Fanfic: Doce Coisinha - Trendy, Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Triangulo Amoroso

Dez anos depois...

Hoje deve ser especial, mas foi como qualquer outro dia. Apenas outro dia em que eu existia, como todos os outros nos últimos seis meses. Manter a cabeça baixa e fazer tudo o que me pediam era a única maneira de me certificar de que tudo de importante para mim estava seguro. Protegido.

Acordei todos os dias com uma missão e espero que, eventualmente, minha vida melhore. Que minha situação atual não era para sempre.

“Dulce, pelo amor de Deus, você poderia se apressar com o meu café e começar o quarto de Christopher antes que ele chegue em casa? Eu não o vejo há mais de oito meses. Seu quarto precisa ser perfeito. Não que ele fique muito tempo,” Portia Uckermann ligou da sala de jantar.

Portia não comeu comida. Pelo menos, ela não comeu com frequência. Ela bebeu café e bebeu vinho. Por causa disso, não era esperado que eu cozinhasse para ela. A lista de deveres que ela fazia comigo diariamente era o suficiente para me manter ocupada desde o momento em que o sol surgia até o final da descida.

"Sim senhora," eu respondi quando terminei de fazer o café da imprensa francesa que ela preferia. Levou tempo para preparar o café ao contrário de uma máquina de café regular. A engenhoca de vidro também só fazia uma xícara com cada prensa. Foi uma das muitas coisas que eu nunca tinha ouvido falar até que fui forçada a assumir o cargo de criada em sua casa. Quando minha mãe me deu o nome e endereço de Portia em um pedaço de papel apenas um dia antes de falecer, nunca perguntei quem era Portia. Eu estava com tanto medo e em negação por causa da doença da minha mãe que não era importante na época.

No dia seguinte ao enterro de minha mãe, o senhorio veio nos informar que devíamos dois meses de aluguel no trailer em que vivíamos e, embora sentisse muito por nossa perda, tínhamos que pagar ou sair. Eu levei Heidi comigo para o endereço de Portia Uckermann naquele dia, sem saber o que esperar. Sua casa, onde eu morava e trabalhava agora, não chegava nem perto do que eu esperava.

"Eu sei que ele não vai ficar na casa por muito tempo, mas enquanto ele está aqui, você vai fazer o café da manhã. Vou pedir a ele para deixar uma lista do que ele come. Não me lembro porque nunca cozinhei para ele. Nós tínhamos alguém para fazer isso. Seu pai gostava de torrada francesa, eu me lembro disso.” As palavras de Portia se apagaram.

Ela olhou para cima enquanto eu lhe entregava a xícara de café, inspecionando o café com grande escrutínio.

"Isso parece mais escuro do que o habitual." Ela franziu a testa, embora não houvesse linhas de expressão no rosto. Eu tinha certeza que o Botox era o motivo. Eu não tinha certeza de quantos anos ela tinha, mas ela tinha um filho na faculdade.

"Eu fiz da mesma forma que faço todas as manhãs." Argumentar com Portia nunca foi uma ideia sábia, mas às vezes eu não conseguia evitar. Como neste momento.

Ela começou a abrir a boca quando o barulho da porta da frente a impediu. Vozes altas e risadas ecoaram pelo corredor, seguidas pelo som de passos barulhentos.

Confusa, olhei de relance para Portia.

Ela estava sentada de costas, ouvindo. “Ele já está aqui! Merda!"

Eu assumi que ele era o filho dela, já que ninguém entrou nessa casa sem uma chave. Eles não conseguiam passar pelo portal de privacidade sem um código.

Ela deu um pulo e pareceu frenética. “Ele tem companhia. Preciso me vestir.” Ela correu para as escadas dos fundos que levam ao quarto principal. "Alimentá-los. Cuide deles,” foram suas últimas palavras antes que ela desaparecesse na esquina. O café preto da imprensa francesa foi esquecido na mesa.

Eu não estava pronto para enfrentar um desconhecido Uckermann. O que eu conheci não era exatamente uma pessoa agradável. Eu esperava que eu não tivesse que ver tanto o filho dela enquanto ele estivesse em casa. Só quando eu servia seu café da manhã, talvez. Mas isso... não era isso que eu planejara.

Eu andei pelo pequeno corredor que separava a cozinha da sala de jantar e entrei na cozinha para me esconder até que o filho dela e quem estava com ele subiu as escadas. Talvez ele procuraria por Portia. Deus sabia que ele não olharia na cozinha.

Quando entrei na cozinha da entrada da sala de jantar, a entrada oposta se abriu.

“Minha mãe não come, mas ela sabia que eu estava vindo, então deveria haver alguma coisa. Ajudem a si mesmos, mas se houver um pouco da torta de manteiga de amendoim da Sra. Charlotte aqui é minha.” Ele estava se dirigindo ao grupo que caminhava com ele até a cozinha.

