Fanfic: Doce Coisinha - Trendy, Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Triangulo Amoroso

Dulce

"Você confia em mim?"

Sua pergunta parecia simples e imensamente complicada ao mesmo tempo. Ele tinha segredos. Havia tanta coisa que ele mantinha escondido. Como eu podia confiar nele quando não compartilhava tudo sozinho?

Seus olhos refletiam sua sinceridade e dor. Ele estava me implorando.

Naquele momento, percebi que confiava nele totalmente. Talvez dar a ele minha confiança fosse estúpido ou ingênuo. Mesmo que Wills fosse seu filho, eu sabia que havia uma razão para ele permitir que seu pai o criasse. Alfonso sempre foi responsável quando não era necessário.

"Sim." Minha voz estava confiante e não teve dúvida. Admitir que eu confiava nele me permitiu deixar de lado meus medos. Eu não tinha medo de nenhuma das trevas que espreitava dentro dele. E eu sabia, sem dúvida, que Alfonso não era como seu pai.

O corpo rígido de Alfonso relaxou e ele suspirou. Seu olhar de aço travou em mim com intensidade. “Eu deveria ter perguntado isso antes. Eu precisava de tempo para pensar depois de ver a acusação em seus olhos... Foi difícil para mim lidar. Ter algum espaço me ajudou a ver que não lhe dei uma chance. Pensei que você acreditasse na palavra de Christopher sobre a minha. Este... Bem, isso me matou.”

Eu nunca tinha visto Alfonso completamente vulnerável até aquele momento. Ele não estava escondendo sua emoção por trás de sua fachada dura. Ele estava me deixando ver tudo. Eu me mudei, incapaz de manter distância. Eu entrei em seus braços e ficamos assim enquanto lágrimas silenciosas corriam pelo meu rosto. Seu calor, segurança e perfume fizeram desaparecer toda a dor dos últimos dois dias. Sem conhecer toda a história, eu sabia que o amava. Eu o amaria não importa o custo. Isso foi poderoso. Nada jamais me possuiu dessa maneira.

"Eu não sei se Wills é meu filho", ele disse calmamente enquanto seu queixo descansava na minha cabeça e seus braços me seguravam contra seu peito. Seu coração estava batendo rápido.

Eu segurei mais apertado, dando-lhe a minha segurança enquanto ele falava.

“Eu tinha dezesseis anos quando ele nasceu. De menor. Hilda era casada com meu pai. Legalmente isso fez a criança que ela estava carregando a dele. Sem um teste de paternidade, não havia dúvida. Eu implorei a ela.” Ele fez uma pausa e seus ombros ficaram tensos. “Eu implorei pra ela permitir um teste de paternidade. Ela se recusou a alegar que o garoto não era meu. Usamos camisinha. Houve um rompimento do preservativo uma vez e o tempo ficou muito próximo. Eu sabia que se dissesse ao meu pai que havia uma boa chance de ele a enviar para um aborto silencioso. Se ele pensasse por um segundo que a criança não era dele, Hilda provavelmente enfrentaria uma surra severa e então seria a minha vez. Eu não estava preocupado com o que ele faria comigo. Não confiei nele para não a forçar a fazer um aborto. Eu não poderia contar a ele. Eu não tinha poder ou influência na situação.”

Meu peito parecia que ia explodir com a dor que escorria de suas palavras, sabendo o medo que ele sentia, o desconhecido com o qual agora ele vivia. Ter um filho e não saber se é seu era uma dor que eu não conseguia imaginar.

