Fanfic: Doce Coisinha - Trendy, Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Triangulo Amoroso

Dulce

"Eu não sabia que ela estava vindo para cá", foram as primeiras palavras que saíram da boca de Alfonso quando entramos no quarto dele.

"Eu descobri isso", eu disse a ele. Era óbvio que ele fora pego de surpresa, mas havia esperança em seus olhos. Hilda aparecer aqui foi uma coisa boa para Wills. Eles tiveram que trabalhar juntos para ajudá-lo.

Alfonso passou a mão pelos cabelos, bagunçando suas madeixas grossas. Eu preciso da ajuda dela. Wills precisa da ajuda dela. Honestamente, eu não a quero aqui conosco... Ficando no meu lugar. Nosso lugar. Ela é tóxica. Ele estava preocupado comigo e eu sabia disso. Eu poderia dizer em segundos depois de entrar no apartamento que ele estava de guarda no que se refere a Hilda. Ele estava pronto para entrar e me salvar. Eu não estava tão desamparado. Eu sabia que poderia lidar com Hilda. Só porque eu era legal, não me deixou fraco.

“Nós ficaremos bem com ela aqui. Isto é uma coisa boa. Uma coisa muito boa. Não se preocupe com mais nada. Você tem o suficiente para se preocupar.”

Ele caminhou até mim e colocou as duas mãos na minha cintura. "Estou feliz que ela esteja aqui. Não estou feliz com o que finalmente a empurrou aqui. Meu estômago está torcido por nós. Mas eu tenho uma chance agora. Eu também tenho isso.” Ele enfiou a mão no bolso de trás e puxou um envelope. Franzindo a testa, olhei para o envelope e tentei descobrir o que havia dentro.

"Os resultados. Eu estava esperando até ficarmos sozinhos para olhar para eles. Não importa o que eles digam, o que esses resultados me dizem, precisarei de tempo para me ajustar. Hilda aparecendo me surpreendeu e eu coloco isso em espera.”

Nós dois saberíamos agora. Os próximos passos que ele tomou seriam decididos pelos resultados nesse envelope. Eu estava confusa com os meus passos e não saberia até depois da consulta médica amanhã.

"Abra quando estiver pronto." Eu não queria pressioná-lo. Eu imagino em seu coração e mente que havia muito no que dizia o pedaço de papel dentro daquele envelope. Alfonso já amava Wills. Ele viveu sem saber se ele era seu pai, mas isso não mudou seu amor por ele.

Wills e Alfonso tinham a mesma cor dos olhos. Isso não faz Wills dele. E o cabelo escuro e o sorriso do menino pareciam mais Hilda para mim agora que eu a tinha visto. Claro, olhando as fotos que o garoto poderia ser dele. Mas ele poderia ser seu irmão com a mesma facilidade.

Alfonso ficou parado olhando a foto em suas mãos. Sua carranca se contraiu com força. Tantas coisas correndo pela cabeça dele. Eu facilitaria isso se pudesse. Mas não havia nada que eu sabia que pudesse fazer. Nada além de ficar aqui e ser seu apoio. Ele não estava mais sozinho.

Pelo menos não agora.

Ele abriu lentamente o envelope e tirou o papel cuidadosamente dobrado de dentro. Eu olhei para cima e descobri que Alfonso estava me observando. Ele respirou fundo como se quisesse se firmar. Eu dei-lhe um aceno encorajador e ele segurou o papel na mão. O ligeiro tremor não passou despercebido por mim. Foi outro pequeno vislumbre de sua vulnerabilidade.

Eu não tinha certeza se estava respirando enquanto esperava que ele dissesse alguma coisa. O desconhecido havia pairado no ar por tanto tempo agora que ele sabia que isso mudaria muito para ele internamente.

A mão dele não deu lugar à resposta que ele estava lendo. O corpo dele não reagiu de maneira diferente. Eu procurei por qualquer pista sobre o que ele sabia. Para o que estar preparado. A chance de Wills de uma vida livre desse homem pesaria sobre isso.

