Fanfic: Admirador Secreto- Adaptada Vondy | Tema: Vondy

Já passa das oito da manhã. Alfonso e Christian acabaram de chegar e estou preparando café para Dulce que ainda dorme. Eles vieram me colocar a par de suas armações. Nosso advogado já está a frente do caso, representando Dulce, Alfonso pediu que não contasse que nós éramos os interessados por trás dele. Segundo ele contou, Rodrigo já está encarcerado, mas o advogado dele já entrou com o pedido de habeas corpus, alegando que Rodrigo é um homem direito, nunca teve registros de agressões contra mulheres e não tem ficha criminal. Mesmo assim foi obrigado a assinar uma ordem judicial para manter-se afastado 300 metros de Dulce. Segundo o advogado, o filho de Rodrigo estava mais furioso que o pai. Teve que ser preso também por desacatar o delegado.
— Já fiz uns contatos. — Christian fala pegando uma caneca e colocando café para ele. — Rodrigo vai receber um susto, como você quer.
— Na verdade eu queria ter o gosto de dar uns tapas nele. — Tiro da chapa mais dois mistos quentes e jogo na travessa diante deles dois. Coloco mais dois na sanduicheira para assar.
— Algum policial vai bater nele? — Alfonso pergunta para Christian que já está de boca cheia mastigando. — Não vai sobrar pro lado dele, ter que se explicar?
— Não. Um policial vai deixar alguém na cela com ele por descuido. Cadê o ketchup Christopher?
— Abro a geladeira, pego o vidro e jogo para Christian que apara no ar.
— O cara vai dar o recado? — Me interesso nas armações criminosas do meu irmão, que eu também estou metido. — Vai falar para o bosta por que ele tá apanhando?
— Vai. Quer ter rola grossa para bater em mulher, que tenha também para bater em homem.
— Cara, eu estou bem revoltado viu. — Alfonso diz e eu me surpreendo. Mas convenhamos que ser machista é diferente de ser covarde. Ele bate nas mulheres apenas se elas aceitarem e daquele jeito, no couro, com chicotes e cordas.
— Também estou. Apesar de ter apenas uma mulher que me da vontade de dar uns tapas ou um bom corretivo. — Christian confidencia. Termina o sanduiche e passa a mão em outro.
— Vai comer tudo é? — reclamo. Ele nem liga, joga ketchup e abocanha quase a metade.
— Mas você sabe que se bater na Maite suas bolas serão arrancadas, porque ali é mulher cruel, tá ligado? — Alfonso decide lembrar ao nosso irmãozinho que a vaca não é brincadeira.
— Por isso mesmo. Nem ferrada a mulher dá pra trás. Mas vou deixar ela no chão, embaixo dos meus pés, vocês vão ver. — Ele avisa. Eu tenho mesmo certeza disso. O cara está mesmo tentando tomar a empresa dela.
— Espero que seu plano dê certo. — Levanto minha caneca para ele em sinal de brinde. — No meu caso só quero resolver logo o divórcio de Dulce.
— E depois disso? O que vai fazer? — Alfonso olha para mim, mas não espera eu responder. Em um tom cínico completa: — Vai pegar a mulher pra criar mesmo? Pense muito, mulher já é problema, essa aí já vem com um bagageiro inteiro nas costas. — Ele e Christian riem, mas param no mesmo instante ficam sérios e de olhos meio saltados. Christian pigarreia e me olha. Viro para a porta e Dulce está lá, sem saber para onde correr. Ela se vira para sair correndo. Jogo uma maçã em Alfonso e corro até ela.