Fanfic: Nos Braços do Roqueiro - Adaptada Vondy; Finalizada | Tema: Romance, Vondy
Agora, sentada, em uma camisola de hospital, olhando para o homem que eu amo depois de gritar que ele é o pai do meu filho, não consigo evitar sentir a vergonha que me consome. Tinha tirado vantagem de alguém que amo, o único homem que poderia ter a mim, completamente. Lágrimas se derramam pelo meu rosto, e não consigo segurar o pequeno soluço que escapa.
Toda a raiva parece evaporar de Ucker.
Ele amolece nos braços de Eddy, e quase que o grande homem o deixa cair.
— O quê? — ele sussurra.
— Você, Ucker — eu soluçava. — Você é o pai.
— Não... Eu... — balança a cabeça. — Não...
Meu coração dói um pouco mais, porque sei que nunca seria meu amante se não estivesse bêbado, se não tinha pensado que eu era outra pessoa. Deuses, sou uma pessoa desprezível.
Não sou melhor do que qualquer estuprador que se aproveita de uma menina drogada.
Eu tinha tirado sua chance de dizer "não". Sei que Ucker teria gritado "não" se soubesse que era comigo que estava tendo relações sexuais naquela noite. Esfrego meu rosto, odiando as lágrimas.
— Sim, Ucker.
— Foi um sonho. Eu sonhei isso — ele empurra Eddy e Alfonso da sua frente, e cai de joelhos ao meu lado. — Não é?
Recusando-me a encontrar seus olhos, nego com minha cabeça.
— Eu sinto muito, Ucker. Me desculpe, eu me aproveitei de você. Por favor... Por favor, não me odeie.
A última parte sai como um sussurro triste. O quarto está tão quieto e acho que os outros nos deixaram e simplesmente não tinha notado. Mas quando Alfonso começa a rir e os outros também, sei que não sou tão sortuda. Viro meu olhar mais frio na direção deles.
— Isso não é engraçado! Eu praticamente o estuprei.
Agora é a vez de Ucker dar risadas, e fico de boca aberta, incapaz de entender como isso pode ser engraçado. Quando ele vê minha reação, para de rir e balança a cabeça.
— Que é isso, Dul. De jeito nenhum você se aproveitou de mim. E não é estupro quando é consensual, querida.
— Você não sabia que era eu. Pensou que eu fosse uma das suas fãs vagabundas — mais lágrimas começam a descer pelo meu rosto.
Seus olhos estreitam em mim.
— Que porra é essa que está dizendo? Talvez eu estivesse bêbado, mas sabia que era você, Dulce. Tenho sonhado com isso há mais tempo do que deveria. É por isso que quando acordei na manhã seguinte, pensei que era só mais um sonho. Um sonho molhado, com certeza, mas ainda só um sonho.
Os outros caras gemem em frustração, e Alfonso dá um olhar irritado a Ucker.
— Informação demais, cara. Muita informação. Nós não precisamos saber dessa merda. ]
Suas palavras me deixam em estado de choque. No fundo do meu coração, sinto as paredes que construí em torno dele desmoronarem um pouco.
Ucker sabia que era eu.
Naquela noite, aquela linda noite que me assombrou por meses, era eu fazendo amor com ele, não uma de suas vagabundas!
Não consigo encontrar palavras; minha boca e cérebro não sabem como funcionar. Apenas sento lá, naquela cama de hospital e com olhos arregalados, olho para o pai do meu filho.
— Dulce...
A porta se abre, cortando tudo o que ele estava prestes a dizer. Uma enfermeira empurra uma cadeira de rodas na frente dela. Ela não parece feliz. Pelas linhas permanentes de expressão em torno de seus lábios e olhos, acho que essa mulher raramente riu em seu cinquenta e tantos anos de vida.
— Bem, já que todos os gritos pararam, pensei que seria seguro e poderia entrar sem medo de perder um membro. Você precisa de ajuda para se vestir, srta Saviñón?
Nego com minha cabeça e ela olha duro para meus garotos.
— Sugiro que tragam seu carro para a entrada principal e, então, poderão levar a senhorita para casa.
Christian faz uma careta.
— Eu vou chamar um táxi.
Dou-lhe um sorriso sincero.
— Obrigada.
A enfermeira, que apelidei de Zangada porque ela me lembra o anão da Branca de Neve com o cabelo grisalho e corpo pequeno, enxota os outros do quarto.
— Ela precisa se vestir. Não me importo o que são para ela, mas ela não vai se trocar com um monte de homens aqui.
Ucker encara a senhora, e sei que está prestes a rosnar para ela, então, eu seguro sua mão e dou-lhe um pequeno aperto.
— Está tudo bem. Sairei em poucos minutos.
Alfonso coloca a mão no ombro de Ucker.
—Vamos, cara. Tem muito tempo para conversar mais tarde. Ela não vai a lugar nenhum.
Com ombros tensos, Ucker sai do quarto junto com Eddy, e Alfonso bem atrás dele. Alfonso para e olha para mim.
— Nós estaremos aqui fora. Tudo bem?
Concordo com a cabeça e espero até que a porta se feche para pegar as roupas que tinha usado na noite anterior. Elas estão dobradas cuidadosamente no pequeno armário que também é como uma mesa de cabeceira. A enfermeira me ajuda porque ainda estou um pouco instável.
— Você precisa de muito descanso, querida — a dureza na voz da Zangada se foi.
— Estou saindo de férias hoje. Pensando em fazer nada, além de me deitar na praia sob o sol quente.
A enfermeira acena com a cabeça.
— Só não tome muito sol. Isso não é bom para o bebê.
