Fanfic: Aparências | Vondy | Hot | Tema: RBD

Dulce

Volto pra casa e encontro Livia na sala sentada no sofá, com uma expressão extremamente feliz.

— Viu um passarinho verde nesse jantar? — pergunto curiosa.

— Nada demais — ela responde.

—Certeza, não quer me dizer nada, nadinha mesmo? — insisto.

— Não aconteceu nada, Dulce — ela foge do assunto e estranho. Mas resolvo não insistir mais.

...

Visto a camisola preta novamente, só me troquei para poder falar com Ucker. Penso e é tão estranho, não é próprio da Livia chegar e não me contar nada. O pior é eu estar doidinha para saber sobre o jantar e precisar dormir, mas não consigo por causa da ansiedade. Necessito de um bom sono para não aparecer na sessão de fotos com olheiras enormes e sair tipo um panda nas fotos. Me enviaram uma mensagem e a pressa deles por isso me surpreendeu, depois disso com certeza conseguirei realizar meus sonhos. Fecho os olhos com força, fico imóvel por um bom tempo e enfim pego no sono.

...

Para a sessão de fotos eles me vestem como a antiga Dulce se vestiria, nas primeiras fotos uso um vestido vermelho longo fofo e florido, depois um outro também florido amarelo tom pastel e por último um de cetim prata também florido. Ao contrário do que pensei Ucker não faz comentários sobre eu ter sido obrigada a deixar a Dulce fatal de lado por um tempo e percebo que esse é seu lado profissional. Eles arrumaram meu cabelo, minhas unhas, passaram maquiagem em mim e a retocam em pequenos intervalos de tempo. Para essas fotos decido deixar a Dulce antiga voltar e poso para as fotos como ela faria.

...

A sessão acabou, troco de roupa para a que eu vim e a fatal volta a aparecer. Um body transparente, uma calça jeans justa e minha jaqueta preta de couro. Quando estou prestes a sair da sala onde acontecia a sessão Ucker me para.

— Então, a Dulce de verdade não durou muito tempo não é? — ele pergunta.

— Você está falando com ela — informo.

— Ninguém muda do nada — ele insiste.

— É melhor não voltar para esse assunto — aconselho.

— Por quê? — ele questiona.

— Posso querer te provar, mas dessa vez não vai ser com beijo — provoco e caminho em direção a porta, mas não consigo ir muito longe porque ele me puxa pela mão e acabo contra seu corpo.

— Ah é, e o que pretende? — ele pergunta, me lançando o desafio e ofego. Mas não posso responder, pois somos interrompidos.

— Meu filho, quando eu ia saber que tem uma namorada? — uma senhora pergunta ao entrar.

— Mãe, o que faz aqui? — ele pergunta.

— Vim te visitar né, meu filho. Te chamar para jantar lá em casa hoje, já que não nos visita — ela explica e o abraça.

— Tudo bem — ele responde.

— Quero que leve a sua namorada também, vou deixá-los sozinhos — ela avisa.

— Mas eu não sou... — não tenho nem tempo de completar minha frase, porque ela já se foi.

— E agora? — pergunto olhando de olhos arregalados para Christopher.

— Você vai ter que ir a esse jantar — ele diz dando de ombros.

— Só pode estar louco — murmuro.

— Olha, minha mãe quando põe uma coisa na cabeça... Faz de tudo para que seja como ela quer, então é melhor você vir mesmo não sendo minha namorada — ele conta.

— Tudo bem, mas nem pense que fingirei ser sua namorada — afirmo.

— Seria assim tão difícil? — ele pergunta.

— Não... Sim — digo querendo arrancar a minha língua depois de soltar isso, por que falo sem pensar?

— Bom, vou indo, vou tentar alcançá-la. Depois terminamos nossa conversa — ele provoca e sai da sala. O que foi que ele quis dizer?

**

Livia

Rafael me chamou para um café, com o intuito de conversarmos. Mas desde que chegamos ele está me enrolando com um papo de eu ter cuidado com a madrasta dele.

— Já está chato isso, você não me conhece. Se acha ela perigosa... — começo, mas não tenho chance de terminar.

— Percebo, realmente não te conheço — ele me interrompe.

— Que tal falarmos sobre meu preço? — pergunto. A maneira que ele me olha, um olhar decepcionado. Mas lembro que não posso me sentir mal, eu prometi que cumpriria meu sonho a qualquer custo e isso inclui até mesmo machucar os sentimentos de alguém.

***

Dulce

Para o jantar escolho uma saia bordô, um cropped preto, um tênis liso preto e um colar étnico prateado. Pareço uma gótica suave, me olho no espelho por um tempo e vou me maquiar. Encontro Christopher me esperando no carro, me abaixo na altura da janela.

— Eu vou de táxi — aviso.

— Nada disso — ele diz saindo do carro, dá a volta e abre a porta para mim.

— Que cavalheiro — zombo.

— Isso será estranho — ele admite.

— Por quê? — pergunto curiosa.

— Não costumo levar mulheres para jantar em casa — ele conta.

— Tem algum aviso para me fazer? — faço mais uma pergunta.

— Como assim aviso? — ele me responde com outra pergunta.

— Sei lá, algo que tenho que tomar cuidado ao dizer. Tipo se alguém morreu, se seus pais estão juntos, ou se sua mãe tem outro marido... Não sei, algo com que tenha que ser cautelosa — esclareço.

— Não, não tem nada disso — ele responde e ri.

— Do que está rindo? — questiono sem entender.

— Você tem cada preocupação — ele diz rindo.

— Desculpa! Mas não gosto de ser indelicada — ironizo e vou emburrada o caminho todo.

...

— Poderia não estar emburrada a noite toda? — ele pede, estamos na frente da casa da família dele. Acabamos de tocar a campainha. 

— Você é um idiota! — digo brava, mas em um tom contido.

— Ok, chega — ele diz e me puxa em sua direção.

— Ei! — advirto.

 — Entendi que não gostou que eu ri, mas essas maluquices provam que a Dulce que conheci está aqui — ele explica passando o polegar na minha bochecha e quando termina, coloca a mão sobre meu peito esquerdo. Bem onde fica o coração.

... 

Foi isso por hoje, amanhã tem mais. Parece até que tenho fixação por jantares né? Kkkk. Pelo menos esse será agradável. Beijos!