Fanfic: Infalível Destino | Tema: VONDY

Os últimos dois anos tinham sido os mais intensos da vida de Dulce, a ruiva que antes vivia em uma cidade pequena, havia se mudado para uma grande metrópole.

Mas as mudanças não se resumiam apenas a cidade, Dulce havia mudado da água para o vinho, havia se tornado uma mulher forte, fria e independente, sabia esconder tudo o que sentia não deixava nenhuma expressão transparecer a não ser que quisesse, sua formação em psicologia a ajudava muito e ela conseguia ler a expressão nos outros ver cada sentimento como se conseguisse saber o que estavam pensando.

-Tem certeza que quer fazer isso mesmo? - Christian perguntou olhando a ruiva.

Dulce e ele dividiam um apartamento em uma parte nobre da cidade, depois da morte do pai, Fernando Savinon, há três meses atrás, essa era a primeira vez que Dulce ia sair para algum lugar de verdade, ela vestia um vestido preto colado, era formal mas a deixava sexy e com um ar de superioridade, os cabelos caíam livremente, e os saltos completavam o look.

-Você sabe que não tenho escolha - ela respondeu por fim.

-Dul... - Christian tentou mais uma vez - Podemos dar um jeito, esquece tudo isso, vamos viver como vivíamos há dois anos atrás.

-Eu não posso Christian - a expressão dela se tornou triste e o olhar distante - Era meu pai, eu não posso desistir de tudo agora, ele confiou em mim.

-Ele te amava ruiva, ele queria te ver protegida e olha pra onde você tá indo... Pra toca do lobo.

-Chris, por favor, me entende - ela pediu se aproximando dele - Você sabe quem é o único lobo da história, o Uckermann é minha única salvação daquele monstro.

-Um homem que você nem conhece - ele argumentou - Você nunca viu esse tal Uckermann.

-Não importa, você viu o testamento Christian, viu a cláusula, se eu quiser destruir aquele monstro, preciso estar na empresa e só posso estar lá se o Uckermann me ajudar.

-Tudo bem - Christian suspirou frustrado - vou estar aqui te esperando.

-Obrigada - ela sorriu o abraçando, Christian era a única pessoa que tinha lhe restado, a única que ela confiava...

Dulce saiu confiante, enquanto estava no táxi, tentou se concentrar nos papéis que levava com ela, ela nem queria imaginar o que aconteceria se alguém colocasse as mãos naquelas fotos e documentos.

Assim que desceu em frente ao prédio das empresas Uckermann ela sabia que teria que usar tudo o que aprendeu com seu pai, não tinha nem colocado o pé na calçada e já sentia o poder que vinha dali, ela saiu do táxi, caminhando calmamente como se nada a afetasse, marcar uma hora com o todo poderoso Christopher Uckermann não era lá nada fácil então ela arquitetou algo, marcou um horário com alguém do setor financeiro da empresa, se fazendo passar por uma grande empresária, isso lhe deu acesso para entrar lá, entretanto a ruiva não se dirigiu pra lá, pegou um dos elevadores sozinha e foi até o último andar do edifício, onde o dono da empresa ficava, assim que o elevador parou e ela saiu de lá, ela observou tudo, haviam seguranças e mais a frente uma mulher que deveria ser a secretária dele.

Ela sorriu para o seguranças passando por eles como se já tivesse um compromisso com o chefe, apesar de não interferirem Dulce podia sentir os olhares nela.

-Preciso falar com Christopher Uckermann - Dulce disse séria, e viu a estranheza na face dela quando a mulher a olhou.

-A senhora não tem hora marcada - ela devolveu no mesto tom frio de Dulce, a ruiva imaginou que ela provavelmente havia sido treinada para aquilo, pra ser secretária de um magnata como aqueles, a mulher devia ter muita experiência.

-Tenho certeza que ele irá me receber - ela disse confiante.

-O senhor Uckermann não quer receber visitas hoje.

Dulce sorriu falsamente.

-Uma pena pra ele porque eu quero visitá-lo.

Ela viu que a secretária já iria protestar mas antes mesmo que ela abrisse a boca Dulce tinha passado por ela, como uma flecha de tão rápida, quase havia corrido até a porta de Ucker e assim que pôs as mãos lá, abriu e se enfiou na sala.

O coração de Dulce deu um salto no peito, quando seus olhos se encontraram com o homem que estava sentado atrás da mesa com alguns papéis na mão.

