Fanfic: algemas da paixão [vondy]{FINALIZADA}

dulce passeava pela grama, a grama empapava a bainha de sua saia. Longe, na distância, o sol começava a descer, um globo púrpura em um céu lavanda. Era uma tarde tranqüila, sem indícios de que o outono tivesse chegado, com o festival da colheita de uvas a ponto de começar. O xale lhe pendurava dos ombros e entre seus dedos oscilava um chapéu de palha.

     Frente a ela podia ver a Casa Dower que poncho tinha aberto para ela, onde vivia em uma auto imposta reclusão de solteirona. Depois dela, entre as árvores, podiam-se divisar as chaminés do feudo de Doncaster. Para satisfação de todo o mundo nos arredores, poncho e Selena residiam ali como marido e mulher.

     Como se tivesse nascido para isso, Selena se tinha ajustado à perfeição ao seu papel de Condessa. O povo e o serviço a adoravam, e a aristocracia local batalhava por granjear-se sua amizade. Selena havia tornado a contratar a muitos dos empregados que tinham trabalhado para sua mãe e também a aqueles a quem Regina tinha despedido. E estava redecorando a mansão, liberando-a paulatinamente da influência de Regina.

     dulce estava muito orgulhosa dela.

     Desde que Regina se foi, a vida no imóvel tinha melhorado de maneira drástica. Todos seus habitantes se sentiam mais felizes e seguros. O ambiente era bom, leve. poncho tinha efetuado mudanças impressionantes nas granjas e nos estábulos, e os empregados comentavam que, apesar da educação que tinha recebido, converteu-se em um cavalheiro.

     Ninguém perguntava pela Regina nem por belina, ninguém se interessava por onde estavam nem o que tinha acontecido durante sua estadia em Londres. Nenhuma alma se atrevia a manchar o ar com seus nomes.

     Absurdo como era, belina tinha escrito a dulce um sem-fim de cartas ilegíveis nas quais expressava sua desventura e a aversão que sentia por seu marido. Por algum motivo acreditava que estaria interessada em conhecer sua situação. dulce tinha lido por curiosidade a primeira missiva que recebeu, mas vendo o rancor e a malícia que gotejava a jogou no fogo e se negou a ler as demais.

     - Pobre belina - murmurou, sem a menor compaixão.

     No que tinha estado pensando? Como podia ter acreditado que Elliot Featherstone ia ser a resposta a suas preces? Que impulso demente a tinha empurrado a cometer uma ação tão insensata?

     dulce sacudiu a cabeça e foi pelo caminho de volta a casa. Para ajudá-la a orientar-se, uma criada tinha pendurado um abajur na porta traseira. Os serventes estavam acostumados a esses reflexivos passeios noturnos. Freqüentemente parecia ansiosa e inquieta, e as caminhadas lhe esclareciam  a mente e apaziguavam sua angústia.

     Dentro a esperaria um jantar delicioso. Sentaria-se no salão e desfrutaria da comida na elegante baixela de porcelana enquanto o relógio marcaria o inexorável passado do tempo do manto da chaminé.

     Selena tinha suplicado a dulce que se instalasse na mansão com eles, mas dulce tinha declinado a oferta: as experiências que tinha vivido naquele lugar tinham sido muito amargas. Embora, para falar a verdade, as más lembranças não eram o único motivo.

     Selena e alfonso estavam tão apaixonados que a dulce doía vê-los juntos. Antes de viajar a Londres não percebia que desejava o mesmo tipo de vida que sua irmã desfrutava já com o poncho, mas na sua volta foi impossível seguir evitando o imenso vazio que levava em seu interior. Sempre tinha desejado ter amor, mas nunca o tinha encontrado.

     A Casa Dower era mais elegante do que ela necessitava, com cômodos enormes e um mobiliário excessivamente luxuoso, mas era uma opção singela e conveniente enquanto se debatia por decidir o que ia fazer com sua vida. poncho assegurava que seu pai lhe tinha legado um patrimônio excelente como dote.

continua

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plix*-*