Fanfic: Rock Duro *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 3

— Você namorou um roqueiro quente uma vez, não foi Anahí?! — Maite gritou sobre o barulho do show enquanto ela passava nossos bilhetes para serem checados.

Amaldiçoei-me pela centésima vez por contar sobre isso quando eu tinha sido muito nostálgica e estava um pouco bêbada uma noite.

Ela sempre parecia falar na pior hora possível, como agora, quando a picada se sentia tão fresca como tinha sido há oito anos.

— Pianista de concerto e um bad boy roqueiro, não admira que os seus pais não podia esperar para movê-la por todo o país. — Maite diz, dobrando o braço através do meu.

Camila apareceu no meu outro lado e ligou seu braço a mim.

A multidão era tão grande, que era a única forma de nós sermos capazes de permanecer juntas.

Quem quer que fosse essa banda, eles tinham alguns fãs sérios.

Perguntava-me se eu tinha ouvido falar de qualquer uma das suas canções.

Provavelmente não, desde que eu morava, respirava e sonhava com música clássica.

— Pena que o cara que eles finalmente aprovam acaba sendo um canalha! — Camila bufou, piscando para uma multidão de caras que derrubava suas cervejas em nós enquanto percorríamos o estádio.

Camila era a gostosa, Maite tinha o encanto, e eu era a amiga normal.

Sabe... Aquela que os caras toleram para não irritar as garotas que eles realmente estavam esperando impressionar.

Eu estava bem com isso. Eu estava confortável com quem eu era e não sentia a necessidade de pintar meu cabelo ou alterar cirurgicamente quaisquer partes de mim, só assim eu poderia virar algumas cabeças quando eu caminhava por uma calçada.

— Qual era o nome do seu primeiro amor? — Camila me perguntou.

— Eu nunca mencionei o nome dele, mas boa tentativa. — eu acaricio o braço dela quando ela franze a testa.

Aquelas duas tinham tentando me enganar, puxar e coagir a informação de mim desde que acidentalmente eu trouxe ele à tona.

Isso provavelmente foi porque eu tinha mostrado leve, ou nenhum interesse em rapazes, mesmo aqueles que eu tinha namorado depois dele.

O mais animada que elas já me viram chegar foi quando um cara antes de Hans tinha cancelado um encontro e eu tinha ficado em casa assistindo as reprises de “Sonho de Jeannie”.

— Você acha que nunca vai esquecê-lo? Isso foi há quase uma década, Anahí! Você não pode passar o resto da sua vida sofrendo por um cara. — Maite mostrou os nossos bilhetes a alguém que orientava as pessoas aos seus lugares.

O homem acenou para a frente do estádio enorme.

A maioria dos lugares já estavam ocupados, então parecia que o show iria começar em breve.

— Eu já superei ele. — eu menti. — Você é a única que continua falando disso.

— Sim, mas você ainda está usando o anel do seu primeiro amor no pescoço. — Maite puxou a corrente pendurada no meu pescoço, colocando ela para fora da gola do meu vestido.

Sua sobrancelha se levantou enquanto ela sacudia o anel na minha frente.

Enrolando a mão em torno dele, dei-lhe uma olhada antes de colocá-lo de volta no meu vestido.

— Estou usando isso porque eu fiz uma promessa a ele. Não porque eu sou apaixonada por ele. — perguntava-me se minhas palavras soaram mais convincentes para elas do que pareceram para mim.

— Com certeza, você é. — ela e Camila trocaram um olhar, confirmando que não, eu não soei convincente em tudo.

— Podemos chegar aos nossos lugares e parar de falar da minha vida amorosa? Eu já sei que é patética sem vocês terem que me lembrar.

Um segurança nos parou, uma vez que chegamos até as primeiras filas. Tivemos que mostrar nossos bilhetes novamente para ele nos deixar passar.

Pelo tamanho dele, ele poderia chutar a bunda de um urso, então não terá problemas em lidar com um ou dois frequentadores turbulentos do show.

Camila e Maite envolveram um braço ao meu redor, e falaram baixo, só para que eu pudesse ouvir.

— Nós te amamos, Anahí. Você é a alma mais doce e mais suave em todo o mundo, e nós só queremos que você encontre alguém que veja isso. Os idiotas com que já esteve não reconheceriam uma boa coisa nem se ela começar a crescer em seus paus. — Maite balançou a cabeça toda solene, o que me fez quase sorrir.

Por mais maluca e insistente que essas duas fossem, eu tinha sorte em tê-las.

— Você só precisa achar o cara que te reconhece por isso em vez de estar procurando um belo pedaço de bunda inexplorado.

— Uau! — desta vez sorri quando encontramos nossos lugares na primeira fila. — Você realmente tem um jeito com as palavras.

Maite deu uma pequena saudação.

— É um presente de Deus.

— Você se importaria de dar uma pausa para o seu presente por um par de horas? — eu perguntei, deslizando em meu lugar. — Eu recebi uma foto do meu namorado nu com outra mulher a menos de quarenta e oito horas, tive que fazer duas apresentações seguidas com ingressos esgotados depois de descobrir, e só tive minhas duas melhores amigas jogando o meu primeiro amor em meu rosto depois que elas me arrastaram para um show de rock de uma banda que eu não conheço. Preciso de alguns minutos para recuperar o fôlego.

Então as luzes ao redor do estádio diminuíram, o que foi seguido pela multidão rugindo e gritando em emoção.

Isqueiros começaram a piscar, queimando como estrelas alaranjadas no céu.

Não estive em um show de rock em anos.

Na verdade, não vou a um desde que tinha 17 anos, quando o rock era uma parte da minha vida, assim como era a música clássica.

Quando eu passei tanto tempo em uma garagem velha ouvindo acordes de guitarra e letras angustiadas como eu passei atrás do meu reluzente Steinway negro.

Eu não venho a um show de rock desde o último dia que estive com ele.