Fanfic: Ya me enteré - Vondy | Tema: rbd, dulce maria, christopher, vondy

Christopher permaneceu parado, em silencio, apenas observando como ela caminhava para longe, se afastando dele. Sentiu como se alguém tivesse socado seu estômago fortemente. Se xingava mentalmente por não ter ido ao encontro dela na noite anterior. Por que era tão orgulhoso? Pensou ele batendo com a mão na cabeça. Tudo o que queria nesse momento era abraça-la e pedir desculpas por tê-la deixado. Ficava cego de ciúmes pensando em como Poncho a havia beijado na festa de Pedro, ficava irritado por ela não ter contado a ele o que havia acontecido. Iria focar agora no seu trabalho e mais tarde tentaria conversar com ela, dizia ele para si mesmo.

Ao chegar na sala de Pedro, a via já conversando com Roberta Damian intimamente. Assim que a menina o viu saiu correndo em direção a ele e lhe deu um grande abraço e um beijo na bochecha. Sempre soube que a filha de Pedro tinha um amor platônico por ele desde a época de Rebelde e RBD.

“Não acredito que vocês dois estão aqui com a gente!” – disse ela sorrindo para os dois e olhando para o seu pai que caminhava em direção a Christopher para o cumprimentar.

“Ela não para de falar nisso desde ontem!” – disse Pedro caminhando até ele e o abraçando. Chris sempre se sentia seguro com Pedro, era como se realmente ele fosse seu segundo pai.

Dulce apenas observava ele de longe conversando com Pedro e Roberta. Queria poder fugir daquele lugar, fugir para longe dele. Como era insuportável estar no mesmo ambiente que Christopher e não poder estar ao seu lado, não poder o beijar, o abraçar. Por que ele tinha que ser tão teimoso? Pensava ela, agora o olhando fixamente.

“Vocês gostaram do roteiro para a volta de Roberta e Diego?” – perguntou ele animado, fazendo Dulce voltar ao seu mundo.

“Sim, Pedro! Está ótimo!” – respondeu ela mentindo. Óbvio que não estava ótimo. Teria que fingir ser um casal com Christopher, teria que beijá-lo novamente sem poder beijá-lo verdadeiramente.

Christopher por outro lado apenas observava como ela roía todas as unhas de sua mão. Sabia que ela estava nervosa, e provavelmente ela também saberia o mesmo dele com os tiques que haviam começado a surgir em seu corpo.

***

Dulce e Christopher já estavam em suas posições para gravarem as cenas que Pedro havia solicitado. Iriam gravar cenas com Christian e Zoraida conversando sobre música e ética, e posteriormente iriam gravar cenas conversando sobre o passado, sobre como sentiam falta do Elite Way School e iriam se beijar. Durante cena, Christopher segurava as mãos de Dulce, entrelaçando-as cada vez mais forte, o que o fez sentir como ela estava nervosa, até que no meio de um dos intervalos a puxou para perto dele, sem que muitos se dessem conta.

“Tenta relaxar, já fizemos isso mil vezes...” – disse ele tocando no seu rosto, fazendo-a fechar seus olhos – “Vamos conversar depois? Por favor?” – pediu ele sussurrando e olhando sério nos olhos dela.

“Vamos ver...” – disse ela se afastando dele, o deixando pensativo.

Dulce apenas se afastou dele. Não queria ser orgulhosa, mas simplesmente havia ficado tão magoada com a forma como ele reagiu a tudo durante o fim de semana que simplesmente não conseguia ficar ao lado dele sem chorar ou pior, brigar com ele. Sentiu quando alguém a abraçou fortemente por trás, dando um cheiro em seu pescoço.

“Cheirosa que eu amo...” – dizia Christian a beijando, fazendo-a rir pelas cócegas que o amigo fazia.

“Fiquei arrepiada!” – disse ela sorrindo se virando para abraça-lo melhor.

“Sabe, eu não vou nem perguntar porque tenho certeza que vocês dois brigaram, mas que vocês dois são ótimos atores, ah isso são!” – disse ele olhando para ela, enquanto via seu sorriso desaparecendo.