Ele era bem mais do que ela poderia imaginar ou do que qualquer foto no google poderia mostar, ele era forte, sua presença poderia colocar qualquer pessoa pra correr, agora ela entendia porque mesmo tão novo, Uckermann havia construído um império, ela tinha dúvidas de que alguém nessa vida conseguiria dizer não pra ele e não era só a força que vinha dele, ele era lindo, o rosto jovem, como o de um bebê, os cabelos naquele louro escuro, como seria tocá-los? Como seria ter suas mãos brincando com eles durante um beijo?

Os pensamentos de Dulce foram interrompidos quando a secretaria entrou na sala acompanhada com dois seguranças.

-Eu sinto muito senhor não conseguimos barrá-la - a mulher disse sem jeito.

-Tenho assuntos para tratar com seu chefe e tenho certeza de que são do interesse dele - ela disse voltando a se concentrar naqueles olhos que permaneciam a olhando intensamente.

-Senhorita se não sair por bem agora, vou precisar mandar os seguranças lhe tirarem a....

-Ela fica - a voz rouca e seria de Christopher ecoou pela sala.

Dulce sentiu todos os pelinhos do seu corpo se arrepiarem, uma voz daquelas só poderia pertencer a ele.

-Sim senhor - a secretária disse sem pestanejar já saindo da sala assim como os seguranças.

-Quem é você? E o que quer? - Ucker perguntou assim que a porta foi fechada deixando apenas ele e a ruiva na sala, ele continuou olhando fixamente a mulher a sua frente, não era da sua natureza deixar que qualquer pessoa o incomodasse mas aquela mulher tinha o deixado curioso, assim que colocou os olhos nela ele soube que ela era determinada e que se ela queria falar com ele então ela usaria todos os meios para consegui-lo.

Dulce suspirou calmamente, olhou para o homem que parecia um rei sentado em seu trono e sentou na cadeira a frente da mesa dele, voltou a se concentrar na sua postura confiante e retirou da pasta que carregava consigo um envelope.

-Dulce Maria Savinon.

O espanto na cara de Ucker foi completamente percebido por ela, mas Dulce não estava surpresa sabia que era essa a reação que causaria nele quando dissesse quem era.

Ucker logo voltou ao normal, seja lá o que aquela mulher estivesse fazendo ali não era boa coisa.

Mesmo incerto ele abriu o envelope, seus músculos se tornaram tensos e a raiva passou a percorrer seu corpo no exato momento em que seus olhos repousaram no conteúdo do envelope.

-Que merda é essa? - ele perguntou num tom visivelmente alterado esperava explicações mas apenas viu Dulce o olhar calmamente.

-São fotos - ela disse como se fosse óbvio - de uma filmagem, algo que encontrei por aí.

Ucker sabia que ela não tinha 'encontrado por aí' e a calma dela só o irritou ainda mais.

-Como conseguiu isso? Eu quero respostas - ele grunhiu como um animal.

-Você visita muito o túmulo do seu pai Christopher? - Dulce perguntou vendo o quanto as suas palavras doíam nele apesar dele tentar não expressar - deve ser bem difícil ser filho de um pai suicida.

Dulce teve um sobressalto quando Ucker deu um soco na mesa tão alto e forte que ela se perguntou como o móvel não havia quebrado.

-Você não sabe de nada - ele disse, Dulce era esperta, sabia que a voz de Ucker parecia fria e firme mas ela via, via nos olhos dele que ela o estava machucando fazendo ele relembrar o passado, mas ela não tinha escolha, ela não podia recuar, não agora.

-E quem sabe? - foi a vez dela perguntar - A mídia sabe? Os jornais? As revistas que noticiaram a morte dele? São essas pessoas que sabem? - Ucker não respondeu, olhou mais uma vez as fotos tentando controlar as emoções - Quer saber o que eu acho Uckermann? Eu acho que Victor era um bom homem, eu acho que se ele conseguiu um império então porque do dia pra noite ele tinha conseguido o falir? Porque seu pai arriscaria seu patrimônio e o da sua irmã, quando você estava quase na idade de assumir o que era do seu direito?

-O que você quer? - Ucker disse por fim tentando ignorar as palavras daquela mulher 

-Ele não era idiota, você sabe assim como eu que seu pai não se matou naquela noite, e agora você tem uma pequena prova disso, tem uma pequena prova do seu inimigo.

Ucker a estudou por alguns instantes, como diabos a sua manhã tão comum e tediosa de trabalho, havia virado aquilo? O que aquela mulher queria? Porque ela o deixava sem jeito? E o mais importante, como ele podia se concentrar nela quando tudo que sua mente conseguia pensar era em possuí-la em cima da sua mesa?

Se quiserem mais, comentem!!!