Fanfics Brasil - De volta ao escritório de Richtraw John Widmore - O assassinato de Valquíria Sanchez

Fanfic: John Widmore - O assassinato de Valquíria Sanchez | Tema: Mistério


Capítulo: De volta ao escritório de Richtraw

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Chegamos na Agência por volta das oito da noite, com muita pressa de conseguir o mandato. Eu sinceramente não desejava pisar dentro deste lugar, mas não tinha outro modo, eu precisava falar pessoalmente com Mikhail, mostrar essa gravação e trazer Sally Ramos até aqui, para poder interrogar essa mulher, dessa vez como manda o figurino.


 


Ao entrar na Agência, notei que nada havia mudado, as mesmas mesas, nos mesmos lugares, com os mesmos idiotas trabalhando. Todos com seus ternos engomados, cabelos cheios de laquê e aquele ar de superioridade inconfundível, que apenas os agentes possuem. Se acham melhores do que os outros, mas no final são apenas sacos de carne e ossos, movidos por suas ambições e desejos, assim como qualquer outro paspalho.


Quando entrei pude notá-los cochichando, falando sobre mim, descaradamente. Mas não os dei importância, não passavam de babacas bem vestidos, cães de caça em um mundo de leões.


 


Me dirigi direto para a sala de Mikhail, que ficava no quinto andar do prédio, no mesmo andar onde ficava minha sala, a de Johnny Garcia, Ramirez Gonzales e a de Sharon. Este lugar não me agradava, me trazia as melhores e piores lembranças de minha carreira como agente.


Entrei na sala de Mikhail, com toda a educação de um cavalheiro; sem bater.


 


- Olá, Mikhail.


 


Ele estava no mesmo lugar, sentado frente a uma mesa repleta de papéis, digitando em um computador. Ele ainda estava exatamente como da última vez que o vi, com sua careca brilhante e marrom, que parecia uma bola de boliche polida, usando seu terno de corte italiano, que parecia querer soltar os botões, de tão grande que estava sua barriga.


 


- Vejo que engordou bastante, este cargo te deixou muito relaxado.


 


- Você também está um caco, meu amigo, parece um mendigo embriagado!


 


- Quanto a parecer um mendigo, acho que está exagerando, mas embriagado eu não posso negar que estou.


 


E então ele me abraçou muito forte, sorrindo com grande felicidade, que confesso que também senti. Mikhail era um grande amigo, alguém em quem eu havia criado grande afeto.


 


- Sente-se, meu amigo, acho que precisa muito falar comigo, já que se deu o trabalho de vir até aqui. E não vou me preocupar em dizer para ficar à vontade, já que em segundos estará com os pés em cima de minha mesa.


 


- Mikhail, esse caso é muito mais sério do que imagina. O assassinato de Valquíria Sanchez envolve coisas muito maiores do que parece. Tenho fortes motivos para acreditar que alguém da Agência esteja vazando informações para os assassinos. Por isso preciso de um mandato para pôr em custódia a velha Sally Ramos.


 


- Compreendo, John, mas preciso de provas para algo assim. Mas se veio até aqui, deve tê-las em sua posse, não é?


- Exatamente. Tenho comigo uma fita, com a gravação de uma conversa minha com Sally Ramos, onde ela mostra saber muitas coisas sobre mim e Bukowsk. Não tem como ela ter essas informações sem que alguém esteja as entregando.


 


Mostrei a gravação e Mikhail concordou em emitir um mandato, porém seria apenas uma intimação formal da Agência, solicitando que Sally comparecesse a um interrogatório. Não era exatamente o que eu queria, mas já era um começo.


 


- John, os resultados das amostras que você enviou chegaram esta tarde do laboratório.


 


- E o que descobriram com o sangue que recolhi sob as unhas de Valquíria?


 


- O exame de DNA comprovou que essas amostras pertencem a Ernest Richtraw.


 


- Desgraçado! Eu sabia que ele estava envolvido!


 


Então meu celular tocou, com o número de Ernest Richtraw sendo exibido na tela.


 


- O que deseja, Ernest?


 


- Widmore, venha rápido! Por favor, venha até meu escritório o mais rápido que puder!


 


- O que está havendo, Ernest?


 


- Você precisa vir depressa, não há mais tempo!


 


- Ernest? Alô?


 


- ...


 


- O que houve, John?


 


- Era o Ernest, Mikhail. Por coincidência ele acaba de me ligar, pedindo que eu vá vê-lo, creio que deseja se entregar, ou fazer algum tipo de acordo. Vou levar Bukowsk comigo, por favor trate de emitir um mandato de prisão para ele, precisamos pegá-lo dessa vez!


 


Peguei Bukowsk e fui direto para o edifício da Corporação Richtraw, onde cheguei em trinta minutos. A recepcionista não estava por lá, acredito que seu turno encerre ao fim do dia, mas era muito estranho não ter ninguém em seu lugar. O edifício parecia estar vazio, por isso fui direto para o elevador, que já estava com o acesso até a cobertura liberado.


 


- Garoto, você tem uma arma?


 


- Não senhor, ainda não sou um agente.


 


- Que se dane, agora você será um. Pegue essa arma e me cubra!


 


Entreguei uma de minhas três armas para Bukowsk, pois não sabia se aquilo era uma emboscada. Subimos de elevador e nos preparamos para ser recebidos, seja lá como e por quem for.


Quando a porta se abriu, revelando o escritório desse gordo excêntrico, tivemos uma grande surpresa. Ele estava pendurado no teto, com uma corda no pescoço!


