Fanfic: Sol & Tempestade | Tema: Vondy

O céu estava tão lindo, tão azul, o sol dava ainda mais beleza a ele. Os pássaros cantavam e as flores espalhavam seus perfumes.

As crianças da cidade brincavam e riam enquanto seus pais trabalhavam, todos com um sorriso em seus rostos. Realmente o reinado de Victor foi a melhor coisa que acontecerá no México, não havia uma pessoa triste ou que reclamava do trabalho, e as vezes o nobre rei andava pelas ruas e cumprimentava a todos com muito carinho. Será que alguém poderia odiar um rei tão bondoso? Sim, poderia. E esse alguém era seu terceiro filho, o príncipe Christopher, nascido em uma madrugada de raios e trovões, todos achavam que era amaldiçoado. Sempre quando um nobre nasce, Deus lhe dá o sol.

Além disso, quando o mesmo tinha apenas cinco anos, um dia havia ido brincar com outras crianças de sua idade em uma cachoeira perto do castelo, quando o pequeno retirou sua camisa, todos puderam ver sua enorme cicatriz de raio em suas costas. Foi um alvoroço, as crianças gritaram e foram até seus pais que imediatamente lhe apontaram o dedo o chamando dos piores nomes existentes.

Depois disso, o príncipe se trancou no castelo, ninguém sabe o que de fato aconteceu, mas há boatos que ele haveria se revoltado com sua família e com a maneira que era tratado, com isso, ele pegou seu cavalo e sua espada e se foi.

Foi pela floresta Khack, nenhum homem se atrevia a entrar lá devido a grande infestação de lobos, mas um mercador bastante curioso e fofoqueiro o seguiu e garantiu, jurou por Deus que viu o garoto de apenas dez anos cortar a cabeça de todos os lobos que tentaram lhe atacar.

"É realmente um diabo na terra", era o que as pessoas comentavam. Com isso, mencionar o nome Christopher ou falar sobre o Príncipe Terceiro virou sinônimo de azar na região. Era algo proibido de se dizer, era algo tão forte e tão macabro que as pessoas tremiam se ouvisse tais palavras.

Muitos anos se passaram e durante esses anos nunca mais houve alguma tempestade, chovia, mas nunca chegava aos pés de uma tempestade e com isso, nunca se ouvia um raio. Até hoje, que um enorme raio cortou os céus e acompanhado dele um trovão tão alto que fez a terra tremer.

O rei assustado com tal fenômeno que não ouvia há anos, correu até sua enorme varanda onde tinha uma visão privilegiada de terras um pouco além da cidade, o mesmo cerrou um pouco seus olhos e pode vê-lo, não era possível. Depois de tantos anos, já havia aceitado que seu terceiro filho estava morto, mas lá estava ele. Agora adentrando a cidade causando uma enorme confusão.

A roupa negra como a noite lhe dava uma aparência sombria, enquanto cavalgava rapidamente sua capa balançava com o vento, podia ser loucura da cabeça de Victor mas por um momento ele achou que até os cabelos de Christopher estavam negros, como a crina de seu cavalo.

Foi um alvoroço, todos correram em direção a salão principal esperando as ordens do rei que agora já estava sentado em seu trono tentando controlar sua respiração.

—  O que devemos fazer vossa majestade?  — perguntou Otto, o chefe dos guardas.

—  Deixe que ele entre, se causar algum problema tem minha permissão para prende-lo — os guardas lhe reverenciaram e saíram.

—  Christopher? De volta?  — uma voz alta e barulhos de salto invadiram o salão, era a rainha Marie Christina Alexandra.

Uma mulher de uma beleza extravagante, seus cabelos loiros eram invejáveis e sua pele era impecável.

— Como ele se atreve a colocar suas patas no reino?

— Se ele tentar algo não pensarei duas vezes minha mãe — disse Alfonso já puxando sua espada fazendo Marie sorrir orgulhosa.

— Faça o que tenha que fazer — sussurrou ela antes de ir até seu marido que continuava sentado em seu trono pensativo.

Os portões foram abertos, o trotar do cavalo fez todos do salão se arrepiarem. Os guardas já estavam de prontidão, qualquer passo em falso e Christopher iria ser preso e depois morto. Havia exatamente quarenta e cinco soldados.

Christopher desceu de seu cavalo e por mais incrível que pareça quando seus pés tocaram no chão houve outro trovão, tão alto e tão amedrontador que os soldados deram um passo para trás recuando.

Mas o príncipe terceiro nada fez, a não ser começar a caminhar em direção ao salão principal, onde havia os bailes e era onde o rei fazia suas reuniões. Otto parou bem em frente a Christopher o impedindo de passar.

— Apenas guardas podem entrar com espadas — Otto falou de maneira dura fazendo Christopher olhar bem nos olhos do homem que não se intimidou nenhum pouco.

— Claro — Christopher puxou sua espada lentamente da cintura, quando a mesma já estava a mostra ele fez um golpe veloz, girando a espada entre os dedos e logo a agarrando com vontade, a espada foi fincada bem no coração de um soldado que já estava atrás de Christopher que esperava o mesmo baixar a guarda e ataca-lo ali mesmo, mas ninguém imaginaria que Christopher seria tão esperto e tão ágil.

Tirando a espada do peito do soldado, vendo o líquido vermelho a colorindo, Christopher encostou a ponta dela no rosto de Otto o sujando de sangue.

— Não me obrigue a suja-la mais — Christopher pediu sorrindo de maneira assustadora, seus olhos estavam em um castanho bastante escuro, ele não estava brincando.

— Sim senhor — Otto fez reverência e deu passagem para o príncipe passar.

Adentrando o salão, seus olhos encontraram rapidamente os de seu pai, o grande e aclamado Rei Victor.

— Pensei que estivesse morto, meu filho — o rei se dirigiu a ele com um sorriso reconfortante.

— Poupe suas palavras majestade, sei quando não sou bem vindo — Christopher sorriu ironicamente.

— Depois de tantos anos, como ousar voltar? — Marie levantou o tom de voz.

— Essa é minha casa, tenho todo direito de voltar, afinal eu não fui expulso e muito menos exilado — o sorriso irônico de Christopher não se desfez, principalmente quando começou a andar deixando seus familiares pasmos.

— Onde pensa que vai? — Marie perguntou.

— Para os meus aposentos, creio que eles ainda existem não é mesmo? — foi o que ele disse antes de sair do salão deixando sua família em um silêncio absoluto.