Fanfic: algemas da paixão [vondy]{FINALIZADA}

     - Sua prima? - Não estava seguro de estar lhe perguntando a ela ou ao poncho. - Não sabia que eram parentes.

     - Muito longínquos - informou poncho -, mas sim, somos primos. Vamos visitar sua irmã.

     dulce empalideceu ante a alegre asserção do poncho. Perplexa e confusa, perguntou:

     - Como sabe?

     poncho afogou uma risada e lhe deu umas palmadas tenras no ombro.

     - Falaremos na carruagem.

     ucker concentrava grosseiramente sua atenção nela, lhe pedindo uma explicação de por que nunca lhe tinha dito que tinha família em Londres. Mas por que deveria ter contado? Ele não tinha evidenciado ter interesse algum na vida de dulce além do que ocorria em seu dormitório.

     Mesmo assim, queria sacudi-la, insistir para obter uma explicação. Apesar das estranhas circunstâncias nas que se desenvolvia sua relação, ele tinha acreditado estar mais perto dela, mas ao que parecia dulce não sentia nenhuma necessidade de compartilhar com o ucker certos detalhes. Se a interrogava, que razão lhe daria para justificar sua intimidade com ele?Rendeu-se só a sua pressão, para não declinar uma ordem do amo da casa?

     Tinha assumido que dulce lhe professava carinho, que possivelmente inclusive o amava, e se sentiu um tanto desorientado ao dar-se conta de que talvez a percepção que tinha do vínculo que os unia fora equivocada.

     - Tem uma irmã? Na cidade? - perguntou-lhe, quase suplicando uma resposta. Seu tom era confidencial, mais tênue que nunca. poncho respondeu:

     - Sim, e me perguntava se poderíamos abusar de sua amabilidade a nossa volta e te fazer uma consulta.

     - A respeito a que?

     - dulce é tutora de sua irmã, mas há um problema com certos gastos da herança que são excessivos e que não foram autorizados. Apreciaríamos sua orientação para saber como devemos indagar no assunto.

     dulce estava tão angustiada pelos comentários de alfonso que ucker temeu que seus joelhos acabassem cedendo ao seu peso. Poncho não se dispôs do detalhe, mas ucker estava tão sensível em relação aos sentimentos dela que podia captar qualquer pequena moléstia que a afligisse; morria por aproximar-se dela e sustentá-la em seus braços, mas não se atreveu.

     - poncho - disse ela ao fim, - está aborrecendo a Lorde uckermann com nossos problemas de família. Preferiria que não o fizesse.

     - Acalme-se -  disse ucker, - não me importa.

     - A mim sim, - respondeu ela zangada.

     Estava furiosa, sumida em um torvelinho que ele não podia compreender. Tinha sido tão néscio para acreditar que conhecia já o essencial de dulce. Como podia guardar tantos segredos?

     poncho se mofou de sua irritação.

     - Não lhe faça caso, - advertiu. - É tão sofrida… Se esquece de que tem amigos e se empenha em solucioná-lo tudo sozinha. - Ofereceu o braço a dulce. - Vamos? Selena se impacientará se chegarmos tarde.

     dulce tropeçou, mas recuperou de novo o equilíbrio sem mais e ucker a escrutinou. O absoluto desconcerto da jovem ante as repetidas menções que poncho fazia de sua irmã, tinha-a confundido em extremo, mas sua ansiedade ia além de uma mera reação habitual. Algo a assustava, mas o que era? Que notícias queria ela que permanecessem em segredo? Sabia realmente algo mais sobre as discrepâncias fiscais do que tinha admitido ao poncho?

continua

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plix*-*