Fanfic: Ya me enteré - Vondy | Tema: rbd, dulce maria, christopher, vondy

Christopher percebeu como Dulce havia ficado pensativa por vários minutos. Provavelmente pensava em todas as circunstâncias que traria para a vida deles um relacionamento público. Pensou em todas as perguntas que teria de responder, as mentiras que inventariam, os romances falsos que apareceriam. Tudo o que eles menos precisavam nesse momento era isso. Precisavam primeiro madurar sua relação, para depois espalhar para o mundo o quanto se amavam, repensou ele.

“Sabe, você tem razão...” – disse tocando em sua perna – “Acho que tudo o que não precisamos agora é disso, desse alvoroço todo em cima de nós!” – finalizou vendo como ela mudava sua feição.

“Eu quero que você entenda que não é medo, não é vergonha, nada disso, eu simplesmente não queria lidar com isso agora, nesse momento...” – disse ela suspirando e inclinando sua cabeça para tocar seu ombro – “Eu queria focar no meu álbum agora, mas eu adoraria se você conseguisse uma forma de ir até o Brasil ficar comigo, só não imagino como!” – disse ela fechando os olhos.

“Eu vou dar um jeito, prometo!” – disse ele beijando sua testa.

Dulce e Christopher permaneceram juntos pelo resto do dia, apenas curtindo a companhia um do outro, trocando confidências do passado, relembrando os momentos difíceis que passaram separados. Dulce percebia o quanto havia sido difícil e como havia sido uma guerreira por ter conseguido.

“...quando me falaram que você estava grávida, eu perdi o chão! Quase não consegui responder a repórter direito!” – disse ele, vermelho de raiva.

Dulce gargalhava alto da forma como ele falava. Era impossível não rir dos boatos sensacionalistas que a imprensa fazia.

“Você ri, porque não foi você que foi pra casa chorar depois. Liguei correndo para o Christian para que ele pudesse averiguar direito essa história!” – falou ele.

Dulce lembrou exatamente o dia que o amigo a havia ligado. Já fazia alguns meses que não falava com Christian e o fato dele ligar, não que achasse ruim, mas foi um tanto estranho.

“Foi você que pediu?” – perguntou ela curiosa – “Eu lembro que achei muito estranho a conversa dele, e ri muito depois que desligamos porque eu fui tão honesta com ele que cheguei a dizer que estava naqueles dias não muito agradáveis para mulher e que ainda não havia ido para cama com Paco!” – respondeu ela sem pensar em como essa última frase cairia como facas no estômago de Christopher.

“Ainda...” – disse ele sério. Era difícil conseguir imagina-la com seus ex-namorados. Era estranho saber que durante todos estes anos ela estava nos braços de outros. Se perguntava o motivo, se perguntava porque demoraram tanto para conversar.

“Melhora se eu falar que sempre pensava em você?” – perguntou ela com a cabeça baixa.

“Não, na verdade piora...” – respondeu ele, a olhando de lado – “Piora porque durante todo esse tempo nós poderíamos estar juntos, construindo uma vida juntos, nos amando cada dia mais, e ao invés disso, simplesmente por orgulho e medo, deixamos de viver tudo o que queríamos.”

“Por que você nunca veio atrás de mim?” – perguntou ela, o olhando depois de vários minutos.

“Você não sabe o que eu sofri depois que chegamos no México, depois do show de Madri...” – disse ele, pedindo com um toque ela se virasse para ele – “Eu realmente achei que você tinha ido atrás de Poncho e que vocês estavam juntos.”

“Eu não entendo porque você pensou isso! Óbvio que eu não fui atrás dele...” – disse ela o olhando fixamente – “Aquele dia no jantar com o Chris quando você disse que eu havia namorado com Poncho depois do fim da banda me deixou louca! Não entendia porque você pensava isso...” – falou ela curiosa.

“Dulce, Poncho nos disse isso...” – respondeu ele com olhar triste para ela.

“O que?” – perguntou ela com a voz trêmula.

Flashback:

“Onde está Dulce e Poncho? Nós vamos perder o voo, porra!” – dizia Pedro alto perto da porta do ônibus.

Christopher via como Pedro ficava cada vez mais nervoso com a ausência deles. Onde haviam se metido, pensava ele. Estariam juntos, com certeza. Apertava os olhos e respirava com força tentando manter sua sanidade no lugar, estava a ponto de fazer uma loucura. Se arrependeu assim que saiu daquela sala, mas esperava que Dulce tivesse a decência de procura-lo.

