Fanfic: Doce Coisinha - Trendy, Vondy (finalizada/adaptada) | Tema: Triangulo Amoroso

Alfonso

Coloquei o telefone na minha mão quando a ligação terminou. No fundo, eu sabia que ela se fora. Acreditando que era difícil de aceitar. Perguntas sem resposta estavam na balança e eu sabia que talvez nunca as perguntasse. Gerry não sabia muito. Ela disse que ontem Dulce tinha sido diferente. Triste, muito agradecido e assustado. Quando ela não apareceu esta manhã, Gerry não ficou surpreso. Ela esperou até depois do almoço para me ligar.

Já passara do dia do meu nono aniversário quando meu pai veio me dizer que minha mãe não viria me visitar novamente. Ela partiu para a França com seu novo noivo e não voltaria. Ele não me garantiu que ela ligaria ou que sentiria minha falta. Ele não explicou por que não ouvi nada dela no meu aniversário. E quando eu chorei com a sensação de abandono, ele me deu um tapa no rosto e me disse para crescer. Um homem não chorou. Ele era duro e viveu sua vida em seu próprio ritmo. Uma mulher sempre o deixaria e haveria muita espera para substituí-la.

Eu era criança e nada disso fazia sentido na época. A marca deixada pela mão, no entanto, deixou um impacto. Foi a última vez que chorei. Mesmo sozinho à noite, quando senti como se não houvesse ninguém que se importasse. Mesmo sabendo que eu era indesejável e não tinha propósito na vida, não chorei. Porque no fundo eu queria deixar esse bastardo orgulhoso de mim. Levou muito mais abuso emocional e negligência para finalmente destruir esse desejo. No dia em que ele segurou meu filho nos braços e me disse que homens de verdade construíam seu exército de filhos, uma mulher de cada vez, decidi que não queria nada com ele. Ele não era nada que eu me esforçava para ser e se tornou tudo o que eu lutei contra me tornar.

Confiar em alguém o suficiente para amá-los tinha sido tão impossível para mim que eu quase perdi Dulce. Então, quando cedi ao que eu claramente queria e me deixei amá-la, ela me deixou quando eu mais precisava dela - assim como minha mãe.

Eu não a culpo. Eu era o denominador comum. Fui eu quem elas fugiram tão facilmente. O que havia de tão errado comigo que as mandou embora? O que me faltava que me tornava indigno do amor delas? Eu estava mais danificado do que imaginava? E se Dulce não podia me amar, se ela não podia ficar, então eu era bom o suficiente para criar Wills? Eu o arruinaria ainda mais do que meu pai me arruinou? Ou eu me tornei meu pai e não percebi isso.

Eu queria odiar Dulce por me deixar.

Eu queria amaldiçoar o nome dela e depois esquecer que ela existia.

Eu não poderia fazer nenhum. Também não consegui encontrar uma mulher para preencher o vazio que ela deixou para trás. Dulce tinha sido especial, único. Ela reivindicou a porra do meu coração no momento em que a vi, que era estúpida e ingênua, mas aconteceu mesmo assim. No entanto, algo em mim a afastou e a fez correr.

Primeiro, eu tive que resgatar meu filho. Ele era inocente e precisava de mim. Ninguém mais fez além de Wills. E por Deus eu não decepcionaria aquele garoto. Eu lutaria até não ter mais luta. Ele sabia que eu o queria. Ele saberia que era amado. Eu me certificaria de fazer tudo neste mundo para ser tudo o que ele sempre precisou.

Quanto a Dulce, voltaria a Savannah quando pudesse. Ela ficaria perto por causa da Heidi. Encontrá-la não seria impossível. Então eu a fazia me dizer por que me deixou. Ela poderia me dizer por que as mulheres se afastaram de mim e por que ela não podia me amar.

Depois que eu soubesse disso, eu a deixaria ir. Liberte-a. Seguir em frente com a minha vida. Mas nunca a esquecer. Eu sempre seria marcado por ela. Ela reivindicou uma parte de mim que eu não voltaria. E eu não queria. E embora ela não me quisesse e eu não fosse o suficiente, eu estaria lá perto dela. Nunca deixando o lado dela completamente. Me dando esperança de que possa haver um momento em que eu voltaria a sorrir.

Ela era uma luz em uma época em que pensei que meu mundo seria para sempre escuro. Vi minha vida sendo nula de verdadeiro amor até que ela roubou meu coração com um olhar. Nada mais.

Seguir em frente na vida depois de amar uma mulher como Dulce parecia impossível. Aceitar que você sempre a amaria e que ela sempre estaria lá como uma parte silenciosa de você, tornou mais fácil continuar. Era tudo o que me restava.

Eu lutaria pelo meu filho. Eu não o decepcionaria. Então eu faria uma vida por nós. Um onde ele entendeu segurança e amor. Minhas lembranças de Dulce sempre estariam lá - ela não podia tirar.

Eu tentei duas vezes mais ligar para o telefone dela, mas tudo o que consegui foi o correio de voz. Finalmente, por volta das três, recebi uma ligação de Fiona. Ela nunca me ligou. Eu sabia que quando o nome dela apareceu na minha tela era sobre Dulce. Levantei-me e saí da sala de conferências cheia de minha equipe de advogados e atendi a chamada.