“Resumindo: Poncho me beijou, eu não o beijei de volta, mas não contei para Christopher, ele descobriu, não me deixou explicar, me deixou sozinha no Brasil e não foi conversar comigo por mais que tenha implorado!” – disse ela falando baixo, vendo como o amigo mexia a cabeça negativamente.

“Amo Christopher, mas o cara sabe ser orgulhoso...” – disse ele sorrindo – “Você precisa conversar com Poncho, não é possível que essa história se arraste por tantos anos!” – disse ele botando as duas mãos na cabeça.

“Chris, eu já falei MIL vezes para Poncho que amo Christopher, que eu e ele não temos mais nada a ver!” – disse ela quase que implorando para que alguém a entendesse – “Maldita hora que o chamei para ir ao meu show!” – terminou ela.

“Dul, você disse sim mil vezes para ele, mas você nunca conversou de verdade com ele, nunca explicou realmente como se passaram as coisas...” – disse o amigo, tentando-a fazer entender que Poncho jamais iria entender como ela havia se apaixonado por Christopher, a não ser que ela conversasse com ele.

“Você acha que ele precisa dessa conversa?” – perguntou ela mordendo os lábios.

“Eu tenho certeza que depois de uma boa conversa vocês vão se entender, ele vai te entender e acredito que aí sim, depois disso você e Christopher poderão ter uma chance sem que ninguém os incomodem” – disse o amigo voltando a abraçar.

Dulce pensava em como talvez ele estivesse certo. De fato, nunca havia conversado de verdade com Poncho. Após o término de seu namoro, ficaram praticamente um ano sem trocar palavras, somente quando era necessário pela novela e RBD, e após esse ano, Poncho do nada voltou a correr atrás dela, dizia aos quatro ventos que a amava, mas nunca, nunca haviam conversado sobre essa volta, sobre esse sentimento que de uma hora para outra ele voltou a ter por ela, nem sobre como Dulce havia se apaixonado pelo melhor amigo dele.

“É, acho que você está certo...” – disse ela falando para o amigo e olhando para o lado, vendo como Christopher os olhava seriamente.

Christopher olhava Christian e Dulce conversando tão intimamente que sentia um pouco de ciúmes da forma como o amigo conseguia se aproximada de sua amada. Entendia que Christian não sentia atração por Dulce, mas a forma como ele a beijava, como a abraçava, o deixava louco de ciúmes.

Christopher não deixava de pensar nas palavras dela de mais cedo. Realmente ele havia se comportado de maneira impulsiva e infantil, assim como antigamente. Havia jurado não desistir dela e na primeira oportunidade, no primeiro obstáculo, fez o que fez. “Cabeçudo!”, dizia ele ainda os olhando. Teria que encontrar uma nova forma de conversar com ela, mas como pedir para ela o escutar se ele não a havia deixado falar?

Após alguns minutos de intervalo, voltaram para as gravações das cenas de Roberta e Diego. Desta vez Dulce parecia mais tranquila e Christopher com mais vontade de poder estar a sós com ela. Estavam próximos um do outros para poder fazer a cena de um beijo entre eles, cena esta que Pedro fazia questão para fazer a vontade dos fãs que assim que souberam da participação do casal mais amado da américa latina, imploraram por uma cena romântica deles.

Assim que Pedro deu o sinal de ok, Christopher começou a atuar tocando as pontas dos dedos no rosto dela, assim como havia feito minutos atrás.

“Eu sinto muita falta da época em que estudávamos no Elite Way...” – dizia Diego para Roberta.

“Eu também, mi amor...” – dizia ela sorrindo para ele, jogando seus braços para abraça-lo pelo pescoço, coisa que fez Christopher estremecer pela aproximação deles – “Eu não queria de jeito nenhum estudar la, mas no fim, acabou sendo a melhor coisa que aconteceu em minha vida...” – finalizou ela.

“Ah sí? E por que?” – perguntou ele a puxando para mais perto dele.”

“Por todos os amigos que fiz, por RBD e por ter encontrado o meu muñequito de plástico.” – disse ela o olhando ternamente.

Christopher apenas a puxou com força e a beijou intensamente. Queria poder através desse beijo fazê-la entender de como ele estava arrependido por tudo que havia acontecido neste fim de semana. Queria apenas uma oportunidade.

