Fanfic: Stranger Tales | Tema: Stranger Things, Mileven, Lumax, Dungeon and Dragons, RPG
18h34m.
- Jonathan! - Joyce Byers chamava, da cozinha, o filho mais velho - Preciso que você busque mais alguns refrigerantes, por favor!
- Ok, mãe! - Ele respondeu do quarto. - Em um minuto eu vou.
Joyce vigiava o forno de tempos em tempos. Duas panelas borbulhavam suavemente no fogo baixo do fogão.
- O que você está desenhando, querido? - Ela perguntou ao filho que estava no canto mais afastado da mesa, tomando cuidado para não ocupar o precioso espaço onde sua mãe apoiava tudo e mais um pouco necessário para a preparação da ceia. Joyce não era conhecida por ser a pessoa mais organizada, de qualquer forma.
- É meu personagem para a nova campanha de D&D. - Will respondeu entretido, sem tirar os olhos do papel.
- Ué, o que houve com Will, o Sábio? - Sua mãe deu uma espiada no desenho sem reconhecer a figura.
- Será uma campanha paralela, pelo que o Mike disse. Acho que a Max vai participar também. - Will procurou pelo giz de cera vermelho.
- Hmmm - Joyce sorriu para o filho, voltando a lavar algumas louças que ainda estavam na pia. - Achei que vocês agora só queriam saber do Arcade... - Ela riu.
- Não é assim, mãe. - Will riu também. - O Arcade é legal, mas jogar também é divertido. E o Mike, bem, parece que ele ficou bem animado em mestrar o jogo de novo, então todos nós topamos. Faz tempo que não fazemos isso...
- Quais refrigerantes? - Jonathan chegou na cozinha pegando as chaves do carro em cima da geladeira. - Quer ir comigo, amigão?
Will concordou com a cabeça, juntando seu material de desenho rapidamente e indo buscar seu casaco.
- Pode ser os que vocês quiserem, querido! - Ela sorriu, atarantada, para o filho. - Ainda preciso fazer a sobremesa...
- Mas o Mike disse que a Sra Wheeler ia mandar uma torta de cereja, ou algo assim. - Will disse ao retornar à cozinha. - Estou pronto!
- Bem, sendo assim - Joyce suspirou aliviada - parece que só preciso terminar de tomar conta desses aqui - e apontou para o forno.
- Vamos lá então, Will. - Jonathan pegou o casaco na parede da sala. - Precisa de mais alguma coisa, mãe?
- Não, pelo que olhei é isso mesmo - ela sorriu, seguindo os filhos até a sala.
- Ok! Então até já! - Jonathan abriu a porta com Will em seu encalço.
- Tchau mãe! - Will disse ao sair.
- Tchau, rapazes, amo vocês! - Ela mandou um beijo no ar para os dois que fechavam a porta atrás de si. Era bom ver Will bem para variar. Mesmo que seu coração sempre apertasse um pouco mais do que o normal quando o garoto saía da sua vista. Suspirou. Olhou em volta. Resolveu conferir as panelas no fogão mais uma vez. Logo Hopper estaria lá para a ceia. Sorriu. Estava feliz por ele ter aceitado seu convite. O último ano havia sido conturbado, mas teria sido muito pior se não pudesse ter contado com ele.
Dez passos após a varanda e os garotos já estavam entrando no carro. Jonathan deu a partida no motor e ligou o rádio.
- A mãe chamou o Hopper para a ceia, você viu?
- Vi sim - Will respondeu, animado. - Aproveitei para chamar o Mike.
- E os outros, vem também?
- Acho que não. A família do Lucas é bem chata com isso, não acho que ele possa passar o Natal em nenhum outro lugar que não seja em casa com eles, e o Dustin deve passar com a mãe dele. - Will deu de ombros - De qualquer forma eu só chamei o Mike.
Jonathan riu, confuso. Algum tempo depois, ele entendeu.
