Fanfic: Admirador Secreto- Adaptada Vondy | Tema: Vondy

Capítulo trinta e dois

CHRISTOPHER

— Caralho! Você afundou mesmo a empresa da menina né seu filho da puta? — Alfonso murmura olhando a papelada a nossa frente. Olho para Christian e ele apenas sorri como se fosse o “boss” fodão, confirmando a crítica de Alfonso.

Ontem Dulce levantou antes de mim, me deixando sozinho na cama. Hoje foi minha vez de ter que sair bem cedo, às seis da manhã. Christian ligou ontem a noite me pedindo auxílio nas contas da Mademoiselle. Já está quase tudo pronto, as ações estão lá em baixo, os bancos se recusam a dar empréstimos aos Perronis (aí tem dedo do pessoal da AMB) e os acionistas minoritários já venderam suas ações com medo da empresa decretar falência e eles ficarem sem nada. Falta assinar a papelada para a empresa ser majoritariamente dele. Alfonso e eu tivemos que vir cedo ajuda-lo, pois às oito eu já tenho cliente. Meu dia hoje está sufocante.

Preciso sair mais cedo, prometi levar Dulce ao cinema.

— Você comprou as ações com preço alto? — Indago olhando as transações extrapoladas.

Christian gastou uma grana preta. Eu sei que é errado fazer isso que ele está fazendo, mas é coisa dele, é sobre a vida dele. Alfonso e eu estamos aqui apenas como irmãos. Christian teve uma vida de merda, hoje nós fazemos muita coisa por ele, apenas para mantê-lo ciente que somos uma família. Essa vingança dele, por exemplo: não somos coniventes, Alfonso não queria mesmo uma empresa de produtos femininos ligada a Orfeu e eu não queria por achar uma sacanagem. Mas decidimos não interferir mais, ele nos prometeu que não colocará o nome

da Orfeu no meio.

Alfonso estende a mão e eu entrego a pasta onde constam os valores das ações que Christian pagou.

— Cacetada! Afanou os cofres da empresa né Christianzinho? — Alfonso acusa assombrado com os

números.

— A grana foi minha, cacete! Sem falar que foi um incentivo para os acionistas. A ideia foi de Davi. As ações da empresa estavam caindo cada dia mais, o pessoal tudo cortando prego de medo de perder dinheiro, aí do nada encontra alguém que quer comprar as ações como se fossem valorizadas. Eles não pensaram duas vezes.

— Davi e você fazem uma dupla perigosa. — Alfonso observa. Ele empurra as pastas na mesa e se levanta inclinando para trás com as mãos na lombar. — Caralho a noite não me favoreceu. — Ele reclama.

— Maratona no clube? — Christian se vira na cadeira interessado. Eu deixo os dois conversando sobre as sacanagens de Alfonso ontem a noite e vou ver no celular se tenho uma mensagem. Ontem fiquei tão feliz e surpreso, com as mensagens de Dul. Ela está desabrochando, me deixando mais fascinado a cada dia. Não há mensagem. Olho no relógio e já são quase oito. Em dois segundos, já estou com o celular na orelha ouvindo o: “Tuum” da chamada que estou fazendo para Dulce. Olho para Christian prestando atenção em algo que

Alfonso explica.

— Oi. — A voz de Dulce me faz virar e mirar um quadro na parede.

— Oi Dul. Te acordei?

— Não. Levantei assim que você saiu. — A voz dela nem mesmo está preguiçosa. Mostra, portanto, que tem mesmo um tempo que está desperta.

— Menina teimosa demais. — Sorrio como um besta olhando o quadro. — Porque não ficou quietinha dormindo até às nove?

— Sabe que sou acostumada a acordar cedo desde criancinha. E segundo que é muito ruim ficar na cama sozinha, depois que você levanta.

— Agora vê o que eu passo toda vez que você levanta sorrateiramente para ir cozinhar e me deixa lá abandonado?

“Assim, vê?” — Olho para Alfonso que está de pé fazendo uma pose estranha para Christian que olha interessado. “Você fica por trás e tem cuidado para não se esfregar muito no outro cara”.— Mas que diabo esses dois estão falando?

— Amanhã prometo ficar até o último minuto aproveitando a cama com você. — Dulce fala e eu ando para mais longe dos meus irmãos.

— Promessa é dívida Dul.