Pareceu uma eternidade quando o quarto ficou em silêncio. Eu não forcei. Não era da minha conta. Tudo isso seria quando Alfonso estivesse pronto para compartilhar. Finalmente, ele levantou a cabeça e seus olhos disseram tudo. Eles refletiam sua dor crua, a alegria que ele sentia e o desespero. Tantas coisas todas decorrentes da mesma verdade.

"Ele é meu...” Houve uma pausa. Um breve momento em que ele olhou, ele foi incapaz de falar. Como se ele não tivesse certeza de que se entendia. Eu me perguntava o que poderia tê-lo tão chocado. Ele sabia que Wills provavelmente era dele. Havia algo que estava causando a expressão de descrença em seu rosto.

"Ele não é filho do meu pai...” Ele repetiu o que eu já sabia. Confusa, eu não pude fazer mais nada além de esperar. Ele ainda estava tentando entender algo. Um fato para o qual ele não estava preparado. "Nem eu."

Essas últimas três palavras me fizeram parar e repeti-las na minha cabeça. Nem eu? Eu estava confusa. Ele também não é o quê? Filho do pai dele? O que ele disse amanheceu lentamente e senti meu queixo cair quando tudo afundou.

"Wills não tem o DNA do meu pai. Nem um traço. Se ele é meu filho, também tem o DNA do meu pai. Ele é inequivocamente meu. Ele até tem meu tipo sanguíneo. Os olhos dele não são a única coisa que eu dei a ele.”

Sua voz era profunda, rouca de emoção. Dei um passo em sua direção e ele balançou a cabeça como se não pudesse acreditar. "Ele não é meu pai. O homem que cresci temendo, tentando agradar e acabei odiando não foi o homem que me deu vida. Ele abusou de mim. Ele me machucou. Ele me ensinou desde tenra idade a não confiar em ninguém. Ele me impediu de encontrar qualquer forma de relacionamento real ou até amor até você.”

Abri a boca para dizer algo, mas ele jogou o papel na cama e soltou uma risada áspera. Um que não tinha humor. Um tão cheio de raiva e nojo que dei um passo para trás.

"Ela sabia. Minha mãe... Ela sabia. Ela sabia que eu não era dele e me deixou crescer sob o punho daquele homem. Quando ela poderia ter me levado. Tudo o que ela precisava fazer era provar que eu não era dele. Só isso. Mas o dinheiro... Esse maldito dinheiro. Era tudo o que importava. Toda essa merda importava.”

Meu coração estava partido quando ele falou. O garotinho que ele era tão desesperado para ser amado. Ele queria desesperadamente agradar aquele homem. Aquele que o odiava sabendo que não era filho dele. Acreditando que sua própria mãe o permitia quando sabia que ele podia se libertar do homem, parecia insensível. Ainda mais que Portia. Pelo menos ela deixou sua filha com alguém que a criaria com amor e a adoraria. Ela foi deixada com uma mãe que garantiu que ela fosse sempre cuidada e segura.

"É possível que ela não soubesse?" Eu queria acreditar que a mãe dele não.

Ele não olhou para mim. "Ela sabia", ele respondeu sua voz vazia de emoção agora. Onde a dor estivera, agora estava vazia.

As palavras não vieram. Eu queria dizer algo para confortá-lo, mas nada veio a mim. Em vez disso, caminhei até ele e passei meus braços em volta de sua cintura. O corpo rígido sob o meu toque não relaxou. Eu quase podia sentir suas emoções pulsando através dele. Mesmo agora, como homem, ele é forçado a enfrentar os monstros de sua juventude.

O segredo que eu poderia guardar dentro de mim ficaria lá por enquanto. Isso é tudo que eu pude fazer. Alfonso precisava que eu fosse forte e ficasse ao seu lado. E é isso que eu faria.