“No dia em que completei dezoito anos, fui para Hilda novamente. Eu implorei que ela fizesse um teste de paternidade em Wills. Ela recusou. Quanto mais velho ele ficou, vi meu rosto quando olhei para ele. Não meu pai. Eu. Ele tem os meus olhos - os olhos da minha mãe. No ano seguinte, ele se divorciou de Hilda e se casou com uma modelo que conheceu em um evento de caridade. Ela tinha 22 anos. O pré-nupcial tinha coberto crianças. Wills ficaria com meu pai. Hilda não tentou lutar por ele por medo de que meu pai tornasse a vida dela um inferno. Ela ficou assustada com as ameaças dele e deixou Wills lá. Com meu pai... O monstro. Comecei a procurar um advogado que fosse poderoso o suficiente e não tivesse medo do meu pai. Finalmente encontrei um. Estamos trabalhando lentamente em como lidar com isso. Não quero que Wills seja machucado por meu pai. Eu tenho que descobrir se ele é meu com cuidado. É o que estou fazendo atualmente.” Ele fez uma pausa, perdido em pensamentos. "Não contei a ninguém sobre minha situação para conhecer a paternidade de Wills. Nem mesmo Christopher. Você é a única pessoa que sabe. A resposta é sim, Dulce, eu tenho segredos. Pesadelos que eu mantive para mim. Porque não era o momento certo para dizer que em breve eu estarei em uma batalha judicial que fará a notícia. Meu rosto estará em toda a mídia se isso continuar. Nada será mais um segredo.”

Minhas mãos estavam em punho na camisa dele enquanto eu ouvia a história dele. O horror do que ele viveu partiu meu coração. Eu queria abraçá-lo até que tudo acabasse. Não havia como ajudá-lo. Ele estava enfrentando algo que nenhum homem deveria enfrentar. Se Wills fosse seu filho, ele sentiria mais dor ao saber que havia perdido o tempo todo.

"Mesmo que Wills seja meu irmão, viver com esse homem não é uma vida que eu quero para ele. Eu o amei desde o momento em que o conheci. Hilda estava descansando quando chegou em casa do hospital. Fui ao berçário e o segurei. Percebi que, independentemente de quem era seu verdadeiro pai, ele era meu sangue. Minha família. E eu queria ele a salvo do homem que fez da minha infância um inferno.” Suas mãos se moveram para os meus braços e ele gentilmente me empurrou para longe dele para que ele pudesse ver meu rosto. “Eu tenho que lutar por ele. Pode ser anos de uma batalha judicial que consome meu tempo. Vou ter que estar em Nova York cada vez mais.” Ele se inclinou para mais perto de mim. "Você não deveria acontecer. Eu nunca pensei que estaríamos aqui, mas estamos. Eu te trouxe para a minha vida. Você me possui. Isso não significa que não lutarei por Wills. Eu não posso deixar isso ir agora. Mas também sei que não posso esperar que você fique comigo por isso. Você tem Heidi e ela precisa de você por perto. É muito para absorver. Não preciso de uma resposta agora. Nós temos tempo."

De alguma forma, eu havia perdido o controle dessa conversa. De repente, ele não fez sentido. "Qual resposta?", Perguntei.

Ele passou o polegar na minha bochecha. “Se você quiser continuar isso comigo. Saiba que em breve que minha vida se tornará um caos completo.”

Não precisava de tempo para pensar nisso. "Você honestamente acha que eu precisaria de um tempo para decidir ficar com você?", Perguntei, incrédula. “Não há dúvida, Alfonso. Eu te amo. Admiro sua perseverança em lutar por Wills. E eu estarei aqui através de tudo. Quando você precisar desabafar, gritar ou sentar em completo silêncio. Eu não estou indo a lugar nenhum. Não é isso que é o amor."

Seus ombros subiram e caíram com uma respiração profunda. "Graças a Deus", ele sussurrou. Então suas mãos seguraram meu rosto e ele me beijou. O beijo não foi selvagem e enlouquecido, foi de alívio e ternura. Eu pressionei mais perto dele querendo confortá-lo da maneira que pude. Se eu pudesse tirar tudo dele, eu o faria.

Ele foi traído por aqueles que deveriam amá-lo desde o nascimento. Seu pai, mãe e agora Christopher. Saber que Christopher havia acusado Alfonso tão abertamente de algo que ele não tinha certeza de machucá-lo virou meu estômago. Christopher foi uma decepção. Ele não era o homem que eu pensava que era. O que ele fez com Alfonso era muito parecido com Portia e isso me deixou triste. Ele foi mais afetado pelos pais do que imaginava. E eu fiquei tão impressionado com sua boa aparência e príncipe encantado que senti falta de tudo isso.

Meus pensamentos foram para Alfonso. Eu estava sentindo falta de algo que também morava dentro dele? Nesse caso, eu aceitaria. Eu não tive escolha. Meu coração era dele.