Fanfic: Doce Coisinha - Trendy, Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Triangulo Amoroso

Alfonso

DIGITALIZANDO O RESTAURANTE, eu a encontrei facilmente. Hilda não mudou muito nos últimos seis anos desde o nascimento de Wills. Os homens ainda viravam a cabeça para assistir enquanto ela passava. A emoção pela vida, no entanto, agora estava vazia em seus olhos. A frieza substituíra o brilho outrora jovem que residia ali. Uma realidade que morar com meu pai faria com qualquer um. Minha mãe também tinha a mesma dureza em seu olhar, embora eu nunca soubesse como ela era antes de meu pai a arruinar.

Caminhando em direção a Hilda, eu temia que essa conversa terminasse do jeito que os últimos haviam terminado. Meu advogado foi inflexível ao tentar fazê-la trabalhar conosco mais uma vez. Eu terminei de lidar com ela, mas precisava da cooperação dela para combater o que estava por vir.

Ela levantou o olhar e um sorriso tenso tocou seus lábios vermelhos antes de tomar um gole de champanhe. Essa reunião levou várias chamadas para combinar. Hilda atualmente morava em Chicago como amante de um congressista. Os diamantes nas orelhas e os pendurados no pulso me disseram que ele a estava mantendo feliz.

Tomando a cadeira em frente a ela, me sentei.

"Herrera", disse ela em reconhecimento.

"Olá, Hilda."

"Eu gostaria de dizer que é bom vê-lo, mas nós dois sabemos que isso é mentira." O sorriso dela foi substituído por um sorriso.

“Obrigado por concordar em me conhecer. É importante."

Ela encolheu os ombros. "É inútil, Herrera. Você sabe que é. Por que você continua lutando com isso, eu não sei. É um desperdício de seu tempo e dinheiro. Ele nunca desistirá de Wills."

Eu não esperava que ele fizesse isso. Mas se Wills fosse meu, eu o levaria.

“A vida com meu pai é um inferno para qualquer um. Você sabe disso. Como você pode aceitar tão facilmente o fato de ele ter Wills? Como mãe, você não quer protegê-lo?” Perguntei já sabendo a resposta. Hilda era egoísta. Ela só se importava com seus planos. Wills não foi incluído nesses planos.

"Eu não queria ser mãe, Herrera. Você sabe disso. Eu não fui cortada para ser mãe. Eu não sou do tipo maternal."

Eu fiz uma careta. Ela parecia muito com minha mãe. O dano que Wills já havia sofrido por causa dela e meu pai seria difícil de reparar. Todo dia que ele passava naquela casa, só piorava. Eu não queria que ele tivesse minha vida. Ele merecia mais.

"Obviamente."

Ela olhou para mim com uma expressão entediada e continuou bebendo seu champanhe. "Quando foi a última vez que você viu Wills?" Perguntei.

Ela fez uma careta. "Eu acho que em abril, talvez?"

Wills me disse que era fevereiro desde a última vez que o visitou. Ela deu um tapinha na cabeça dele e falou ao telefone a visita inteira. Eu queria que ele falasse sobre como ela o tratava e como isso o fazia sentir. Minha esperança era tê-lo de frente para impedir que ele se retirasse e deixasse que a amargura o escurecesse. Como me tinha.

"Você não se importa com o que acontece com ele. Você deixou isso claro. Mas eu sim. Mesmo que ele seja meu irmão, não quero que ele cresça da maneira que cresci. Eu tenho que salvá-lo.”

Ela levantou um pouco o ombro esquerdo. “Você acabou muito bem. Bem-sucedido. Feliz."

Eu ri. Minha risada não teve diversão, mas nojo. Ela honestamente achou que eu tinha ficado bem. Porque eu tinha sido bem-sucedido? A superficialidade que consumia essa mulher era difícil de existir. Eu não queria falar com ela. Se eu pudesse fazer isso sem ela, eu faria. Mas ela era a mãe de Wills.

