Fanfic: Aparências | Vondy | Hot | Tema: RBD

Christopher

Acabei de presenciar uma ceninha que me deixou irritado e me fez refletir um pouco o rumo das coisas, o que foi aquele discurso do Rafael seguido pelo abraço que pediu a Dulce? Estava me acalmando um pouco para procurá-la, antes preciso saber exatamente o que irei dizer. Mas nem tive muito tempo, pois logo ela surgiu pulando nos meus braços, me abraçando e me agradecendo. Não retribuo o abraço e vejo que ao perceber isso ela sai dos meus braços e me olha de cenho franzido.

— O que há com você? — ela pergunta.             

— Você é o meu problema — admito e ela arqueia a sobrancelha.

— Que? — ela questiona sem entender.

— Você queria um tempo Dulce — argumento.

— Exatamente e ainda preciso dele — ela insiste.

— Como pode ser tão obtusa? — questiono.

— Obtusa eu? — ela diz parecendo ofendida.

— Sim, você! — afirmo.

— E o que eu faço que me torna obtusa? — ela sonda.

— Hoje a tarde é um bom exemplo, me mantendo distante de Altaír, provocando-a enquanto diz não sentir nada demais por mim e precisar de um tempo para pensar melhor nisso. Aí depois do discurso do seu amigo querido ainda vai lá e o abraça — digo tudo que estou sentindo.

— Rafael é meu amigo! — declara com uma expressão firme, não se deixando abater pelo que eu disse.

— Muito bom amigo, o cara que você amava há pouco tempo — falo e dou um sorriso falso.

— Tá, mas não é mais assim! — ela persiste.

— Tem certeza? — volto a perguntar.

— Isso não importa, quero saber o que você quis dizer com tudo isso — ela pede.

— O que eu quis dizer é que não aguento mais esses seus jogos, essa sua incoerência! Te darei o tempo que pediu e até mais, só me procure quando tiver algo concreto para me dizer, quando tiver sua decisão tomada — explico e saio dali irritado em direção ao estacionamento, deixando-a parada no lugar e embasbacada. Saio assim mesmo, sem me despedir de ninguém e vou para a minha casa.

****

Dulce

Chego a casa e procuro na geladeira por algo bem gorduroso ou calórico, encontro um bolo de chocolate com recheio e cobertura. Dou uma mordida generosa em um pedaço e começo a pensar em tudo que Ucker me disse e me lembro de tudo que eu disse a ele desde a sua declaração. Obtusa, incoerente, penso em Altaír e o incomodo que sinto quando ela está perto dele. Um sentimento vem e a realização cai como uma bigorna de desenho animado sobre a minha cabeça. Eu sinto mais que atração por ele, obviamente e enfim parece que o demoniozinho ganhou a disputa depois de todos os seus argumentos na minha mente. Definitivamente gosto de Christopher mais do que quis admitir. Mais uma vez é o momento de mudar, vou para o meu quarto.

...

As roupas da Dulce fatal estão todas jogadas sobre a cama, encontro umas roupas antigas minhas que sobraram, o resto foi tudo para uma doação. Coloco uma saia branca estampada, um cropped branco e um colar. Me deparar novamente com meu antigo espelho, dou uma conferida no espelho e percebo que não fico tanto tempo quanto eu ficava com meu estilo antigo. Enfim compreendo que minha fixação com o espelho era por eu não estar me identificando, realmente ninguém muda do dia pra noite e a casca dura que vesti não durou por muito tempo.

—Realmente, a Dulce fatal foi ótima enquanto durou. Mas que Dulce fatal é essa que não consegue nem admitir os próprios sentimentos? Era para ter sido alguém corajosa, mas agi como um animal ferido. Fiquei temerosa com o amor e só gostar de alguém já me aterrorizou. Grande Dulce fatal! — falo sozinha e ironizo ao terminar.