Eu tropeço, percebendo que não tenho ideia do que é bom ou não para o meu bebê. Mais lágrimas acumulam nos meus olhos. Não quero machucar minha menina de qualquer forma, nunca. Depois da infância que tive, do monstro de mãe que eu tive, prometi que meu filho só conheceria amor e dedicação. Pego a imagem que a técnica tinha me dado na noite anterior, que estava no bolso da minha calça jeans escondida dos caras, e acaricio as bordas da imagem.
— Há vários sites que pode visitar para descobrir o que pode ou não na gravidez em todas as fases — a enfermeira sugere enquanto me ajuda com a cadeira de rodas.
De alguma forma consegue manter a porta aberta e atravessá-la sem qualquer problema. Retiro o meu celular e abro o navegador da internet, já digitando as palavras na ferramenta de busca, já as deixaria salvas para ver mais tarde. Os caras estão encostados na parede quando saímos. Alfonso franze o cenho para mim quando vê meu telefone em minhas mãos.
— Nem fodendo, não! Você vai descansar, nada de trabalhar — ele arranca o telefone da minha mão e antes que eu consiga dizer qualquer coisa, ele o desliga.
— Mas não estava...
— O que é isso? — Ucker aponta para a imagem que estava na minha mão.
Eu passo a imagem a Ucker e os caras se colocam de cada lado meu enquanto a enfermeira me empurra em direção ao elevador.
— É uma imagem da ultrassonografia do bebê — mordo meu lábio quando ele pega a imagem com um ligeiro tremor nas mãos.
Ele olha para a primeira imagem da nossa filha e eu o observo de perto. Ele está pálido, seus olhos azuis cristalinos estão vidrados, mas vejo o mais ínfimo dos sorrisos surgir em seus lábios enquanto olha para a foto em suas grandes mãos.
— Linda — ele sussurra.
Todo mundo está quieto descendo no elevador. Alfonso está à minha esquerda, os dedos esfregando suavemente meu pescoço enquanto Eddy inclina a cabeça para trás contra a parede do elevador e fecha os olhos. Ucker parece absorto enquanto continua olhando a imagem de seu filho. Quando a enfermeira me empurra para fora, Christian já tem dois táxis esperando por nós. Ele segura a porta aberta do primeiro para mim.
Como se eu fosse uma inválida, Ucker vem à minha frente enquanto começava a ficar de pé e me levanta, colocando-me na cabine suavemente antes de se sentar ao meu lado. Eddy abre a outra porta e se senta do meu outro lado, então, Christian e Alfonso têm que ir no segundo táxi. Parece que leva uma eternidade para chegar no hotel, porque na noite anterior Sebastián não tinha levado tanto tempo para me levar até a sala de emergência. Eu me pergunto qual era a velocidade que estava. Balanço a cabeça com o pensamento.
— O quê? — Eddy pergunta.
— Nada — sei muito bem o que vai acontecer se expressar meus pensamentos.
Meus garotos são extremamente protetores e iriam fazer do Sebastián um pretzel se descobrissem que eu estava no mesmo veículo que ele enquanto dirigia como se estivesse numa corrida da Formula Indy. E, provavelmente, eles nem iram levar em consideração que eu estava meio inconsciente no momento. Mas pensar nas habilidades de dirigir do roqueiro faz-me perguntar o que aconteceu com ele. Não o tinha visto desde antes de os rapazes chegaram na noite anterior.
— Onde está Sebastián? — Ucker dá de ombros.
— Não sei. Não me importo.
Eddy suspira.
— Ele recebeu um telefonema de Belinda e disse que estava voltando para a Califórnia. Disse que deseja que melhore logo e quando se sentir melhor, é para ligar para ele.
— Oh — eu me pergunto se Belinda tinha ligado porque aconteceu algo de errado com Alexis.
Quero mandar uma mensagem a ele para perguntar, mas não posso porque Jesse ainda está com meu celular. O olhar em seu rosto me diz que pedir ao Ucker se eu poderia usar o seu só me colocaria em apuros, então, aperto minhas mãos juntas e suspiro.
...Vondy...
Maratona: 5/6
Autor(a): Srta.Talia
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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Bibiane Postado em 28/10/2018 - 22:52:17
Oi! Vc vai postar a fic contada pelo ponto de vista dele?
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kauanavondy015 Postado em 12/10/2018 - 14:23:53
Continuaa
Nat Postado em 27/10/2018 - 16:02:37
Continuei! :)
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maria.flor Postado em 08/10/2018 - 13:54:50
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maria.flor Postado em 08/10/2018 - 13:54:17
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maria.flor Postado em 08/10/2018 - 13:53:54
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maria.flor Postado em 08/10/2018 - 13:51:03
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maria.flor Postado em 26/09/2018 - 15:26:56
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maria.flor Postado em 26/09/2018 - 15:26:42
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maria.flor Postado em 26/09/2018 - 15:26:24
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maria.flor Postado em 26/09/2018 - 15:25:58
Eu lia essa fic de uma outra escritora e quando cheguei onde ela parou de postar eu ia favoritar e comentar, mas ela sumiu e então não comentei e nem favoritei e quando eu vi que vc ia postar ela novamente eu amei e vim aqui ler, espero que você não abandone ela como a outra fez e continue postando... Plissssssssssssssssssssssssssssss não me deixa curiosa e ansiosa não.... Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
Nat Postado em 12/10/2018 - 13:09:13
Hey! Guria, desculpe ter passado tanto tempo sem postar, não foi proposital, eu realmente fiquei sem tempo! Mas pode ficar tranquila, eu dou umas sumidas, mas sempre termino de postar as histórias! Continuando!=)