Fanfic: Aparências | Vondy | Hot | Tema: RBD

Dulce

Depois de ficar bons minutos na cama descansando do torturante castigo de Christopher penso em continuar o que estávamos fazendo, mas me lembro que estamos na casa dos meus pais.

— Safado! — dou um tapa no peito nele, estamos deitados de frente um pro outro.

— Eu não esperava depois de te dar um enorme prazer receber um tapa desses — ele diz, mas nem presto atenção.

— Nem trancamos a porta, eles poderiam ter nos pegado no flagra. Eu ia morrer de vergonha e aí eu ia te matar porque a culpa foi toda sua! Eu gritei, Ucker! Será que eles ouviram? Meus deuses, quando foi que me tornei essa safada? Sou muito devassa perto de você — começo a falar muito, como sempre faço quando estou nervosa.

— A culpa foi minha? Enquanto estava gritando em volta dos meus dedos estava bom né? — ele zomba.

— Que vergonha, que vergonha! — repito várias vezes e desfiro uns tapas nele que me abraça para me acalmar.

— Se eles tivessem escutado tenho certeza de que seríamos interrompidos — ele argumenta.

— Não importa, seu safado. Com que cara que desço pra cozinha agora? — questiono e ele ri, definitivamente vou matá-lo.

— Tá, realmente foi uma má jogada não ter fechado a porta e não ter tentado calar seus gritos. Me perdi no momento — ele observa.

— Quem sou eu? — pergunto sem entender a devassa que toma conta de mim.

— Calma, vou descer e você vem logo em seguida. Não precisa ter vergonha, mesmo que tenham ouvido não vão comentar nada — ele propõe e aceito tentando parar a garotinha que existe em mim e que está me fazendo enlouquecer.

...

Desço depois de me vestir e vejo que Adan e Carmen estão cozinhando e cantando uma música que toca alto no rádio, suspiro por ter sido salva de uma situação constrangedora. Pergunto se eles querem ajuda, mas negam e vou atrás de Ucker que está na rede que temos na varanda, me sento ao seu lado.

— Vai me contar agora? — peço, pois mereço depois de tudo que ele me fez passar por eu ter bajulado Rafael.

— Eu só posso te dizer que não é um problema meu. Então a decisão não é minha, mas prometo que vou insistir porque quero que você também saiba — ele esclarece e com essa explicação posso compreender e esperar.

— Tudo bem — aceito, ele me dá um selinho e me abraça.

— Mais tranquila agora? — ele volta a me zoar.

— Se eles tivessem ouvido algo o encrencado seria você por ter tirado a inocência da menininha deles — me gabo e rimos.

— Adoro quando você é devassa — ele confessa e dou um tapinha nele quando beija meu pescoço, precisamos ser respeitosos, estamos na casa dos meus pais.

***

Rafael

Livia me puxou até a casa dela e ao entramos já percebi que fomos recebidos não muito amigavelmente, ela me apresentou a seu pai Tiago que me olhou de cima abaixo com um olhar de desaprovação.

— Esse é mais um dos tipos que você sempre arranja? — ele indaga.

— Estamos há tanto tempo sem nos ver pai, poderia não fazer esses comentários na frente da visita? — ela pede e o abraça, mas não é correspondida. Busco em seu rosto algum sinal de tristeza, mas se ele sempre age assim ela deve estar acostumada.

— Está mudada, minha filha. Roupas refinadas, uma mala enorme, nem parece mais a piranha da vizinhança — ele continua atacando e começo a pensar que ele está indo longe demais, mas resolvo não interromper.

— Papai, por favor — ela pede mais uma vez.

— O que? A última vez que te vi disse para não voltar mais, você foi para o centro da cidade provavelmente para virar mais uma dessas acompanhantes ou prostitutas pagas. Nunca pensei que você me decepcionaria tanto a ponto de querer ficar exibindo seu corpo por aí — ele esbraveja.

— Sou uma modelo — ela murmura e seus olhos enchem de água.

— Grande coisa, faz o mesmo que acompanhantes e prostitutas, usa seu corpo como moeda de troca. Mas combina com a personalidade de vagabunda que sempre teve — ele ralha e a sacode pelos ombros.

Eu já ia interferir por ele estar indo longe demais, mas ela se desvencilha dele com o rosto todo molhado por suas lágrimas que agora são um choro. Ela corre e corro atrás dela, mesmo com tudo que me fez decido seguir meu instinto e a consolar. Quando a alcanço ela não diz nada e continua chorando compulsivamente, passo as mãos pelo seu rosto limpando as lágrimas e num rompante em que não penso direito a beijo delicadamente. Mas logo me afasto ao me lembrar de quem ela é e saio dali furioso.

***

Christopher

Durante o jantar tive a oportunidade de conhecer melhor os pais de Dulce, sua mãe Carmen é uma mulher muito doce e é devota a seu casamento e seu lar, já Adan é um pouco ranzinza no geral, mas não com sua esposa. Ele também parece muito devoto a família e ama e cuida de Dulce como um pai faria. Quando digo cuida não estou exagerando, apesar dos protestos de Carmen de já sermos “grandinhos” ele decretou que devemos dormir em quartos separados. Aceitei, pois ele nem imagina que tenho um truque ou outro na manga e quando anoiteceu e cada um foi para o seu quarto decidi usar meus truques e escapar do meu quarto para dormir ao lado da minha namorada. Levo um susto ao ver no fim do corredor o homem parado lá como um fantasma me observando.

— Pretende ir a algum lugar? — ele pergunta.

— Ao banheiro — respondo e vou até o mesmo, enrolo uns minutos ali e saio esperançoso de não dar de cara com Adan e poder dormir juntinho de Dul.

— Boa noite — ele diz e decido desistir da minha ideia, mas só porque ele nem imagina que já tivemos um ótimo momento no quarto de Dulce há algumas horas atrás. Decido fazer algo quando estiver amanhecendo, até lá ele cansará de ficar de guarda da pureza de Dulce que já foi corrompida por mim. Me deito e encaro o teto sorrindo ao me lembrar da devassidão da minha namorada de mais cedo.

...

O último de hoje, até o próximo. Espero que estejam gostando da fanfic, beijinhos