Fanfic: Rock Duro *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Alfonso... — eu sussurrei calmamente, verificando por cima do seu ombro. — Não posso só te entregar meu brinco ou cachecol em vez disso?

Seus olhos vagaram sobre as peças que eu tinha mencionado, seu sorriso ampliou quando ele avaliou o lenço de seda drapejado em volta do meu pescoço.

Depois balançou a cabeça.

— Não. — antes que eu pudesse abrir minha boca em protesto, ele continuou. — Eu quero ter cada parte que há em você anjo, mas agora, apenas uma parte está na minha mente, a única parte de você que eu nunca tive. Eu quero tê-la para que eu possa saber que tive cada parte de você. Então posso dizer que eu amei cada pedaço seu. — sua mão caiu para a bainha do meu vestido, seus dedos entrando embaixo dela. — Então? Eu vou ter que removê-la de você? Ou você vai ser meu anjinho e removê-la para mim?

Minhas pernas tremeram pelas suas palavras e pela forma como ele olhava para mim.

Alfonso sempre foi um pouco falador sujo, mas meu Deus... Ele ficou ainda melhor com o amadurecimento.

Durante os poucos segundos que eu o mantive esperando, minha calcinha tinha ficado ainda mais molhada com suas palavras.

Verifiquei mais uma vez sob seus ombros, apenas para descobrir que seus seguranças estavam parados com as costas para nós, claramente concentrando-se na entrada do túnel, então eu deslizei minhas mãos por baixo do meu vestido.

Alfonso deu um passo para trás, molhando os lábios quando comecei a sair da minha calcinha.

— Isso mesmo, Anahí... Olhos nos meus quando tirar a roupa para mim. — sua mandíbula se apertou quando ele pegou o primeiro vislumbre da minha calcinha passando pelos meus joelhos. — Tão perfeita... Perfeita pra caralho, anjo.

Depois que coloquei meus pés fora dela, eu a estendi para ele com a mão trêmula.

Eu não estava nervosa, então eu não sabia por que estava tremendo. Eu imaginei que tinha algo a ver com a antecipação do que estava por vir.

Alfonso a levou para o seu rosto, seus olhos focados nos meus o tempo todo.

Inalando lentamente, um gemido vibrou em seu peito.

— Perfeita.

— Perfeita é muito para se conviver. Eu me sentiria melhor se você usasse uma palavra diferente. Como grande, ou maravilhoso, ou algo menos inatingível.

Alfonso me assistiu me movimentando enquanto eu tentava ficar confortável sem a minha roupa íntima.

Quanto mais me deslocava, maior se tornava seu sorriso.

— Não há nada que você tenha que alcançar. Nada que você tem para conviver. Para mim, você sempre foi e sempre será perfeita. — sua mão encontrou a minha, trancando seus dedos nos meus. — Eu não vou usar outra palavra, porque perfeita é o que você é, e é assim que vou chamá-la. Então se acostume com isso. — suas palavras fortes foram atenuadas pela jovialidade em seus olhos.

Lutando com o meu sorriso, eu respondi:

— Tudo bem.

O dedo dele passou ao longo da minha calcinha e ele levou-a ao rosto novamente.

Quando ele chegou a um certo ponto, travou o maxilar.

— Tudo isso é para mim?

Ele não precisava esclarecer sobre o que ele estava se referindo.

— Sim. — respondi, sentindo mais daquela umidade descendo na parte interna das minhas coxas.

— E você realmente vai me fazer voltar para o palco e cantar dezesseis canções e dois bis?!

Com a forma que ele olhava para mim, eu estava começando a me questionar.

— Eu acho... que sim?

— Por que, novamente?

Minha testa enrugou enquanto eu considerei isso.

— Porque parece a coisa certa a se fazer?

Ele riu, passando o braço por trás do meu pescoço e me puxando para ele.

— A coisa certa a fazer... O que mais posso esperar de um anjo?

Eu ri com ele um pouco mais, me perguntando por que, se eu era um anjo, eu estava tendo pensamentos tão malvados.

Acho que Alfonso não se importaria se eu deixasse minha auréola na porta enquanto eu entrava no seu quarto.

Depois de beijar minha testa, ele caminhou de volta ao estádio, de costas para o lugar e de frente para mim.

— Minha Anahí... — ele sorriu, o meu nome derramando de seus lábios como uma oração.

— Quebre a perna. — eu acenei, forçando as pernas para ficarem onde estavam ao invés de segui-lo como elas queriam.

Suas sobrancelhas se inclinaram para mim antes do seu olhar vagar pelo seu próprio corpo, pousando em algo lutando contra seu zíper.

