Fanfic: Doce Coisinha - Trendy, Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Triangulo Amoroso

Dulce                                  

Música alta me acordou.

Quando abri os olhos, o tapete macio e cor de creme estava embaixo da minha bochecha. Eu adormeci no chão ontem à noite. Esticando, meu corpo estava rígido e abusado. Não do piso de madeira - eu dormi pior. Minhas dores eram do ralo que todo meu choro havia causado.

Sentando, estremeci de dor aguda no quadril esquerdo. Talvez o chão duro tenha me machucado, afinal.

Sentei-me no quarto escuro e senti um cobertor no meu colo. Alguém me cobriu e apagou as luzes na noite passada.

Olhando para o teto, me perguntei se ele estava em casa. O que ele estava fazendo hoje? Quando nós conversávamos?

O chão vibrava com o barulho vindo da outra sala junto com o que parecia alguém pulando.

Levantei-me e passei a mão pelos cabelos. Pegando o cobertor, dobrei e o deixei na beira da cama.

Eu não poderia ficar na Fiona para sempre, me escondendo de Alfonso. E ele não podia me ignorar para sempre. Ele tem que falar comigo mais cedo ou mais tarde porque eu precisava de respostas. E eu me senti perdido sem ele.

Alguém gritou, chamando minha atenção para o barulho na sala de estar. Eu decidi enfiar minha cabeça para ver o que estava acontecendo lá fora. Eu também precisava agradecer a Fiona por me deixar ficar, então planejei subir as escadas porque precisava me arrumar. Geraldine estaria me esperando. Uma vibração de esperança veio ao pensar nela. Geraldine saberia a verdade.

Abri a porta e segui o som na esquina. Na sala de estar, encontrei uma loira construída exatamente como Fiona. Ela tinha o cabelo em um rabo de cavalo no topo da cabeça. Ela usava um sutiã esportivo e um par de minúsculos shorts spandex enquanto dançava na frente do que parecia ser um videogame na televisão de tela grande.

“Abaixe! Juro por Deus que vou jogar essa merda fora!” A voz furiosa de Fiona podia ser ouvida alta e clara sobre a música.

A loira nem a reconheceu. Ela continuou dançando. Aparentemente, eu dormi durante sua dança por algum tempo porque ela estava suando e suas bochechas estavam coradas. Ela olhou para mim e sorriu, e voltou a jogar o jogo.

"Por que você não pode correr como pessoas normais?" Fiona continuou gritando enquanto entrava na sala, carrancuda. Ela olhou para a mulher dançando para mim. "Desculpe por isso." Ela acenou com a mão para a loira. "Ela é uma merda de bolo de frutas!"

Aproximei-me de Fiona para agradecer e sair, mas quando a alcancei, a loira interrompeu o jogo.

"Feito! Agora pare de reclamar. Isso é mais divertido do que correr. Correr é entediante como o inferno,” disse a garota, depois limpou a testa suada com uma toalha.

"Correr não acorda a porra do prédio às seis da manhã", respondeu Fiona.

A garota deu de ombros. "Não tenho tempo o resto do dia." Ela me lembrou Barbie. Quando ela voltou sua atenção para mim, ela sorriu. "Prazer em conhecê-lo, Dulce. Eu sou Chantel. Desculpe se acordei você.”

“Você acordou o próprio Satanás com essa porcaria. Claro que você a acordou,” resmungou Fiona. Ela se virou e me deu um sorriso de desculpas. "Você gostaria de café?"

“Não, eu preciso me preparar para o trabalho. Mas obrigada pela noite passada e por me deixar ficar aqui. Eu realmente gostei disso."

Fiona enfiou a mão no bolso de trás, pegou uma carta e me entregou. "Alfonso deixou isso aqui."

Olhei para o envelope e minha mão tremia ao pegá-lo. Ele não estava lá em cima. Ele me deixou um bilhete. Eu me senti mal de novo e queria fugir da carta. Eu não queria abri-lo sabendo que traria dor. Nada de bom poderia resultar disso. Eu sabia que se voltasse para o quarto e me aconchegasse no chão, não faria a carta deixar de existir.

"Quando ele deixou isso com você?" Eu perguntei enquanto minha voz revelava meu medo óbvio.

"Cedo, cerca das cinco."

Eu balancei a cabeça e fiquei lá olhando o envelope. Eu tive que abri-lo, mas fazer isso na frente de duas pessoas que eu mal conhecia me fez sentir ainda mais vulnerável. Por outro lado, abri-lo sozinho foi aterrorizante. Eu precisava de Alfonso aqui. Eu tinha aprendido a depender dele. Mesmo que ele estivesse causando minha dor excruciante, eu ainda queria que ele estivesse lá para me ajudar a lidar com qualquer que fosse a verdade.

"Você pode ler na cozinha", disse Fiona suavemente.

“É melhor que aquele bastardo não esteja terminando a merda em uma carta. Isso é fodidamente baixo. Eu não me importo com quem ele é, isso não vai aguentar.” Chantel parecia indignada.

Decidi abri-lo e enfrentar qualquer que fosse a mensagem dele aqui. Talvez se eles me vigiassem, eu não desistisse ou quebrasse. Eu o manteria unido pelo bem da aparência. Antes de Alfonso, eu aprendi a ser forte e confiar em mim. Aquela garota ainda estava dentro de mim.

Deslizando a carta, eu esperava que elas não notassem o jeito que minhas mãos estavam tremendo. Ele havia dobrado três vezes. Demorei a desdobrar porque sabia que, uma vez que eu fosse, seria forçado a ler as palavras dele. Palavras que poderiam me destruir. Palavras das quais eu nunca me recuperaria. Palavras que ele deveria ter me dito ontem à noite e não em uma carta que ele deixou com Fiona esta manhã.

Sua caligrafia era pura e pequena. Eu olhei com força enquanto tudo se misturava, piscando várias vezes até que eu pudesse me concentrar e ler.

Dulce,

Passe o dia com a Heidi hoje. Geraldine tem um amigo vindo do Maine. Ela estará lá pelos próximos três dias. Você não será necessária enquanto Geraldine tiver companhia.

Eu estarei em Manhattan. Não tenho certeza quando vou voltar. O apartamento é seu para usar.

Alfonso.

Foi tudo o que ele escreveu. Não havia mais nada - sem respostas, sem promessas e sem eu te amo. Ele não estava tentando me manter. Ele não estava lutando como Christopher lutou quando terminamos. Alfonso estava simplesmente desaparecendo e, ao mesmo tempo, me deixando para trás.

Não li as palavras dele novamente. Em vez disso, dobrei a carta do jeito que estava, deslizei-a no envelope e segurei-a firmemente na minha mão. Esta foi a minha resposta. Ele estava me dando espaço e tempo para seguir em frente. Ele não queria me obrigar a sair, mas estava abrindo a estrada para eu sair sozinha.

"Você está bem?" A voz de Fiona chamou minha atenção de volta ao aqui e agora. Eu esqueci que eles estavam lá.

Eu forcei um sorriso tenso. "Não tenho certeza de que alguma vez estarei", respondi honestamente.

“Esse pedaço de merda terminou com você em uma carta?” Chantel parecia furiosa.

Meus lábios começaram a tremer, mas eu os pressionei para parar imediatamente. "Não."

"Você precisa ficar aqui?" Fiona perguntou.

“Não, mas obrigada. Eu tenho que descobrir quais são meus próximos passos. Ele está me dando tempo para fazer isso. "

"Ele terminou com você!" Chantel estava além da raiva.

Terminar comigo seria mais fácil do que isso. Pelo menos teria havido interação. Teria havido lágrimas. Talvez houvesse gritado. Mas isso? Esta carta não teve emoção. Estava frio, vazio... O fim.