Fanfics Brasil - A Verdade Não Contada A Garota Sem Passado

Fanfic: A Garota Sem Passado | Tema: Caleb McLaughlin e Sadie Sink


Capítulo: A Verdade Não Contada

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— Você está procurando mesmo sem ter ideia de como ela é? – Noah pergunta enquanto revira uma das caixas tragas da minha casa.


— Sei disso, – digo. – mas eu preciso dela.


— Qual a necessidade de tanto desespero? – Noah pergunta desconfiado. – Por acaso tem alguma coisa que eu não deva ver nela?


— Não, nada disso. – Nego, ainda fuçando a caixa entre minhas pernas. – Ao menos, eu espero que não.


— Neste caso, ela está aqui. – Ele me estende a câmera.


— Noah. – O abracei com força. – Muito obrigado, mesmo. – Ainda envolta a ele, olhei para meu relógio de pulso. – Meu Deus, estamos atrasados. Vamos logo.


Noah, sem muita pressa dirigiu até a escola, e ainda assim participamos da aula parcialmente perdida. Gaten e eu vinhamos nos encontrando frequente e particularmente para conversarmos sobre nossas pesquisas infelizmente mal sucedidas. Procuramos por centenas de sites, assuntos como bruxas, médiuns, sensitivos e até casos de esquizofrenia, porém nada foi tão análogo quanto os guardiões. Ainda não havíamos revelado um ao outro a verdadeira razão para estarmos nessa imensa jornada, e eu não suspeitava de hipóteses para Gaten estar fazendo isso a não ser por sua plena sede por conhecimento.


Não era possível criar teorias sobre o que estava acontecendo com a vaga rede de informações que havíamos conseguido no decorrer da semana, o assunto era resumido a uma única fonte em toda a internet. Se guardiões poderiam apenas tomar lembranças, por que Caleb as transmitia para mim? Realmente, não conseguia entender algumas das visões que ele havia me dado, como a primeira delas onde eu estava ensanguentada em uma floresta e ele me segurava em seu colo, me implorando para não morrer. Eu não tinha certeza se essa era uma lembrança, a tive durante o sono. Mas um simples detalhe era: ele fora a única pessoa da qual eu lembrei o nome.


Semanas não seriam o suficiente para que eu conseguisse ligar alguns pontos desse emaranhado. Depois do almoço eu esquivei Gaten, Noah e Millie dizendo que iria ao banheiro. Apoiei um bloquinho de notas sobre a parede da cabine e escrevi o seguinte recado:


Espero que aceite minha decisão ao final do ultimo período.


O deixei dentro do armário que descobri ser dele durante as ultimas semanas das quais nos observávamos de longe. Eu tinha de admitir que havia algo acontecendo por trás de toda essa loucura, e costumava acontecer nos momentos mais íntimos, como aquele apelido que se jogou dos meus lábios enquanto ele examinava meu joelho, assim como o que veio dos seus, logo em seguida, e o mais inconveniente era gostar daquilo.


Estava sentada na arquibancada, ainda tentando descobrir qual das dezenas de botões ligava aquela câmera. Comecei a rir sozinha, era tão engraçado pensar que isso era de meu uso e agora eu não sei ao menos ligá-la.


— O que está vendo de tão engraçado? – Caleb surge na base da bancada.


— Uma garota no clube de audiovisual que não sabe ligar uma câmera. – A chacoalho no ar.


Percebo flores em suas mãos, e um sorriso tímido surgir em seu rosto.


— Quer fazer uma troca? – Caleb me oferece as flores com uma feição boba.


— Adoraria. – digo assim que ele se senta do meu lado e me entrega as flores.


Ele toma a câmera de minha mão delicadamente e a manuseia como se soubesse desmontar e montá-la. Ele a liga, e a aponta para o meu rosto.


— Apenas um teste, eu prometo. – Caleb diz de trás da câmera.


Ele a abaixa lentamente, sem tirar o olhar de mim. Caleb se aproxima e me mostra a foto, que ficou, na verdade, incrível.


— Deveria desistir. – Bufo. – O único aqui com futuro no ramo é você.


— Deveria se lembrar do quão boa era. – Ele diz me entregando a câmera. – Me desculpe, isso soou um pouco...


— Não. – O interrompo. – Eu vou, prometo que vou. – Toco sua perna. – Mas primeiro vai ter que me ensinar a usar isso. – Aponto para a câmera.


— Tudo bem. – Ele diz abaixando a cabeça.


Ela era da marca Canon, própria para fotografia mas ainda uma filmadora. Se foram dezenas de botões que davam ampliavam e diminuíam, focavam e desfocavam. Logo eu deixei escapar:


— Vou fazer um filme seu.


— O que? – Ele diz confuso.


— Vamos, só uma coisinha rápida. – digo estendendo as bouvardias na frente da câmera. – Ação! – Ligo a câmera e a aponto para seu rosto. – Caleb, o que sabe sobre as bouvardias? – Perguntei.


