Fanfic: Aparências | Vondy | Hot | Tema: RBD

Dulce

Estou na cozinha do bar pegando mais um pedido e colocando na bandeja quando Camila me diz algo.

 — Está o maior quebra pau lá fora, parece que uma mulher furiosa com um cara galinha está acabando com ele — ela conta.

— Gente, mas coisas assim sempre acontecem por aqui? — pergunto surpresa.

— Não, por isso você tem que vir e ver — ela diz puxando minha mão e chegamos a tempo de ver a mulher ensopando o cara de bebida e diz algo que não podemos escutar para ele que toma a bebida que estava na mesa e sai se sentando na calçada.

— Uau, que bafão foi esse — Camila diz empolgada e vai servir uma mesa, faço o mesmo.

No momento da minha pausa preparo um suco de laranja e sirvo dois copos, vou até a calçada e me sento do lado do homem enfim o reconhecendo, é o doido que tirou fotos de mim com o pug na praça.

— Um suco, por conta da casa — digo estendendo o copo para ele.

— Isso é por pena? — ele pergunta sem nem me olhar direito.

— Vamos usar a palavra empatia, fica melhor assim? — pergunto.

— Não muito, aliás, cobra as bebidas da mesa em que eu estava e fique com o troco — Ele me estende o dinheiro e me encara por um momento, acho que me reconheceu.

— Pra dizer a verdade, isso não aconteceria comigo — confesso.

— Por quê? — ele pergunta parecendo curioso.

— Porque não tenho muitos relacionamentos, nem o cara por quem sou apaixonada a menos me olha — revelo e quero dar um bom tapa na minha boca, como sempre acabo por contar toda minha vida para estranhos.

— Bobo ele... O que eu tenho não pode ser chamado exatamente de relacionamentos — ele conta.

— Hm, então o que seria? — questiono.

— Está mais para lances. Não é assim que as pessoas chamam? — ele explica.

— Então, ela estava super furiosa porque vocês dormiram juntos e você não a procurou mais? — continuo meu interrogatório tentando entender.

— Mais especificamente porque sempre digo que vou ligar, mas não faço isso — ele admite.

— Coitada, então foi merecido — comento e ele sorri.

— Mais ou menos isso — ele revela.

— Aposto que com certeza é isso e poderíamos até discutir mais o assunto, mas preciso voltar a servir as mesas. Tchau — me despeço voltando para dentro do bar.

— Não, espera aí! — Ele pede.

— Que? — pergunto me virando na direção dele.

— Vamos ficar mais uma vez sem saber o nome um do outro? — ele me responde com uma pergunta.

— Dulce, prazer — cumprimento.

— Christopher, prazer. Posso ter o seu número de telefone? — ele pede.

— Com tanto que eu não seja mais um dos seus lances. Tudo bem — zombo, fazendo-o rir.

— Amigos! — ele diz estendendo as mãos para o ar em gesto de resignação e vou para dentro do bar, pego um guardanapo de papel e anoto meu número. Quando volto para fora o estendo para ele que agradece e volto para meu trabalho depois de cobrar as bebidas da mesa dele e ficar com o troco.

***

Livia

Eu disse que daria um jeito na situação de Dulce e é isso que vou fazer, comprei uma caixa de bombons de cereja e um cartão daqueles decorados. Nele escrevo a seguinte frase:

“Temos que falar, algo sobre amor. Que tal um jantar no El Temple às 7?”

Talvez a Dulce fique furiosa comigo, mas será por uma boa razão. Pensei em assinar com o nome dela, mas por achar que seria demais acabei desistindo e após colar o cartão com uma fita transparente na caixa de bombons guardo ela escondida no meu quarto. A campainha toca e pela hora sei que não é Dul, quem pode ser?

— Olá maravilhosa, vim avisar que você foi escolhida para ser entrevistada pela Amaya Models! — um homem diz empolgado e pelo meu radar percebo logo que ele é gay.

— Não acredito! — supresa quero dar um pulo de alegria, como foi assim tão rápido? Mas ele olha para um envelope que segura e logo sua expressão muda.

— Desculpe você não é a Dulce Saviñón? Me desculpe, cometi um erro — ele diz envergonhado.

— Tudo bem, quer entrar? — pergunto por educação.

— Vou sim, posso esperar pela Dulce? — ele pede.

— Claro. Aceita alguma bebida? — continuo na linha da educação.

— Uma água. Desculpa se te desiludi, você também está procurando ser modelo? — ele pergunta.

— Sim, enviei portfólios junto com Dulce e estamos esperando as respostas. Fico feliz que a minha amiga tenha conseguido... — esclareço tentando colocar esse sentimento no meu coração.

— Sou Luigi, o assistente do dono da Amaya e cuido das contratações também. Se quiser te consigo uma entrevista, posso dizer que para um cargo até melhor do que o que sua amiga conseguiu — Luigi argumenta em um tom quase que venenoso.

— Eu ficaria feliz — respondo ao ver sol brilhar para mim novamente, inveja não é um bom sentimento. Não devo voltar a ser assim... Dou o copo de água para Luigi e volto a conversar com ele, que logo acaba por desistir de esperar Dulce. Me entrega um envelope para que eu entregue para Dulce e me dá um cartão com seu número.

***

Dulce

— Uff... — suspiro tirando o salto que já estava acabando com meu pé, tiro o sutiã e desabotoo a calça jeans. E isso é tão maravilhoso que me sento no sofá relaxada.

— Alguém vai ser entrevistada! — Livia entra toda animada na sala me estendendo um envelope, abro e vejo uma folha com algumas regras.

— Nossa, tão rápido assim? — pergunto surpresa.

— Sim! — ela exclama.

— E você amiga? Tenho certeza que chegarão respostas logo — digo consolando-a, entregamos os portfólios juntas para que tivéssemos respostas juntas. Mas não foi bem assim.

— Não se preocupe, já dei meu jeito — ela comenta e a abraço feliz por ela.

...

Será que sai mais um hoje? Olha o Luigi: