Fanfic: Doce Coisinha - Trendy, Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Triangulo Amoroso

Dulce

Eu dirigi por mais de uma hora sem ter para onde ir. Lágrimas estavam ofuscando minha visão, meu peito doía e eu queria me enrolar em uma bola e soluçar livremente. Mas não havia tempo para isso. Eu tinha Heidi para pensar. Minha irmã. Ela foi minha primeira preocupação. Sempre minha primeira preocupação. Ela nunca poderia saber o que tinha acontecido.

Eu não tinha mais uma casa ou um emprego. Eu tinha esse carro que eu estava dirigindo. Eu tive minha irmã. Foi isso. O cuidado de Heidi tinha sido cuidado - ou eu pensei que tivesse sido. Christopher tinha dito que ele ia pagar dez anos de antecedência, mas eu não tinha certeza se ele tinha a chance de fazer isso ainda. Mesmo se ele tivesse como eu poderia deixá-lo depois do que aprendemos? Ela era minha irmã. Minha. Eu deveria cuidar dela. Ele não.

Apenas três horas atrás, minha vida parecia perfeita. Eu estava feliz e estava quase no ponto em que podia aceitar a segurança que acompanhava o amor de Christopher Uckermann. Eu não o culpei porque ele era um espectador inocente do passado sombrio também. Nossas circunstâncias não era culpa dele nem minha, mas eu deveria saber melhor do que confiar no amor. Foi um caminho perigoso que acabou descobrindo mentiras que sempre levavam à ruína.

A casa em que Portia Uckermann colocara Heidi para seu cuidado de longo prazo surgiu à frente. Eu parei para respirar antes de entrar para encarar Heidi. Ela não entenderia porque eu estava chateada. Eu não queria que Heidi conhecesse a fealdade do mundo. Seu coração era muito grande e seu sorriso era brilhante demais para arruiná-los com a nossa realidade. As mentiras que eu agora sabia sobre seu nascimento eram segredos que eu guardaria. Heidi não iria entendê-los de qualquer maneira. Ela amava nossa mãe como eu. Nossa mãe era uma santa e eu sabia que nunca seríamos os mesmos sem ela.

O fato de Heidi ter nascido em Portia Uckermann era um segredo que eu escondia dela. Compartilhar sua mãe biológica com Heidi era inútil, mesmo que ela pudesse entender - eu não tinha certeza de que isso era possível.

Heidi foi a pessoa mais importante da minha vida desde que me lembrei. Mesmo quando criança, eu sabia que a diferença de Heidi a tornava especial. Precioso. Mais fácil de amar.

Tanto quanto eu odiava Portia por jogar fora Heidi porque ela nasceu com síndrome de Down e que não se encaixava em sua vida, eu estava igualmente grata que ela a deixasse para minha mãe. Portia tinha dado Heidi para nós e ela completou minha família. Sempre foram as três de nós. Um perfeito três que eu sempre estimaria. Nossa mãe nos deixou lindas lembranças. Ela nos ensinou que a família era tudo.

Saí da estrada e coloquei o carro no estacionamento. Cruzando meus braços sobre o volante, continuei a chorar. Nesse momento, chorar era tudo que eu podia fazer. É o que eu precisava fazer. Eu choraria e deixaria tudo para fora - meu medo, minha dor, minha descrença. Então eu secava meu rosto, entrava e via minha irmã. Quando entrei, planejei abraçar Heidi com força e não cairia na frente dela. Eu era forte. Minha mãe me ensinou a ser forte. Mas agora, eu precisava de Heidi. Eu sentia falta dela mais do que nunca.

Além de visitar Heidi, não sabia o que fazer a seguir. Eu não sabia onde me virar.

Assim que um soluço alto me escapou, a porta do passageiro do meu carro se abriu. Minha cabeça empurrou na direção do intruso e eu estava pronta para gritar quando percebi que era Alfonso Herrera tomando o assento ao meu lado. Seu rosto estava duro e frio como sempre.

O melhor amigo de Christopher me odiava. Eu não tinha certeza se gostava muito dele também. Alfonso foi fechado e hostil. Ele não aprovou Christopher e eu. Não era segredo que Alfonso não achava que eu fosse boa o bastante para Christopher.

"Chorar não vai fazer isso desaparecer. Chorar nunca consertou nada,” ele disse olhando para frente pela janela. Sua mandíbula se apertou e seu rosto esculpido pareceu determinado.

"Estou fora da vida dele. O que você quer?” Eu disse enquanto minha voz rachava. Ser insultada ou corrigida por Alfonso não era o que eu precisava ou queria. Agora ou sempre.

Ele virou a cabeça para olhar para mim. "Eu estava esperando isso", disse ele.

Como ele poderia ter esperado isso? Ele nem sabia os detalhes do que havia acontecido. Eu queria dar um tapa nele e gritar para ele liberar um pouco da minha dor. Mas eu nunca fui violenta.

“Você quer que ela fique aqui, não é? Ela gosta daqui,” ele acenou com a cabeça na casa em que Heidi morava.

A instalação era perfeita para Heidi. Ela tinha amigos. Eles deram a ela empregos que a fizeram se sentir produtiva. Ela amava as atividades. A casa lhe oferecia uma vida segura, mas permitia que ela fosse independente.

“Custa muito. Christopher queria pagar dez anos de antecedência. Eu não sei se ele fez, mas eu não posso deixar. Especialmente agora,” eu respondi sem saber por que ele estava perguntando sobre Heidi.

Ele estendeu a mão e tirou minhas chaves da ignição. "Você não deveria estar dirigindo assim. Você está muito chateada. É perigoso."

Eu tiro meu braço para pegar as chaves do meu carro dele. Eu estava com raiva porque seus comentários eram indesejados e fora de sintonia. “Me devolva minhas chaves. Estou bem."

Ele colocou-os no bolso. “Não, Dulce. Você não está bem. Você é um perigo não apenas para si mesma, mas para os outros na estrada. Você precisa se acalmar.” Ele abriu a porta do passageiro. "Eu vou levá-la até lá. Mas você deve esperar até que seu rosto não fique vermelho e manchado de choro antes de ver sua irmã. Imagino que isso a aborrecesse.”

Eu concordei com ele. Eu não queria concordar com ele. Eu não queria ele aqui. Mas por um momento, eu não estava sozinha. Mesmo que fosse Alfonso, ele estava ajudando a me acalmar. No entanto, sua aparição repentina ainda não fazia sentido, a menos que Christopher o tivesse enviado.

"Ele enviou você para me encontrar, não é?" Perguntei a ele enquanto me sentava imóvel no banco do motorista.

Alfonso esperou um momento e saiu do carro. Ele fechou a porta do carro e deu a volta para abrir a porta do lado do motorista. Eu sentei e observei ele. Esperando pela confirmação de que Christopher estava tentando cuidar de mim. Meu coração doeu com o pensamento. Christopher não podia fazer isso. Não mais.

Enquanto Alfonso esperava que eu saísse do carro, suspirei e saí para encará-lo. "Você sabe? As mentiras? Ele contou a você?”

Alfonso parecia despreocupado. Seu rosto não mostrava emoção. Eu me perguntei se era o seu desgosto por mim que o fez desse jeito. Porque eu o vi rir, sorrir e foi surpreendente. Impressionante mesmo. Mas ele nunca fez essas coisas enquanto olhava para mim.

"Eu não vi ou falei com Christopher desde hoje cedo em seu escritório."

Franzindo a testa eu me perguntei se ele sabia de alguma coisa. Ele achou que nós terminamos? "Por quê... O que você está fazendo aqui então? Você estava procurando por mim?”

Alfonso levantou o queixo e ele parecia um pouco irritado quando ele olhou para algo por cima do meu ombro. “Entenda algo, Dulce. Eu nunca odiei você. Foram as mentiras que eu odiei que acabariam saindo. Eles tiveram que. E quando eles fizeram, eu sabia que você iria se machucar. Eu sabia que vocês dois fariam. Eu estava tentando proteger Christopher.” Ele fez uma pausa e moveu seu olhar de aço para mim. "E eu estava tentando proteger você."

O que? Eu balancei a cabeça. Isso não fazia sentido. "Que mentiras você sabia?" Porque Alfonso não poderia saber que Heidi era filha de Portia. Ou que Portia era minha tia. Havia mais segredos que eu não sabia? Eu não tinha certeza se poderia lidar com mais, mas também sabia que tinha que encarar a verdade. O que quer que fosse.

“Christopher é um bom homem. Ele tem um bom coração. Mas a vida dele foi fácil. Foi um com pouca destruição. Ele nunca enfrentou uma merda verdadeiramente sombria. Eu tenho. Eu vejo mais do que quero. Eu ouço mais do que os outros querem que eu ouça. Quando você chegou, eu sabia que havia mais em sua aparição repentina. Eu sabia que havia mais que você não entendia. Eu fiz minha própria investigação. Eu descobri a verdade com bastante facilidade.”

Ele sabia e nunca disse nada? Ele apenas deixou Christopher e eu nos apaixonarmos sabendo que nosso relacionamento era impossível? "Você sabia e não nos contou? Por que não contar a Christopher? Você quer protegê-lo tão mal, mas você o deixa... Você nos deixou ir longe demais.”

Ele soltou uma risada profunda que não exalava calor ou humor verdadeiro. “Dulce, ele nunca teria acreditado em mim. No momento em que ele colocou os olhos em você, ele estava feito. Tinha acabado. Eu vi e sabia que não conseguiria impedir o que aconteceria.”

Eu estava pronto para atacar ele, mas depois fiz uma pausa. Algo não se somava. Eu fiquei tão chocada e horrorizada com o nome da Heidi naquele certificado de nascimento que eu não tinha pensado nisso. "Espere... Christopher tem vinte e um anos de idade. Heidi tem dezenove anos. Nós somos da mesma idade. Que... A história de Portia. Não se soma. Algo está errado.” Eu olhei para Alfonso em busca de respostas. Ele disse que já sabia de tudo. Ele sabia por que Heidi era mais jovem que Christopher?

Alfonso suspirou. "O que ela te disse?"

“Que ela foi estuprada antes de se casar com o pai de Christopher, ele se casou com ela, apesar de ela estar grávida. O bebê tinha síndrome de Down e ela a deixou com minha mãe. Mas... Christopher. A linha do tempo... Algo está errado."

Eu estava com medo de esperar que até as mentiras estivessem erradas. Mas eu me encontrei agarrada à possibilidade.