Dulce sentia seu beijo, era impossível negar a química deles. Sentia fogo por todo o seu corpo com o toque dele, com aquele beijo maravilhoso que eles trocavam. Se beijavam cada vez mais intensamente, implorando para que estivessem sozinhos, sem ninguém a sua volta. Dulce sentia vontade de chorar, misturada com desejo por ele. Por que era tão difícil se acertarem? Pensava ele o abraçando mais e mais.

“Meu casal lindo...” – escutaram Pedro, enquanto dava o sinal de que estava tudo perfeito, finalizando assim as gravações.

Dulce e Christopher se separaram suavemente, ainda se olhando e se afastando para olhar todos que estavam olhando para eles. Era nítido como estavam felizes vendo o retorno do casal, vendo a cena do beijo deles, principalmente Roberta Damian que acompanhava as gravações quietinha. Conversaram mais alguns detalhes com Pedro e equipe técnica e saíram para se trocarem. Caminharam juntos, lado a lado, pelos corredores completamente em silêncio. Assim que entraram pela porta do camarim, Christopher se deu conta que estavam sozinhos. “Oportunidade perfeita!”, falou, fechando a porta atrás dele e trancando para que ninguém pudesse atrapalhar. Voltava a olhar Dulce que tirava o casaco que estava usando, jogando num sofá próximo. Christopher não havia reparado, mas estava louco por ela. Aquele beijo havia sido tão intenso, que só de olhar para o corpo dela assim, próximo a ele, já o deixava alucinado.

“O que tanto me olha?” – disse ela reparando como ele não parava de vê-la, se virando totalmente de frente para ele.

Christopher não conseguiu mais raciocinar, nem pensar em nada. Somente a queria, queria sentir novamente seus beijos, seus toques, sentir seu corpo novamente contra o dele. Queria pedir perdão da forma que mais sabia, a amando. Sem perceber, já a havia puxado contra ele, alcançando seus lábios para beija-la mais uma vez, mas desta vez sem ninguém por perto, sem ninguém para para-los, sendo apenas eles.  

Dulce por mais que estivesse chateada pela forma como ele a havia tratado durante todos os dias, não pôde deixar de ficar feliz com sentir como ele a abraçava contra ele. Sentia seu beijo, seu toque pelas suas costas, intensificando mais e mais os beijos. Quando se deu conta, já estavam sentados no sofá daquele camarim, com ela por cima dele. Estavam malucos, pensava ela. Mas não conseguia parar, precisava continuar. Seu corpo implorava pelo o dele, assim como o dele pelo dela.

“En mis alegrias, hace falta tu risa
Mis labios preguntan por ti...
Por ti yo me muero, por ti desespero
Me duele aceptar que nuestro amor no sea eterno
Me ahoga el silencio, en un mar de recuerdos
Quisiera gritar pero mi falta el aliento”

“Dulce, Chris? Estão aí?” – Escutaram como alguém batia na porta os chamando. Dulce parou de beija-lo pelo susto, mas Christopher apenas continuava a beijar pelo pescoço, implorando para que ela não respondesse.

“...Já vamos sair Chris!” – respondeu ela alto para Christian do outro lado da porta, fazendo com que Christopher se jogasse com as costas para trás no sofá olhando para o teto pela aflição.

“Vou esperar vocês na cantina!” – disse o amigo, deixando-os sozinhos novamente.

Dulce por impulso saiu rapidamente do colo de Christopher e começou a pegar suas coisas rapidamente. O que estavam fazendo? Pensava ela. O que ele estava fazendo? Achava que era fácil assim a ter? A abandonava como havia feito no Brasil, depois de tê-la tratado como lixo e agora vinha assim? Não podia deixar de se sentir um tanto humilhada pela forma como ele conduzia as coisas.

“Vamos conversar, por favor!” – disse ele se aproximando dela, tentando fazer com que ela parasse de arrumar suas coisas.

“Agora não. Não sei o que você pensa que eu sou, mas não vou admitir ser tratada assim por você...” – disse ela sem olhar nos olhos dele.

“Dulce, eu te amo! Eu só queria te mostrar isso!” – disse ele aflito pela forma como ela interpretava tudo.