Eu tinha visto fotos de família ao redor da casa. Eu sabia que Christopher Uckermann era bonito. No entanto, vê-lo pessoalmente - seu cabelo escuro bagunçado como se ele tivesse acabado de passar a mão por ele, e a maneira como suas roupas se encaixam em sua constituição alta, magra, mas musculosa - era uma visão para se ver.

Ele se virou das pessoas que estavam seguindo-o, me viu e fez uma pausa. Seu olhar lentamente me levou e me senti nervoso. Eu não gostei de ser estudada. E eu não tinha ideia do que dizer a ele. Eu ainda não tinha feito contato visual, mas havia três caras atrás dele. Eu podia ver seus corpos, mas não estava olhando para eles.

"Você não é Sra. Charlotte", foram as palavras que ele falou que finalmente quebrou o silêncio súbito e constrangedor.

Não, não sou. Eu era sua substituta. Ela se aposentou e se mudou para a Flórida com a neta.

Eu estava prestes a dizer a ele quando ele soltou uma risada curta e sem graça. "Acho que não vou conseguir aquela torta de manteiga de amendoim."

"Se você gostasse do café da manhã, eu poderia fazer uma coisa para você", eu disse, esperando que ele aceitasse a sugestão de que eu não queria cozinhar para eles e iria embora.

"Quem diabos é você?" Ele perguntou com desgosto. "Portia não é para contratar garotas quentes que não sabem como fazer merda."

Eu pensava que ele era atraente. Por um momento. Esse momento foi embora agora.

“Dulce María. Eu tomei o lugar da Sra. Charlotte quando ela se aposentou.” Eu queria dizer mais - para informar sua idiota arrogante e elitista, eu era tão boa quanto a Sra. Charlotte. Mas eu não tinha certeza se era uma afirmação verdadeira, então eu apenas segurei minha língua.

"A sério? Jesus, minha mãe está batendo na porra do bourbon de novo?”

Os garotos atrás dele riram como o que ele disse que era hilário. Eu não olhei para os outros ainda. Endireitando-se e segurando meus ombros para trás, eu me virei com o meu olhar agora bravo para olhar para o resto deles. Eles eram os mesmos. Alto, atlético, rico e sua arrogância pairava sobre eles como uma corrente dourada. Eles não sabiam nada de trabalho ou fome. Eles não sabiam sobre medo. Eles não sabiam nada além de vida fácil. Eu normalmente não odiava ninguém por essas razões, mas esse grupo estava me fazendo pensar que ser elite era uma doença.

Eu notei que um deles não estava rindo. Ele parecia com eles e se vestia como eles. Ele era mais bonito do que era justo como eles. Mas ele era diferente. Em vez de parecer divertido, ele parecia entediado. Como se ele estivesse honrando todos os outros com a sua presença foi um desperdício de seu tempo. De certo modo, sua expressão era mais humilhante do que a risada.

“Apenas merlot. Noturno. Três ou quatro copos, dependendo do humor dela.” Eu queria parecer tão entediada quanto o garoto de cabelos escuros. Como não afetado e como se essa conversa fosse um desperdício do meu tempo. Porque isso foi.

Christopher Uckermann sorriu então. “Bem, Dulce, você pode fazer omeletes? Bacon? Ou há algo disso nesta casa?”

Portia me mandou ontem à mercearia com uma extensa lista de itens para a cozinha. “Sim, para ambos. E sim, nós temos essas coisas.”

"Portia deve ter comida entregue então", disse ele voltando-se para olhar para os caras com ele. "Podemos levar nossa merda para a casa da piscina."

A casa da piscina não era onde Portia estava esperando que Christopher ficasse. Nem ela estava esperando que ele chegasse com convidados. Eu não esperava que essas coisas a deixassem muito feliz. Ela estaria estourando uma ou mais das pequenas pílulas brancas que ela comeu como doce, uma vez que ela descobriu sobre os planos de Christopher.

“A casa da piscina não foi preparada. Sua mãe esperava que você ficasse no seu quarto. Não que seu quarto estivesse preparado desde que chegara cedo.”

Christopher fez uma pausa em seu retiro e se virou para olhar para mim. Eu não gostei do sorriso em seu rosto, ou o brilho de diversão com um toque de pena em seus olhos. "Portia não possui esta casa, então eu diria que não importa o que ela espera."

Ele não me esclareceu mais. Ele apenas se virou e saiu do quarto. Os outros seguiram. Eu fiquei lá imaginando o que exatamente ele quis dizer com isso porque a segurança de Heidi estava apoiada nos ombros de Portia.