“Até que enfim!” – disse Pedro, fazendo Christopher levantar a cabeça para ver se entravam juntos pela porta. Escutava como Pedro perguntava por onde andava Dulce.

“Está vindo!” – disse Poncho entrando no ônibus e sentando no banco à frente de Christopher.

“Os pombinhos estavam juntos é?” – perguntou Anahí enfiando um chocolate na boca.

“Mais ou menos isso...” – disse ele sorrindo para ela, fazendo Christopher se levantar rapidamente do assento onde estava.

Havia escutado direto? Pensou. Dulce havia voltado com Poncho uma hora depois de praticamente dizer a ele que o amava? Não poderia acreditar nisso. Como alguém poderia ser tão falsa? Tão fria? Rapidamente Christopher pegou suas coisas e caminhou até o último lugar do ônibus. Não queria escutar mais nada, apenas queria ficar sozinho, queria esquecer de Dulce e de tudo ao seu redor.

Fim do Flashback.

“...e foi isso que aconteceu, foi por esse motivo que eu sempre acreditei que vocês haviam ficado juntos!’ – disse ele vendo como ela o olhava seriamente.

“Sério, eu te amo muito, mas você é um tapado!” – disse ela furiosa – “Como você foi cair nessa conversa?” – perguntou ela se levantando do banco rapidamente – “Chris, por dios!! Era óbvio que ele estava mentindo! Sim, ele voltou até meu camarim depois que você me deixou sozinha, mas eu o mandei sair! Ele queria conversar e eu respondi simplesmente dizendo que tudo o que eu queria era ficar sozinha e que pelo menos isso ele teria de respeitar! – disse ela quase gritando.

Dulce estava furiosa com Christopher, furiosa com Poncho, com Anahí e até mesmo com Pedro. Como Poncho poderia ter falado isso? Era inacreditável a ousadia dele, pensava.

“Calma, Dul...” – disse Christopher se levantando e tocando em seus ombros – “Você me perguntou e eu também tenho direito de fazer a mesma pergunta...” – começou ele coçando a cabeça – “Por que você não veio atrás de mim?” – perguntou finalmente.

Escutou quando ela suspirou, jogando seus ombros para trás, como se algo tivesse saído deles. A viu se encostando no pilar, fechando seus olhos, como se tentasse encontrar ou melhor, buscar em sua memória as lembranças para responder tal pergunta.

“Eu sempre quis ir atrás de você, até tentei logo após o ano novo...” – disse ela abrindo os olhos novamente – “Sinceramente? Eu tive medo de você me rejeitar, tive medo de não saber falar as palavras certas e a melhor forma que eu encontrei de me expressar, de tentar fazer você entender que eu te amava foi com a música “no se parece”. – disse ela.

“Eu nunca ouvi...” – respondeu ele com vergonha – “Eu nunca quis escutar nenhuma música sua, não quis saber nada de você. Apenas consegui escutar o último álbum por causa do Christian que não parava de cantar “no se llorar!” – disse ele tentando se explicar, fazendo-a sorrir.

“Acho que está na hora de você ouvir, então!” – disse ela o olhando, caminhando em sua direção e estendendo a mão para que ele a seguisse.

Christopher via como Dulce caminhava pelos corredores de sua casa, indo em direção até uma porta grande, a abrindo e desvendando o mistério que havia dentro daquele cômodo. Era sua sala de música, onde estavam alguns instrumentos que Christopher já conhecia da época de RBD, assim como novos e um piano vertical próximo a janela. A viu caminhar até ele, sentando lentamente.

“Posso cantar para você?” – perguntou ela tímida.

“Você tocando piano?” – perguntou ele, sem conhecer o dom da amada.

“Sim, assim que acabou a banda me dediquei totalmente ao piano e violão...” – disse ela ajeitando as notas na sua frente – “Por causa disso melhorei muito minhas composições!” – terminou ela vendo como ele caminhava para perto dela, se sentando numa poltrona.

“Valeu a pena não escutar a música já que agora vou escutar você tocar e cantar somente para mim...” – disse ele sorrindo.

Dulce por mais que já tivesse feito isso milhares de vezes, principalmente com ele, não podia deixar de ficar nervosa. Saber que ele nunca havia escutado a canção que ela havia feito para ele machucava, mas ao mesmo tempo a deixava insegura. Aclarou a garganta, tocou algumas notas para ter certeza que seu piano estava afinado e começou com as notas de sua música, talvez da sua preferida e mais sofrida.

“Caen como lagrimas la lluvia sobre mi
Y la tristeza no, no se parece a ti
Solo es un reflejo
De lo que dejaste aqui
Y la nostalgia no
No se parece a ti
Y yo te busco ahi para sobrevivir”

Christopher a havia cantar tão lindamente, tão afinada. Ficava fascinado ainda mais por ela, pelo jeito como ela era, como tocava o piano. Sentia tristeza pela canção, pelas palavras, pelo sentimento que ela transparecia para ele.

“Me pediste que no te olvidara
Que pensara en ti si me faltabas
Porque solamente tu recuerdo
Me alegraria el alma..” – cantou essa frase sorrindo com uma lágrima nos olhos e olhando para ele.

 Flashback:

Dulce estava sentada no colo de Christopher apreciando a paisagem pela janela de seu quarto de hotel. Lembrava como haviam feito amor naquela mesma praia que agora admirava, lembrava como haviam se beijado, se tocado, como haviam se declarado. Não deixava de estar feliz com tudo o que havia acontecido, parecia um sonho o fato dele a amar assim como ela.

“Se for um sonho o que estamos vivendo, por favor não me acorde!” – disse ela encostando sua cabeça no ombro dele.

“Não é um sonho, meu amor!” – disse ele a abraçando, sentindo seu perfume doce, seu corpo com o dele.

“Não quero que isso se acabe, Chris...” – disse ela aflita – “Mas tenho medo do que pode acontecer caso todos saibam!” – terminou com lágrimas nos olhos.

“Dul, se algo acontecer, não esqueça jamais que eu te amo, por favor não esquece disso e nem de mim...” – disse ele fazendo-a o olhar – “Se você se sentir sozinha, se sentir minha falta, lembre-se sempre do que tivemos ontem, lembre-se sempre do que eu sinto, lembre-se de como somos felizes juntos, isso vai fazer alegrar a sua alma, assim como alegra a minha.” – terminou ele, talvez imaginando todas as tempestades que teriam de enfrentar.

Fim do Flashback.

"Pero si te imagino sonriendo
Al vacio caigo pero lento
Porque este dolor que llevo dentro
No se parece nada

Ni a tu olor ni a tus besos
Ni al amor que me dabas
Este frio que siento no se parece nada”

Christopher ao escutar tudo o que a música dizia não pôde deixar de sentir, não pôde evitar as lágrimas que teimavam em cair pelo seu rosto. Talvez se houvesse escutado antes tudo o que ela havia escrito teria entendido o quanto ela o amava, o quanto o queria, pensava.

“Ni a tu voz que mi
Cabeza quiero repetir
Pero el silencio no
No se parece a ti 

Y yo te quiero oir
Para sobrevivir 

Me pediste que no te olvidara
Que pensara en ti si me faltabas
Porque solamente tu recuerdo
Me alegraria el alma

Pero si te imagino sonriendo
Al vacio caigo pero lento
Porque este dolor que llevo dentro
No se parece nada
Ni a tu olor ni a tus besos
Ni al amor que me dabas
Este frio que siento no se parece nada”

Dulce terminou as notas no piano chorando, chorando simplesmente por ter conseguido cantar esta música que significava tanto para ela. Se alegrou por um momento por ter a oportunidade se cantar para ele, por ele ter escutado dela pela primeira vez. Depois alguns segundo levantou a cabeça vendo como ele a olhava com lágrimas nos olhos.

“Depois de tantos anos você escutou...” – disse ela com meio sorriso.

Christopher apenas por impulso saiu da poltrona onde estava e caminhou até ela a puxando rapidamente para seu corpo e a beijando como se fosse acabar o mundo naquele momento, como se fosse a última vez que tivesse que a sentir. Precisava dela, precisava mostrar que assim como ela, ele sentia tudo aquilo e muito mais, muito além. E assim o fez, ali naquela sala, entre todos os instrumentos, entre as fontes de amor e inspirações que ela sempre buscava, fizeram amor como nunca haviam feito, e assim como na música, assim como Christopher um dia falou, somente as recordações deles, somente eles poderiam alegrar suas almas.

“Porque solamente tu recuerdo
Me alegraria el alma”