"Ela foi embora ontem à noite", disse Fiona depois que eu disse olá. “Pensei em ligar então, mas ela disse algumas coisas que me impediram. Eu não ia te contar nada. No entanto, gosto de Dulce e depois de pensar o dia inteiro e me preocupar com ela, decidi ligar para você. Ela está sozinha. Ela deixou a cidade e é a humana mais ingênua do mundo. Você vai voltar para buscá-la?”

Ela estava irritada, mas havia verdadeira preocupação em seu tom. Também não gostei que Dulce tivesse saído à noite. Para onde ela foi? Não era seguro para ela estar dirigindo à noite sozinha. "Eu não posso voltar. Eu tenho que lidar com algo aqui. Não pedi para ela sair. Ela correu sem dizer nada para mim.” Eu disse isso a Fiona, mas também estava dizendo em meu benefício. Lembrando a mim mesma que não estava disponível para largar tudo e correr atrás dela.

"Ela está sozinha lá fora. Eu não consegui dormir, por causa disso,” Fiona retrucou.

"Eu não pedi para ela sair. Ela sabe com o que estou lidando. Ela sabe que não posso deixar isso. Ela é uma mulher madura e eu não posso forçá-la a estar segura.” Dizer as palavras não me fez sentir melhor. Se ela estivesse em perigo, eu nunca seguiria em frente na vida. Isso me mataria. Mas o que diabos eu deveria fazer? Wills era apenas uma criança.

"As ações falam mais alto que as palavras." O tom irritado de Fiona só me deixou mais irritada.

“Fiz tudo o que pude para protegê-la desde o primeiro momento em que a conheci. Eu peguei minha bunda para dar a ela tudo o que ela precisava. Segurança, um lar e meu coração, filho da puta. Agora, eu tenho um filho que precisa de mim. Alguém que não tem poder para cuidar de si mesmo. Não posso abandoná-lo porque uma mulher decidiu fugir e deixar para trás toda a segurança que eu forneci para ela. Se ela não me quer, não posso forçá-la a fazê-lo.” Depois de dizer as palavras, encerrei a ligação. Falar com Fiona só me deixou mais irritado.

Dulce estava lá sozinha. Eu não sabia onde ela estava ou por que ela foi embora. Ela tinha que estar por perto por causa de Heidi, mas Savannah sozinha à noite também não era segura. Eu tentei como o inferno para afastar o medo. Eu disse a mim mesma que não ligava.

Nada funcionou.

Liguei para o número dela quando estava do lado de fora da sala de conferências. Tocou até o correio de voz atender. Meu coração batia forte no peito e a ansiedade de que a segurança dela agora era um problema sério aumentou até que eu fiz a última coisa que esperava fazer.

Percorri minha lista de contatos até encontrar o nome de Christopher. Não demorei muito para pensar, porque não tinha tempo. Eu só sabia que ele a amava também.

"Sim", ele respondeu depois de quatro toques. O tom dele dizia que ele sabia quem era e não estava interessado em falar comigo. Eu esperava isso.

“Dulce se foi. Estou em Manhattan e não posso sair. Ela me deixou. Ela está sem ninguém.” Parei antes de contar mais a ele. Meu segredo tinha que permanecer um até a hora de lutar por meu filho.

“Eu esperava que ela fosse embora eventualmente. Você não pode ser o que ela precisa. Não é da sua natureza."

Seu tom elitista fez minha mandíbula apertar com força e meus dedos ficarem brancos, mas eu peguei. Ela precisava de mim. Ela precisava de alguém para ajudá-la. E ele era o único alguém que eu conhecia que faria isso. Não importa que tipo de luta ela lute.

“Você a encontrará? Ajude ela? Por favor?” Eu não me importei em parecer que estava implorando porque estava.

"Por que eu?"

"Porque eu acredito que você realmente a amava."

"Eu ainda faço."

Fechei meus olhos com força, lutando contra meu ciúme estúpido. “Então, por favor, Christopher. Encontre-a e verifique se ela está segura."

"Eu irei. Por causa de Dulce. Não por sua causa.” Foi por isso que perguntei a ele. Eu sabia que ele a amava. Porque uma vez que você ama Dulce, é impossível esquecer. Deixar ir.

"Foi por isso que perguntei", respondi.

Christopher terminou a ligação e eu fiquei lá, olhando para a parede na minha frente. Eu não tinha como saber quando e se ele a encontrou. Eu nunca saberia se ela estava segura. E havia o medo doentio de que ela se lembraria por que o amava. Que ela sentiria falta do que ela tinha com ele. Ela compararia o que tínhamos e não seria suficiente. Ela esqueceria as razões pelas quais estava errado e o amaria de qualquer maneira. E ela se foi para sempre.

Perdê-la foi o meu medo desde o início. Para protegê-la, enviei o único homem para encontrá-la que poderia tirá-la de mim. Christopher poderia mostrar a ela tudo o que estava faltando. Mas ligar para ele era a única coisa que fazia sentido. Saber que ela estava segura e que tinha um lugar para dormir era mais importante do que não ter seu amor. Se eu tivesse que viver sem ela, eu conseguiria. Mas eu não poderia viver sabendo que ela precisava salvar e eu não tinha feito nada. Isso era tudo que eu podia fazer agora. E eu tinha que confiar que tinha tomado a decisão certa - a que cuidaria dela. Aquele que garantiria que ela estivesse segura até que eu pudesse voltar e descobrir se havia uma chance para nós.