“Chris, outra hora a gente conversa” – respondeu ela o olhando finalmente – “Agora eu não consigo e também não quero!” – terminou ela fechando sua bolsa e saindo rapidamente daquela sala o deixando para trás.

***

Dulce já estava em sua casa descansando em sua cama depois de todos os dias de shows, entrevistas e dramas. Tudo o que queria era ficar assim, mas seus pensamentos não a deixavam descansar. Pensava no que Christian havia dito sobre Poncho. Realmente precisava conversar com ele, agora mais do que nunca. Para poder estar novamente com Christopher, precisava resolver seus demônios do passado, e seu principal era sua relação com Poncho. Assim que conseguiu, encaminhou uma mensagem no celular dele pedindo para que ele a encontrasse em sua casa, para que pudessem conversar sério.

“Irei hoje depois das 19:00. Até lá.” – respondeu ele rapidamente.

***

Já era mais de 19:15 e Dulce aguardava pela chegada de Poncho em sua casa. Escutou quando seu telefone tocou com um aviso dele que estava na frente no portão. Saiu para fora da casa e abriu para que ele pudesse entrar. O viu caminhar lentamente, seriamente, com um olhar nervoso.

“Oi Dul...” – disse ele beijando sua bochecha carinhosamente – “Tudo bem?” – perguntou ele.

“Oi Poncho, sim! Vamos, entra!” – disse ela abrindo passagem para que ele pudesse entrar.

Dulce analisava cada passo dele, sentia uma angústia tremenda por ele estar em sua casa. Era como se exigisse explicar a Christopher do porque Poncho estava ali, mesmo não estando juntos ou mais ou menos juntos, pensava ela. Teve vontade de mandar uma mensagem para ele explicando, mas já era tarde para isso. Precisava no momento focar nesta conversa com Poncho, para depois sim, resolver seus problemas com Chris.

“Quer beber algo?” – perguntava ela mostrando a ele o sofá para que pudesse se sentar.

“Por enquanto não, obrigada!” – disse ele se sentando de formalmente e tirando seu casaco.

Dulce apenas o olhava seriamente. Queria muito conversar com o amigo, mas não sabia como começar, o que falar.

“Dulce, me desculpa por aquelas noticias da separação e sobre ter alguma relação com você!” – disse ele rapidamente olhando para ela, fazendo Dulce se aliviar por não ter precisado começar a conversa – “Alguém viu nosso beijo e acabou contando para Diana...” – disse ele de cabeça baixa.

“Eu te pedi tanto para me deixar ir...” – disse ela num tom baixo olhando para ele.

“Eu sei, e como eu me arrependo!” – disse ele com olhar triste – “Eu não deveria ter te beijado, deveria ter resolvido meus problemas e talvez depois ter te procurado!”

“Poncho, eu não entendo! Você que quis terminar tudo comigo em 2005, você simplesmente disse que não me amava mais da mesma forma e que queria ficar sozinho para curtir a vida! O que mudou depois disso?” – perguntou ela, querendo ter as respostas para tudo de uma vez por todas.

“Você já ouviu o ditado quando a gente perde é que a gente dá valor, certo?” – perguntou ele, vendo como ela afirmava positivamente com a cabeça – “Foi isso que aconteceu comigo. Eu estava tão iludido com toda aquela fama, com todas aquelas mulheres para cima de mim, que eu achei que não te amava, que eu queria curtir a vida, e logo depois disso, depois de curtir a vida, meses depois eu comecei a sentir o vazio, a solidão e a saudade que eu tinha de ti!” – terminou ele sinceramente.

“E por que você não veio me falar? Por que demorou mais de um ano?” – perguntou ela.

“Por que você estava com aquele feio do Memo Ochoa!” – disse ele sorrindo para ela, fazendo Dulce gargalhar.

“Não me lembre disso!” – disse ela ainda rindo para o amigo.

“Eu nunca quis me intrometer na sua vida, jamais! Tudo o que eu queria era te ver feliz e ter a possibilidade de ser o cara novamente que te fizesse feliz!” – disse ele perdendo o sorriso – “Eu tentei com provas de amizade, carinho, te fazer voltar a sentir o que sentia por mim, mas acho que demorei muito...” – respondeu ele sério.