- Ah, sim! A garota, ela vem com o Hopper.
- Não sei - Will disse. - Ele não disse que viria, mas também não disse que não viria. - Will pensou um pouco - É provável que ele a leve sim, ele não ia deixar ela em casa sozinha no Natal, não é?
Jonathan batucou no volante ao ritmo de uma das muitas músicas do Talking Heads que compunham aquela mix.
- Qual refrigerante a gente vai levar? - Ele perguntou ao irmão mais novo.
- Coca cola? - Will sugeriu.
Jonathan concordou com um aceno de cabeça.
- Eu ouvi mais cedo, era a Nancy te chamando para passar o Natal com ela? - Will perguntou um tempo depois, enquanto Jonathan estacionava o carro próximo ao mercado.
- Sim, ela me convidou. - Jonathan parou o rádio e desligou o motor. - Mas acho que não irei.
- Por quê?
Os dois desceram do carro e entraram no mercado. Todas as pessoas de Hawkins estavam no estabelecimento naquele momento. Pelo menos essa era a impressão.
O local estava quente e com muitas luzes piscando. Uma música natalina tocava ao fundo, quase inaudível diante de tantas pessoas animadas conversando. Os assuntos eram sempre muito parecidos: família, amigos, felicidades nesse Natal, as estruturas do shopping que começava a ser construído...
Assim como todo o resto, o corredor onde os refrigerantes se encontravam estava lotado. Muitas pessoas se desejando um ‘Feliz Natal!’ enquanto se esbarravam em busca dos últimos itens para a noite, outras se abraçavam e a conversa era alta. Jonathan olhou para Will que arregalou os olhos e o seguiu de perto. Se eles se perdessem ali, certamente só se reencontrariam para o almoço do dia seguinte.
- Você não me respondeu - o irmão mais novo disse, quando alcançaram o refrigerador com as bebidas.
- Pensei em passar o Natal com vocês. - Jonathan respondeu, abrindo a grande porta na sua frente. Um ar frio desceu do refrigerador aberto. - São tão poucas as datas que temos para comemorar, todos nós juntos, que talvez eu passe em casa. Mais tarde eu ligo para a Nancy, não sei.
Will assentiu pegando as garrafas que Jonathan ia entregando a ele.
- Essas são o suficiente? - Jonathan perguntou, fechando a porta. Will concordou. - Ok, agora vamos nos preparar para enfrentar essa multidão.
Os garotos saíram rumo aos caixas.
- Essa história de shopping, as pessoas estão mesmo comentando sobre isso, hein? - Jonathan disse para o irmão, olhando em volta e entrando no corredor que parecia mais vazio.
- Pois é... - Will tentou manter o foco no irmão e no caminho. Era difícil fazer isso com tanta gente no contra-fluxo.
- Ei, Byers - uma voz chamou.
Jonathan pareceu não ter ouvido. Will continuou seguindo o irmão de perto. ‘Deve ter sido impressão minha...’ ele pensou.
- Ei, BYERS! - novamente.
Dessa vez Will parou. A voz parecia estar muito próxima. Tentou olhar para trás, sem sucesso. Muitas pessoas caminhavam de um lado para o outro e o barulho era muito alto. Uma mulher com um carrinho enorme e abarrotado de coisas passou por ele num solavanco, não dando a ele tempo de abrir espaço. Derrubou a garrafa de refrigerante que carregava e, quando conseguiu alcançá-la, agarrou-a com força contra o peito, se levantando. O refrigerante estava gelado, mas ele não se importou.
- Jonathan? - Will chamou ao olhar para frente novamente. As muitas cores de embalagens de cereal o deixaram confuso. As luzes agora piscavam no que Will achava ser o ritmo da música que tocava ao fundo, não saberia dizer com certeza. Olhou para o caminho que havia feito até então. Respirou fundo. Havia perdido o irmão de vista.
