Fanfic: algemas da paixão [vondy]{FINALIZADA}

     Ainda não tinha visto os números, nem o faria, mas desistiu de qualquer pretensão de manter as distâncias usando o nome de dulce.

     - Sustenta que dulce embolsou toda a soma?

     - Não o sustento: é um fato. A estratégia é singela: a garota envia as faturas a dulce e dulce as manipula; assina outras falsas por uma quantidade muito mais elevada e embolsa a diferença.

     Ele escutou a discussão por puro formalismo. Não tinha mencionado poncho na tarde anterior uma anormalidade na herança?

     «Oh, dulce! - lamentou para si. - O que é o que tem fez?»

     - Por que faria algo assim? - açulou-a. Não se pode dizer que esteja roubando uma fortuna. Quais poderiam ser seus motivos?

     - Digamos que… tem problemas mentais, e motivos que nem sequer poderíamos começar a compreender.

     - Muito bem, Regina, dulce é uma malfeitora, uma malversadora. Por que me conta tudo isto?

     - Com as somas envoltas, trata-se de um delito grave. Poderiam enforcá-la.

     Depois de uma dolorosa trégua, ele perguntou:

     - Ou?

     - Poderia encobri-lo para que ninguém chegue ou saiba de seu delito.

     - Como?

     - Eu reembolsaria os recursos dos cofres do Doncaster. Seria difícil, mas faria o sacrifício.

     - Em troca do que?

     - De que se case com a belina.

     Ele afogou uma gargalhada.

     - Assume que pode me coagir a isto?

     - Estou segura disso, com sua querida dulce como isca.

     - Está convencida de que estou apaixonado. Arriscado jogo por sua parte.

     - Não é um jogo.

     Recolheu o livro, guardou-o na carteira e o balançou sobre seu regaço.

     - Há um homem em Doncaster que ama dulce, que sempre a amou. É mais velho que ela e estava casado com outra mulher. Agora é viúvo, com duas criaturas. Tem-lhe muito carinho e adora as meninas. Ele quereria lhe propor matrimônio assim que dulce chegue a casa.

     Aquela notícia consumiu o oxigênio da estadia. O pescoço da camisa constrangia ao ucker e mal  podia respirar.

     - Sabe isto dulce?

     - Ainda não. Ela guardou silêncio, deixando que a gravidade da informação sedimentasse na sala.  - É um bom homem, com um emprego estável em nossas cavalariças. Tem uma casa decente na parte posterior do imóvel e um salário excelente. Será amável com ela. Fez uma pausa no martírio de seu discurso. - Poderia eliminar as irregularidades na herança e ela poderia retornar ao campo. Terá um marido que a adora e bebes que cuidar. O que outra opção resta? Que alternativa escolheria você para ela?

     As perguntas de Regina o ferroavam como a lâmina de uma afiada faca, mas não ia permitir que detectasse seu desconcerto.

     - Por que suspeita que tenho interesse algum no que lhe aconteça?

     - Vejamos.  Regina o olhou com superioridade moral, deixando bem claro o sob conceito no que o tinha. - O que pode lhe oferecer? Está preparado para casar-se com ela?

continua

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