 


Ernest estava todo roxo, completamente nu, com a língua arrancada. Em seu peito haviam cortes profundos, que diziam “saia do caso Widmore”. O cheiro de defunto ainda não estava forte, com poucas moscas voando ao redor do corpo e, visto o estado do cadáver, não precisava ser um perito para saber que ele estava morto a mais de seis horas.


Mas como ele me ligou trinta minutos atrás?


 


- Senhor Widmore, o que está acontecendo aqui?!


 


- Garoto, nos envolvemos em algo muito maior do que pensávamos. Ligue agora para Mikhail e mande ele prender Sally Ramos, agora temos provas suficientes para trancar aquela velha desgraçada! E fique com essa arma, você pode precisar dela.


 


Enquanto Bukowsk explicava a situação para Mikhail, na sacada, eu decidi averiguar o escritório. Tudo estava ainda muito organizado, como aconteceu na mansão dos Sanchez; assassinatos monstruosos, mas sem nenhuma bagunça. Fizeram questão de arrancar a língua de Ernest, certamente por ele ter me contado sobre Sally Ramos. Ela agiu muito rápido, mas não fez isso com as próprias mãos, não haveria tempo, pois estive com ela esta tarde. Ela deve ter contatado outras pessoas, talvez as mesmas que mataram Valquíria, para virem matar Ernest, assim que soube que ele falou comigo. Creio que enviou seus comparsas aqui antes de eu ter chegado em sua casa.


 


Alguém deve ter levado o celular de Ernest e imitado sua voz no telefone, para me atrair até aqui e me dar essa grotesca mensagem. Vou beber meu whisky, mas agora como comemoração, acho que estou prestes a pegar os desgraçados que mataram Valquíria e Ernest.


 


Enquanto eu bebia, notei um isqueiro na mesa de Ernest, um isqueiro em formato de dragão, que acendia a chama abrindo a boca. Resolvi recolher essa “prova”, mas ao chegar perto notei algo muito peculiar, um cofre aberto, atrás de sua mesa. O cofre não foi arrombado, creio que forçaram Ernest a abri-lo, antes de o enforcarem. O cofre tinha muito dinheiro, visualmente eu diria que eram três milhões e quinhentos mil, em notas de cem e cinquenta. Mas faltava algo dentro do cofre, o dinheiro não foi levado, mas deixaram para trás uma caixinha dourada, aberta e vazia. Não sei o que tinha dentro desta caixa, mas deve ser algo muito valioso, mais valioso que três milhões e meio!


 


- Senhor Widmore! Senhor Widmore! Venha rápido!!!


 


Corri em direção da sacada, empunhando minha melhor arma, preparado para qualquer coisa! Na verdade, eu queria mesmo enfiar uma bala em algum desses desgraçados!


Cheguei na sacada e vi Bukowsk apavorado, olhando para cima, com uma expressão aterrorizada. Olhei nessa direção e vi a recepcionista de Ernest, sobre a porta da sacada, pendurada na parede externa com um enorme parafuso atravessando sua cabeça. Estava nua, assim como Ernest, mas com os seios decepados. Havia uma inscrição em sua barriga, que dizia “não estou brincando”.


 


Malditos! Esses miseráveis vão pagar caro por seus atos de atrocidade!


Agora tínhamos três vítimas, o que demonstra crueldade e poder, misturado a grandes esforços para esconder algo, algo que eu descobrir mesmo que tiver que ir para o inferno!


 


Os agentes de perícia e isolamento foram enviados imediatamente, junto aos bombeiros, para examinarem a cena e poderem retirar o corpo da recepcionista. Creio que eles não foram despidos pelos assassinos, mas que já estavam nus quando eles chegaram, pois Valquíria foi morta e esquartejada ainda vestida. O que demonstra que existia uma relação extracurricular entre chefe e empregada nessa empresa.


Ficamos na cena do crime até a meia noite, avaliando e recolhendo provas, mas nada de concreto existia. Não haviam digitais, nem pegadas, mesmo com o lugar cheio de sangue. As câmeras de segurança haviam sido desligadas naquela tarde, o que penso não ter sido feito pelos assassinos, mas sim pelo próprio Ernest, para ocultar sua interação (mais que) profissional com sua recepcionista.


 


Após tudo feito, levei Bukowsk para casa, um apartamento de terceira classe no subúrbio, ele precisava descansar, assim como eu.


 


        Cheguei em casa por volta das duas da madrugada, e fui ver Alfredo. Ele deveria estar com fome. Eu sei que você vai achar isso engraçado, mas Alfredo é o meu gato.


 


        Ele estava na sala, em cima do sofá, como sempre, miando ao me ver, pois sabia que ganharia uma boa porção de atum. Veio se esfregando em mim, ronronando e se aproveitando para me marcar com seu cheiro, tenho grandes motivos para acreditar que ele pensa que é o meu dono, não o contrário.


        Alfredo comeu seu atum e ficou parado me olhando, com seus olhos amarelos penetrantes, que se confundiam com sua pelagem dourada. Apertei bem meus olhos, para olhar bem no fundo dos dele.


 


        - Alfredo, fale alguma coisa comigo!


 


        -...


 


        - Você pode falar, não pode?


 


        Então ele moveu o corpo para frente e sentou-se, abriu a boca e...miou como qualquer outro gato!


        O que eu estava fazendo, é claro que aquela velha era maluca, ou mentirosa, gatos não falam com humanos. Amanhã tenho muito que conversar com essa bruxa de araque, acho que posso voltar a dormir se colocá-la atrás das grades junto de seu grupinho de fanáticos homicidas!



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Autor(a): aleisterdelmiro

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