— Bem, eu não sei nada sobre flores para ser sincero. – Ele admite. – Só que são as favoritas da minha mãe e de outro alguém muito especial para mim.


— Conte mais. – Imploro.


— Elas compartilhavam dessa paixão, algo que quebrava aquela típica relação de sogra e nora. – Caleb deixa escapar.


Desligo a câmera. Caleb estava falando de sua namorada. Foi algo que quebrou meu coração por um motivo inexplicável. Talvez por ter deixado explicito que ela o havia abandonado ou por saber que ele já amou tanto alguém ao ponto de tentar reencontrá-la em mim, me dando suas flores favoritas.


— Eu sinto muito, Cale. – Deixo escapar dentre os meus lábios só desta vez, tentando trazer a mesma paz de volta para seu coração.


Seus olhos me trazem de volta a vida, ainda que marejados de uma saudade.


— Você é tão... – Ele toma folego para dizer. – Boa. – Ele deixa um riso escapar com a respiração descompassada. – Digo, você é sempre a mesma pessoa gentil e pura, não importa o que aconteça, você é sempre... Você.


— Eu... – Não sabia o que responder.


Ouvir aquilo era como finalmente deixar a luz se acender, ambos sentíamos isso.


— Não precisa dizer nada em troca, eu só precisava que ouvisse isso de mim. – Caleb diz chacoalhando as mãos freneticamente, sem saber o que fazer. – Me desculpa, te deixei sem graça. – Ele diz escondendo o rosto com as mãos, era tão fofo. – Posso te levar pra casa? – Ele afasta o indicador da frente do olho.


— É uma boa ideia, não desejo dar de cara com seu carro de novo. – Aponto para minha perna, ainda embrulhada em gaze enquanto caminhamos até o carro.


— Eu ainda sinto muito por isso. – Caleb diz levando a mão até a boca. – Você pode se surpreender em como eu posso ser mais distraído que você. 


— Ei. – Finjo estar ofendida.


— Não fique ressentida, você fica muito linda distraída. – Ele deixa escapar durante a brincadeira.


— E porcos voam também, se você quer saber. – digo entrando na brincadeira.


— Ei, pra sua informação eles podem pular até que bem alto. – Caleb ri.


— Você não cansa de falar besteira? – Pergunto.


— Pra sua sorte, não vai ter que aturar isso por muito tempo. – Ele aponta para minha casa.


— Obrigado por me trazer. – digo.


Um silêncio incômodo preenche o espaço por alguns segundos, nos entreolhamos e impulsivamente eu beijo sua bochecha. Literalmente sinto meu corpo inteiro esquentar, uma pitada de vergonha se mostra por de trás de toda gratidão. Não o fiz por mais que isso. Caleb torce os dedos no volante e deixa seu milagroso sorriso como resposta.


— Disponha. – Ele me cumprimenta com a cabeça. – Falo sério, sempre que precisar.


— Agradeço. – digo fechando a porta. – Até amanhã.


Aceno com a mão e adentro minha casa. Tio Mitchell se recompõe desesperadamente em uma pose calma na beira da janela. Ele estava me espiando. Chacoalho a cabeça com deboche.


— É um colega do clube. Não precisa implorar. – digo enquanto subo as escadas.


— Do que está falando? – Ele abaixa o livro da frente do rosto. – Eu não vi absolutamente nada.


Como costumava fazer todo dia, parava na porta do quarto de Noah, logo antes do meu e o checava.


— Quem é esse colega do clube? – Noah diz sem ao menos me encarar como sempre.


Ele estava concentrado em um livro de química sobre a mesa. Me aproximo e o abraço por trás.


— Ele é um bom rapaz, pai. – digo depositando um beijo rápido e uma bagunçada em seu cabelo.


— Você disse mesmo "rapaz"? – Noah se vira me assistindo sair do quarto.


— Boa noite, Noah. – O abandono para me deitar em minha cama.


Assim que o faço, minha primeira feito é pegar minha câmera. A ligo e acesso a galeria para admirar algumas das obras que havíamos proporcionado. No rolo, assisto o vídeo que fiz dele, e a foto que ele tirou de mim, sem querer, seleciono a seguinte.


Uma foto de Caleb, em uma lanchonete. Ele está tomando um smoothie e encarando o autor da foto logo atrás da câmera, que suponho ser eu. É claro que se tivesse disposto deste momento com ele, não me lembraria agora. Não estava julgando ser nada demais até decidir de modo imponente ver a próxima imagem. Desta vez éramos nós dois, estávamos na cachoeira Hartley, de mãos dadas e nos beijando.



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Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Mal consegui dormir, as circunstâncias não me permitiram. Gaten viria em casa hoje já que Millie e Noah sairiam, assim evitando que eles descobrissem. No fundo eu e Gaten sabíamos que ao menos parte daquilo era real, por isso mantínhamos em segredo. Segredos. Eu ainda não havia me cobrado de que eu e Caleb já nos envolvemos am ...


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