— Algo está prestes a quebrar se eu não voltar para você em breve e começar a fazer as pazes pelos oito anos sem você. — com um piscar de olhos, ele guardou a calcinha no bolso da frente e começou a se movimentar em direção ao palco, ainda de frente para mim.

Ele não virou até que viu os seguranças chegarem ao meu lado para me escoltar até o ônibus.

Eu o observei até que ele desapareceu no fim do túnel, os seguranças do estádio conseguiram abrir uma área grande o suficiente para ele passar.

O rugido da multidão cresceu ao ponto em que eu estava perto de cobrir minhas orelhas de tanto barulho.

— Bem... — levantei meus braços ao meu lado, tentando deixar o momento me alcançar.

Eu duvidei que iria conseguir entender tudo o que aconteceu aqui por um longo tempo.

— Não parece que um tanque possa passar por vocês três, então acho que não tenho nada a temer.

Eles esperaram por mim começar a me mover antes que eles caíssem ao meu redor.

Um passou na frente, e os outros dois cambalearam ao redor de cada lado de mim, apenas um passo atrás.

— Tanques não nos preocupam. — aquele à minha direita disse, aquele que parecia ter ingerido uma dúzia de ovos no café da manhã. — E sim, as fãs loucas.

O da frente bufou.

— Não há nada mais aterrorizante do que uma fã incondicional de My Mortal Affliction gritando e acenando o sutiã no ar.

Eu deixei isso entrar.

Alfonso era uma grande estrela. Uma lenda do rock.

Mesmo quando era apenas um jovem garoto dedilhando sua guitarra em qualquer esquina, ele e sua banda nunca tiveram nenhuma falta de admiradoras mais que dispostas a deixá-los fazer o que quisessem com elas.

Ele tinha uma voz destinada a adoração e um corpo feito para o pecado.

Eu nunca tinha sido do tipo ciumenta, mas não perdi as meninas tentando escapar o seu número ou qualquer outra coisa no seu bolso quando eu estava de costas.

Mas mesmo se eu tivesse sido do tipo ciumenta, Alfonso nunca tinha me dado qualquer motivo para duvidar dele.

Os números caíam em maços amassados no chão, os outros presentes caíam no lixo.

Ele tinha sido fiel a mim naquela época, mas o que ele tinha andado fazendo nos anos seguintes?

Ele estava sozinho há quase uma década, um homem no auge físico e sexual.

Eu seria uma tola se acreditasse que ele não tinha estado com seu quinhão de mulheres, especialmente com o fluxo interminável de candidatas que ele, sem dúvida, teve.

— Aposto que vocês estão muito acostumados a esse tipo de coisa. — eu disse, tentando ignorar a facada que senti no meu peito ao pensar em Alfonso com mais alguém.

Eu poderia ter vindo do mundo da música clássica, onde os fãs não eram muita coisa, mas eu sabia o suficiente sobre o mundo do rock and roll para saber sobre a massa de mulheres que iriam vender um rim para estar a bordo do ônibus de turnê de uma estrela de rock.

— Que tipo de coisa? Segurança pessoal? — o guarda deu de ombros à frente. — Sim. É a nossa especialidade.

— Conseguir uma garota dentro do ônibus de turnê do Alfonso Herrera.

O guarda da frente olhou para mim com suas sobrancelhas juntas.

— Você é a primeira mulher que o Sr. Herrera solicitou que levássemos para seu ônibus, senhora.

Meus pés me trouxeram a uma parada.

— Sério?

— Você é a primeira mulher que vimos o Sr. Herrera mostrar interesse além de dar autógrafos ou tirar fotos. — o guarda à minha direita deu de ombros como se fosse de conhecimento comum.

— Sério?! — eu repeti, meus malditos olhos ficando marejados de novo.

Ele esperou por mim? Todos esses anos? Com toda sua fama?

Ele realmente ficou comprometido comigo, quando o último beijo que tínhamos compartilhado tinha sido a quase uma década atrás?

— Você deve ser uma mulher especial, Senhorita Portilla. — disse o guarda na minha frente.

Minha testa enrugou.

— Como você sabe o meu nome?

— O Sr. Herrera nos falou de você. Não sabíamos quando você iria aparecer, mas estávamos esperando você por um tempo agora.

Meus pés continuaram caminhando para sair do túnel, mas senti como se estivesse flutuando.

Isto não podia ser real. Nada disso.

Horas atrás, eu era uma pianista convicta de que meu verdadeiro amor tinha se livrado de mim, e aqui, agora, eu me sentia como se cada sonho que eu poderia ousar ter, estava se tornando realidade diante dos meus olhos.

— Não... — eu sussurrei, sorrindo quando ouvi sua voz soar através do estádio. — Ele é especial. Eu sou a sortuda.