- Ei, ZombieBoy! - a voz chamou à sua esquerda.
O garoto estacou, apertando a garrafa com ainda mais força. Olhou para o lado apreensivo.
- Só queria te desejar um Feliz Natal!
Will sorriu sem jeito. Tentou disfarçar o desconforto que toda aquela situação de ter se perdido do irmão havia provocado.
- Ahn... O-o-brigado. - Ele agradeceu. - Para você... é, para você também!
Jenny se aproximou, dando-lhe um beijo rápido e tímido no rosto. Will sorriu antes de ela se afastar, dando um tchau envergonhado e se misturando à multidão de pessoas que entravam no corredor do qual ele estava tentando sair. Ela era legal.
- Ei, e você, vai convidar a Jenny para o Natal com a gente? - Jonathan se aproximou do irmão, rindo.
Will o olhou, extremamente envergonhado.
- Pare, ok. Ela só... só... é. Ela só veio me d-d-desejar um Feliz Natal, nada mais! Onde você estava?
- Já estava no final da fila! Mas como você não vinha nunca, resolvi ver onde você estava. - Jonathan disse, empurrando o irmão devagar para entrar na fila que agora andava. E riu, mais uma vez, vendo a cara do irmão mais novo.
- Ela me encontrou por acaso, não fiquei para trás por conta disso.
- Tudo bem, Will. Não estou bravo com você! - Jonathan deu uma olhada no irmão que parecia constrangido. - Ei, o que houve?
- Nada. Eu só derrubei o refrigerante no chão e quando consegui levantar não te achei mais. Foi aí que a Jenny me encontrou...
- Hmmm, bem conveniente, hein? - Jonathan riu, bagunçando o cabelo do irmão que protestava, mas que logo riu também.
A neve começara a cair levemente quando os dois pegaram o caminho de casa. Burning Donw the House tocava no rádio e logo Jonathan e Will começaram a cantar animados. Era bom finalmente voltarem a fazer coisas que irmãos normalmente faziam.
- Mãe, chegamos! - Jonathan anunciou ao chegarem em casa.
Will e ele logo penduraram os casacos e foram para a cozinha deixar os refrigerantes.
- Ei, garotos! - Ela abraçou os dois de uma só vez quando adentraram a cozinha. - Obrigada! - Beijou a testa de cada um.
- O cheiro está delicioso! - Jonathan se aproximou do fogão.
- Ah, não será nada demais. - Ela disse, sem jeito. Sabia que não era uma excelente cozinheira, mas gostava de cozinhar para os filhos quando tinha tempo para isso. - Agora vamos lá, Will já tome seu banho de uma vez e logo depois você, Jonathan. Enquanto isso dará tempo de terminar de assar o que está no forno e eu poderei ir tomar banho logo em seguida.
- Mãe, sabia que o Will tem uma namorada agora? - Jonathan provocou o irmão que interveio.
- É mentira, mãe, não tenho não! - Will arregalou o olhar.
Joyce riu.
- Sério? Quero saber quem é!
- Não é, mãe. - Will se apressou a dizer antes mesmo que Jonathan pensasse em responder. - Só porque dancei com a Jenny Collins ontem e ela falou comigo no mercado hoje, o Jonathan ‘tá achando que ela é minha namorada!
Joyce olhou do filho mais novo para o mais velho que riu silenciosamente e sacudiu a cabeça em negativa.
- Estou te enchendo, Will. Eu sei que vocês não namoram... ainda.
Will rolou os olhos. Joyce riu.
- Ok, não vou nem responder isso. Vou tomar banho.
Autor(a): rahrt
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
19h03m. - Filho da p... - Dustin ia dizendo quando olhou no relógio. Subiu na bicicleta o mais rápido que pôde. Estava atrasado. Sua mãe havia recomendado expressamente que ele estivesse em casa antes de suas tias chegarem para a ceia. Pedalou como um louco mesmo ...
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