"Sucesso não é felicidade, Hilda."

Ela levantou as sobrancelhas como se o que eu dissesse fosse ridículo. “Herrera, você nunca quis nada. Nem uma vez. Eu estava com frio no inverno, ia para a cama com fome todas as noites e minhas roupas eram feitas por minha mãe ou eram encontradas em lixeiras, jogadas fora por outras pessoas. Eu vivi na pobreza. Eu assisti minha mãe morrer de tosse que finalmente a consumiu em uma cabana fria de um quarto. Essa é a vida real, porra. O que Wills tem é tudo o que eu não fiz. Amo meu filho e sei que ele tem mais do que eu jamais imaginei ter.”

Eu nunca soube nada sobre a juventude ou a família de Hilda. E embora essa fosse uma história triste, eu ainda perguntei: “Sua mãe tentou mantê-la aquecida? Ela bateu em você ou chamou seus nomes para menosprezá-la? Ela cuidou de você quando você estava doente? Ela amava você?”

Parei e esperei que ela respondesse. Hilda ficou tensa e eu vi quando ela respirou fundo pelo nariz. Eu atingi um nervo. Ela finalmente me deu um aceno apertado. Foi isso.

“Sim, ela bateu em você? Ou sim, ela cuidou de você o melhor que pôde? Ela te amou?”

Hilda desviou os olhos de mim. "Ela fez o melhor que pôde."

"Você se sentiu amada?" Eu repeti.

Não houve resposta por vários segundos. Quando Hilda finalmente voltou o olhar para mim, ela disse: “Sim. Mas o amor não me alimentou ou me aqueceu. O amor não me deu uma fortuna.”

Ela estava certa sobre uma coisa. Eu nunca senti frio ou fome.

“Uma criança precisa de amor tanto quanto precisa de calor e comida. A falta de amor te prejudica. Quero que Wills se sinta amado. Não quero que ele se esconda por medo de que seu pai fique com raiva dele e use seus punhos. Esse medo nunca desaparece, mesmo quando adulto, que consegue se controlar facilmente. Está presente nos seus pesadelos, lembrando que você já foi fraco. Você estava sozinho.”

Hilda suspirou e pegou o guardanapo do colo e o colocou sobre a mesa à sua frente antes de se levantar. "Eu não posso continuar fazendo isso com você. Não vamos concordar sobre o que é melhor para Wills. Se ele é seu filho, eu sei que ele terá tanta vantagem neste mundo quanto se ele é filho de seu pai. Faça o que achar necessário. Mas me deixe fora disso. Desisti de Wills antes dele nascer. Esse pré-nupcial se certificou disso.”

Hilda pegou sua bolsa e a enfiou debaixo do braço.

“Eu esfreguei o interior da boca dele enquanto ele dormia durante a minha última visita. Eu vou saber se ele é meu filho ou meu irmão em breve”, eu disse a ela. “Se ele for, eu lutarei por ele. Se ele não estiver, eu ainda lutarei. Se você não quiser, eu irei."

Ela assentiu. “Como eu disse, faça o que acha que deve. Adeus, Herrera.”

Eu sentei lá enquanto ela se afastava. Eu voei para Chicago esperando poder convencê-la a ficar comigo no tribunal. Ter a mãe de Wills lá testemunhando contra meu pai seria enorme. No entanto, eu sabia que isso era um tiro no escuro. Hilda não cooperou nas outras vezes em que tentei levá-la com Wills. Mesmo depois que ela recebeu o punho do meu pai. Ela sabia o quão brutal ele poderia ser.

De pé, coloquei dinheiro para cobrir o cheque em cima da mesa e saí.

Esta foi a minha última chance de levá-la a bordo antes de avançar de qualquer maneira. Eu saberia amanhã, se não antes. Eles me garantiram que o teste expresso não levaria mais de setenta e duas horas.

Se Wills fosse meu filho, provavelmente nunca me perdoaria por não salvá-lo antes. A dor dessa realidade me assombraria. Para sempre.