Fanfic: Rock Duro *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Meu coração doeu de tê-lo tão perto, vê-lo tocar a guitarra que ele sempre havia amado tanto.

Alfonso teve uma vida difícil, e a música tinha sido sua fuga de tudo, como tinha sido a minha.

Posso não ter crescido em um orfanato ou conhecido a dor da parte traseira de uma mão contra o meu rosto, mas eu tinha vivido o áspero de maneiras diferentes.

Maneiras que incluía pais distantes com ideais de perfeição.

Alfonso já tinha entrado na letra da primeira música da banda, mas eu tinha estado muito absorvida em meu passeio pela estrada da memória para notar que ele estava cantando.

Assim que deixei-me voltar para o momento presente, prendi minha respiração.

Foi uma das canções que ele tinha escrito quando éramos crianças.

Lembrei-me exatamente onde estávamos e o que estávamos fazendo quando ele tinha começado a escrever, pedindo a minha ajuda quando ele ficou preso em algumas poucas linhas.

Ele estava tocando uma música que ele tinha escrito comigo deitado debaixo de uma árvore grande no nosso parque preferido em Boston, quando nunca pensei que eu poderia ou amaria qualquer coisa mais do que amei o danificado e doce garoto esparramado ao meu lado, com uma das mãos entrelaçada na minha, escrevendo com a outra, palavras e notas sobre um pedaço de papel de um caderno.

Eu sorri. Era impossível não fazer.

Esse foi o momento que meus olhos levantaram para os seus, exatamente no momento que os dele encontraram os meus.

O choque que atravessou o seu rosto foi o que imaginei que ocorreu no meu quando o tinha visto.

O reconhecimento estava em seus olhos verdes, os cantos de sua boca se contraindo de um modo familiar.

No instante em que nossos olhos se conectaram, eu parei de respirar. Não tinha certeza de quando ou se eu seria capaz de respirar de novo.

O que Alfonso fez a seguir não só surpreendeu o inferno fora de mim, mas também surpreendeu o inferno inteiro da multidão.

Os dedos dele pararam de dedilhar a sua guitarra bem no meio da música.

Seus companheiros de banda continuaram tocando, olhando para ele como se estivessem tentando descobrir onde ele estava indo com isto.

Ele piscou para mim, a pele entre suas sobrancelhas franzindo, avaliando-me como se ele não pudesse dizer se eu era real ou fantasia.

— Anahí? — sua voz ecoou no estádio, sobre o barulho da multidão, a melodia ainda tocando atrás dele.

Ao meu lado, notei as cabeças das minhas amigas chicoteando na minha direção, suas bocas caindo aberta ao mesmo tempo.

Quando eu olhei de volta para ele, dei de ombros, não sabendo o que fazer ou dizer quando mais e mais pessoas começaram a perceber que o vocalista de uma das maiores bandas do momento tinha interrompido a sua música de abertura para me chamar.

Alfonso sorriu. Um sorriso verdadeiro.

Não o tipo torto que ele sabia que me deixava selvagem ou o tipo artificial que ele costumava evocar quando precisava, esse era o tipo real.

O que ele sabia que eu amava mais do que tudo.

— Anahí. — desta vez, quando ele disse, meu nome não era falado como uma pergunta.

Ele sabia que era eu.

Quando mais olhos pousaram em mim, as minhas amigas dispararam perguntas em minha direção, a névoa do sonho que eu momentaneamente me encontrei começou a se dissipar.

Este pode ter sido o Alfonso Herrera que eu tinha amado uma vez, mas eu amei o garoto. Eu não sabia nada sobre o homem de pé na minha frente, quem ele era, ou o que ele fez, ou o que ele queria.

Uma vez eu tinha amado ele, e ele me cortou sem nem mesmo uma razão.

Não podia deixar que ele fizesse isso comigo de novo. Não podia deixar Alfonso arrancar meu coração duas vezes e me deixar para trás para tentar recolher os pedaços.

Antes que eu percebesse, eu estava em movimento. Rápido. Indo para longe do palco e longe dele.

Ouvi Maite e Camila chamando por mim, mas eu não parei. Eu nem diminuí a velocidade. Tudo o que sabia era que eu precisava sair de lá o mais rápido possível.

A maneira que ele estava olhado para mim, o jeito que ele disse meu nome...

Eu não podia deixar ele me enganar e nem acreditar que ele fosse como o garoto ingênuo de dezessete anos.

Não podia deixá-lo me convencer que era para sempre e que ele era meu.

Não podia deixá-lo me machucar de novo.

O privilégio de sentar na primeira fila era que havia uma rota rápida e direta para fora do estádio.

Nenhum segurança tentou me impedir, não que eles poderiam. Eu estava mais rápido do que eu já tinha me movido antes.

Atrás de mim, eu o ouvi chamar meu nome algumas vezes. Primeiro no microfone, em seguida, apenas com a força da voz dele.

Não virei a minha cabeça nenhuma vez, continuei correndo. Se eu pudesse seguir em frente, eu ficaria bem. Eu não tinha que sentir o que eu tinha sentido antes.

Quando eu cheguei ao túnel, ouvi um barulho atrás de mim. A multidão tinha ido de silêncio chocado para gritos enlouquecidos.

Eu não sabia o que era responsável pela mudança repentina, mas esperava que era porque a banda estava voltando a jogar o seu jogo e Alfonso iria esquecer de mim novamente, da maneira que ele tinha feito a oito anos.

Será mais fácil dessa maneira, tentei me convencer.

Eu estava quase chegando no final do túnel quando eu ouvi.

Passos atrás de mim. Rápidos.

— Anahí! — sua voz ecoou pelo túnel.

Uma bola se alojou na minha garganta.

Ele estava me perseguindo. Ele estava chamando meu nome e me seguindo.

Por que?

Eu continuei, com medo de parar.

— Anahí, por favor! — sua voz era mais alta agora, seus passos soando como se fossem em cima dos meus.

Antes que eu desse outro passo, sua mão se enrolou ao redor da minha.

Sentir sua mão na minha novamente, experimentar o consolo do seu toque... Era demais.

Eu parei, minha respiração queimando em meu peito enquanto eu mantive minhas costas para ele, minha mão ainda segura na dele.

— O que você quer, Alfonso? — eu disse, mordendo meu lábio quando seus dedos apertaram os meus.

Quase como se ele quisesse ter uma boa aderência para que eu não pudesse escapar.

— Não é óbvio? — sua voz era perfeitamente calma, como se ele não tivesse apenas se lançado de um palco e me perseguido.

— Não. — balancei a cabeça. — Temo que nada é óbvio sobre você, então por favor, diga-me, o que você quer. — eu respondi, confusão agitando meu estômago.

Oito anos de silêncio, oito anos de nada, e agora isso, ele atrás de mim agindo como se eu fosse a única pessoa nesta arena repleta de milhares de corpos.

— Você. — ele sussurrou com convicção, seus passos ecoaram quando ele se aproximou. — Tudo o que eu quero é você.

Meus olhos se fecharam.

— Eu não vi ou ouvi notícias de você por oito anos.

— Eu sei. — a voz dele enviou calafrios na minha espinha, fazendo-me sentir coisas que não sentia há muito tempo. — E eu pretendo passar o resto dos meus anos, enquanto me houver vida, fazendo as pazes com você.

Deveria ter me movido em outra direção, mas em vez disso, encontrei-me recuando até que senti o peito dele roçando em minhas costas.