãos, já que era de casa.
— Então, estavam brigando pelo que dessa vez? Dinheiro?
— Exatamente. — Os pais de Tae tinham bastante dinheiro, então, sempre brigavam ao investi-lo, porque queriam arrecadar mais e mais, porém, não podiam perder em ações fracassadas e coisas do tipo. Tae não aguentava ouvir aquele tipo de conversa, então, se mantinha um bom tempo ocupado dando voltas pela cidade com seu carro que ganhara de presente de aniversário de 18 anos. Ele também visitava Yoongi no trabalho e na sua casa. Eles eram melhores amigos, por assim dizer.
— Dinheiro é bom, mas se for motivo de briga, nem vale a pena — disse o moreno, assim cruzando as pernas magras. A cortina da sacada estava entreaberta, mas sol nenhuma entrava, uma vez que ainda chovia bastante. — Não pegou chuva, né?
— Não peguei, felizmente já estava dentro do carro quando começou a chover. Ah, então Yoongi, como vai a vida?
— Desde manhã… Não mudou praticamente nada — disse e tomou o café. Na verdade tinha mudado um pouco, mas, só por razão de uma coisinha: um rapaz de cabelos pretos. Esse rapaz estava na cafeteria e Yoongi havia atendido ele e seus amigos. Esse garoto sorria demais e, Yoongi gostava de pessoas que sorriam demais. Esse garoto, também, agradecera de forma mais gentil que os outros; foi diferente, e Yoongi gostou.
— Ah, tenho que terminar o trabalho do professor velho (era assim que chamavam o professor que era velho), eu ainda não fiz nada e é pra depois de amanhã. Já fez?
— Uhum — disse e Taehyung arregalou os olhos, mesmo estando acostumado com a organização de Yoongi. — Na verdade eu não terminei, estou quase terminando. Eu fiz essa madrugada.
— Ah você precisa me ajudar, por favor. Você vai?
O moreno ficou em silêncio por uns segundos, tanto que Tae pensou que ele nem responderia.
— Ajudo sim. Mas só vou te dizer mais ou menos como que é, daí de resto você mesmo tem que fazer, é uma faculdade, Taehyung.
— Tudo bem, prometo que faço. Obrigado!
Yoongi assentiu em resposta.
— Acho que estou gostando de uma garota — soltou do nada. Yoongi quase cuspiu o café, como assim? Tae era hétero? Sua vida fora uma mentira? Yoongi no começo aproximou-se apenas de Taehyung porque pensava que ele era gay, e assim, sentiu que podia ter amigos da mesma “espécie”. Tae pintava as unhas e, usava uns moletons femininos mas… Yoongi não deveria ter tirado conclusões tão precipitadas, pelo que parecia.
— Que garota, Taehyung?! — E agora? Taehyung então acharia estranho se Yoongi fosse um não-hétero?
Tae começou a gargalhar e Yoongi não entendeu aquilo, ficou o observando até que parasse com todo aquele showzinho.
— É brincadeira, desculpa. Eu só queria dizer que sou gay, mas precisava de uma piada antes para, sabe, amenizar a confissão.
Yoongi recostou-se no sofá e fechou os olhos. Nessa hora, um estrondo fraco de raio ouviu se perpetuar pelo bairro.
— Graças a Deus, Taehyung.
Agora Tae quem estava confuso.
— Como assim?
— Eu sempre achei que você fosse gay, por isso nunca perguntei. Mas você gosta de garotos mesmo, então?
— Sim, se sou gay. Não sou bissexual, se é isso que quer saber.
Bissexual. Yoongi sentia que podia ser isso, mas era estranho dizer em voz alta; ele não gostava de rótulos.
— Você sempre pintou as unhas e tal… Nunca falou de garotas… então sempre achei.
— Mas sabe que pintar as unhas e etc não tem a ver com isso né? Digo, muitas vezes quem faz isso é gay mas, muitas vezes também não é. Resumindo, tudo depende de tudo.
— Sim, sim, entendo o que quer dizer.
— Mas, nossa Yoongi, você ficou muito estranho. Por quê? Quer me contar alguma coisa?
— Eu não! Digo… não. Não mesmo.
Quero sim, Taehyung, me ajude e veja se sou normal.
— Tem certeza?
— Okay, já que estamos falando disso… Quero só falar uma coisa. Sabe…
Ele travou, não sabia como começar e, muito menos terminar. Odiava de verdade falar sobre sua sexualidade porque, sempre fora um mistério. Sempre sabia que não era igual à dos outros garotos mas, também, não sabia exatamente o que era; e odiava isso, porque todos ao seu redor aparentavam saber.
— Você é gay? Fala de uma vez, sei que é isso.
— Não, espera, deixa eu falar. Eu já admirei e tive interesse em várias pessoas. Antigamente eu tinha interesse na Kyu Won, hoje não tenho mais. Já tive interesse em um garoto também…
— Bissexual.
— E eu também — continuou ele — tive interesse no Minki, sabe? Aquele garoto que se vestia como uma garota e se comportava como uma garota e que não ligava se chamava ele de ele ou ela. Era superconfuso mas eu sempre fui muito afim dele porque ele era demais. — Suas bochechas queimaram depois de expelir todas aquelas palavras. Ele não sabia se aquilo era normal, gostar de garotos e de garotas e de pessoas que pareciam os dois. — O que eu quero dizer é que… Eu não sei distinguir bem as pessoas, pra mim elas só são pessoas e eu gosto delas independente se são homens ou mulheres ou, sei lá.
Taehyung levantou-se do sofá, deixou a caneca preta sobre a mesinha de centro e olhou seriamente para Yoongi.
— Nossa, eu acho que você é o primeiro pansexual que eu conheço.
— Pansexual? — Era estranho ouvir aquela palavra, estranho mesmo, quase nunca ouvira.
— Pessoas que se atraem por outras, independente do sexo ou gênero. Resumindo, pessoas que gostam de pessoas e é isto.
— Okay, então, eu sou algo. Mas, olha Taehyung, eu realmente não gosto de rótulos e, não gosto de falar sobre isso então… Eu só precisava conversar mas, não quero que isso torne o foco de minha vida.
— Jamais. Sei que é confuso, quando descobri que era gay quase morri de desespero. Mas, com o tempo você vai se entendendo e, sabe, essas coisas. Não precisa se preocupar e nem dar satisfação pra ninguém, só gostar de quem quiser e ficar com quem quiser.
— Sim, tem razão.
— Mas sabe de uma coisa, Yoongi?
— O quê?
— Pansexualidade é tão sua cara.
Prévia do próximo capítulo
Sexta-feira Yoongi vestiu sua blusa branca e, por cima, um colete azul-escuro de botões. A calça era preta, assim como os sapatos lustrosos. Por fim, colocou a gravata borboleta preta e, seu uniforme estava pronto. Ele saiu do vestiário e foi dar uma conferida no balcão, Sungjin estava limpando as mesas sujas e sorriu ao ver o moreno. &m ...
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