Fanfic: Rock Duro *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 4

O ônibus da turnê de Alfonso não era nada da forma que eu imaginei que o ônibus de um roqueiro seria.

Era luxuoso e extravagante, isso com certeza, mas eu tinha imaginado uma bagunça de garrafas vazias de licor espalhadas por toda parte, lingeries penduradas em ventiladores e em cima de bancadas, ou seja, todas as visões e cheiros que acompanhavam o estilo de vida dos roqueiros.

Em vez disso, encontrei um espaço limpo, tão limpo que praticamente brilhava. Prateleiras cheias de livros ao invés de garrafas.

Em vez de lingerie, fotos antigas de Alfonso comigo tinham sido emolduradas e colocadas em todas as superfícies.

Fotos nossas juntos, doces e bobas, estavam em todos os lugares.

No espaço onde estavam todos os livros e na mesa de jantar, na sala onde parecia que ele escrevia e tocava músicas, havia também uma foto no criado-mudo ao lado da cama.

Ali estava a foto que ele tinha tirado quando eu tinha adormecido em seus braços. Ele conseguiu de alguma forma tirar uma fotografia sem eu saber, pelo menos até que ele me mostrou a foto.

Primeiro tentei excluí-la do seu telefone, mas desisti quando vi como era importante para ele.

Um tempo depois, foi ele que adormeceu enquanto eu olhava para ele.

Perceber isso fez meu coração, sentir-se como se ele não pudesse encher mais sem explodir.

Depois que a imagem se afundou, percebi onde estava, no quarto de Alfonso Herrera. Parada no pé da sua cama.

Minha garganta ficou seca quando o imaginei dormindo nela, sem camisa e provavelmente usando nada mais do que a cueca, como ele costumava fazer.

Minha garganta pode ter ficado seca a partir dessa imagem, mas quando eu imaginei que ele ficaria apoiado em cima de mim enquanto seus quadris balançavam contra os meus, lento e com propósito, o ponto entre as minhas pernas se tornou mais úmido.

Deus, do jeito que eu estava, eu ia ser uma bagunça quando ele voltasse para mim.

Os seguranças tinham prometido ficar do lado de fora e me disseram para gritar se eu precisasse de alguma coisa.

Eu me perguntei se eles iriam buscar o Alfonso para mim se eu pedisse.

A ideia era mais do que tentadora.

Então para me distrair, tirei meu telefone da minha bolsa, sabendo que se eu já não tivesse mil textos das minhas amigas, eu iria ter em breve.

Como esperado, eu tinha perdido uma dúzia de mensagens de Maite e de Camila. Todas querendo saber por que Alfonso Herrera tinha me perseguido do palco e a última querendo saber se eu estava bem.

Respondi essa primeiro, deixando as duas saberem que sim, eu estava bem e esperando por ele no ônibus de turnê.

O momento que terminei e enviei, eu percebi que eu não deveria ter mencionado essa última parte.

Eu estava agradecida por ter boas amigas que queriam ter certeza de que eu estava bem, mas não tinha certeza se eu estava pronta para explicar o que estava acontecendo comigo e com Alfonso.

Principalmente porque eu ainda estava tentando descobrir isso.

“Camila: OMG. Ele é o único, não é?”

Eu levei apenas dois segundos para tentar digitar a minha resposta, mas ela me enviou um outro texto.

“Camila: Alfonso Herrera é o seu primeiro amor, não é?!”

Mordendo o meu lábio, eu digitei a minha resposta.

“Sim.”

“Camila: Puta merda!!!”

“Sim, exatamente isso.”

“Camila: Você é oficialmente minha heroína.”

“Eu: Obrigada?”

“Camila: Qual é o negócio? Você vai voltar para o show?”

“Eu: Não. Eu estou esperando por ele. Nós precisamos conversar.”

“Camila: Sim, certo. Mais como: Nós precisamos foder.”

“Eu: Camila!”

“Camila: O que? Aquele corpo... Aquela voz... Garota, ele vai fazer coisas imundas, sujas com você, e quero uma lista detalhada de cada uma.”

Ótimo. Eu estava pensando sobre isso novamente. Eu estava começando a me odiar por fazê-lo voltar e terminar o show.

“Eu: Eu tenho que ir.”

“Camila: Não. Você tem que gozar. Mais uma vez. E outra vez. E outra vez por mim. E outra vez por Maite.”

Eu ri quando dei a minha resposta.

“Parece um monte de trabalho.”

“Camila: Ninguém disse que ser o interesse amoroso de uma estrela de rock ia ser fácil. Vai ser difícil. E provavelmente enorme. Tão duro e enorme que está me deixando molhada. Porque, você sabe, eu tive uma vista da primeira fila e eu sei quão enorme e difícil é o que Alfonso Herrera vai lhe dar.”

Revirando os olhos, eu não conseguia descobrir como ela poderia digitar dez palavras enquanto a maioria das pessoas escrevia uma.

“Eu: Check-in mais tarde. Amo vocês.”

“Camila: Como minha amiga, também amo você. Como a mulher de Alfonso Herrera, eu odeio você.”

“Eu: Bem, eu te adoro. Obrigado por me arrastar até aqui esta noite.”

“Camila: Pode me agradecer em notas de cem dólares e amigos da estrela do rock. Na minha cama. Nu de preferência.”

Depois disso, eu escondi o meu telefone.

Camila sempre tinha que ter a última palavra.

Agora que elas sabiam que eu estava a salvo e onde eu estava, podia jogar a precaução ao vento e aproveitar a noite e tudo o que vier com ela.

Supondo que eu tinha pelo menos mais uma hora de espera antes de Alfonso voltar, decidi deitar no divã e abrir o último livro que parecia que ele tinha lido.

Eu estava tentada a me jogar na sua cama, mas não tinha certeza que seria bem-sucedida na leitura, na verdade, se eu me deitasse nos mesmos lençóis e travesseiros que ele usava todas as noites, não sei o que seria de mim.

Eu tinha lido apenas algumas páginas antes que meus olhos se tornassem pesados, e antes de eu perceber, estava caindo no sono.

— Anahí... — uma voz familiar me chamou, soando como se viesse de muito longe.

A sensação era de que eu estava em um sono profundo, mas a voz dele parecia ter o poder de me levantar dos mortos.

Quando eu acordei, encontrei Alfonso abaixado na borda do sofá, seus braços se enrolando embaixo de mim, como se ele estivesse se preparando para me levantar.

Ele parecia realmente ter saído de um show de rock. Seu cabelo estava úmido, sua pele brilhando de suor, os olhos dele vivos.

— Bom dia... — eu bocejei, sorrindo para ele.

— É tarde, anjo. Me desculpe por ter te acordado. Eu ia levá-la para meu quarto para que pudesse dormir mais confortavelmente.

Aninhada em seus braços, um pouco mais confortável, levantei uma sobrancelha.

— Quero que me leve para sua cama. Mas não para dormir.