Fanfic: Amigos.... Só que não! - Ponny - Adaptada | Tema: RBD, AyA, Ponny

Notei que seu rosto possuía muitas marcas de expressão e cansaço. Coisa que meu pai fazia questão de não deixar aparecer. Eu me perguntava desde quando ele parou de se importar com a aparência. Havia um corte logo abaixo do olho sob a maçã esquerda. Era uma pequena cicatriz causada pelo soco que lhe dei meses atrás.

– Sabia que eu viria? O senhor virou vidente agora? – Perguntei confuso e irônico.

 Como ele sabia que eu viria?

– Alfonso! – Anahí me parou segurando meu braço. – Não viemos para brigar, lembra-se? – Ela disse sorrindo para mim com seu jeitinho apaziguador. Respirei assentindo e a vi se virar para o meu pai. – Prazer em conhecê-lo senhor Rodrigues! – Anahí disse dando um passo á frente e apertando a mão de meu pai. – Meu nome é Anahí Portilla, sou namorada de Alfonso! – Ela se apresentou. Meu pai sorriu para ela com satisfação. Havia um misto de afeição em seu olhar, mas nenhuma luxúria ou cobiça em relação a ela. Eu franzi a testa para ele.

 Normalmente ele flertava com toda e qualquer garota bonita que se apresentava a ele, mas não com Anahí.

 – Alguma relação com Fernando e Marichelo Portilla? – Ele perguntou e Anahí assentiu.

– São meus pais! – Anahí respondeu com orgulho.

 Os pais de Anahí eram muito conhecidos na sociedade nova-iorquina. A mãe era uma socialite de sucesso com seu clube de senhoras, onde as filhas debutavam quando completavam 18 anos. O pai era dono de uma empresa e vivia em muitas conferências acompanhado da esposa.

– Fico feliz que esteja com meu filho! – Meu pai respondeu beijando as mãos de Anahí. – Conheço seu pai! Ele é um grande amigo. – Anahí sorriu para meu pai de forma encabulada.

 Espere! Meu pai estava zelando pela minha felicidade?

 – Bem, mas em que posso ser útil? Sei que sou a última pessoa para quem você pediria ajuda! – Meu pai disse se levantando da mesa e apontando as poltronas do lado esquerdo para que sentássemos. Eu respirei fundo conduzindo Anahí e sentando a seu lado. – Principalmente depois daquele vexame no MET. – Eu me empertiguei no sofá e já ia começar a protestar quando ele me interrompeu. – Não se preocupe! Não estou reclamando! – Ele disse sorrindo e passando a mão no queixo. – Acho que mereci aquele golpe!

 O quê?

 – Por acaso o senhor tomou alguma coisa? – Perguntei confuso e surpreso com sua declaração. Era para ele me dar uma bronca e não me parabenizar pela atitude!

– Fique calmo, não estou bêbado e nem maluco! Pelo contrário, estou bem lúcido. – Ele respondeu com uma gargalhada. 

Eu me sentia em um daqueles filmes de terror onde o assassino pode aparecer de repente vindo de qualquer lugar. Anahí colocou as mãos no meu peito e sussurrou para que eu ficasse calmo. Eu respirei fundo pegando sua mão.

 – Belinda me procurou há uns dias e me contou sobre o divórcio! – Eu comecei a contar como Belinda me procurou. – Ela disse que o senhor pediu o divórcio e bateu nela porque descobriu que ainda era apaixonada por mim, mas não acreditei! – Eu respondi lembrando as palavras de Belinda. Meu pai me olhou franzindo a testa.

 – Eu pensei que ela seria menos obvia, mas pelo visto! – Meu pai levantou e respirou fundo indo até um arquivo e tirando um envelope. Ele voltou entregando o envelope a mim. – Depois de algumas semanas antes da exposição eu fiquei com uma pulga atrás da orelha. Então a observei ainda mais. Eu peguei Belinda dormindo com outro e por isso pedi o divórcio. Como somos casados em comunhão de bens, ela saiu sem nada!

Aquilo era típico das pessoas do nosso nível. Meu pai não negou a comunhão de bens, mas certamente colocou várias cláusulas caso houvesse um divórcio. Uma delas era justamente a traição!

 – Duas semanas antes da exposição, sentindo uma enorme desconfiança dela, mandei meu advogado refazer as cláusulas do meu testamento! – Meu pai continuou depois de uma breve pausa. – Eu gostaria muito que você lesse, por favor! – Ele pediu apontando o envelope. Eu suspirei fazendo uma careta impaciente e tirei o papel do envelope. 

Havia duas folhas dentro e eu comecei a ler. Logo percebi que eram apenas alguma cláusulas mais importantes e não o testamento em si. Li parágrafo por parágrafo mostrando a Anahí. Ela lia com a mesma atenção que eu. Quando terminei, exalei em pânico.

 Aquilo não poderia ser verdade!

 – Isso é algum tipo de brincadeira? – Perguntei ficando de pé. Meu pai não se mexeu, apenas me encarou. 

– De forma alguma! É o mínimo que posso fazer pelo que aprontei com você. Ouça, Belinda é muito bonita e sempre foi muito espirituosa, mas sei que não justifica. – Ele disse resignado. – Mas eu queria que soubesse que acabei apaixonado por ela e se pudesse voltar atrás, jamais trairia sua mãe!

 – Você quer me comprar? – Perguntei exaltado.

 – Alfonso se acalme! Não vê que agora faz sentido? – Anahí disse ficando de pé e colocando as mãos em meu braço. – O senhor a amava? – Ela perguntou ao meu pai. Ele assentiu suspirando.

 – Com toda a minha alma eu abdiquei do meu casamento, do meu filho e por me apaixonar profundamente por Belinda... – Ele respondeu com sinceridade. – Eu paguei um preço alto demais! Por isso não espero que me perdoe, mas sim continue o que eu construí para você.