“Você não demorou, você simplesmente não era esse homem...” – respondeu ela sinceramente para ele – “Eu confesso que te amei muito, você foi de fato meu primeiro amor, meu primeiro homem e doeu muito a forma como você terminou comigo, só que depois, depois de conhecer Christopher da maneira como conheci, depois dele me ensinar verdadeiramente o que é o amor, eu sei o que é esse sentimento hoje! Eu não quero te magoar, eu queria muito que pudéssemos ser amigos e que você fosse feliz com outra pessoa. Quando te liguei para participar do meu show, jamais poderia imaginar que você ainda nutria esses sentimentos por mim...” – terminou ela.

“Eu sempre soube que não havia te esquecido, mas eu fui viver minha vida, tentar ser feliz! Mas é só eu te encontrar que esses sentimentos voltam...” – respondeu ele olhando para sua mão – “Talvez seja um sentimento de posse, de que você foi minha e não poderá ser de mais ninguém, mas também é muito amor, coisa que eu nunca senti por ninguém.” – terminou ele sinceramente.

“Eu amo você, mas é como amigo... Quem eu amo de verdade é Christopher, e preciso que você entenda isso! Eu não falo para te machucar, eu só quero que possamos ser amigos, sem os problemas do passado, porque caso contrário nenhum de nós três poderemos ser felizes, muito menos eu com quem eu amo de verdade!” – pediu ela.

“Eu quero ser seu amigo, Dul! Assim como sempre fui, mas não posso negar para você que dói muito, não tanto como antes, mas dói lembrar que fui traído pelo meu melhor amigo e ele nunca teve a decência de vir conversar comigo...” – disse Poncho.

“Eu te entendo, e eu te peço desculpas por ter te feito sofrer tanto...” – pediu ela a ele.

“Eu sempre vou sofrer um pouco por ter te perdido, mas isso é culpa minha, foi uma decisão minha, mas é algo que com o tempo, cada vez mais vai passando. Eu amo Diana, do meu jeito, mas amo! E eu vou fazer o que for para tê-la novamente comigo, quero que você saiba disso!” – desabafou o amigo – “Eu não vou me intrometer na sua vida, você pode ficar tranquila! Eu jamais teria falado sobre nosso beijo, você sabe disso! Foi um erro meu e um erro que eu tenho que concertar. Eu estava cego de ciúmes quando vi vocês dois se beijando, porque de fato foi a primeira vez os vi assim...” – disse ele colocando a cabeça para atrás no sofá.

“Christopher descobriu do nosso beijo e brigou comigo também...” – disse ela olhando para poncho e colocando seus pés para cima do sofá ficando mais confortável – “Me deixou sozinha lá no Brasil e não me deixou nem explicar o que havia acontecido. Estamos separados pela teimosia e orgulho dele.”

“O Chris é assim, sempre foi impulsivo com suas coisas, e depois acaba se arrependendo...” – disse Poncho volta a olhar para amiga – “Logo vocês conversam e você explica tudo o que aconteceu! Você quer que eu converse com ele?” – perguntou Poncho sendo amigável.

“Não, imagina! Isso é algo que eu e ele devemos resolver...” – disse ela desanimada.

“Dul, você me desculpa por tudo?” – perguntou ele se arrumando no sofá e ficando de frente para ela.

Dulce sentia uma leveza estranha após conversar com ele. Sentia-se feliz por ter o chamado para conversar, por ver que apesar de tudo, eles poderiam ser amigos e ele poderia permanecer na vida dela como sempre foi.

“Só se você me desculpar também!” – disse ela sorrindo para ele que prontamente a alcançou e depositou um abraço sincero na amiga.

Sabia que a havia perdido, que não poderia mais tê-la da forma que a teve um dia, mas só o fato de a ter em sua vida, de poder continuar sendo seu amigo, já era o suficiente para ele. Apenas torcia para que ambos pudessem encontrar a felicidades que tanto mereciam.

Após conversarem sobre tudo, sobre suas vidas, sobre suas carreiras, sentiam como se tudo houvesse sido perdoado entre eles. Sorriam lembrando da época de Classe 406, de Rebelde, gargalhavam das besteiras que haviam feito durante os tours de RBD. Como sentia falta se estar assim com ele e com todos os integrantes da banda.