— Pirou de vez? — Livia diz parada na porta me observando, realmente meus monólogos nunca ficam sem plateia e sempre saio de maluca.

— Definitivamente pirei — concordo.

— Estou precisando comer algo calórico para relaxar, quer me acompanhar? — ela sugere e aceito por ver uma oportunidade de enfim termos uma conversa.

...

Nos sentamos no sofá, termino de comer o pedaço do meu bolo e ela pega um também. Nos encaramos.

— Problemas? — perguntamos ao mesmo tempo.

— Nenhum — respondemos ao mesmo tempo.

— Certeza? — pergunto.

— Certeza — ela responde e ficamos uns minutos em silêncio.

— Na verdade estou com a cabeça cheia por causa de Ivana e pelos trabalhos que estou realizando pela Amaya — ela diz, mas não presto atenção porque estava contando a minha história ao mesmo tempo:

— Acho que estou gostando de Christopher, mas não tive nem coragem de admitir.

— O QUE? — ao contrário de mim, ela prestou atenção no que eu disse.

— Pois é — afirmo.

— Seu problema é não ter admitido para ele? — ela questiona.

— Exatamente — respondo.

— O que está fazendo aqui ainda? — ela indaga.

— Hã? — murmuro sem entender.

— Vai atrás dele e se declare, o que está esperando aqui? — ela aconselha empolgada.

— Você está certa, tenho que dizer isso para ele — volto a concordar com ela e vou empolgada atrás de Ucker para declarar meus sentimentos.

...

Estou dentro do táxi, mas já estamos parados há trinta minutos pela rua. Está tendo um protesto e pelo visto está super movimentado porque há uma fila enorme de carros que não pode nem sair do lugar. Agradeço ao taxista, pago pelo trajeto que fizemos com a soma das únicas moedas que eu tinha na minha bolsa e saio a pé mesmo para ir à casa de Christopher. Esse é o momento que vocês se perguntam como eu sei onde fica a casa dele e a resposta é eu ter descoberto porque liguei na empresa e tive que disfarçar. Menti dizendo que precisava saber sobre umas fotos, percebi que a funcionária que estava prestes a sair da empresa não estava muito feliz por ter tido que parar pra me atender.

Ainda mais por algo tão bobo, tenho certeza que foi muito estranho, pois não é necessário o endereço para o que quero, mas ao invés de me contradizer ela apenas me passou o endereço apressadamente. Estou muito perto da casa de Ucker e um cachorro nada amigável começa a me seguir, rosnando para mim, procuro por algo para me defender de uma mordida, mas ao não encontrar decido correr mesmo sabendo que é uma péssima ideia. Ao começar a correr vejo que foi mesmo uma ideia péssima, pois estou de salto, não consigo correr direito e tenho que ficar olhando para trás porque o cachorro ranzinza ainda está mais rápido que eu quase me alcançando. Nisso de olhar para trás não vejo os galhos com folhas de uma árvore recém cortada que estavam bem na minha frente e caio sobre eles sendo arranhada em diversos lugares do meu corpo.

— AAAA! — grito e isso afasta o cachorro, mas logo ele se distrai com os pneus de um carro que passa em alta velocidade ali. Ele vai atrás dele.

Me levanto, estou mancando porque o salto quebrou, minha roupa está suja e tirei algumas folhas que grudaram nela. Estou em frente a casa de Ucker, só não desisto de me declarar porque estou muito determinada e nem o estado em que estou fará com que eu desista. Toco a campainha e espero. A minha desgraça será pior ainda se ele não estiver aqui e eu ter que voltar pra casa de ônibus  com meu passe porque não tenho mais dinheiro. 

...

Gente, eu não dou conta dessa Dulce kkkkk Super estabanada! Será que a declaração enfim sai? Porque passar tudo isso por ter que se declarar e não conseguir é dose. Espero que estejam gostando e até o próximo

O antigo/agora atual look da Dul: