Fanfic: The Psychiatrist. vondy | Tema: Rebelde

Eu era um cara com uma bagagem de estudos grande, estudei nos melhores colégios a vida inteira, depois seis anos na faculdade de medicina e ainda tinha a residência. Ser apenas médico para mim não bastava. Dar plantão dia e noite, cumprir horários, ser subordinado dos chefes do hospital... Não, isso não me bastava. Eu queria ser um “Deus”. Que maneira melhor de fazer isso senão entender a mente humana?

É real que todo emprego deve ter um fator decepcionante, algo que realmente te frustre.

No meu caso, era ter que agir como profissional exemplar quando eu queria ser tão louco quantos muitos de meus pacientes.

Prova disso é que desde que Dulce saiu do meu consultório eu não conseguia tirá-la da cabeça, mas que merda! Minha vontade era sair correndo atrás dela e obrigá-la a conversar comigo, saber sua história e entender como alguém com tanto sex appeal poderia ser virgem?! Curiosidade me martelava e sinceramente há muito tempo eu não me sentia atraído por uma mulher dessa maneira. Veja bem, quando eu digo “atraído” não é só fisicamente, apesar de ela ser deslumbrante. O que me atrai é o mistério, o porque Dulce levou aquela questão ao consultório.

O que muito provavelmente eu iria continuar sem saber, já que não tinha muito cabimento ao psiquiatra correr atrás da paciente.

Como eu disse: FRUSTRANTE!

Regra número um: eu sou controlador e as pessoas não viram as costas para mim (a não ser que eu mande).

Regra número dois: eu adoro um desafio.

Uma semana se passou e eu estava terminando de guardar os prontuários dos pacientes antes de finalmente terminar mais um dia de trabalho. A maioria dos casos que eu atendia era de tratamento através do uso de medicamentos para diferentes formas de sofrimentos mentais. Meu público de terapia e acompanhamento psicológico se resumia em apenas 30% dos casos, na maioria das vezes encaminhava para colegas, mas alguns casos que julgava necessário os mantinha comigo em sessões até o paciente ter alta. Hoje como qualquer outra quarta feira era um dos dias mais cansativos por conta das terapias em grupo dos pacientes com dependência química. Pessoas demais, informação demais, sentimentos demais, barracos eventuais, apenas uma cabeça imparcial e sã – ou quase – ali no meio.

O relógio marcava alguns minutos após nove da noite quando soaram batidas na porta. Estranhei, Jill já deveria ter ido embora e eu que eu saiba tinham-se encerrado minhas sessões do dia.

Levantei-me, fui até a porta e ao abri-la me surpreendi.

- Dulce? – perguntei um pouco descrente e estranhamente satisfeito do porque ela ter retornado ao meu consultório.

- Desculpe Dr. – disse incerta – eu sei que é tarde mas... – abaixou o tom – eu precisava vir.

- Está tudo bem?

- Eu queria me desculpar por nossa última sessão e pedir que me aceitasse de volta.

Olhei em seu rosto por um momento, me contendo para não babar no corpo escultural. Ela era ainda mais gostosa do que eu me lembrava.

Dei um passo para o lado e fiz menção para que entrasse. Ela o fez e sentou-se no divã, cruzou as pernas e esperou até que eu me sentasse a sua frente para dar inicio ao que eu não sabia exatamente o que era.

- Está tudo bem? – perguntei novamente, intrigado.

- Sim – suspirou – na verdade, queria começar me desculpando pelo outro dia... ainda é um assunto difícil para mim.

- Todos nós temos questões as quais nos deixam vulneráveis e incertos, não se preocupe.

Ela assentiu.

- Você gostaria de falar sobre?

- Sim, por favor...

- Vamos começar do porque você trouxe essa questão ao consultório.

- Bem... eu namoro há seis meses e como você pode imaginar meu namorado acha isso um problema.

- Você acha isso um problema? – rebati.

- Sim! Quero dizer, eu não sou mais uma garotinha então qual o problema comigo?

- Te falta vontade? Muitas vezes a falta de libido pode ser um problema hormonal.

- Não, eu tenho vontade! Eu já fiz... coisas – disse, corando – mas nunca consigo ir até o fim, se é que me entende...

- Não consegue penetração?

- Oh meu deus – ela colocou as mãos no rosto, envergonhada.

- Dulce, eu só pergunto para entender melhor a situação. Não precisa ter vergonha de mim.

- Ok – suspirou – Bem, eu já tive namoradinhos antes mas esse é o primeiro relacionamento sério da minha vida. Ele é bom para mim, me passa confiança, no começo se mostrou super compreensivo mas agora é só cobranças e o relacionamento está se segurando por um fio. Eu quero ele, mas não quero sexo... ou quero sexo? – fez uma pausa, divagando consigo mesma – eu quero sexo! Mas então, porque não consigo fazê-lo?

Fiz uma pausa breve, antes de continuar.

- Essa é uma pergunta que eu não posso te responder no momento. Talvez você tenha crenças no seu subconsciente que precisem ser quebradas. Nós seres humanos não somos racionais como a maioria pensa, somos seres emocionais que agem por impulso.

Ela me olhou desconfiada.

- Vou te explicar... estamos em uma constante busca do prazer ou alívio da dor. Um exemplo disso: você está toda endividada, mas passa por uma loja onde está escrito bem grande “promoção”! Você entra e até compra um sapato por exemplo, mesmo sabendo que não pode comprar. Independente, se é o ato de comprar ou o objeto em questão, o fato de você ter comprado algo mesmo sabendo que não podia é a constatação de que o seu lado emocional falou mais alto do que o seu lado racional. É claro que isso é só um exemplo, mas se parar para pensar fazemos isso o tempo todo... Obviamente que estamos sempre tentando evoluir e muitas vezes aprendemos a controlar essas emoções, mas isso só é possível quando detectamos a raiz do problema.  

- Eu nunca tinha pensado por esse lado, até porque sempre achei que o fato de conseguirmos dirigir máquinas ou construir aviões nos fizesse seres completamente racionais – encolheu os ombros – mas não sei como isso se encaixa no meu caso, quero dizer, se estamos sempre em busca do prazer e sexo dá prazer aparentemente, porque eu não consigo fazer?

- Isso, iremos descobrir juntos... se assim você quiser. 

Helloooo meninas lindas do meu coração!

Espero que estejam gostando, estou respondendo todas nos comentários. Aliás, fantasminhas, apareçam e façam a alegria da escritora pra eu poder vir postar muito!!! Love youuuu