Fanfic: The Psychiatrist. vondy | Tema: Rebelde

Cheguei no consultório cedo como sempre e logo o telefone tocou, era Jill me avisando que chegara.

- Jill, ligue para Dulce Saviñon e diga a ela que estou encaminhando-a para outro colega.

- Mas Doutor, vocês teriam sessão hoje e…

- Faça o que mandei o mais rápido possível. Não posso mais atende-la. Estou enviando o nome e contato telefônico dos profissionais que eu confio para pegarem o caso dela - e desliguei, esfregando o rosto.

Sabe aquela sensação de você ser um grande merda? Desejar voltar alguns dias atrás e gritar consigo mesmo “Não faça isso seu imbecil”?

Pois é.

E agora eu parecia como uma garotinha que sem querer mostrou a calcinha descendo do escorregador e nunca mais quer ir no parquinho novamente.

Isso era ridículo.

Eu realmente estava evitando a garota com quem dei uns amassos uns dias atrás? Puta que pariu, eu estava o que, na terceira série?!

Eu não consegui fazer outra coisa se não ficar o dia inteiro mal humorado e pensando nela. Nos seus lábios, no seu cheiro, no seu corpo debaixo do meu…

Merda!

A noite caiu e estava me preparando para ir embora quando a porta do consultório foi aberta furiosamente. Um pequeno furacão de cabelos brilhosos e macios entrou voando em minha sala, antes que eu tivesse tempo de proferir qualquer palavra ela se adiantou.

- Não precisa se incomodar - Dulce esbravejou, quando fiz menção de me aproximar dela - eu só preciso da sua assinatura para darmos andamento no projeto - sacando uma caneta e praticamente atirando-a em minha cara.

- Ok - suspirei.

Quando estava quase terminando de assinar, ela puxou o papel me fazendo rabiscar um garrancho e não uma assinatura. E fez isso com a próxima folha… e com a próxima folha… vamos resumir assim: uma criança sindrômica tentando aprender a escrever teria assinado melhor.

- Bem, isso é tudo senhor Uckermann - disse ela recolhendo os papéis. Não pude deixar de dar uma secada em seu decote e puta que pariu - tenha um boa noit…

- Dulce, espera! - me levantei, a pegando de surpresa e ao mesmo tempo deixando-a mais brava ainda - nós podemos conversar?

- Você gostaria de conversar sobre o projeto? - perguntou ela cínica

- Não.

- Então não temos nada para conversar - e se virou.

Fui mais rápido, a virando novamente para mim.

- Me desculpe pelo outro dia - disse, olhando-a nos olhos.

- Desculpas?! Desculpas pelo que, exatamente?! - perguntou exaltada - por me deixar totalmente envergonhada e sozinha porque subitamente não sou experiente?! Ou por depois tentar se livrar facilmente de mim, me encaminhando para outro medico sem nenhuma satisfação?!

Caraaaalho.

- Meu deus, não! - segurei seu rosto dessa vez, fazendo-a olhar para mim - você pensou que eu estava tentando me livrar de você?! Oh merda, Dulce! Obviamente que não era isso!

Ela relaxou um pouco sob meus e aproximei seu rosto do meu.

- Eu me sinto um estúpido mas não consegui me controlar! Eu é quem estou envergonhado pela forma como você me afastou, eu vi que tinha passado dos limites com você - ainda quieta, continuou me olhando - eu não queria que você pensasse que estava forçando a barra ou algo assim.

- Eu só ia perguntar se você gostaria de passar para o meu quarto - ela sussurrou, me olhando - você nem me deixou explicar…

E Então a beijei.

Calorosa e afobadamente. Me senti quase como um criminoso solto, ansiando em conseguir o que ultimamente achava que só ela podia me dar, tirando nossos casacos e a pegando no colo. Dulce gemeu contra meus lábios quando sentiu sua bunda ser apoiada na mesa de vidro. Suas maos bagunçavam meus cabelos e ora ou outra passeavam por dentro da gola da minha blusa, enquanto as minhas, subiam de sua cintura até suas costas, alisando, apertando, trazendo-a mais para mim. Eu já estava duro como pedra, quando do nada…

- Espera - ela disse ofegante, me afastando.

Merda.

Ela suspirou, passando as mãos por meu cabelo.

- Desculpe - encostei minha testa na sua - você não quer…

- Não se desculpe - ela me beijou - não é que eu esteja esperando uma cama king com pétalas de rosas. Eu só não quero, em cima de uma mesa de vidro, usando minhas meias furadas por baixo dessa bota… e enquanto ainda meio que tenho um namorado, não é justo com você ou com ele.

Ah, o namorado imbecil.

Eu havia me esquecido totalmente desse detalhe.

- Você ainda pretende meio que ter um namorado ou…? - perguntei, confuso.

- Ele já é meio que meu não-namorado - ela riu - só preciso esclarecer as coisas pessoalmente, por um ponto final definitivo.

- Isso é por minha causa? - perguntei, olhando-a.

- Já não estava dando certo - ela respondeu - você ter cruzado o meu caminho só facilitou minha decisão. Não quero que se sinta pressionado ou pense que me deve alguma coisa.

Assenti.

Estranhamente, eu não me sentia pressionado.

Se uma mulher tivesse me falado que iria terminar um namoro e desse a entender que eu era o motivo para tal fato, seguramente eu sairia correndo mas não sem antes me assegurar que ela continuasse com o imbecil.

Não que eu tivesse fobia de relacionamentos ou algo assim, eu não tinha.

Apenas não me interessava por ninguém o suficiente a ponto de querer ter algo mais sério.

- Tudo bem? - ela me perguntou.

Aproximei meu rosto do seu.

- Agora sim - respondi, antes de beijá-la de novo.