“Vamos fazer um reencontro, por favor!” – pediu ela a ele – “Imagina fazer um show nós seis novamente!” – disse ela.

“Eu topo, mas tem que ser só no próximo ano, Dul! Eu realmente estou cheio agora!” – respondeu ele feliz – “Você acha que a Annie iria? Com o Velasco na posição que está e tudo mais...” – disse o amigo coçando a cabeça.

“Poncho, o Velasco é sensacional! Ele é um marido bom, pai presente, uma pessoa formidável...” – disse Dulce olhando para Poncho, pois sabia que muitos julgavam o marido da amiga – “A decisão de não continuar a carreira é inteiramente de Anahí e não dele. Ela realmente está feliz em sua casa, cuidado daquele bebe lindo! Tenho certeza que ela volta para um reencontro e com o maior apoio dele!” – disse Dulce defendendo como podia aquele casal que ela tanto amava.

“E Christopher? Você acha que ele toparia comigo estando presente?” – perguntou ele a Dulce.

“Tenho certeza que sim...” – disse ela à Poncho – “Eu sei que no fundo ele sente tristeza por ter te magoado, só que é como falamos, o orgulho dele não o deixa agir de outra maneira se não brigando com todos a sua volta, principalmente comigo!” – disse Dulce ficando triste por não conseguir se entender com Christopher.

“Dul, a conversa está ótima como sempre, mas eu realmente tenho que ir. Fiquei de buscar o Daniel para dormir comigo e já são quase dez horas...” – disse ele se levantando do sofá.

Dulce o acompanhou até a porta, conversando sobre algumas fotos que ela tinha na sua sala de RBD, abraçando o amigo pela cintura e agradecendo por ter ido conversar com ela. Já na saída de sua casa, Dulce abriu o portão enquanto caminhavam para o carro do amigo, que prontamente virou para dar um último abraço, até que foram incomodados por uma luz alta em direção a eles. Dulce rapidamente se soltou do abraço, colocou as mãos por cima dos olhos e viu Christopher em frente a sua casa, dentro de seu carro.

“Christopher...” – disse ela assustada.

Christopher por impulso entrou com tudo dentro da casa dela, desligando o carro rapidamente e caminhando furioso em direção à Dulce e Poncho.

“O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?” – perguntou ele gritando e empurrando Poncho contra seu carro.

“PARA CHRISTOPHER!” – berrou ela pedindo para ele se afastar, segurando o braço dele – “PARA COM ISSO!” – suplicou ela.

“Cara, para de fazer merda, na boa! Você vai perder a mulher que ama e não vai ser por minha culpa, se não por causa de ti! Vê se não comete o mesmo erro que eu!” – falou Poncho se arrumando e entrando no carro, dando um tchau frio para eles e saindo o mais rápido que podia da casa de Dulce. Dulce apenas o via indo embora, sentindo como Christopher respirava rápido pela raiva que o consumia.

“Quem você pensa que é pra chegar assim na minha casa, brigando com meus convidados?” – perguntou ela séria para ele.

“E-eu tentei te ligar, você não me atendia! Eu vim até aqui conversar com você e encontro Poncho aqui! Como você quer que eu fique?” – perguntou ele tentando se acalmar – “O que ele fazia aqui, Dulce? Você está com ele, é isso?” – perguntou ele não querendo saber a resposta.

“Eu não te devo satisfações da minha vida, Christopher! Você foi embora, me deixou, não foi? O que você quer de mim agora?” – perguntou ela irritada com ele. Não acreditava no que ele havia feito, simplesmente não suportava esse tipo de atitude – “Christopher, na boa, vai embora! Outra hora, com mais calma nós conversamos, porque agora, nesse estado, nós só vamos brigar!” – pediu ela, com mais raiva ainda.

“Eu não vou embora sem você me falar!” – disse ele agora bravo.

Dulce apenas fechou o portão de sua casa e voltar para dentro. Se ele quisesse ficar ali, que ficasse. Ela não estava em condições ou vontade de conversar com ele naquele momento. Precisava de paz. Apenas entrou em casa e sentiu como ele a seguia, fechando a porta por trás deles. Pelo visto essa seria uma longa noite, pensava ela.